Saltar para o conteúdo

Sonangol

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sonangol E.P.
Sonangol
Sonangol
O "Edificio Sonangol", sede da empresa.
Empresa de capital fechado
Atividade Energia
Fundação 1953 (71 anos)
Sede Luanda,  Angola
Pessoas-chave Sebastião Pai Querido Gaspar Martins (presidente do conselho de administração)[1]
Empregados 10.000
Produtos Petróleo, Gás natural
Faturamento Baixa US$ 3,173 milhões (2023)[2]
Website oficial www.sonangol.co.ao

Sonangol (abreviação de Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola) é uma empresa estatal do ramo petrolífero, responsável pela administração e exploração do petróleo e gás natural em Angola. O grupo possui várias subsidiárias, que normalmente têm a própria Sonangol como principal cliente.

É estimado que Angola tenha mais de 5 mil milhões de barris de petróleo em reservas costeiras e de alto-mar. Longe de ser uma empresa "normal", a Sonangol foi desde o início um instrumento de primeira importância nas mãos do regime político, para efeitos de benefício mútuo - servindo consequente e eficazmente os interesses do poder político, e obtendo de lado deste todas as condições para prosperar.[3]

O percurso histórico da Sonangol começou, em 1953, com a fundação de uma subsidiária da companhia portuguesa Sociedade Anónima de Combustíveis e Óleos Refinados (SACOR). A subsidiária, que receberia o nome de Sociedade de Lubrificantes e Combustíveis-SARL (ANGOL), foi criada para iniciar a prospecção e futura extração de áreas petrolíferas descobertas na então colônia de Angola.

Com a independência de Angola e na sequência da tomada do poder pelo MPLA, a companhia ANGOL foi nacionalizada e dividida em duas, formando a "Sonangol U.E.E." e a "Direcção Nacional de Petróleos". A Diretiva 52/76 instruiu que a Sonangol deveria ser uma empresa estatal com poderes para administrar as reservas de gás e petróleo do país. Utilizando as instalações remanescentes da Texaco, FINA, Shell e Mobil, a Sonangol obteve a assistência da empresa argelina Sonatrach e da italiana Eni.

Na década de 1980 Angola permitiu alguma abertura ao capital estrangeiro no negócio da extração e refino do petróleo bruto, removendo o monopólio da estatal, tanto para minar a defasagem tecnológica, quanto como instrumento político para frear as ambições coloniais belgas, estadunidenses e francesas, que interferiam fortemente na Guerra Civil Angolana.

Em 1991 o governo angolano resolveu nomear Albina Africano como presidente da empresa; química que havia vindo da administração privada do negócio petrolífero no país, marcou a primeira tentativa de abertura de capitais na Sonangol.

Em 20 de dezembro 2011, a organização não governamental Human Rights Watch em Nova Iorque chegou a exigir que o Governo de Angola explicasse onde estão os 32 mil milhões de dólares em falta nos cofres do Estado, relacionados com a petrolífera estatal Sonangol.[4][5]

Em junho de 2016, o presidente de Angola nomeou Isabel dos Santos presidente da Sonangol,[6] naquele que foi considerado um dos atos de maior nepotismo do governo.[7]

Dos Santos foi exonerada do cargo de Presidente do Conselho de Administração da Sonangol em 15 de novembro de 2017, pelo novo presidente angolano João Lourenço.[8][9]

Organização

[editar | editar código-fonte]

Tida como a maior empresa de Angola, o Grupo Sonangol é formado por várias subsidiárias, que atuam em diferentes países, principalmente no Congo-Quinxassa, em Cabo Verde (através da Sonangol Cabo Verde) e em China através da empresa China Sonangol Resources Enterprise Ltd.[10]

A Sonangol possui ainda participações em empresas de diversos ramos como bancários, financeiros dentre outros, contando com mais de 30 subsidiárias. Além disso, ainda mantém subsedes operacionais nas seguintes cidades:

Sonangol é também uma importante patrocinadora das artes, desportos e serviços humanitários em Angola e em África.

