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Trap é um filme que oferece fielmente aquilo descrito em sua sinopse - um serial killer que acaba enredado em uma armadilha policial enquanto leva sua filha para o show de sua artista favorita - diga-se de passagem, algo propositalmente semelhante a The Eras Tour da Taylor Swift. A grande sacada do diretor M. Night Shyamalan é tratar essa caçada de gato e rato entre o protagonista e a policia da forma mais pastelona possível. A premissa é totalmente absurda, mas Shyamalan não parece preocupado em se aprofundar nos personagens ou em trazer alguma lógica narrativa, tudo é tão inverossímil que as mecânicas do thriller acabam funcionando como uma comédia despretensiosa. O ponto positivo é a performance de Josh Hartnett, sua atuação encontra o equilíbrio entre a dualidade de duas vidas destintas, a de um pai de família que está realizando o sonho da filha e a de um psicopata que se vê encurralado em um grande plano da polícia para identificá-lo. A direção utiliza do contexto geográfico para explorar as inúmeras possibilidades da situação, sempre filmando em planos fechados que elevam a atmosfera claustrofóbica de um estádio rodeado por mais de vinte mil pessoas. Aliás, todas as alternativas de fuga do assassino são tão fantasiosas e surreais, que toda tensão das cenas acabam se dissipando na previsibilidade das ações dos coadjuvantes. Entretanto, toda comodidade do roteiro é quase sempre salva pelos enquadramentos que captam as expressões faciais hilárias de Hartnett. No fim das contas, essa é uma obra que não parece se levar a sério, todo o potencial suspense é deixado de lado pelo tom sarcástico da obra, sendo esse o principal motivo que vai dividir à opinião do público.
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