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Lista de monarcas de Portugal

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(Redirecionado de Reis de Portugal)
Bandeira dos Reis de Portugal (séculos XVIII–XX)

Esta é uma lista de monarcas de Portugal desde o nascimento do conceito de Terra Portucalense como entidade semi-independente, passando pela independência de Portugal, que outorga definitivamente a Dom Afonso Henriques, então conde de Portucale, o título de primeiro rei de Portugal como Dom Afonso I. A lista segue até à Implantação da República Portuguesa, a 5 de outubro de 1910, que depôs o último rei português, Dom Manuel II.

Ver artigos principais: Condado Portucalense e Condado de Coimbra

Condes presores do Porto

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Ver artigo principal: Condado Portucalense

A reocupação e possível reconstrução ou fortificação de Portucale verificou-se após a presúria de Vímara Peres, em 868, vivendo, a partir de então, um próspero período da sua história: daí partiu toda a acção de reorganização, bem-sucedida, em alguns casos de repovoamento, para além dos limites da antiga diocese nela sediada, quer ao norte do rio Ave, quer ao sul do rio Douro. Por esta altura, o território designava-se de Terra Portugalense ou Portugalia. Desta forma, o antigo burgo de Portucale deu o nome a um novo estado ibérico.[1] Na Galiza, as terras portugalenses encontravam-se definidas como as situadas a sul do rio Lima, segundo documentação galega.

Os condes da casa de Vímara Peres nem sempre se sucederam em linha reta, recorrendo por vezes à sucessão cognática. Eram uma família com bastante influência, tendo o seu apogeu no século X.

Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento (s) Morte Notas
Vímara Peres c.820
Filho de Pedro Theon
868 873 Trudilde
Antes de 850
dois filhos
873
Guimarães
52–53 anos
Foi um dos responsáveis pela repovoação da linha entre os rios Minho e Douro e, auxiliado por cavaleiros da região, pela ação de presúria do burgo de Portucale (Porto), que foi assim definitivamente conquistado aos muçulmanos no ano de 868.[2] Nesse mesmo ano, tornou-se o primeiro conde de Portucale. Fundou Guimarães.
Lucídio Vimaranes c.850?
Guimarães
Filho de Vímara Peres e Trudilde
873 922 Gudilona Mendes de Coimbra
c.873
três filhos
922
Guimarães
71–72 anos
Apesar de ter tido filhos que lhe sobrevivessem, o seu sucessor foi o conde galego Mendo Gonçalves, o que prova que o condado não seria estritamente hereditário.[3]
Hermenegildo Guterres c.842
Filho de Guterre e Elvira[4]
912 Ermesinda Gatones de Bierzo
Entre 860 e 870[5]
sete filhos
depois de maio de 912
Guimarães
52–53 anos
Sendo a sua filha nora de Afonso III das Astúrias, à morte de Vímara Peres, terá sido nomeado conde de Portucale por este monarca, conjuntamente com Lucídio Vimaranes, filho de Vímara.[6] Hermenegildo surge na documentação leonesa como conde de Tui e Portucale [Porto].[6]
Monio Guterres c.890
Filho de Guterre Mendes de Coimbra e Ilduara Eres de Lugo
912 922 Elvira Aires de Coimbra
sete filhos
c.959[7]
68–69 anos
Neto de Hermenegildo, governou com Lucídio Vimaranes após a morte do avô.[6]
Mendo
Gonçalves I
c.900
Filho de Gonçalo Afonso Betote, Conde de Deza[8] e Teresa Eres de Lugo
922 c.943 Entre 915 e 920
seis filhos
c.943
c.42–43 anos
Provavelmente nomeado conde, dada a falta de parentesco com os condes anteriores. A sua nomeação estará possivelmente relacionada com o casamento da sua irmã Aragonta com Ordonho II de Leão. Há fontes que têm Mendo como morto em 928.[9]
Mumadona Dias c.900
Filha do Conde Diogo Fernandes e Oneca de Pamplona
c.943 950 c.969?
Guimarães
c.68–69 anos
Viúva de Mendo Gonçalves, governa o Condado sozinha após a morte do esposo. Foi a mulher mais poderosa do seu tempo no noroeste da Península Ibérica. Edificou o primeiro castelo de Guimarães. A sua suposta abdicação em 950 pode levar a pensar se o seu governo não se tratou de uma regência, mas o facto não é consensual.
Gonçalo Mendes c.925[10]
Filho de Mendo Gonçalves I e Mumadona Dias[8]
950 997 Ilduara Pais de Deza
Entre 935 e 940
cinco filhos

