Saltar para o conteúdo

Amazônia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Selva amazônica)
 Nota: Não confundir com Amazonas, unidade federativa do Brasil. Para outros significados, veja Amazônia (desambiguação).
Amazônia
Fotografia aérea de uma pequena parte da Amazônia brasileira próxima a Manaus, Amazonas.
Fotografia aérea de uma pequena parte da Amazônia brasileira próxima a Manaus, Amazonas.

Fotografia aérea de uma pequena parte da Amazônia brasileira próxima a Manaus, Amazonas.
Bioma Floresta tropical
Área 5 500 000 km²
Países
Rios Amazonas
Ponto mais alto 2 993 metros (Pico da Neblina)
Mapa da ecorregião amazônica definida pelo WWF.
Mapa da ecorregião amazônica definida pelo WWF.

Mapa da ecorregião amazônica definida pelo WWF.


Amazônia(pt-BR) ou Amazónia(pt-PT?)[nota 1] é uma floresta latifoliada úmida que cobre a maior parte da Bacia Amazônica na América do Sul. Esta bacia (Marañon, Solimões, Amazonas) abrange 7 milhões de quilômetros quadrados distribuído por nove países: Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa (departamento ultramarino da França) e Suriname (atual Amazônia Natural),[1][2] dos quais 5 milhões e meio de quilômetros quadrados são cobertos pela esta floresta tropical.

Esta região inclui territórios pertencentes a nove nações. A maioria das florestas está contida dentro do Brasil, aproximadamente 60% da floresta, seguida pelo Peru com 16% e com partes menores na Colômbia, Equador, Bolívia, Venezuela, Guiana, Suriname e, a Guiana Francesa.[1][2] Estados ou departamentos de quatro nações vizinhas do Brasil têm o nome de Amazonas por isso (departamento colombiano Amazonas, estado venezuelano Amazonas). A Amazônia representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes no planeta e compreende a maior biodiversidade em uma floresta tropical no mundo. É um dos seis grandes biomas brasileiros.[nota 2]

No Brasil, por efeitos de governo e economia, a Amazônia é delimitada por uma área chamada "Amazônia Legal" definida a partir da criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), em 1966. É chamado também de Amazônia o bioma que, no Brasil, ocupa 49,29% do território e abrange três das cinco divisões regionais do país (Norte, Nordeste e Centro-Oeste), sendo o maior bioma terrestre do país.

Uma área de seis milhões de hectares no centro de sua bacia hidrográfica, incluindo o Parque Nacional do Jaú, foi considerada pela UNESCO, em 2000 (com extensão em 2003), Patrimônio da Humanidade. A Amazônia também foi pré-selecionada em 2008 como candidata a uma das sete maravilhas naturais do mundo, sendo classificada em primeiro lugar no Grupo E, a categoria para as florestas, parques nacionais e reservas naturais, em fevereiro de 2009.[3]

Entre 1540 e 1542, Francisco de Orellana desceu o rio Amazonas em toda sua extensão, a partir dos Andes. O rio foi batizado de rio Orellana,[4] também chamado entre outros nomes. Alguns trabalhos indicam também os nomes rio de la Canela, rio Grande de La Mar Dulce e rio Marañon.[5]

Orellana, através do frei Gaspar de Carvajal, seu cronista, relatou ter encontrado em um lugar ao longo do curso do rio, possíveis guerreiras indígenas que, através dele, as relacionou com as mitológicas Amazonas,[6] em referência a lendária tribo de mulheres guerreiras da mitologia helênica. A partir daí, o rio seria chamado rio das Amazonas, hoje Rio Amazonas, do qual derivou-se o termo Amazônia.[7][8][9][10]

Em 1808, Humboldt usaria o termo Hileia (Hylaea) para denominar a região.[11][12] Silva (1833) a chamaria de país das Amazonas (termo popularizado pelo barão Santa Anna Néri, 1899),[13] e Rugendas (1835) de região do Amazonas.

Martius (1858) a chamaria de Nayades.[14][15] Wappäus (1884) usaria os termos "zona equatorial", "mata tropical" ou "Hylaea do Amazonas".[16]

Gráfico com o percentual da Amazônia por país
Percentual da Amazônia contido em cada país.[17]
Parque Nacional de Anavilhanas, no Amazonas, Brasil.
Parque Nacional da Amazônia, no Pará, Brasil.
Parque Nacional do Juruena, no Mato Grosso, Brasil.
Parque Nacional do Pico da Neblina, Amazonas.
Parque Estadual Rio Negro Setor Sul, Amazonas.
Fotografia aérea da Amazônia boliviana
Floresta Amazônica na Guiana Francesa

A conceito de Amazônia pode variar dependendo do ponto de vista (fisiográfico, geomorfológico, biogeográfico, político, de planejamento territorial, etc.),[18] Da mesma maneira, variam sua extensão, suas subdivisões e a terminologia utilizada.

O Brasil aproximadamente 60% da área da bacia hidrográfica do rio Amazonas (Solimões/Amazonas),[1] mas a maior parte do território peruano está coberto por florestas amazônicas, cobrindo mais de 60% do país andino-amazônico (782,880.55 km²).[19][20]

País %
Brasil 60,30%
Peru 11,30%
Colômbia 6,95%
Bolívia 6,87%
Venezuela 6,73%
Guiana 3,02%
Suriname 2,10%
Equador 1,48%
Guiana Francesa 1,15%

Por biogeografia

[editar | editar código-fonte]

Divisão fitogeográfica de Ducke e Black (1954):[21]

  • Setor Atlântico
  • Setor Nordeste
  • Setor Sudeste
  • Setor Norte
  • Setor Sul

Divisão fitogeográfica proposta por Rizzini (1963):[22]

  • Província Amazônica (inclui Floresta amazônica e Campos do Alto Rio Branco)

Esquema biogeográfico, por Morrone (2001):[23]

Por ecologia da vegetação

[editar | editar código-fonte]

Em termos de vegetação, Martius (1824) já citava a distinção, na região amazônica, entre "mato virgem" (florestas), "gabós" (igapós) e "campinas".[24]

Spruce (1908) elencou os seguintes tipos de vegetação na Amazônia:[25]

  • mato (ou floresta virgem, de terra firme, caa-guaçú, monte alto),
  • matinho (capoeiras, florestas recentes, rastrojos),
  • floresta de gapó (ou ripárias, igapós, rebalsas),
  • florestas baixas (ou brancas, caa-tingas, monte bajo),
  • savanas (ou campos),
  • e caatinga-gapó.

Ducke e Black (1954) usaram as seguintes categorias:[26]

  • Florestas
    • Mata da várzea
    • Mata da terra firme
  • Áreas abertas ou savanas
    • Campos da várzea
    • Campos firmes
    • Campinas
  • Campinaranas (transição entre campos e florestas)
  • Catingas do alto rio Negro

Braga (1979) adotou um esquema e nomenclatura ligeiramente diferentes:[27]

  • Floresta de terra firme
  • Floresta de várzea
  • Floresta de igapó
  • Manguezais
  • Campos de várzea
  • Campos de terra firme
  • Campinas
  • Vegetação serrana
  • Vegetação de restinga

Tipos de vegetação por Rizzini (1997):[28]

Tipos de vegetação presentes na região florística amazônica, segundo o IBGE (2012):[15]

Bioma floresta de montanha

[editar | editar código-fonte]

Essas regiões contam com uma vegetação chamada de floresta de montanha e ocorrem desde o extremo oeste da Amazônia, no Peru e na Colômbia, em alguns locais da Bolívia, no estado brasileiro do Acre e na divisa do Brasil com a Venezuela. Nesse último local, é onde encontramos o Monte Roraima e o Pico da Neblina, considerado o ponto mais alto do Brasil.[29]

Bioma floresta de manguezais

[editar | editar código-fonte]

Os mangues propriamente ditos, chamam a atenção por suas raízes, que ficam expostas acima do solo lodoso e formam redes complexas capazes de sustentar os altos troncos e as copas cheias.[29]

Bioma savanas

[editar | editar código-fonte]

As savanas amazônicas não são as mesmas das encontradas no continente africano. Na verdade, possuem fisionomia parecida com o bioma do Cerrado, encontrado na parte central do Brasil. "É uma formação campestre, com vegetação de porte baixo, como gramíneas, e árvores tortuosas mais esparsas entre si", explica Viana.[29]

Bioma Floresta de Várzea

[editar | editar código-fonte]

Com duas classificações: várzea alta e várzea baixa. A várzea alta acompanha as margens dos rios, possui solos férteis e sua formação é densa e muito fechada, com árvores de 20 metros de altura em média. Já a várzea baixa, segundo Lopes, ocorre em áreas onde a água fica represada após a cheia dos rios e pode permanecer alagada por mais da metade do ano.[29]

Bioma Floresta de Igapó

[editar | editar código-fonte]

Assim como as várzeas, as florestas de igapó também entram na categoria de matas alagáveis da Amazônia. Mas com uma diferença. "Elas são permanentemente inundadas, não havendo um período em que a água dos rios escoa de volta", explica Pedro Viana, do museu Emílio Goeldi.[29]

Bioma Floresta de Terra Firme

[editar | editar código-fonte]

As matas de terra firme ocorrem nas regiões do bioma cujo relevo é mais alto e ficam longe das águas dos rios mesmo durante a estação chuvosa. Elessandra Nogueira Lopes, professora da Universidade Federal do Pará especialista em manejo e conservação do solo, explica que, justamente por isso, as características desse ecossistemas são marcadas por um solo profundo, relativamente pobre em nutrientes, mas com enorme quantidade e diversidade de árvores de grande porte.[29]

A floresta provavelmente se formou durante o período Eoceno. Ela apareceu na sequência de uma redução global das temperaturas tropicais do Oceano Atlântico, quando ele tinha se alargado o suficiente para proporcionar um clima quente e úmido para a bacia amazônica. A floresta tropical tem existido por pelo menos 55 milhões de anos e a maior parte da região permaneceu livre por biomas do tipo savanas por, pelo menos, até a Era do Gelo Atual, quando o clima era mais seco e as savanas mais generalizadas.[30][31]

Parte da Amazônia brasileira em área próxima a Manaus.
Vista do Parque Nacional de Manú, no Peru.

