Judaísmo messiânico
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O Judaísmo messiânico é uma corrente do cristianismo protestante que combina elementos tradicionais da religião judaica com a crença de que Jesus seria o messias prometido na Tanakh. Surgiu na década de 1960, entre judeus étnicos adeptos da igreja evangélica dos Estados Unidos.[1] A partir da década de 1970, seria impulsionado de forma mais proeminente através da organização Judeus para Jesus, associada à Igreja Batista.[2][3]
A doutrina não é oficialmente reconhecida pelo rabinato de Israel e seus adeptos são considerados cristãos pela Suprema Corte de Israel, o que os exclui do direito à Lei do retorno, que concede a judeus a possibilidade de adesão à cidadania israelense.
História
[editar | editar código-fonte]Século XIX
[editar | editar código-fonte]No século XIX, alguns grupos de novos judeus cristãos tentaram criar congregações e sociedades de judeus convertidos ao cristianismo. Estas organizações, no entanto, careciam de quaisquer congregações judaico-cristãs independentes e foram muitas vezes imposta por igrejas cristãs organizadas.[4]
As primeiras organizações formais dirigidas por judeus convertidos incluem:
- Church's Ministry Among Jewish People — fundada em 1809 por Joseph Frey, visando promover o cristianismo entre os Judeus na Inglaterra;
- Beni Abraham — estabelecida em 1813, por Joseph Frey e por um grupo de 41 cristãos que se reuniam em Londres, para orações sexta-feira à noite e domingo de manhã;
- British Messianic Jewish Alliance[5] — fundada na Inglaterra pelo Dr. Carl Schwartz, em 1866;
- Israelites of the New Covenant — estabelecida em 1884 na Bessarábia, por Josef Rabinowitz.
Nos Estados Unidos, congregações de judeus convertidos ao cristianismo foram estabelecida a partir de 1885, em Nova Iorque.[6]
Século XX
[editar | editar código-fonte]O movimento judaico messiânico moderno surgiu nos Estados Unidos, na década de 1960. Antes desta época, os judeus convertidos eram assimilados aos gentios. Esse movimento buscou restaurar a identidade judaica dos seguidores de Jesus e reconectar suas crenças com as práticas e tradições judaicas, posteriormente o judaísmo messiânico seria difundido por outros países, incluindo Israel, onde o movimento ganhou visibilidade.
Crescimento e Reconhecimento
[editar | editar código-fonte]O judaísmo messiânico experimentou um crescimento significativo nas últimas décadas do século XX e início do século XXI.[carece de fontes] Organizações como a União das Congregações Judaico-Messiânicas (UMJC) e a Aliança Judaico-Messiânica de Israel (MJAI) foram formadas para centralizar e apoiar as comunidades messiânicas. A Ahavat Ammi International foi fundada em 2006.
Crenças
[editar | editar código-fonte]As crenças centrais do Judaísmo Messiânico incluem:
- Jesus como o Messias: Os judeus messiânicos defendem que, durante sua vida, Jesus de Nazaré[nota 1] foi o Mashiach ben Yosef (Messias Filho de José), o servo sofredor profetizado nas escrituras hebraicas. Eles veem Jesus como aquele que cumpriu as profecias messiânicas do Tanakh e, com base no Novo Testamento, aguardam seu retorno como o Mashiach ben David (Messias Filho de Davi), que trará paz e restauração ao mundo, cumprindo as promessas relacionadas ao Rei Messias.
- A Torá: As comunidades messiânicas observam a Torá, incluindo os 613 mandamentos, na medida do possível e aplicável nos tempos modernos. Isso inclui a observância das festas bíblicas, o respeito às leis dietéticas (kashrut) e outras práticas tradicionais judaicas.
- Os Treze Princípios da Fé Judaica: Os judeus messiânicos professam os treze princípios da fé judaica, formulados por Maimônides no século XII. Isso inclui a crença na unicidade de Deus, na revelação divina da Torá e na vinda do Messias.
- Observância das Festas Judaicas: Os judeus messiânicos celebram as festas bíblicas, como Pessach (Páscoa), Shavuot (Pentecostes), Sucot (Festa dos Tabernáculos), Rosh Hashaná (Ano Novo Judaico) e Yom Kipur (Dia da Expiação). Essas celebrações são vistas como oportunidades para honrar a Deus e lembrar eventos importantes na história de Israel.
