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Yukio Mishima

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Yukio Mishima
(em japonês: 三島由紀夫; romaniz.: Mishima Yukio)
Yukio Mishima.
Yukio Mishima em 1955
Nome completo Kimitake Hiraoka
Pseudônimo(s) Yukio Mishima
Nascimento 14 de janeiro de 1925
Nagazumi-cho 2-chome, Yotsuya-ku, Tóquio, Tóquio (prefeitura), Japão
Morte 25 de novembro de 1970 (45 anos)
Força Terrestre de Autodefesa do Japão, Camp Ichigaya, Honmura-chō, Shinjuku, Tóquio, Japão
Causa da morte Suicídio por seppuku
Nacionalidade japonês
Progenitores Mãe: Shizue Hiraoka
Pai: Azusa Hiraoka
Cônjuge Yōkō Sugiyama (c. 1958; m. 1970)
Filho(a)(s) 2,
  • Noriko Tomita (n. 1959)
  • Iichirō Hiraoka (n. 1962)
Educação Universidade de Tóquio
Ocupação
Empregador(a)
  • Ministério do Tesouro japonês
  • Teatro "Bungakuza"
Gênero literário
Movimento literário
Magnum opus Confissões de uma Máscara
Religião Xintoísmo
Assinatura

Kimitake Hiraoka (em japonês: 平岡公威; romaniz.: Hiraoka Kimitake; nascido em Tóquio, 14 de janeiro de 1925 — falecido em Tóquio, 25 de novembro de 1970), mais conhecido como Yukio Mishima (em japonês: 三島由紀夫; romaniz.: Mishima Yukio) foi um novelista, dramaturgo japonês e fundador da Tatenokai. Escreveu mais de 40 novelas, poemas, ensaios e peças modernas de teatro Kabuki e Noh.[1]

Yukio Mishima aos 6 anos de idade em 1931

Yukio Mishima era o nome artístico utilizado de Kimitake Hiraoka (平岡公威 Hiraoka Kimitake?), que nasceu na capital do Japão em 1925, onde teve uma infância problemática marcada por eventos que mais tarde influenciariam fortemente a sua literatura. Foi o primeiro dos três filhos de um funcionário ministerial burocrático e uma mulher vinda de uma família de pedagogos confucianos.[2] Ainda criança foi separado dos seus pais e passou a viver com a avó paterna, uma aristocrata ainda ligada à Era Tokugawa. A avó mal deixava a criança sair de sua vista, de forma que Kimitake teve uma infância isolada.[3] Muitos biógrafos de Mishima acreditam emergir desta época seu interesse pelo Kabuki e sua obsessão pelo tema da morte.

Aos doze anos Kimitake voltou a viver com os pais e começou a escrever suas primeiras histórias. Matriculou-se num colégio de elite em Tóquio. Seis anos depois, publicou numa revista literária um conto que posteriormente foi editado em livro. Seu paiera totalmente contra suas pretensões literárias. Nessa época adoptou o pseudônimo Yukio Mishima, em parte para ocultar seus trabalhos literários do conhecimento paterno. Foi recrutado pelas forças japonesas durante a Segunda Guerra Mundial, porém ficou fora das linhas de frente por motivos físicos e de saúde. Este fato tornou-se depois fator de grande remorso para Mishima que testemunhou a morte de seus compatriotas e perdeu a oportunidade de ter uma morte heróica. Forçado pelo pai, matriculou-se na Universidade de Tóquio onde formou-se em Direito. Após a graduação, conseguiu um emprego promissor no Ministério do Tesouro.[4] No entanto, tornou-se tão desgostoso que, por fim, convenceu o pai a aceitar a sua carreira literária. Seu pai, um sujeito rude e disciplinador, teria dito que, já que era para ser escritor, era melhor ele se tornar o melhor escritor que o Japão já viu.

Início da carreira literária

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Mishima tinha 24 anos quando publicou Confissões de Uma Máscara (em japonês: 仮面の告白; romaniz.: Kamen no Kokuhaku),[4] uma história com notas autobiográficas de um jovem talento homossexual que precisa se esconder atrás de uma máscara para evitar a sociedade. O romance acabou alcançando um tremendo sucesso literário, o que levou Mishima a um status de celebridade e seguiu a outras publicações e traduções, de forma a ficar internacionalmente conhecido. Yukio Mishima concorreu a três Prêmios Nobel de Literatura, sendo o último deles concedido a seu amigo, Yasunari Kawabata,[5] que o introduziu aos círculos literários de Tóquio nos anos 40.[2]

Depois da publicação de Confissões de Uma Máscara, Mishima adquire uma postura mais realista e ativa, tentando deixar para trás o jovem frágil e obsessivo. Começa a praticar artes marciais e se alista no Exército de Autodefesa japonês, onde, um ano depois, forma o Tatenokai (Sociedade da Armadura), uma entidade de extrema-direita composta de jovens estudantes de artes marciais que estudavam o Bushido sob a disciplina e tutela de Mishima, a princípio para a proteção do imperador.[2] Em 1954, lançou O Tumulto das Ondas, que foi recomendado pelo Ministério da Educação como leitura oficial em todas as escolas do Japão. Dois anos depois, lançou O Templo do Pavilhão Dourado, pelo qual recebeu o Prêmio Yomiuri, principal condecoração literária japonesa. Ao todo, escreveu 34 romances, 50 peças de teatro, 25 volumes de contos, 35 volumes de ensaios e tratados de temas variados.[2] Casou-se em 1958 com Yoko Sugiyama, tendo com ela um filho e uma filha, mas não parecia esconder seu relacionamento com o jovem Masakatsu Morita.[2] Nos últimos dez anos de sua vida, atuou como ator em filmes e co-dirigiu uma adaptação de uma de suas histórias.