Após o evento da Extinção Cretáceo-Paleogeno, a subsequente extinção dos dinossauros e o clima mais úmido permitiram que a floresta tropical se espalhasse por todo o continente. No período de há 65 a 34 milhões de anos, a floresta se estendia a sul do Paralelo 45 S. Flutuações climáticas durante os últimos 34 milhões anos têm permitido que as regiões de savana se expandam para os trópicos. Durante o período Oligoceno, por exemplo, a floresta tropical atravessou a faixa relativamente estreita que ficava em sua maioria acima da latitude 15 °N. Expandiu-se novamente durante o Mioceno Médio e, em seguida recolheu-se a uma formação na maior parte do interior no último máximo glacial.[32] No entanto, a floresta ainda conseguiu prosperar durante estes períodos glaciais, permitindo a sobrevivência e a evolução de uma ampla diversidade de espécies.[33]

Durante Mioceno Médio, acredita-se que a bacia de drenagem da Amazônia foi dividida ao longo do meio do continente pelo Arco de Purus. A água no lado oriental fluiu para o Atlântico, enquanto a água a oeste fluiu em direção ao Pacífico através da Bacia do Amazonas. Com o crescimento do Andes, no entanto, uma grande bacia foi criada em um lago fechado, agora conhecida como a Bacia do Solimões. Dentro dos últimos 5-10 milhões de anos, esta acumulação de água rompeu o Arco de Purus, juntando-se em um fluxo único em direção ao leste do Oceano Atlântico.[34][35]

Há evidências de que tenha havido mudanças significativas na vegetação da floresta tropical amazônica ao longo dos últimos 21 000 anos através do Último Máximo Glacial e a subsequente deglaciação. Análises de depósitos de sedimentos de paleolagos da Bacia do Amazonas indicam que a precipitação na bacia durante o UMG foi menor do que a atual e isso foi quase certamente associado com uma cobertura vegetal tropical úmida reduzida na bacia.[36] Não há debate, no entanto, sobre quão extensa foi essa redução. Alguns cientistas argumentam que a floresta tropical foi reduzida para pequenos e isolados refugia, separados por floresta aberta e pastagens;[37] outros cientistas argumentam que a floresta tropical permaneceu em grande parte intacta, mas muito se estendeu muito menos para o norte, sul e leste do que é visto hoje.[38]

Presença humana

[editar | editar código-fonte]
Geoglifos em terras desmatadas na floresta amazônica do Acre, no Brasil.
Megalitos no Parque Arqueológico do Solstício, no estado do Amapá, erguidos há entre 500 e 2000 anos, provavelmente para a realização de observações astronômicas.

Com base em evidências arqueológicas de uma escavação na Caverna da Pedra Pintada (município brasileiro de Monte Alegre) habitantes humanos se estabeleceram na região amazônica pelo menos há mais de 11 mil anos;[39][40] populações paleoamericanas[41] (última glaciação no período Pleistoceno tardio).[42] O desenvolvimento posterior levou a assentamentos pré-históricos tardios ao longo da periferia da floresta em 1250 a.C., o que induziu a alterações na cobertura florestal.[43]

Durante muito tempo, pensou-se que a floresta amazônica havia sido sempre pouco povoada, já que seria impossível sustentar uma grande população através da agricultura, devido à pobreza do solo da região. A arqueóloga Betty Meggers foi uma importante defensora desta ideia, tal como descrito em seu livro "Amazônia: Homem e Cultura em um paraíso falsificado". Ela alegou que uma densidade populacional de 0,2 habitante por quilômetro quadrado era o máximo que poderia ser sustentado pela floresta tropical através da caça, sendo a agricultura necessária para acolher uma população maior.[44] No entanto, recentes descobertas antropológicas têm sugerido que a região amazônica realmente chegou a ser densamente povoada. Cerca de 5 milhões de pessoas podem ter vivido na Amazônia no ano de 1500, divididos entre densos assentamentos costeiros, tais como em Marajó, e moradores do interior (em 1900, a população tinha caído para 1 milhão e, no início dos anos 1980, era inferior a 200 mil pessoas).[45]

O aumento demográfico das populações amazônicas na época da Pré-História tardia, combinado a outros fatores, suscitou grandes transformações entre as sociedades indígenas da Amazônia.[46] Segundo arqueólogos, as sociedades que habitavam regiões da bacia amazônica passaram a se organizar de forma cada vez mais elaborada entre 1 000 a.C. e 1000 d.C.[47] Os arqueólogos definem estas sociedades como Cacicados Complexos;[48] que tornaram-se cada vez mais hierarquizadas (provavelmente contendo nobres, "plebeus" e servos cativos), com a constituição de uma chefia político-social centralizada na figura do cacique, adotação de posturas bélico-expansionistas. O comércio e os indícios arqueológicos apontam uma densidade demográfica de escala urbana nessas civilizações.[49] Acredita-se que a monocultura era praticada, além da caça e da pesca intensivas, a produção intensa de raízes e o armazenamento de alimentos.[50] Segundo a pesquisadora Anna Roosevelt, o desenvolvimento da agricultura intensiva nos tempos pré-históricos parece ter estado correlacionado à rápida expansão das populações das sociedades complexas.[51]

Crônicas do início do período colonial são hoje empregadas na reconstrução das antigas civilizações brasileiras, onde cronistas estrangeiros descreveram elementos indígenas do período dos cacicados complexos. A dissolução dessas organizações sociais normalmente é relacionada à conquista, submissão europeia, que teria abalado sua estrutura demográfica.[52]

O primeiro europeu a percorrer o comprimento do rio Amazonas foi o espanhol Francisco de Orellana em 1542.[53] O programa Unnatural Histories, da BBC, apresenta evidências de que Orellana, ao invés de exagerar em seus relatos, como se pensava anteriormente, estava correto em suas observações de que uma civilização complexa estava florescendo ao longo da Amazônia na década de 1540. Acredita-se que a civilização mais tarde foi devastada pela propagação de doenças provenientes da Europa, como a varíola.[54]

Desde os anos 1970, vários geoglifos foram descobertos em terras desmatadas datados entre o ano 0 e 1250, impulsionando alegações sobre civilizações pré-colombianas.[55][56] Alceu Ranzi, geógrafo brasileiro, é creditado pela primeira descoberta de geoglifos enquanto sobrevoava o estado do Acre.[57] A rede BBC apresentou provas de que a floresta amazônica, em vez de ser uma selva virgem, foi moldada pelos humanos há pelo menos 11 000 anos, através de práticas como a jardinagem florestal e a terra preta.[54]

A terra preta está distribuída por grandes áreas da floresta amazônica e é agora amplamente aceita como um produto resultante do manejo do solo pelos indígenas. O desenvolvimento deste solo fértil permitiu a agricultura e a silvicultura no antigo ambiente hostil, o que significa que grande parte da floresta amazônica é, provavelmente, o resultado de séculos de intervenção humana, mais do que um processo natural, como havia sido previamente suposto.[58] Na região das tribos do Xingu, restos de alguns destes grandes assentamentos no meio da floresta amazônica foram encontrados em 2003 por Michael Heckenberger e seus colegas da Universidade da Flórida. Entre os achados, estavam evidências de estradas, pontes e praças de grande porte.[59]

Estudos científicos

[editar | editar código-fonte]

Os conhecimentos sobre a Amazônia tiveram seu início com um longo período de observações empíricas por parte dos povos indígenas, em especial tupis e aruaques (Colômbia).[60] Nesta fase, foram identificados os principais padrões florísticos e ecológicos da região, além de selecionadas diversas plantas medicinais e madeiras úteis.[61] Nos séculos XVI a XVIII, deu-se a conquista da Amazônia por portugueses e espanhóis, com o arrasamento de populações locais. Tal processo foi atenuado por missões religiosas, que recuperaram parcialmente os conhecimentos indígenas. Nesta época, foram feitas as explorações de Orellana (1540 a 1542) e Pedro Teixeira (1638 a 1639), registradas pelos freis Gaspar de Carvajal e Cristóbal de Acuña, respectivamente. Também ocorreram as expedições de La Condamine (1743) e a "Viagem Filosófica" de Alexandre Rodrigues Ferreira (1783 a 1792).[61]

ATTO
Observatório de Torre Alta da Amazônia, no Amazonas.