Ermesinda
c.983
sem filhos conhecidos[11]
c.997
Santiago de Compostela[12]
c.71–72 anos
O seu governo coincidiu com um período de turbulência no Ocidente Peninsular, marcado, não só por revoltas nobiliárquicas, mas também por ataques normandos e muçulmanos. Adversário dos reis Sancho I, e Ramiro III, foi um dos nobres que apoiaram e elevaram ao trono Ordonho IV e posteriormente Bermudo II. Em 997 intitulou-se magnus dux portucalensium.
Mendo
Gonçalves II
c.945?
Filho de Gonçalo Mendes e Ilduara Pais de Deza[13]
997 6 de outubro de 1008[14] Antes de 1008
nove filhos
6 de outubro de 1008[14]
c.62–63 anos?
Presença assídua na corte de Bermudo II, participou na educação do sucessor Afonso V e ainda na regência durante a menoridade deste, junto à rainha viúva, Elvira Garcia de Castela. Tornar-se-ia ainda sogro deste, pois casou uma sua filha com este monarca. Faleceu assassinado, possivelmente, por nobres revoltados. Apesar de, mais uma vez, ter descendência varonil, a sucessão não recaiu nos seus filhos.
Tutadona Moniz de Coimbra c.960?
Filha de Monio Froilaz de Coimbra e Elvira Pais de Deza
6 de outubro de 1008[14] 1025 1025
c.64–65 anos?
Viúva, sabe-se que governou o condado em conjunto com o sucessor do marido (Alvito Nunes),[15] provavelmente nomeado por Afonso V. Desconhece-se a razão deste governo conjunto.
Alvito Nunes c.985?
Filho de Nuno Alvites
1015 Gontinha
Antes de 1015
quatro filhos
1015
Castelo de Vermoim
c.29–30? anos
Bisneto paterno de Lucídio Vimaranes, é descendente em linha reta e por via agnática deste conde; a sua ascensão significou assim o regresso da família fundadora da presúria ao poder.[16] Governou em conjunto com Tutadona, a viúva do conde anterior.[17] Faleceu durante um ataque normando em Vermoim.
Nuno Alvites c.1000?
Filho de Alvito Nunes e Gontinha
1015 1028 Antes de 1028
três filhos
1028
c.27–28 anos?
Ilduara Mendes, filha de Mendo Gonçalves II e Nuno Alvites, filho de Alvito Nunes, unem-se em casamento, juntando-se no poder as duas principais linhagens da governação do condado.[18] Depois do assassinato de Nuno Alvites, Ilduara parece tomar a posição de regente durante a menoridade do filho[19][20]. Vive, no entanto, o suficiente para ver a morte do filho e regressar ao poder como regente do neto, também menor.
Ilduara Mendes c.1000?
Filha de Mendo Gonçalves II e Tutadona Moniz de Coimbra
1058
c.57–58 anos
Regência de Ilduara Mendes (1028–1043)
Mendo Nunes[13] c.1020?
Filho de Nuno Alvites e Ilduara Mendes
c.1043 1050[21] Desconhecida[22]
Antes de 1050
três filhos
1050
c.29–30 anos?
O seu governo coincidiu com a inauguração de uma nova dinastia no Reino de Leão, e uma nova política de administração territorial; assim, Mendo será talvez o primeiro conde a perder autoridade no seu próprio condadoː Fernando Magno recorre a nobres de condição inferior (os infanções) para a administração das diferentes terras, como Gomes Echigues (em Guimarães) ou Godinho Viegas (como governador de Portugal)
Regência de Ilduara Mendes (1050–1058)
Nuno Mendes c.1040?
Filho de Mendo Nunes
c.1058 28 de fevereiro de 1071 Gontinha
Antes de 1071
pelo menos um filho
28 de fevereiro de 1071
Mire de Tibães
c.30–31 anos?
As suas aspirações a uma maior autonomia dos portucalenses face ao Reino de Leão levaram-no a enfrentar Garcia II da Galiza em 1070,[23] confronto que culminou na desastrosa Batalha de Pedroso,[13] a 18 de fevereiro de 1071, de onde Nuno não sai vivo.[23][24] A sua única filha, e última descendente de Vímara Peres, Loba Nunes, desposou o alvazil Sisnando Davides, conde de Coimbra.