Tentativa de golpe de estado e seppuku

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Em 25 de novembro de 1970, Yukio Mishima, acompanhado de 4 membros do Tatenokai, renderam o comandante do quartel general das Forças de Autodefesa japonesas em Tóquio. Ele realizou um discurso patriótico na tentativa de persuadir os soldados do quartel a restituírem ao Imperador os seus poderes.[6] Notando a indiferença dos soldados, Yukio Mishima cometeu o ritual suicida seppuku, sendo assistido por Hiroyasu Koga, uma vez que Masakatsu Morita falhou no momento final.[7]

“A vida humana é finita mas eu gostaria de viver para sempre”, escreveu Mishima na manhã antes da sua morte.[4]

Acredita-se que Mishima tenha preparado seu suicídio por um ano. Segundo John Nathan, seu biógrafo, tradutor e amigo, ele teria criado este cenário apenas como pretexto para o suicídio ritual com o qual sempre sonhou.

Mishima reservava para si uma individualíssima marca de nacionalismo ao final de sua vida. Ele foi odiado por nacionalistas tradicionais por causa de sua afirmação, no Bunka Bōeiron (em japonês: 文化防衛論; romaniz.: Bunka Bōeiron; lit. "A Defesa da Cultura") que Hirohito deveria ter abdicado e assumido a responsabilidade pelas vidas perdidas na guerra.

Quando morreu, em 25 de novembro de 1970, Mishima tinha acabado de escrever O Mar da Fertilidade (em japonês: 豊穣の海; romaniz.: Hōjō no Umi). Encontra-se sepultado no Cemitério Tama, em Fuchū, Tóquio.[8]

Obras principais

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Título em japonês Título em português (em inglês) Ano
假面の告白
Kamen no Kokuhaku
Confissões de uma Máscara 1948
愛の渇き
Ai no Kawaki
Sede de Amar 1950
禁色
Kinjiki
Cores Proibidas 1953
潮騷
Shiosai
O Tumulto das Ondas 1954
金閣寺
Kinkaku-ji*
Brasil: O Templo do Pavilhão Dourado / Portugal: O Templo Doirado 1956
鏡子の家
Kyōko no Ie
A Casa de Kyoko 1959
宴のあと
Utage no Ato
Depois do Banquete 1960
午後の曳航
Gogo no Eikō
O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar 1963
絹と明察
Kinu to Meisatsu
Seda e Visão 1964
三熊野詣
Mikumano Mōde
(conto)
Atos de Adoração 1965
サド侯爵夫人
Sado Kōshaku Fujin
(peça)
Madame de Sade 1965
憂國
Yūkoku
(conto)
Patriotismo 1966
眞夏の死
Manatsu no Shi
Morte no Verão 1966
葉隠入門
Hagakure Nyūmon
O Caminho do Samurai 1967
わが友ヒットラー
Waga Tomo Hittorā
(peça)
Meu Amigo Hitler e outras peças 1968
太陽と鐡
Taiyō to Tetsu
Sol e Aço 1970

豐饒の海
Hōjō no Umi O Mar da Fertilidade tetralogia: (1969-1970)

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Título em japonês Título em português Ano
  I. 春の雪
  Haru no Yuki
   1. Neve de Primavera 1969
  II. 奔馬
  Honba
   2. Cavalos Selvagem 1969
  III. 曉の寺
  Akatsuki no Tera
   3. O Templo da Aurora 1970
  IV. 天人五衰
  Tennin Gosui
   4. A Queda do Anjo 1970

Referências

  1. Biografia pela The Internet Movie Database
  2. a b c d e Araújo, Pedro Henrique (Agosto de 2014). «Oriental demais, ocidental demais. Confuso o bastante». Livraria da Cultura. Revista da Cultura (85): 48-51 
  3. Naoki Inose & Hiroaki Sato, Persona: A Biography of Yukio Mishima (Naoki Inose, Hiroaki Sato) (Stone Bridge Pr 2012)
  4. a b c Artigo no jornal ingles “The Guardian”
  5. Nobel Prize Organization
  6. Mishima, Yukio; O Hagakure; A Etica dos Samurais; (1987); p 9; Editora Rocco ltda.
  7. Biografia de Yukio Mishima
  8. Lit Hub (26 de Março de 2018). «HOW TO VISIT THE GRAVES OF 75 FAMOUS WRITERS». Consultado em 28 de Março de 2018 

Ligações externas

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