No século XIX, Humboldt identificou a zonação altitudinal da vegetação. Entretanto, o alemão foi impedido de entrar no território brasileiro, podendo explorar apenas a Amazônia sob domínio espanhol. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808, os estudos do território, antes restritos, ganharam novo impulso. Ocorreram a Expedição Austríaca (1817 a 1835), com os naturalistas Carl von Martius e Johann Baptist von Spix, resultando na obra Flora Brasiliensis, feita com a colaboração de 65 botânicos,[61] além da Expedição Langsdorff (1824 a 1829), com os artistas Aimé-Adrien Taunay e Hércules Florence. Ainda neste período, marcado por relatos de viajantes ou estudos isolados, foram feitas observações importantes por Bates, Wallace, o casal Henri Coudreau e Olga Coudreau, Chermont de Miranda, Barbosa Rodrigues, João Alberto Masô, Ermanno Stradelli, Luigi Buscalioni e Richard Spruce.[61] Na fase seguinte, a pesquisa é institucionalizada, com a fundação, no final do século XIX, do Museu Goeldi, um centro de pesquisas e formação de pessoal nas áreas de história natural e etnografia. Dentre os estudos de relevo associados ao museu, estão os de Jacques Huber, Adolpho Ducke, João Murça Pires e William Antônio Rodrigues. O museu também serviu de modelo para a criação de outras instituições, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em 1952.[61]

Entre 1907 e 1915, ocorreram as expedições da Comissão Rondon, percorrendo Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas, acompanhada por diversos pesquisadores: na zoologia, Alípio de Miranda; na geologia, Euzébio de Oliveira; na antropologia, Roquette-Pinto; e na botânica, Frederico Carlos Hoehne e João Geraldo Kuhlmann.[62] Nos anos 1970 e 1980, o Projeto Radambrasil realizou um extenso levantamento do território com uso de imagens de radar.[61]

Em 2022 teve início o AmazonFACE, um programa de pesquisas científicas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em cooperação internacional com o governo britânico.[63] Localizado em estação de pesquisa do INPA a cerca de 80 km de Manaus (AM), o programa visa produzir conhecimento, por meio da tecnologia "Free-Air CO2 Enrichment" (FACE),[64] sobre a resiliência da floresta tropical frente às mudanças climáticas, com o objetivo de orientar políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas envolvendo a região Amazônica.[65]

Biotecnologia

[editar | editar código-fonte]

O enorme potencial de biodiversidade no bioma resultou na implementação do Centro de Biotecnologia da Amazônia. A iniciativa, composta por investimento público e privado, visa o desenvolvimento de novas tecnologias através do estudo do patrimônio biológico e cultural amazônico, além de soluções para problemas da indústria local. Um exemplo seria a pesquisa conduzida pelo Instituto Transire, transformando itens de descarte de peixarias em biodisel. O resultado é a economia de gastos com o consumo de energia elétrica pela empresa e a diminuição de resíduos orgânicos jogados nos rios, diminuindo a poluição dos corpos d'água. A energia mais barata permite aos frigoríficos, inclusive, estocar os produtos pescados durante o período permitido por lei, possibilitando que funcionem o ano todo.[66] Iniciativas similares também são pesquisadas em estados do nordeste do Brasil para viabilizar a produção de energia local para cidades e comunidades.[67][68]

Imagem de satélite da floresta Amazônica.

A Amazônia é uma das três grandes florestas tropicais do mundo e a maior floresta delas, enquanto perde em tamanho para a taiga siberiana que é uma floresta de coníferas, árvores em forma de cones, os pinheiros.[69][70]

A Floresta Amazônica possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas largas, situadas a aproximadamente 30 m acima do solo. A maior parte de seus cinco milhões de quilômetros quadrados, ou 42 por cento do território brasileiro, é composta por uma floresta que nunca se alaga, em uma planície de 130 a 200 m de altitude, formada por sedimentos do lago Belterra, que ocupou a bacia Amazônica há entre 1,8 milhão e 25 mil anos. Ao tempo em que os Andes se erguiam, os rios cavaram seu leito.[carece de fontes?]

Fotografia do limbo da Terra vista da Estação Espacial Internacional, sobre o Norte do Brasil, durante a Expedição 20. A vegetação da Amazônia, a maior floresta tropical da Terra, influencia fortemente o ciclo da água regional.

No Pleistoceno o clima da Amazônia alternou-se entre frio-seco, quente-úmido e quente-seco. Na última fase frio-seca, há cerca de 18 ou 12 mil anos, o clima amazônico era semiárido, e o máximo de umidade ocorreu há sete mil anos. Na fase semiárida, predominaram as formações vegetais abertas, como cerrado e caatinga, com "refúgios" onde sobrevivia a floresta. Atualmente o cerrado subsiste em abrigos no interior da mata.[carece de fontes?]

Atualmente, o clima na floresta Amazônica é equatorial, quente e úmido, devido à proximidade à Linha do Equador (contínua à Mata Atlântica), com a temperatura variando pouco durante o ano. As chuvas são abundantes, com as médias de precipitação anuais variando de 1 500 mm a 1 700 mm, podendo ultrapassar 3 000 mm na foz do rio Amazonas e no litoral do Amapá. O principal período chuvoso dura seis meses.[71] A Amazônia colombiana é a região mais extensa e menos povoada do território, que apresenta elevada umidade, pluviosidade e, calor,[72] assim como a Amazônia equatoriana, localizada no lado leste das montanhas, que também compartilha o clima das outras zonas da bacia amazônica.[73]

A Amazônia é considerada pela comunidade científica uma peça importante para o equilíbrio climático em quase toda a América do Sul. Parte da umidade do ar (que, posteriormente, se transforma em chuva) importante para as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil em vários meses do ano são justamente da Amazônia, levada pelos ventos para essas regiões. A Amazônia é importante para o equilíbrio do clima no Brasil, no Paraguai, no Uruguai e até na Argentina.[74][75]

Na Amazônia, há inúmeros rios caudalosos, devido à elevada pluviosidade na área, sendo que as mudanças nas vazões também sofrem efeitos das variações climáticas. Na Amazônia colombiana o rio Catatumbo tem 450 km de comprimento,[76] compreendendo os rios San Miguel, Zulia, Sardinata, Orú, Tarra e, os riachos Urugmita, Labranza, Seca, Cargamenta e, San Calixto/Maravilla.[77] O Catatumbo desemboca no lago de Maracaibo (maior da América do Sul), na Venezuela.[77][78]

Na Amazônia peruana, semelhante ao rio Amazonas brasileiro, esta região possui cachoeiras, sendo um atrativo turístico formado, onde se destaca: o bosque nublado, a Fortaleza de Kuélap e, a catarata de Gocta.[79]

Imagem de satélite do Delta do Amazonas entre os estados do Pará e do Amapá na região norte do Brasil

O rio Amazonas, localizado na América do Sul, é o maior rio em vazão de água da Terra e o segundo mais extenso do mundo, após o Rio Nilo. Com 6 992,06 quilômetros, percorre o norte da América do Sul, a floresta amazônica e deságua no Oceano Atlântico.[80] Possui mais de mil afluentes,[81] sendo que alguns deles, como o Madeira, o Negro e o Japurá, estão entre os 10 maiores rios do planeta.[82]

É, de longe, o rio com maior fluxo de água por vazão, com uma média superior que a dos próximos sete maiores rios combinados (excluindo Madeira e rio Negro, que são afluentes do próprio Amazonas). A Amazônia, que tem a maior bacia hidrográfica do mundo, com mais de 7 milhões de quilômetros quadrados, é responsável por cerca de um quinto do fluxo fluvial total do mundo,[83][84] sendo que a água que flui pelos rios amazônicos equivale a 20% da água doce líquida da Terra.[82]

O Amazonas tem sua origem na nascente do rio Apurímaque (alto da parte ocidental da cordilheira dos Andes), no sul do Peru, e deságua no oceano Atlântico, no norte brasileiro. Ao longo de seu percurso recebe, ainda no Peru, os nomes de Carhuasanta, Lloqueta, Apurímaque, Ene, Tambo, Ucaiáli e Amazonas. Ele entra no território brasileiro com o nome de rio Solimões e finalmente, em Manaus, após a junção com o rio Negro, assim que suas águas se misturam ele recebe o nome de Amazonas e como tal segue até a sua foz no oceano Atlântico. Sua foz é classificada como mista, por apresentar uma foz em estuário e em delta. O rio Amazonas é o único com uma foz mista no mundo.