- A Unidade do Povo Judeu: Apesar das divergências teológicas, os judeus messiânicos se veem como parte integral do povo judeu e da herança judaica. Eles enfatizam a importância da identidade judaica e da continuidade das tradições e práticas judaicas.
- Serviço Militar e Vida Comunitária: Em Israel, alguns judeus messiânicos servem nas Forças de Defesa de Israel[carece de fontes] e participam ativamente na vida comunitária. As comunidades messiânicas frequentemente têm suas próprias sinagogas, escolas e instituições comunitárias.
Os rabinos messiânicos geralmente recebem formação rabínica através de uma Yeshivá (seminário teológico). Embora a maioria passe por um Beit Din (Tribunal Rabínico), alguns poucos podem não passar por esse processo formal. Os judeus messiânicos, em sua maioria, prezam por uma visão do judaísmo semelhante em vários aspectos ao judaísmo ortodoxo e conservador.
No judaísmo messiânico, assim como no judaísmo, são considerados judeus apenas os filhos de mães judias e os convertidos. A conversão ao judaísmo messiânico não precisa ser realizada em Israel e pode ser conduzida por rabinos locais e um tribunal rabínico composto por três rabinos. Algumas linhas do judaísmo messiânico aceitam quaisquer pessoas através de um processo de conversão básico. No entanto, esses convertidos são frequentemente referidos como "Ger" (estrangeiros conversos) em vez de "Goyim" (gentios).
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas
Referências
- ↑ MELTON, John Gordon (2005). Messianic Judaism. [S.l.: s.n.] p. 373
- ↑ FEHER, Shoshana. Passing over Easter: Constructing the Boundaries of Messianic. [S.l.: s.n.] p. 140
- ↑ ARIEL, Yaakov S. Jewish and Christian Traditions. Introduction to New and Alternative Religions in America. [S.l.: s.n.] p. 194
- ↑ FLANNERY, Edward H. The Anguish of the Jews: Twenty-three Centuries of Antisemitism. [S.l.: s.n.] p. 129
- ↑ «British Messianic Jewish Alliance». web.archive.org. 1 de outubro de 2011. Consultado em 12 de janeiro de 2025
- ↑ «THE ONLY ONE IN AMERICA; A HEBREW-CHRISTIAN CHURCH DEDICATED YESTERDAY. AN EPOCH IN THE HISTORY OF RELIGION IN THIS COUNTRY--HOW THE CHURCH CAME INTO EXISTENCE. - The New York Times». web.archive.org. 2 de janeiro de 2023. Consultado em 12 de janeiro de 2025
- ↑ Derech, TsadokBen (6 de maio de 2020). «Yeshua através de olhos judaicos: Um rabino examina a vida e os ensinamentos de Yeshua». Congregação Messiânica B'nei Or. Consultado em 12 de janeiro de 2025
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ferreira, Paula Barbosa da Silva Fontanezzi Leonel (2019). «Judaísmo messiânico, genealogia e agência: relações entre judeus e não judeus em sinagoga messiânica paulistana». Religião & Sociedade. 39 (1): 15-35. doi:10.1590/0100-85872019v39n1cap01
- Gutierrez, Carlos Andrade Rivas (2011). Bnei anussim: uma experiência de judaísmo na periferia paulistana (Tese de Mestrado em Antropologia Social). São Paulo: USP-FFLCH. doi:10.11606/D.8.2011.tde-23052012-154251
- Jovegelevicius, Jayme Caon (2018). ENTRE A CRUZ E A ESTRELA: um estudo sobre algumas aproximações de setores evangélicos com o judaísmo. (Monografia de bacharelado em Ciências Sociais). Porto Alegre: UFRGS
- Topel, Marta Francisca (2011). «A inusitada incorporação do judaísmo em vertentes cristãs brasileiras: algumas reflexões». Revista Brasileira de História das Religiões. 4 (10): 35-50
- Travassos, Deborah Hornblas (2008). Judaísmo messiânico no Brasil: a Beit sar shalom: um estudo de caso (Tese de Mestrado). São Paulo: USP-FFLCH. doi:10.11606/D.8.2008.tde-06012009-171306
- Travassos, Deborah Hornblas (2014). Judaísmo messiânico no Brasil e seus instrumentos de legitimação: a reinvenção do judaísmo ou uma nova religião? (Tese de Doutorado). São Paulo: USP-FFLCH. doi:10.11606/T.8.2014.tde-12112014-105209