Teatro de Pompeia
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Herança nacional italiana (d) |
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O teatro de Pompeia faz parte de um complexo de edifícios públicos de entretenimento no setor sudoeste da cidade romana de Pompeia, soterrado junto com o resto da cidade na erupção do monte Vesúvio em 79 d.C. Pompeia possuía dois teatros, o Grande Teatro e o menor, também chamado Odeon. Ambos os teatros apresentam características arquiteturais dos teatros gregos, como os demais teatros romanos.
Origem
[editar | editar código-fonte]Os teatros romanos se popularizaram nos tempos da República romana, no inicio construídos em palcos de madeira provisórios e armados a céu aberto. Em Roma, o general Pompeu foi o primeiro a construir um teatro de pedra em 55 a.C., sendo que o teatro levou seu nome (Teatro de Pompeu). Anteriormente, os teatros tinham como característica sua efemeridade, pois podiam ser desmontados e montados em outro sítio.[1]
Porém, o teatro de Pompeia é ainda anterior ao de Roma, tendo sido construído já em pedra no século II a.C., aproveitando um declive natural do terreno e com espaço para 5 mil espectadores,[2] dentro das muralhas de Pompeia, localizado no distrito sudoeste da cidade, ao lado do Odeon (ou Pequeno Teatro), do Fórum Triangular e da Via Estabiana. Enquanto Augusto estava no poder, o teatro foi extensivamente restaurado e ampliado sob os cuidados dos irmãos Marco Holcônio Rufo e Marco Holcônio Celer. O arquiteto empregado pelo mesmo era um liberto, Marco Artório Primo, imortalizado em uma inscrição na parede externa perto da entrada (CIL, X, 833).[3][4]
Assim como os outros teatros por todo Império Romano, sua construção foi inspirada no modelo grego, lembrando que a arquitetura romana deriva mesma que é do período helenístico.
Estrutura do Teatro
[editar | editar código-fonte]O teatro é dividido em três divisões principais: a grande área externa, contendo assentos para os espectadores; a orquestra, a pequena porção semicircular delimitada pela cávea com uma entrada de cada lado e o palco, de frente para a orquestra. Os assentos funcionavam de forma similar em três seções semi-circulares principais. O mais baixo, a ima cavea, fica ao lado da orquestra e contém quatro saliências largas nas quais, assim como na própria orquestra, os membros do conselho da cidade, os decuriões, poderiam colocar suas cadeiras.[5]
- Frente do cenário/palco (Scenae frons), normalmente composto de uma dupla linha de colunas.
- Orquestra (Orchestra), semicírculo diante do proscênio, onde se sentavam as autoridades.
- Ádito (aditus), corredores laterais para entrada na orquestra.
- Cávea (cavea), estrutura semi-circular onde, segundo a escala social, sentavam-se os espectadores. Era sub-dividido em: cávea inferior (ima cavea), cávea média (media cavea) e cávia superior (summa cavea).
- Vomitórios (vomitoria): Entradas abobadadas por onde se acessava à cávea e que facilitavam a saída rápida dos espectadores.
- Proscênio (proscaenium), espaço diante do palco onde se desenrolava a ação dramática.
- Pórtico detrás do cenário (porticus post scaenam), espécie de pátio com colunas, detrás do cenário ou palco.[6]
Finalidade
[editar | editar código-fonte]Assim como o Anfiteatro de Pompeia, tanto o próprio teatro quanto as peças em si foram usados como símbolo de status e poder na cidade. Embora fosse um símbolo democrático, ainda havia separação na ordem dos assentos.[4] Haviam também varias entradas diferentes.
Havia muitos gêneros diferentes para todo tipo de prazer. Havia as obras clássicas do teatro grego, tragédias e comédias, obviamente traduzidas, mas também formas tipicamente romanas, como as farsas atelanas[4]. Os atores eram todos homens, também aqueles que representavam as partes femininas, e agiam com máscaras, para indicar as individualidades.[5]
Escavação
[editar | editar código-fonte]Os dois teatros de Pompeia fizeram parte dos primeiros conjuntos de escavações, ainda no século XVIII. Na época, os arqueólogos discutiam se a estratégia de escavação seria igual à do teatro de Herculano, onde foram escavados túneis para prospecção das ruínas a partir do nível corrente do chão, tentando evitar assim a desocupação total das casas da vila que estavam acima da cidade antiga. Por fim, foi decidido que em Pompeia as escavações seriam de toda a superfície,[7] e diversas missões ainda nesse século completaram a escavação principal (1764-1765; 1767-1769; 1773; 1789; 1791-1794). Escavações posteriores foram feitas apenas em 1902 e 1951.[8]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Dyson, Stephen L. (2010). Rome: A Living Portrait of an Ancient City. Johns Hopkins University Press, p. 59.
- ↑ GUZZO, P. G.; d'AMBROSIO, A. Pompeya. Guía a las excavaciones. Electa Napoli, 2013, p. 120.
- ↑ COOLEY, Alison E.; COOLEY, Melvin George Lowe. Pompeii and Herculaneum: A sourcebook. Routledge, 2013, p. 89.
- ↑ a b c BEARD, Mary. Pompeia: a vida de uma cidade romana. Rio de Janeiro: Record, 2016, p. 246.
- ↑ a b Beacham, Richard C. (1996). The Roman Theatre and Its Audience. Cambridge, MA: Harvard University Press.
- ↑ Beacham, Richard C. (1996). The Roman Theatre and Its Audience. Cambridge, MA: Harvard University Press, cap. 3, "Early Roman stages", p. 56-85.
- ↑ [http://www.fastionline.org/docs/FOLDER-con-2015-3.pdf De Caro, Stefano. Excavation and conservation at Pompeii: a conflicted history. Fasti Online, 2014.
- ↑ Archeologico di Pompeii - site oficial, em italiano
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- AMERY, Colin, and Brian Curran. (2002) The lost world of Pompeii. Getty Publications.
- BEACHAM, Richard C. (1991) The Roman theatre and its audience. Harvard University Press.
- DYER, Thomas Henry. (1875) Pompeii: its history, buildings, and antiquities. G. Bell and sons.
- LAURENCE, Ray. (2010) Roman Pompeii: space and society. Routledge.
- SEAR, Frank. (2006) Roman Theatres: an architectural study. Oxford University Press.
Ligações externas
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O Teatro de Pompeia está incluido no sítio "Áreas arqueológicas de Pompeia, Herculano e Torre Annunziata", Património Mundial da UNESCO. |