A maior parte do rio está inserida na planície sedimentar Amazônica, embora a nascente em sua totalidade seja acidentada e de grande altitude. Marginalmente, a vegetação ribeirinha é, em sua maioria, exuberante, predominando as florestas equatoriais da Amazônia.[85] A área coberta por água no rio Amazonas e seus afluentes mais do que triplica durante as estações do ano. Em média, na estação seca, 110 000 km² estão submersos, enquanto que na estação das chuvas essa área chega a ser de 350 000 km². No seu ponto mais largo atinge na época seca 11 km de largura, que se transformam em 50 km durante as chuvas. Suas águas são barrentas e frias, alcançando a profundidade de 100 m. Por ser um rio de planície, é navegável em toda sua extensão. Em 2011 pesquisadores do Observatório Nacional anunciaram evidências da existência de um rio subterrâneo que corre abaixo do rio Amazonas, numa profundidade de 4 mil metros. O rio subterrâneo, que teria seis mil quilômetros de comprimento, foi batizado de Hamza, em homenagem a um dos pesquisadores, Valiya Hamza, indiano que vive no Brasil desde 1974.[86]

Biodiversidade

[editar | editar código-fonte]
Araracanga, ave natural da América tropical.

Florestas tropicais úmidas são biomas muito biodiversos e as florestas tropicais da América são consistentemente mais biodiversas do que as florestas úmidas da África e Ásia.[87] Com a maior extensão de floresta tropical da América, as florestas tropicais da Amazônia têm inigualável biodiversidade. Uma em cada dez espécies conhecidas no mundo vive na Floresta Amazônica.[88] Esta constitui a maior coleção de plantas vivas e espécies animais no mundo.

A região é o lar de cerca de 2,5 milhões de espécies de insetos,[89] dezenas de milhares de plantas e cerca de 2 000 aves e mamíferos. Até o momento, pelo menos 40 000 espécies de plantas, 3 000 de peixes, 1 294 aves, 427 mamíferos, 428 anfíbios e 378 répteis foram classificadas cientificamente na região.[90] Um em cada cinco de todos os pássaros no mundo vivem nas florestas tropicais da Amazônia. Os cientistas descreveram entre 96 660 e 128 843 espécies de invertebrados só no Brasil.[91]

A diversidade de espécies de plantas é a mais alta da Terra, sendo que alguns especialistas estimam que um quilômetro quadrado amazônico pode conter mais de mil tipos de árvores e milhares de espécies de outras plantas superiores. De acordo com um estudo de 2001, um quarto de quilômetro quadrado de floresta equatoriana suporta mais de 1 100 espécies de árvores.[92]

Um quilômetro quadrado de floresta amazônica pode conter cerca de 90 790 toneladas métricas de plantas vivas. A biomassa da planta média é estimada em 356 ± 47 toneladas ha−1.[93] Até o momento, cerca de 438 mil espécies de plantas de interesse econômico e social têm sido registradas na região, com muitas mais ainda a serem descobertas ou catalogadas.[94]

O desmatamento na Amazônia ameaça muitas espécies de rãs de árvore, que são muito sensíveis às mudanças ambientais. Na imagem, o Dendrobates leucomelas.

A área foliar verde das plantas e árvores na floresta varia em cerca de 25 por cento, como resultado de mudanças sazonais. Essa área expande-se durante a estação seca quando a luz solar é máxima, então sofre uma abscisão durante a estação úmida nublada. Estas mudanças fornecem um balanço de carbono entre fotossíntese e respiração.[95]

A floresta contém várias espécies que podem representar perigo. Entre as maiores criaturas predatórias estão o jacaré-açu, onça-pintada (ou jaguar), suçuarana (ou puma) e a sucuri. No rio Amazonas, enguias elétricas podem produzir um choque elétrico que pode atordoar ou matar, enquanto as piranhas são conhecidas por morder e machucar seres humanos. Em suas águas, também é possível se observar um dos maiores peixes de água doce do mundo, o pirarucu.[96] Várias espécies de sapos venenosos secretam toxinas lipofílicas alcaloides através de sua carne. Há também inúmeros parasitas e vetores de doenças. Morcegos-vampiros habitam na floresta e podem espalhar o vírus da raiva.[97] Malária, febre amarela e dengue também podem ser contraídas na região amazônica.[98]

A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora Brasiliensis (15 volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século XIX.[99] Todavia, a diversidade de espécies e a dificuldade de acesso às copas elevadas tornam ainda desconhecida grande parte das riquezas faunísticas.[100]

Na Amazônia Venezuelana, mais de metade das espécies de aves e mamíferos do país são encontradas nas florestas da Amazônia e ao sul do rio Orinoco.[101]

A Guiana possui a maior biodiversidade entre os países da comunidade CARICOM,[102][103] é uma das cinco áreas mais arborizadas do mundo com desmatamento inexistente,[103] e assinou um acordo de cooperação referente a região amazônica.[102]

Produção de oxigênio

[editar | editar código-fonte]
Paisagem da Amazônia a oeste de Manaus, no Brasil.
Vista aérea de uma região da Amazônia próxima a Manaus

A alegação de que a Amazônia seria o "pulmão do mundo" é bastante usada na mídia e em postagens de políticos[104] e celebridades[105] nas redes sociais. No entanto, quase todo o oxigênio respirável da Terra se origina de fitoplânctons que vivem nos oceanos do planeta e existe em quantidade suficiente para durar milhões de anos.[106]

A afirmação de que a Amazônia produz 20% de oxigênio é fisicamente impossível, visto que simplesmente não há dióxido de carbono suficiente na atmosfera da Terra para que as árvores fotossintetizem em um quinto do oxigênio do planeta.[107] Na realidade, cálculos baseados em um estudo de 2010[108] estima-se que as florestas tropicais são responsáveis por 34% da fotossíntese que ocorre em terra e a Amazônia representaria cerca de metade disso. Isso significaria que a Amazônia gera cerca de 16% do oxigênio produzido em terra.[109] Essa porcentagem cai para 9% quando se leva em consideração o oxigênio produzido pelo fitoplâncton no oceano. O Project Drawdown, que pesquisa soluções de mudanças climáticas, chegou a uma estimativa mais conservadora de 6%.[110] A fotossíntese das plantas é, em última análise, responsável pelo oxigênio respirável, apenas uma fração muito pequena do crescimento da planta realmente contribui para a reserva de oxigênio no ar. Mesmo que toda a matéria orgânica na Amazônia fosse queimada de uma só vez, menos de 1% do oxigênio do mundo seria consumido.[104][111]

Conservação e desmatamento

[editar | editar código-fonte]
Gráfico do histórico de desmatamento na Floresta Amazônica brasileira (1988-2023), de acordo com o INPE.

O desmatamento é a conversão de áreas florestais para áreas não florestadas. As principais fontes de desmatamento na Amazônia são assentamentos humanos e o desenvolvimento da terra.[112] Antes do início dos anos 1960, o acesso ao interior da floresta era muito restrito e a floresta permaneceu basicamente intacta.[113]

Fazendas estabelecidas durante a década de 1960 eram baseadas no cultivo e corte e no método de queimar. No entanto, os colonos eram incapazes de gerir os seus campos e culturas por causa da perda de fertilidade do solo e a invasão de ervas daninhas.[114] Os solos da Amazônia são produtivos por apenas um curto período de tempo, o que faz com que os agricultores estejam constantemente mudando-se para novas áreas e desmatando mais florestas.[114] Estas práticas agrícolas levaram ao desmatamento e causaram extensos danos ambientais.[115] O desmatamento é considerável e áreas desmatadas de floresta são visíveis a olho nu do espaço exterior.

Entre 1991 e 2000, a área total de floresta perdida na Amazônia subiu de 415 000 para 587 000 quilômetros quadrados, com a maioria da floresta desmatada sendo transformada em pastagens para o gado.[116] Setenta por cento das terras anteriormente florestadas da Amazônia e 91% das terras desmatadas desde 1970 são usadas para pastagem de gado.[117][118]

Vídeo de uma série de imagens de satélite do desmatamento em Rondônia.

O Brasil também é um dos maiores produtores mundiais de soja depois dos Estados Unidos. As necessidades dos agricultores de soja têm sido usadas para validar muitos dos projetos de transporte controversos que estão atualmente em desenvolvimento na Amazônia. As duas primeiras rodovias com sucesso abriram a floresta tropical e levaram ao aumento do desmatamento. A taxa de desmatamento médio anual entre 2000 e 2005 (22 392 km² por ano) foi 18% maior do que nos últimos cinco anos (19 018 km² por ano).[119] Na primeira década do século XXI, o desmatamento tinha diminuído significativamente na Amazônia brasileira.[120] No entanto, de acordo com dados do Instituto Socioambiental (Isa), nos dois primeiros meses de 2019 a destruição da vegetação nativa na bacia do rio Xingu atingiu 8 500 hectares de floresta, o equivalente a 10 milhões de árvores e superou em 54% o desmatamento no mesmo período em 2018. Os dados foram obtidos por meio do Sirad X, o sistema de monitoramento de desmatamento da Rede Xingu.[121] Em 21 de agosto de 2019, após o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) detectar mais 74 mil focos de incêndios florestais na Amazônia.[122]

Imagens de satélite do Inpe ao longo do rio Purus, no Amazonas, em 16 de agosto de 2019, mostrando várias nuvens de fumaça de incêndios florestais.

