Verdilhão
verdilhão Chloris chloris | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Chloris chloris Linnaeus, 1758 | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||
Carduelis chloris (ver texto) |
Verdilhão-europeu[2], verdilhão-ocidental[3] ou verdilhão (Chloris chloris [4] ou Carduelis chloris) é uma pequena ave passeriforme da família Fringillidae.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Tem entre 14 e 16 cm de comprimento,[5][6][7] uma envergadura de cerca de 25 a 28 cm,[6][8] um peso de 15 a 31 g[8] e é similar em forma e tamanho ao tentilhão, com um corpo robusto e rechonchudo.[5][9] A coloração do macho é essencialmente verde, com as margens das asas nas primárias amarelas tal como os bordos externos da cauda e o uropígio.[9] As partes inferiores são amareladas com os flancos cinzentos, a cauda é cinzenta e preta com os bordos amarelos e as asas são também cinzentas com amarelo nas margens. As partes superiores são verde-oliva, a cabeça é esverdeada e as bochechas são cinzentas.[9] As fêmeas e os juvenis têm tons mais escuros, com tons de castanho no dorso e com riscas escuras no peito e dorso nos juvenis.[5] O bico é espesso e cónico, cor de carne.[9]
Distribuição
[editar | editar código-fonte]Ocorre na Europa, norte de África e sudoeste da Ásia. É essencialmente residente, embora algumas populações mais a norte possam migrar para sul. Esta ave também foi introduzida na Austrália, na Nova Zelândia e no Uruguai. (IUCN 2014)
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]O verdilhão é uma das várias espécies originalmente descritas por Linnaeus, em 1758, na 10ª edição da sua obra Systema Naturae, com o nome de Loxia chloris.[10]
Análises filogenéticas recentes indicam que é parente próximo do Verdilhão-oriental (Chloris sinica) e do Verdilhão-de-peito-amarelo (Chloris spinoides), e que juntamente com o Verdilhão-de-cabeça-preta (Chloris ambigua) e o Verdilhão-do-vietname (Chloris monguilloti) pelo que foram integrados no género Chloris, recuperado, o que implicou uma revisão da taxonomia e das relações entre espécies, dividindo o género Carduelis.[4] [11] Consideram-se dez subespécies.[11][12]
Subespécies e sua Distribuição:
- C. c. chloris (Linnaeus, 1758) – norte da Escócia, Noruega e norte e centro da França para leste até aos Montes Urais centrais, noroeste do Cazaquistão e oeste da Sibéria, sul da Hungria e norte da Ucrânia; os pássaros que criam no nordeste migram para o sul da Europa, no inverno.
- C. c. chlorotica ( Bonaparte, 1850) – sul e centro da Turquia, Síria, Líbano, Israel, oeste da Jordânia e nordeste do Egito.
- C. c. aurantiiventris ( Cabanis, 1851) – Arquipélago da Madeira, Canárias , sul de França e Espanha (excepto noroeste), para leste até ao este da Croácia, oeste e sul da Grécia, Creta, Dodecaneso e Chipre, Também no norte da Tunísia e noroeste da Líbia; fora da época de reprodução, de Marrocos até ao norte do Egipto.
- C. c. muehlei (Parrot, 1905) – Sérvia, Macedónia, Roménia e para sul da Moldova até ao centro e sul da Grécia; Anatólia, fora da época de reprodução.
- C. c. turkestanica ( Zarudny, 1907) – oeste e norte de Tian Shan desde o sul do Cazaquistão até ao Quirguistão e Tajiquistão central; de inverno migra para o noroeste do Afeganistão.
- C. c. bilkevitchi ( Zarudny, 1911) – da Crimeia até ao Cáucaso, nordeste da Turquia, norte do Irão e sudoeste do Turquemenistão.
- C. c. madaraszi ( Tschusi, 1911) – Córsega e Sardenha.
- C. c. harrisoni ( Clancey, 1940) – Grã-Bretanha (exceto norte da Escócia) e Irlanda.
- C. c. vanmarli (Voous, 1951) – noroeste de Espanha, Portugal e noroeste de Marrocos.
- C. c. voousi (Roselaar, 1993) – do centro de Marrocos até ao norte da Argélia.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Chloris, "khloris" ou χλωρις (em lígua grega), de "khloros" ou χλωρος, significa amarelo-esverdeado, verde pálido ou pálido.