Subsidiárias

[editar | editar código-fonte]

Para além da actuação na indústria petrolífera, o Grupo Sonangol presta também serviços nas indústrias de telecomunicações, transporte aéreo comercial, prestação de serviços de saúde e sector imobiliário. As subsidiárias do grupo são:[11]

  • Sonangol Holdings: controladora das subsidiárias
  • Empresa de Serviços e Sondagens de Angola, Lda. (ESSA):[12] atua no ramo de formação e capacitação de técnicos para a área petrolífera e segurança industrial
  • Sonangol Pesquisa & Produção:[13] responsável pela área de pesquisa, exploração, prospeção e produção de hidrocarbonetos
  • SonAir: ramo aeronáutico
  • Sonangol Gás Natural
  • Sonaship:[14] subsidiária que atua no ramo naval
  • MSTelcom (Mercury):[15] responsável pela gestão da área de telecomunicações da Sonangol
  • Sonangol Refinaria de Luanda
  • Sonangol Finance Limited
  • Sonaref
  • SIP
  • SONIP
  • Sonangol Logística
  • SIIND
  • Sonangol Distribuidora
  • Clinica Girassol
  • Sonangol Comercialização Internacional
  • Sonangol Hidro-Carbonetos
  • Academia Sonangol: responsável pelo sistema e políticas de formação corporativa da Sonangol
  • Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências: instituição de ensino superior[16]
  • Sonangol USA:[17] subsidiária para comercialização no mercado estadunidense
  • Sonangol Ltd:[18] subsidiária para comercialização no mercado britânico
  • Sonangol Shipping:[19] de transportes de hidrocarbonetos

Participações

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. [1]. sonangol.ao
  2. «Faturamento da Sonangol em 2024». Jornal Expansão. Consultado em 14 de dezembro de 2024 
  3. Ricardo Soares de Oliveira, Business success Angola-style: Post-colonial politics and the rise of Sonangol, in: Journal of Modern African Studies, 45 (4), 2007, pp. 595-619
  4. Angola: Human Rights Watch: Explain Missing Government Funds recuperado 21 de dezembro 2011 (inglês)
  5. Diário de Notícias: Faltam 25 mil milhões relacionados com a Sonangol[ligação inativa] recuperado 21 de dezembro 2011
  6. «Analista angolano defende nomeação de Isabel dos Santos para presidir à Sonangol». www.africa21digital.com. Consultado em 28 de julho de 2016. Arquivado do original em 21 de agosto de 2016 
  7. Filha de ex-presidente de Angola, Isabel dos Santos, é destituída de estatal petrolífera. O Globo. 15 de novembro de 2017.
  8. Exonerado Conselho de Administração da Sonangol, Angola: Angop (Agência Angola Press), 2017 
  9. PR exonera administração da Sonangol, Angola: Angop (Agência Angola Press), 2019 
  10. (em inglês) Reuters: China Sonangol Resources Enterprise Limited Proposes Name Change 10 de fevereiro 2011
  11. «Grupo Sonangol | Subsidiárias». Site Oficial da Sonangol EP 
  12. «Site da ESSA». Consultado em 18 de junho de 2011. Arquivado do original em 6 de julho de 2011 
  13. «Site oficial». Consultado em 18 de junho de 2011. Arquivado do original em 7 de março de 2012 
  14. Site da Sonaship[ligação inativa]
  15. «MSTelecom Site oficial». Consultado em 18 de junho de 2011. Arquivado do original em 4 de julho de 2011 
  16. [2]
  17. «Site oficial Sonangol USA». Consultado em 18 de junho de 2011. Arquivado do original em 17 de novembro de 2006 
  18. «Site oficial da Sonangol Ltd.». Consultado em 18 de junho de 2011. Arquivado do original em 7 de outubro de 2011 
  19. «Site oficial da Sonangol Shipping». Consultado em 18 de junho de 2011. Arquivado do original em 8 de março de 2012 
  20. Oi (2022). «Formulário de Referência - 2022 - OI S.A. - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL». Consultado em 13 de maio de 2023 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]