Ambientalistas estão preocupados com a perda de biodiversidade resultante da destruição da floresta. Outro fator preocupante é a emissão de carbono, que pode acelerar o aquecimento global. A vegetação da Amazônia possui cerca de 10% das reservas de carbono do mundo em seu ecossistema. Estudos mostram que o desmatamento insustentável da floresta levará à redução das chuvas e ao aumento da temperatura.[123][124][125][126]

Em agosto de 2017, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) a decisão do presidente Michel Temer de extinguir a Reserva Nacional do Cobre e seus associados (Renca), liberando uma área com 47 mil metros quadrados para mineração privada.[127] O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que "O decreto é o maior ataque à Amazônia dos últimos 50 anos. Nem a ditadura militar ousou tanto. Nem a Transamazônica foi tão ofensiva. Nunca imaginei que o governo tivesse tamanha ousadia". Gisele Bundchen também criticou a decisão dizendo: "VERGONHA! Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados". O diretor-executivo da World Wide Fund for Nature (WWF) no Brasil, Maurício Voivodic disse que "É uma tragédia realmente anunciada. Vai resultar em desmatamento, contaminação dos rios e o perigo da atividade mineira é associado a outras atividades ilegais, como garimpo. É uma visão antiga de desenvolvimento, da Amazônia como provedora de recursos naturais". Voivodic citou como exemplo o desastre de Mariana e do Rio Doce envolvendo a mineradora Samarco.[128]

Risco de colapso ecológico

[editar | editar código-fonte]

Devido às mudanças climáticas, há um alto risco de que o ecossistema amazônico entre em colapso nos próximos anos, especialmente porque a estação seca foi estendida em até um mês por ano nas últimas décadas.[129] Além disso, o desmatamento continua a ser um dos fatores destrutivos mais importantes na Amazônia. Até 2017, o desmatamento acumulado foi estimado em cerca de 800 000 hectares, aproximadamente 20% da floresta amazônica.[130] Outro fator destrutivo importante são os incêndios. Um estudo de dados de satélite constatou que, de 2003 a 2020, a maior ocorrência de incêndios na Amazônia não ocorreu em épocas de seca prolongada, mas dependeu mais das atividades agrícolas.[131] De acordo com o estudo, cerca de 20% das queimadas agrícolas se espalharam para áreas de floresta primária. Dados de satélite mostraram que as queimadas são muito menos frequentes em áreas classificadas como territórios indígenas.

A poluição do ar na Amazônia é causada principalmente pela queima de biomassa. Entretanto, outras fontes de poluição antropogênica são significativas. Entre elas estão as seguintes:[130]

  • Emissões de gás e aerossol de usinas termoelétricas.
  • Emissões de gás e aerossol em centros urbanos, como Manaus, Santa Cruz de la Sierra, Belém e São Luís.
  • Emissões de metano em represas.
  • Emissões de gás e aerossol de embarcações fluviais.
  • Ressuspensão de poeira proveniente de atividades de mineração.
  • Perturbação dos ecossistemas pela construção de novas estradas e rodovias, como a BR-319 e a Transamazônica.

Recentemente, a comunidade científica alertou sobre o processo acelerado de conversão do ecossistema amazônico em savana, especialmente no leste e no sul da bacia.[132] No entanto, o momento exato em que a Amazônia atingirá o ponto de não retorno ainda está sendo estudado.[129] O projeto de pesquisa AmazonFACE está procurando gerar respostas sobre como as mudanças climáticas estão afetando o ecossistema amazônico.[133] Foram identificadas espécies de árvores que podem absorver mais CO₂, um fator fundamental que poderia ajudar a tornar a floresta mais resiliente.[134] O projeto AmazonFACE é caracterizado por uma maioria de mulheres.[135]

A crescente destruição da Amazônia levou diferentes comunidades indígenas a se organizarem para defender o ecossistema. Um dos grupos mais ativos tem sido os "guardiões da floresta" do povo Guajajara. Entre 2000 e 2018, 42 indígenas Guajajara foram mortos em confrontos com invasores.[136] Devido ao alto nível de violência, os guardiões da floresta recorreram à defesa armada.[137] De acordo com Nina Gualinga, uma ativista indígena equatoriana, é importante manter a defesa da floresta como prioridade da luta indígena e evitar cair na armadilha dos mercados de carbono, que criam a ilusão de que estamos fazendo algo pela conservação dos sistemas naturais.[138] Recentemente, a União Internacional para a Conservação da Natureza decidiu incluir a representação indígena na organização com um status especial, no nível dos governos e das ONGs, como parte de um plano de ação global para acabar com a destruição e o extrativismo na Amazônia.[139]

Em 1879, iniciou o "holocausto da borracha", período de 30 anos que a indústria da borracha escravizou indígenas na Amazônia colombo-peruana, até quase sumirem.[140] Pois estima-se existir na época cerca de 50 mil à 100 mil nativos e, atualmente existem menos de 4 mil.[140] Período em que a árvore, o empresário, as expedições, os roubos, determinaram o destino da Amazônia colombo-peruana.[140]

Notas e referências

Notas

  1. Também chamada de Floresta/Selva Amazônica, Floresta Equatorial da Amazônia, Floresta Pluvial, ou Hileia Amazônica
  2. A respeito da aplicação do termo "bioma" à área fito- e biogeográfica da Amazônia, na literatura científica brasileira, em detrimento do uso internacional do termo, confira Bioma#História do conceito.