Habitat
[editar | editar código-fonte]A uma área de distribuição tão extensa, corresponde, pois, um habitat bastante variado. Podemos encontrar o verdilhão em bosques abertos e nas suas orlas, em zonas cobertas de mato e arbustos, em sebes, parques, jardins e terrenos cultivados.[8][9] Frequenta também pomares, bosques de coníferas, orlas das florestas, margens de cursos de água, prados e qualquer outra zona em que o acesso a sementes, frutos e insetos seja fácil.[7] É uma espécie residente, mas os pássaros mais a norte migram para sul, no inverno, dispersando-se por habitats variados, incluindo a orla marítima.[8][9] Adaptou-se bem à presença humana.[8]
Alimentação
[editar | editar código-fonte]Alimenta-se basicamente de sementes, principalmente de Polygonaceae, de Asteraceae, de Rosaceae e de cereais, mas também sementes de diversas árvores e arbustos[7] (ulmeiro, tília, pinheiro). Consome também pequenos frutos, bagas, rebentos e pequenos insetos (na época de reprodução).[8][9] Gosta especialmente de sementes de girassol,[8] sendo um frequentador assíduo dos alimentadores de pássaros existentes em parques e jardins.[6]
Nidificação
[editar | editar código-fonte]A época de reprodução tem lugar entre meados de Abril e fins de Agosto.[9] O ninho é construído pela fêmea, num arbusto, trepadeira, árvore pequena,[9] ou numa conífera,[7] com raminhos, ervas secas, musgos forrado com raízes finas, fibras vegetais, pelos, penas e lã.[7][8][9] A fêmea põe entre 4 e 6 ovos,[6][7][8][9] azuis-claro ou esbranquiçados com pintas roxas ou violeta.[8] A incubação dura 13 a 14 dias, feita pela fêmea que é alimentado pelo macho.[8][9] Quando nascem as crias estão cobertas por uma penugem comprida e acinzentada.[8] Nos primeiros dias são alimentadas pelos pais com larvas de insetos e depois são alimentadas com uma pasta de sementes regurgitada.[8][9] Deixam o ninho com 17-18 dias.[9] As fêmeas fazem, por ano, duas a três posturas.[7][8]
Comportamento
[editar | editar código-fonte]O verdilhão é uma ave solitária, mas fora do período de reprodução, no inverno, junta-se em bandos, que incluem pássaros de outras espécies.[9] No período de reprodução, o macho faz um voo ondulante, descrevendo círculos, com um batimento lento das asas, enquanto canta, para atrair a fêmea.[9]
Filogenia
[editar | editar código-fonte]Obtida por Arnaiz-Villena et al [13][14] e Zamora et al.[15]
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
Fêmea
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Verdilhão
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Ninho de verdilhão com ovos
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Verdilhões juvenis antes de deixarem o ninho
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Verdilhão em voo
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Juvenil
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Crias alimentadas pelos pais
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Verdilhão de costas
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Verdilhão fêmea
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Juvenil
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Juvenil macho.
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Juvenil independente.
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Ninho com ovos de Chloris chloris.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ «Fringillidae». Aves do Mundo. 26 de dezembro de 2021. Consultado em 5 de abril de 2024
- ↑ Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022
- ↑ a b Gill, F & D Donsker (Eds) (8 de janeiro de 2017). «Finches, euphonias». IOC World Bird List (v 7.1) (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2017
- ↑ a b c Svensson, L.; Mullarney, K.; Zetterström, D. (2009). Guia de Aves – Guia de Campo das Aves de Portugal e da Europa, 2ª ed., setembro 2012, Assírio & Alvim, Porto, Portugal. ISBN 978-972-0-79214-3. Pp. 380-381.
- ↑ a b c d Arkive Greenfinch Arquivado em 5 de setembro de 2015, no Wayback Machine.. Acesso a 22-06-2014.
- ↑ a b c d e f g Planetofbirds Greenfinch. Acesso a 22-06-2014.
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n Oiseaux-birds Verdier d’ Europe Acesso a 22-06-2014
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p Oiseaux.net Verdier d’ Europe Acesso a 23-06-2014
- ↑ Linnaeus, Carolus (1758). Systema Naturae (em latim). Holmiae: Laurentii Salvii. p. 304. OCLC 174638949 Acesso a 23-06-2014.
- ↑ a b The Internet Bird Collection European-greenfinch. Acesso a 22-05-2014.
- ↑ Avibase Carduelis chloris Acesso a 23-06-2014.
- ↑ Arnaiz-Villena, Antonio; Alvarez-Tejado M., Ruiz-del-Valle V., García-de-la-Torre C., Varela P, Recio M. J., Ferre S., Martinez-Laso J. (1998). «Phylogeny and rapid Northern and Southern Hemisphere speciation of goldfinches during the Miocene and Pliocene Epochs» (PDF). Cell.Mol.Life.Sci. 54(9): 1031–41
- ↑ Arnaiz-Villena, Antonio; Gomez-Prieto P, Ruiz-del-Valle V (2009). Phylogeography of Finches and Sparrows. [S.l.]: Nova Science. ISBN 978-1-60741-844-3. Consultado em 18 de outubro de 2014. Arquivado do original em 3 de novembro de 2013
- ↑ Zamora, J; Arnaiz-Villena A, Ernesto L, Ruiz-del-Valle V, Moscoso J, Serrano-Vela JI, Rivero-de-Aguilar J (2006). «Rhodopechys obsoleta (desert finch): a pale ancestor of greenfinches(Carduelis spp.) according to molecular phylogeny» (PDF). Journal of Ornithology. 147 (3.): 448–456.
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não é utilizado no texto da página.
- Avibase Verdilhão-comum. Acesso a 2 de julho de 2014.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Vídeos - Internet Bird Collection
- Onde observar o verdilhão