Referências

  1. a b c Silva, Maria do Socorro Rocha da (30 de agosto de 2013). «Bacia hidrográfica do Rio Amazonas: contribuição para o enquadramento e preservação». UNIVERSIDADEFEDERAL DO AMAZONAS (UFAM). PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA. Consultado em 18 de outubro de 2024 
  2. a b «A floresta habitada: História da ocupação humana na Amazônia». Imazon. 3 de setembro de 2015. Consultado em 17 de outubro de 2024 
  3. «New 7 Wonders of the Word: Live Ranking». Consultado em 3 de julho de 2011. Arquivado do original em 5 de julho de 2009 
  4. Carvajal, G. (1542). Relación del nuevo descubrimiento del famoso río Grande que descubrió por muy gran ventura el capitán Francisco de Orellana. Versión según la edición y notas de Mª de las Nieves Pinillos Iglesias realizada para Babelia, 2011, (PDF).
  5. Tocantins, Leandro (1983). O Rio comanda a vida: uma interpretação da Amazônia. Rio de Janeiro: Livraria J. Olympio, [1].
  6. MEDINA, José Toríbio (1504–1548). Carvajal carta I. [S.l.]: expensas del Sr. Duque de T`Serclaes de Tilly- Real Academia Hispano Americana de Ciencias, Artes y Letras. Consultado em 31 de outubro de 2019 
  7. Costa, M. L. et al. (2002). Muyrakytã ou muiraquitã, um talismã arqueológico em jade procedente da Amazônia: uma revisão histórica e considerações antropogeológicas. Acta Amazonica 32 (3): 467–490, [2].
  8. Prinz, U. (2008). As irmãs selvagens de Pentesileia. Goethe-Institut, [3].
  9. Barros, D.L.P. (2000). Os Discursos do descobrimento: 500 e mais anos de discursos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, [4].
  10. Millet de Saint-Adolphe, J.C.R. (1845). Diccionário Geográphico, Histórico e Descriptivo do Imperio do Brazil. Paris, 2 vol., [5], [6].
  11. Humboldt, A. von. (1808). Ansichten der Natur, mit wissenschaftlichen Erläuterungen. Tübingen, [7]. (2ª edição revisada: Stuttgart, Tübingen 1826, 2 vol.; 3ª edição: Stuttgart, Tübingen 1849.)
  12. Kohlhepp, G. (2006). Descobertas científicas da Expedição de Alexander von Humboldt na América Espanhola (1799-1804) sob ponto de vista geográfico. Revista de Biologia e Ciências da Terra 6(1): 260-278, [8].
  13. Côelho, A.C.A. (2008). O País das Amazonas: o imaginário da natureza amazônica na propaganda para imigração no século XIX. História e-História, [9] Arquivado em 3 de outubro de 2016, no Wayback Machine..
  14. Martius, C. F. P. von. (1858). Tabula geografica brasiliae et terrarum adjacentium exhibens itinera botanicorum et florae brasiliensis quinque provincias. In: Martius, C. F. P. von, Eichler, A. W. & Urban, I. (ed.). Flora brasiliensis. Monacchi et Lipsiae: R: Oldenbourg, 1840-1906, v. 1, pars 1, fasc. 21. Disponível em: <http://bdlb.bn.br/acervo/handle/123456789/48095> e <http://www.biodiversitylibrary.org/item/9632#page/136/mode/1up>.
  15. a b IBGE (2012). Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2a ed. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/vegetacao/manual_vegetacao.shtm>.
  16. Wappäus, J.E. (1884). A geographia physica do Brasil refundida. (Edição condensada). Rio de Janeiro: Typ. de G. Leuzinger, 470 p., [10]. [Título na capa interna O Brasil geographico e historico, vol. 1, A terra e o homem. Tradução aumentada de Wappäus, J.E. (1871). Handbuch der Geographie und Statistik des Kaiserreichs Brasilien, [11]. A segunda parte, sobre Geografia Política do Brasil, não foi traduzida para o Português.]
  17. Costa, Camilla (18 de fevereiro de 2020). «O que ameaça a Amazônia em seus 9 países?». BBC News Brasil. Consultado em 14 de agosto de 2023 
  18. Oliveira Jr., A. D. (2015). Amazônia: paisagem e região na obra de Eidorfe Moreira. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, 10(3), 569-581, [12].
  19. «Amazônia peruana, paraíso da biodiversidade e endemismos». Soy Loco Por Ti. 15 de junho de 2022. Consultado em 18 de outubro de 2024 
  20. Design, Storm (2 de junho de 2022). «As raízes do crime ambiental na Amazônia Peruana». Instituto Igarapé. Consultado em 18 de outubro de 2024 
  21. Dücke, A.; Black, O. A. (1954). Notas sobre a fitogeografia da Amazônia Brasileira. Bol. Técn. IAN, Belém, 29: 1-62. [13].
  22. Rizzini, C.T. (1963). Nota prévia sobre a divisão fitogeográfica do Brasil. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro: IBGE, ano 25, n. 1, p. 3-64, jan./mar. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1963_v25_n1.pdf>.
  23. Morrone, J. J. (2001). Biogeografía de América Latina y el Caribe. Zaragoza [Espanha]: Sociedad Entomológica Aragonesa - SEA. 148 p. (M&T: manuales y tesis SEA, v. 3). Disponível em: <http://www.bio-nica.info/biblioteca/Morrone2001Caribe.pdf>.
  24. Martius, C. F. P. von. (1824). Die Physiognomie des Pflanzenreiches in Brasilien. Eine Rede, gelesen in der am 14. Febr. 1824 gehaltnen Sitzung der Königlichen Bayerischen Akademie der Wissenschaften. München, Lindauer, Brasiliana, Google. [Tradução: "A fisionomia do reino vegetal no Brasil", por E. Niemeyer e C. Stellfeld. Arquivos do Museu Paranaense, v. 3, p. 239-271, 1943, pdf, Google; Boletim Geografico, v. 8, n. 95, p. 1294-1311, 1951, pdf, Google.] [Cf. p. 1299.]
  25. Spruce, Richard (1908). Notes of a botanist on the Amazon & Andes. Londres: Macmillan and co., 1908. [Cf. v. 1, p 211; v. 2, 354-356]
  26. Dücke e Black (1954), pp. 12, 37, 44.
  27. Braga, P. I. S. (1979). Subdivisão fitogeográfica, tipos de vegetação, conservação e inventário florístico da floresta amazônica. Acta Amazonica, suplemento, v. 9, n. 4, p. 53-80.
  28. Rizzini, C.T. (1997). Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. 2a edição. Rio de Janeiro, Âmbito Cultural, 1997. Volume único, 747 p.
  29. a b c d e f National Geografic(2020)[14]
  30. Morley, Robert J. (2000). Origin and Evolution of Tropical Rain Forests. [S.l.]: Wiley. ISBN 0471983268 
  31. Burnham, Robyn J.; Johnson, Kirk R. (2004). «South American palaeobotany and the origins of neotropical rainforests». Philosophical Transactions of the Royal Society. 359 (1450): 1595–1610. ISSN 0962-8436. PMC 1693437Acessível livremente. PMID 15519975. doi:10.1098/rstb.2004.1531 
  32. Maslin, Mark; Malhi, Yadvinder; Phillips, Oliver; Cowling, Sharon (2005). «New views on an old forest: assessing the longevity, resilience and future of the Amazon rainforest» (PDF). Transactions of the Institute of British Geographers. 30 (4): 477–499. doi:10.1111/j.1475-5661.2005.00181.x. Consultado em 25 de setembro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 1 de outubro de 2008 
  33. Malhi, Yadvinder; Phillips, Oliver (2005). Tropical Forests & Global Atmospheric Change. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 0198567065 
  34. Costa, João Batista Sena; Bemerguy, Ruth Léa; Hasui, Yociteru; Borges, Maurício da Silva (2001). «Tectonics and paleogeography along the Amazon river». Journal of South American Earth Sciences. 14 (4): 335–347. doi:10.1016/S0895-9811(01)00025-6 
  35. Milani, Edison José; Zalán, Pedro Victor (1999). «An outline of the geology and petroleum systems of the Paleozoic interior basins of South America» (PDF). Episodes. 22 (3): 199–205. Consultado em 25 de setembro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 1 de outubro de 2008 
  36. Colinvaux, P.A., De Oliveira, P.E. 2000. Palaeoecology and climate of the Amazon basin during the last glacial cycle. Wiley InterScience. (abstract[ligação inativa])
  37. Van der Hammen, T., Hooghiemstra, H.. 2002. Neogene and Quaternary history of vegetation, climate, and plant diversity in Amazonia. Elsevier Science Ltd. (abstract)
  38. Colinvaux, P. A.; De Oliveira, P. E.; Bush, M. B. (Janeiro de 2000). «Amazonian and neotropical plant communities on glacial time-scales: The failure of the aridity and refuge hypotheses». Quaternary Science Reviews. 19 (1–5): 141–169. doi:10.1016/S0277-3791(99)00059-1 
  39. Roosevelt, Anna C.; da Costa, Marcondes Lima; Machado, C. Lopes; Michab, M.; da Costa, M. Lima; Machado, C. Lopes;Michab, M.; Mercier, N.; Valladas, H.; Feathers, J.;Barnett, W.; da Silveira, M. Imazio; Henderson, A.;Sliva, J.; Chernoff, B.; Reese, D. S.; Holman, J. A.;Toth, N.; Schick, K.; (19 de abril de 1996). «Paleoindian Cave Dwellers in the Amazon: The Peopling of the Americas» (PDF). American Association for the Advancement of Science. Science. 272 (5260): 373–384. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.272.5260.373 – via hal-03601984. Resumo divulgativo 
  40. Schaan, Denise Pahl (2009). «A Amazônia em 1491». Universidade Estadual De Santa Cruz (UESC). Especiaria: Cadernos de Ciências Humanas (20,21). ISSN 2675-5432. Consultado em 21 de junho de 2023. Resumo divulgativo 
  41. Schaan, Denise Pahl (2009). «A Amazônia em 1491». Universidade Estadual De Santa Cruz (UESC). Especiaria: Cadernos de Ciências Humanas (20,21). ISSN 2675-5432. Consultado em 21 de junho de 2023. Resumo divulgativo 
  42. «Paleoamericanos provavelmente caçavam onde hoje estão os Grandes Lagos». 25 de agosto de 2009 
  43. Heckenberger, Michael J.; Kuikuro, Afukaka; Kuikuro, Urissapá Tabata; Russell, J. Christian; Schmidt, Morgan; Fausto, Carlos; Franchetto, Bruna (19 de setembro de 2003). «Amazonia 1492: Pristine Forest or Cultural Parkland?». Science. 301 (5640): 1710–1714. PMID 14500979. doi:10.1126/science.1086112 
  44. Meggers, Betty J. (19 de dezembro de 2003). «Revisiting Amazonia Circa 1492». Science. 302 (5653): 2067–2070. PMID 14684803. doi:10.1126/science.302.5653.2067b 
  45. Chris C. Park (2003). Tropical Rainforests. [S.l.]: Routledge. p. 108 
  46. John Roach. «Ancient Amazon Cities Found; Were Vast Urban Network» 
  47. Manuela Carneiro da Cunha (2008). «História dos Índios no Brasil» 
  48. Anna Roosevelt (1997). «Amazonian Indians from Prehistory to the Present» 
  49. Discovery News. «Ancient Amazon Civilization» 
  50. Monica Trindade e Mauricio Paiva. «Amazônia Antiga» 
  51. Anna Curtenius Roosevelt. «Arqueologia Amazônia» 
  52. «História da América Latina: América Latina Colonial» 
  53. Smith, A (1994). Explorers of the Amazon. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 0-226-76337-4 
  54. a b «Unnatural Histories - Amazon». BBC Four 
  55. Simon Romero (14 de janeiro de 2012). «Once Hidden by Forest, Carvings in Land Attest to Amazon's Lost World». The New York Times 
  56. Martti Pärssinen, Denise Schaan and Alceu Ranzi (2009). «Pre-Columbian geometric earthworks in the upper Purús: a complex society in western Amazonia». Antiquity. 83 (322): 1084–1095 
  57. Charles C. Mann (2008). «Ancient Earthmovers Of the Amazon» (PDF). Science. 321: 1148–1152 
  58. The influence of human alteration has been generally underestimated, reports Darna L. Dufour: "Much of what has been considered natural forest in Amazonia is probably the result of hundreds of years of human use and management." "Use of Tropical Rainforests by Native Amazonians," BioScience 40, no. 9 (October 1990):658. For an example of how such peoples integrated planting into their nomadic lifestyles, see Rival, Laura, 1993. "The Growth of Family Trees: Understanding Huaorani Perceptions of the Forest," Man 28(4):635–652.
  59. Heckenberger, M.J.; Kuikuro, A; Kuikuro, UT; Russell, JC; Schmidt, M; Fausto, C; Franchetto, B (19 de setembro de 2003), «Amazonia 1492: Pristine Forest or Cultural Parkland?» (publicado em 2003), Science, 301 (5640), pp. 1710–14, PMID 14500979, doi:10.1126/science.1086112 
  60. «Historia de Colombia - Primeros Pobladores». Colombia - Presidencia de la República (em espanhol). Consultado em 13 de junho de 2023. Arquivado do original em 31 de julho de 2010 
  61. a b c d e f Ab'Saber (2002).
  62. Haag, Carlos (2012). Ciência para criar uma nação. Pesquia Fapesp, Edição 195, mai. 2012. link.
  63. «AmazonFACE faz pré-inauguração de sítio experimental para testar resiliência da floresta amazônica à mudança climática». Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. 9 de dezembro de 2022. Consultado em 21 de outubro de 2024 
  64. «Experimentos tentam descobrir como florestas reagem ao aumento de CO2 na atmosfera». Agência FAPESP. 9 de janeiro de 2020. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  65. «Sobre o programa». AmazonFACE. 2022. Consultado em 21 de outubro de 2024 
  66. Gravi, Vitor (26 de agosto de 2018). «Cabeça e rabo de peixe que serião descartados vão virar biodisel no Amazonas». A Crítica. Consultado em 26 de abril de 2021 
  67. «Biodiesel de peixe». ISTOÉ Independente. 9 de novembro de 2012. Consultado em 26 de abril de 2021 
  68. Melo, Givaldo Oliveira; Drummond, Ana Rita F. «Biodisel de Óleo de Peixe: Uma Alternativa para Regiões Semi-Áridas» (PDF). Congresso Brasileiro de Mamona & Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas. IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB – 2010: 30-35. Consultado em 26 de abril de 2021 
  69. Admin (5 de setembro de 2024). «Dia da Amazônia: maior floresta tropical do mundo contribui para a regulação do clima». PUCRS. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  70. «Descobrimos a maior floresta do planeta, e não é a Amazônia! - Mais Floresta». www.maisfloresta.com.br. 17 de janeiro de 2024. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  71. Redação ((o))eco (16 de junho de 2013). «Entendendo a Amazônia». ((o))eco. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  72. Iriarte, Helena (2006). Esta es Colombia. Ediciones Gamma S.A. pp. 24–25. ISBN 9589308910.
  73. «Ecuador». CIA World Factbook. Consultado em 25 de janeiro de 2011 
  74. «Devastação na Amazônia». G1 / TV Globo. Consultado em 26 de setembro de 2014 
  75. «Estudo Liga Desmatamento à Seca». G1 / Globo.com. Consultado em 1º de novembro de 2014 
  76. «Colombia Guía Enciclopédica» 
  77. a b «Hidrografía de Norte de Santander Colombia». www.cucutanuestra.com. Consultado em 18 de outubro de 2024 
  78. «O fascinante lugar na Venezuela declarado pela Nasa como 'capital mundial dos relâmpagos'». BBC News Brasil. 4 de maio de 2016. Consultado em 18 de outubro de 2024 
  79. «Amazônia peruana, paraíso da biodiversidade e endemismos». Soy Loco Por Ti. 15 de junho de 2022. Consultado em 18 de outubro de 2024 
  80. «Rio Amazonas». Agência Nacional de Águas (ANA). Consultado em 29 de junho de 2020 
  81. DVD Amazonas: Maior Rio do Mundo II (Produtora RWCine)
  82. a b Miguel Ángel Criado (15 de junho de 2017). El País, ed. «500 barragens ameaçam sufocar o Amazonas». Consultado em 16 de junho de 2017 
  83. Tom Sterling: Der Amazonas. Time-Life Bücher 1979, 8th German Printing, p. 19
  84. Smith, Nigel J.H. (2002). Amazon Sweet Sea: Land, Life, and Water at the River's Mouth. [S.l.]: University of Texas Press. pp. 1–2. ISBN 9780292777705 
  85. Milena Gaion Malosso (2007). Micropropagação de Acmella oleracea (L.) R. K. JANSEN e estabelecimento de meio de cultura para a conservação desta espécie em banco de germoplasma in vitro 1st ed. Manaus, AM: UFAM. CDU 577.21 (043.2) 
  86. «Cientistas anunciam rio subterrâneo de 6 mil km embaixo do Rio Amazonas». Estadão.com.br. 25 de agosto de 2011. Consultado em 8 de julho de 2012 
  87. Turner, I.M. 2001. The ecology of trees in the tropical rain forest. Cambridge University Press, Cambridge. ISBN 0-521-80183-4
  88. «Amazon Rainforest, Amazon Plants, Amazon River Animals». World Wide Fund for Nature. Consultado em 6 de maio de 2008 
  89. «Photos / Pictures of the Amazon Rainforest». Travel.mongabay.com. Consultado em 18 de dezembro de 2008 
  90. Da Silva, Jose Maria Cardoso; et al. (2005). «The Fate of the Amazonian Areas of Endemism». Conservation Biology. 19 (3): 689–694. doi:10.1111/j.1523-1739.2005.00705.x 
  91. Lewinsohn, Thomas M.; Paulo Inácio Prado (junho de 2005). «How Many Species Are There in Brazil?». Conservation Biology. 19 (3): 619–624. doi:10.1111/j.1523-1739.2005.00680.x 
  92. Wright, S. Joseph (12 de outubro de 2001). «Plant diversity in tropical forests: a review of mechanisms of species coexistence». Oecologia. 130: 1–14. doi:10.1007/s004420100809 
  93. Laurance, William F.; Fearnside, Philip M.; Laurance, Susan G.; Delamonica, Patricia; Lovejoy, Thomas E.; Rankin-de Merona, Judy M.; Chambers, Jeffrey Q.; Gascon, Claude (14 de junho de 1999). «Relationship between soils and Amazon forest biomass: a landscape-scale study». Forest Ecology and Management. 118 (1–3): 127–138. doi:10.1016/S0378-1127(98)00494-0 
  94. «Amazon Rainforest». South AmericaTravel Guide. Consultado em 19 de agosto de 2008. Arquivado do original em 12 de agosto de 2008 
  95. Mynenia, Ranga B.o; et al. (13 de março de 2007). «Large seasonal swings in leaf area of Amazon rainforests». Proceedings of the National Academy of Science. 104 (12): 4820–4823. PMC 1820882Acessível livremente. PMID 17360360. doi:10.1073/pnas.0611338104 
  96. Staff (2 de julho de 2007). «Piranha 'less deadly than feared'». BBC News Online. Consultado em 2 de julho de 2007 
  97. da Rosa, Elizabeth S. T. o; et al. (agosto de 2006). «Bat-transmitted Human Rabies Outbreaks, Brazilian Amazon» (PDF). Emerging Infectious Diseases. 12 (8): 1197–1202. PMID 16965697. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  98. «Amazônia tem mais de 30 vírus transmitidos por insetos que afetam o homem». O Globo. 16 de maio de 2019. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  99. Martius, Carl Friedrich Philipp von (1840). «Flora brasiliensis : sive enumeratio plantarum in Brasilia hactenus detectarum quas cura musei caes. reg. palat. vindobonensis suis aliorumque botanicorum studiis descriptas et methodo naturali digestas» (em latim). Consultado em 8 de novembro de 2024 
  100. «Fauna e Flora da Amazônia». ISPN - Instituto Sociedade, População e Natureza. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  101. Bevilacqua, M; Cardenas, L; Flores (2002). «State of Venezuela's forests: A case study of the Guayana Region» (em inglês). World Resources Institute. Consultado em 5 de maio de 2014 
  102. a b «Amazon fires: Seven countries sign forest protection pact». BBC News (em inglês). Consultado em 2 de outubro de 2007. Arquivado do original em 17 de julho de 2011 
  103. a b «Guyana» (em inglês). Consultado em 2 de outubro de 2007 
  104. a b Conversation, Scott Denning, The. «There's One Wrong Statistic Everyone's Sharing About The Devastating Amazon Fires». ScienceAlert (em inglês). Consultado em 9 de setembro de 2019 
  105. HASAN, ILMA (26 de agosto de 2019). «LEONARDO DICAPRIO HELPS RAISE $5 MILLION FOR AMAZON FIRES, CELEBRITIES CALL FOR ACTION» 
  106. Denning, Scott. «Amazon fires are destructive, but they aren't depleting Earth's oxygen supply» 
  107. «Will We Ever… Photosynthesise Like Plants?». Science & Innovation. 18 de setembro de 2012. Consultado em 9 de setembro de 2019 
  108. Papale, Dario; Woodward, F. Ian; Williams, Christopher; Viovy, Nicolas; Veenendaal, Elmar; Roupsard, Olivier; Oleson, Keith W.; Margolis, Hank; Luyssaert, Sebastiaan (13 de agosto de 2010). «Terrestrial Gross Carbon Dioxide Uptake: Global Distribution and Covariation with Climate». Science (em inglês). 329 (5993): 834–838. ISSN 0036-8075. PMID 20603496. doi:10.1126/science.1184984 
  109. «does the amazon provide 20% of our oxygen?». YADVINDER MALHI (em inglês). Consultado em 9 de setembro de 2019 
  110. «As the Amazon fires spread, so did these unfounded statistics». NewsBeezer. 24 de agosto de 2019 
  111. «Why the Amazon doesn't really produce 20% of the world's oxygen». Environment. 28 de agosto de 2019. Consultado em 9 de setembro de 2019 
  112. Various (2001). Bierregaard, Richard; Gascon, Claude; Lovejoy, Thomas E.; Mesquita, Rita, ed. Lessons from Amazonia: The Ecology and Conservation of a Fragmented Forest. [S.l.]: Yale University Press. ISBN 0300084838 
  113. Kirby, Kathryn R.; Laurance, William F.; Albernaz, Ana K.; Schroth, Götz; Fearnside, Philip M.; Bergen, Scott; M. Venticinque, Eduardo; Costa, Carlos da (2006). «The future of deforestation in the Brazilian Amazon». Futures. 38 (4): 432–453. doi:10.1016/j.futures.2005.07.011 
  114. a b Watkins and Griffiths, J. (2000). Forest Destruction and Sustainable Agriculture in the Brazilian Amazon: a Literature Review (Doctoral dissertation, The University of Reading, 2000). Dissertation Abstracts International, 15–17
  115. Williams, M. (2006). Deforesting the Earth: From Prehistory to Global Crisis Abridged ed. Chicago, IL: The University of Chicago Press. ISBN 0226899470 
  116. Centre for International Forestry Research (CIFOR) (2004)
  117. Steinfeld, Henning; Gerber, Pierre; Wassenaar, T. D.; Castel, Vincent (2006). Livestock's Long Shadow: Environmental Issues and Options. [S.l.]: Food and Agriculture Organization of the United Nations. ISBN 9251055718. Consultado em 19 de agosto de 2008 
  118. Margulis, Sergio (2004). Causes of Deforestation of the Brazilian Amazon (PDF). World Bank Working Paper No. 22. Washington D.C.: The World Bank. ISBN 0821356917. Consultado em 4 de setembro de 2008 
  119. Barreto, P.; Souza Jr. C.; Noguerón, R.; Anderson, A. & Salomão, R. 2006. Human Pressure on the Brazilian Amazon Forests[ligação inativa]. Imazon. Retrieved September 28, 2006. (The Imazon web site contains many resources relating to the Brazilian Amazonia.)
  120. INPE: Estimativas Anuais desde 1988 até 2009
  121. Congresso em Foco, ed. (10 de abril de 2019). «Meio ambiente enfrenta retrocessos e desmonte nos primeiros 100 dias do governo Bolsonaro, apontam ambientalistas». Consultado em 16 de maio de 2019 
  122. Oliveira, Joana (22 de agosto de 2019). «Onda de incêndios na Amazônia sobe e Governo admite descontrole "criminoso"». El País. Consultado em 22 de agosto de 2019 
  123. Cox, Betts, Jones, Spall and Totterdell. 2000. "Acceleration of global warming due to carbon-cycle feedbacks in a coupled climate model". Nature, November 9, 2000
  124. Nobre, Carlos; Lovejoy, Thomas E. (1 de fevereiro de 2018). «Amazon Tipping Point». Science Advances (em inglês). 4 (2): eaat2340. ISSN 2375-2548. doi:10.1126/sciadv.aat2340 
  125. Harvey, Fiona (5 de outubro de 2020). «Amazon near tipping point of switching from rainforest to savannah – study». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 18 de outubro de 2020 
  126. Banerjee, Onil; Cicowiez, Martin; Macedo, Marcia N; Malek, Žiga; Verburg, Peter H; Goodwin, Sean; Vargas, Renato; Rattis, Ludmila; Bagstad, Kenneth J (1 de dezembro de 2022). «Can we avert an Amazon tipping point? The economic and environmental costs». Environmental Research Letters (12). 125005 páginas. ISSN 1748-9326. doi:10.1088/1748-9326/aca3b8. Consultado em 12 de dezembro de 2022 
  127. «Gisele Bündchen critica decreto de Temer sobre Amazônia: 'Leilão'». Veja. Consultado em 16 de setembro de 2017 
  128. Carola Solé (25 de agosto de 2017). «'SOS Amazônia': abertura de reserva à mineração gera polêmica». Yahoo!. Consultado em 14 de setembro de 2017 
  129. a b Amigo, Ignacio (25 de fevereiro de 2020). «When will the Amazon hit a tipping point?». Nature (em inglês) (7796): 505–507. doi:10.1038/d41586-020-00508-4. Consultado em 28 de junho de 2023 
  130. a b Pöhlker, Christopher; Walter, David; Paulsen, Hauke; Könemann, Tobias; Rodríguez-Caballero, Emilio; Moran-Zuloaga, Daniel; Brito, Joel; Carbone, Samara; Degrendele, Céline (3 de julho de 2019). «Land cover and its transformation in the backward trajectory footprint region of the Amazon Tall Tower Observatory». Atmospheric Chemistry and Physics (em inglês) (13): 8425–8470. ISSN 1680-7316. doi:10.5194/acp-19-8425-2019. Consultado em 28 de junho de 2023 
  131. Silveira, Marcus V. F.; Silva‐Junior, Celso H. L.; Anderson, Liana O.; Aragão, Luiz E. O. C. (outubro de 2022). «Amazon fires in the 21st century: The year of 2020 in evidence». Global Ecology and Biogeography (em inglês) (10): 2026–2040. ISSN 1466-822X. doi:10.1111/geb.13577. Consultado em 28 de junho de 2023 
  132. Lovejoy, Thomas E.; Nobre, Carlos (6 de dezembro de 2019). «Amazon tipping point: Last chance for action». Science Advances (em inglês) (12). ISSN 2375-2548. PMID 32064324. doi:10.1126/sciadv.aba2949. Consultado em 28 de junho de 2023 
  133. «Sobre o programa - AmazonFACE». 19 de novembro de 2022. Consultado em 28 de junho de 2023 
  134. Lugli, Laynara F. (maio de 2020). «Digging deeper? Biomass allocation patterns in trees and lianas in tropical seasonal forests». New Phytologist (em inglês) (3): 639–640. ISSN 0028-646X. doi:10.1111/nph.16366. Consultado em 28 de junho de 2023 
  135. «Presença feminina no AmazonFACE inspira mulheres cientistas - AmazonFACE». 8 de março de 2023. Consultado em 28 de junho de 2023 
  136. «Deforestation Hits Home: Indigenous Communities Fight for the Future of Their Amazon». CSIS Journalism Bootcamp (em inglês). 26 de janeiro de 2021. Consultado em 28 de junho de 2023 
  137. FRANCE24.Espanol (21 de setembro de 2019). «La lucha forestal de los Guajajara, los "guardianes" de la Amazonía brasileña». France 24. Consultado em 28 de junho de 2023 
  138. «Protecting indigenous peoples' rights is a "collective fight"». OHCHR (em inglês). Consultado em 28 de junho de 2023 
  139. «Indígenas impulsan plan para proteger el 80 % de la Amazonia – DW – 06/09/2021». dw.com (em espanhol). Consultado em 28 de junho de 2023 
  140. a b c «'Paraíso do Diabo': as atrocidades do 'holocausto da borracha' na Amazônia colombiana». BBC News Brasil. Consultado em 28 de novembro de 2024 
  • Ab'Saber, A. (2002). Bases para o estudo dos ecossistemas da Amazônia brasileira. Estudos Avançados 16(45): 7-30, [15].
  • Ab'Sáber, A. (2003). Domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São paulo: Ateliê Edtorial, [16].
  • Ab'Sáber, A. (2004). Amazônia: do discurso à práxis. 2a ed. São Paulo: Edusp, [17]. (1a ed., 1996).
  • Barreto, G. (2006). Um dia na Amazônia. Literatura Infantil. Campanha da Fraternidade de 2007.
  • Hoorn, C., & Wesselingh, F. (Eds.). (2011). Amazonia, landscape and species evolution: a look into the past. John Wiley & Sons, [18].
  • Mesquita, T. (2005). Amazônia revelada: os descaminhos ao longo da BR-163 (filme). Brasília, CNPq. 90 min. son. color.
  • Murça Peres, J. (1984). "The Amazonian forest". In: Sioli, H. (ed.). The Amazon: limnology and landscape ecology of a mighty tropical river and its basin. pp. 581-602. Dordrecht, Holanda: Dr. W. Junk Publishers. link.
  • Pires, J. M. & Prance, G. T. (1985). The vegetation types of Brazilian Amazon. In: G. T. Prance & T. E. Lovejoy (ed.). Key Environment: Amazonia, p. 109-145. Pergamom Press, [19].
  • Torres, Maurício (org.) Amazônia revelada: os descaminhos ao longo da BR-163. Brasília: CNPq, 2005. Bibliografia. 496 p., fotografias. ISBN 85-86821-63-2
  • UFV (2006). Amazônia. Material da disciplina ENF448 - Recursos Naturais e Manejo de Ecossistemas. Viçosa: UFV, Departamento de Engenharia Florestal, [20].
  • Becker, Bertha K. (2005). «Geopolítica da Amazônia». Estudos Avançados. 19 (53). doi:10.1590/S0103-40142005000100005 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikiquote Citações no Wikiquote
Commons Imagens e media no Commons
Commons Categoria no Commons