Condes presores de Coimbra

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Ver artigo principal: Condado de Coimbra

Apenas dez anos decorridos sobre a reconquista definitiva de Portucale tivesse sido tomada a cidade de Coimbra e erigida em condado independente às mãos de Hermenegildo Guterres em 878; a sua posição de charneira entre os mundos cristão e muçulmano permitiu uma vivência de maior paz no Entre-Douro-e-Minho, se bem que a região era alvo de incursões normandas regulares. As campanhas do Almançor, em finais do século X, porém, fizeram recuar a linha de fronteira de novo até ao Douro e o condado de Coimbra é suprimido em 987.

Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento (s) Morte Notas
Hermenegildo Guterres c.842
Filho de Guterre e Elvira[4]
878 912 Ermesinda Gatones de Bierzo
Entre 860 e 870[5]
sete filhos
depois de maio de 912
Guimarães
52–53 anos
Membro da Cúria régia do rei Afonso III, foi repovoador e conde de Coimbra.[25]
Aires Mendes Antes de 878
Filho de Hermenegildo Guterres e Ermesinda Gatones de Bierzo
912 924 Ermesinda Gondesendes
sete filhos
c.924 Dedicou-se, com o seu irmão Guterre, à fundação de mosteiros.
Monio Guterres c.890
Filho de Guterre Mendes e Ilduara Eres de Lugo
924 955[7] Elvira Aires de Coimbra
sete filhos
c.959[7]
c.68–69 anos
Sobrinho e genro do antecessor. O seu pai não está documentado como conde de Coimbra, mas é provável que Monio o fosse. Governou também o Condado de Portucale com Lucídio Vimaranes.[6]
Gonçalo Moniz c.920?
Filho de Monio Guterres e Elvira Aires de Coimbra
955 982 Mumadona Froilaz de Coimbra
sete filhos
c.982[26]
c.61–62 anos
Enviou uma embaixada a Córdova. Poderá ter sido ele o autor do envenenamento de Sancho I de Leão, conspirando contra o filho deste, Ramiro III de Leão. Foi um dos nobre portucalenses que reconheceu Bermudo II de Leão como Rei da Galiza em 981.[26]
Monio Gonçalves c.960?
Filho de Gonçalo Moniz e Mumadona Froilaz de Coimbra
982 987 Não casou c.988[26]
c.27–28 anos?
Em 987, as campanhas de Almançor conquistam Coimbra e a linha de defesa cristã recua até ao rio Douro. O condado desaparece.

Na segunda metade do século XI, reconstituiu-se ao sul o condado de Coimbra, que incluía ainda as terras de Lamego, Viseu e Feira, sendo entregue ao conde ou alvazil Sesnando Davides, que conquistara definitivamente a cidade, a 27 de dezembro de 1064. Este condado viria mais tarde a ser incorporado no Condado Portucalense.

Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento (s) Morte Notas
Alvazil
Sisnando Davides
c.1038
Tentúgal
Filho de David e Susana
27 de dezembro de 1064 25 de agosto de 1091 Loba Nunes de Portucale
um filho
25 de agosto de 1091
Coimbra
52–53 anos
Moçárabe português, terá sido ele a convencer Fernando Magno para a reconquista de Coimbra.[27] Desposou a filha do último conde de Portucale, mas não reclamou este condado para si após a desastrosa Batalha de Pedroso.
Martim Moniz de Ribadouro Antes de 1080
Filho de Monio Fromariques de Ribadouro e Elvira Gondesendes
25 de agosto de 1091 1093 Elvira Sisnandes de Coimbra
c.1080[28]
sem filhos
Depois de 1111 Genro do seu antecessor, acompanhou Afonso VI de Leão nas conquistas de Lisboa, Santarém e Sintra (que voltariam a cair em domínio muçulmano). Viu-se afastado do cargo de conde por este mesmo monarca.

Condes presores de Chaves

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Além destas duas principais presúrias, há notícias de uma terceira, sediada em Chaves, criada em 872 e governada por um misterioso conde Odoário,[29] que seria um capitão ou mesmo um irmão rebelde de Afonso III de Leão.[30] Esta presúria seria o ponto central de uma expansão para sul que alcançaria Lamego.[31]

Condado Portucalense

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Ver artigo principal: Condado Portucalense

A ambição de Afonso VI de Leão reconstituiu a unidade dos Estados que vigorava no tempo do seu pai, Fernando I de Leão. Quando Garcia, o irmão de Afonso que fora deposto em 1071, faleceu na prisão em 1090, os territórios que haviam sido seus haviam já revertido para o genro de Afonso VI, Raimundo de Borgonha, que desde 1087 os governava como dote da esposa, Urraca de Leão e Castela.[32] A esta altura, o vigor das investidas Almorávidas recomendava a distribuição dos poderes militares, para melhor reforçar o território: um comando na zona central, entregue ao próprio rei Afonso VI, outro, não oficial, exercido por El Cid em Valência, e o terceiro a ocidente, entregue a Raimundo; este último não conseguiu defender eficazmente a linha do Tejo — tendo já perdido Lisboa, que fora cedida aos Leoneses pelo rei taifa de Badajoz, juntamente com Santarém, que estava também prestes a cair nas mãos dos Almorávidas — e essa será uma das razões que atribuem alguns historiadores modernos à decisão tomada por Afonso VI[33] de reforçar ainda mais a defesa militar ocidental, dividindo em duas a zona atribuída inicialmente a Raimundo, entregando a mais exposta a Henrique de Borgonha.

Dinastia de Borgonha

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Ver artigo principal: Dinastia de Borgonha
Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento (s) Morte Notas
Raimundo 1070
Besançon
Filho de Guilherme I, conde da Borgonha e Estefânia de Longwy
1087
(Portucale)[32]

1093
(Coimbra)
1096 Urraca de Leão e Castela
1087
dois filhos
24 de maio de 1107
Grajal de Campos
36–37 anos
Sepultado na Catedral de Santiago de Compostela
Genro de Afonso VI de Leão e Castela, do casamento com a herdeira deste recebeu, como dote, o Reino da Galiza, juntamente com o Condado de Portucale,[32] ao qual se juntaria mais tarde o de Coimbra. As fracas defesas a sul causaram a perda de Lisboa pelos cristãos, levando a que Afonso separasse os condados (que constituíam a zona mais exposta a investidas almorávidas[34]) da Galiza, e os entregasse a Henrique, na esperança de uma melhor gestão e defesa destes territórios.
Urraca 24 de junho de 1081
Leão
Filha de Afonso VI de Leão e Castela e Constança da Borgonha
Raimundo de Borgonha
1087
dois filhos

Afonso I de Aragão
1109
(anulado em 1112)
sem filhos
8 de março de 1126
Saldaña
44 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Governou o condado em conjunto com o marido.
Entre o final de 1095 e o início de 1096,[34] Afonso VI de Leão e Castela, após o desastre militar a sul comandado pelo genro Raimundo, e provavelmente sentindo o perigo da grande influência deste no Ocidente Peninsular,[34] unificou o Condado de Portucale e o Condado de Coimbra numa única entidade política, que entrega, como dote, à sua filha Teresa e ao respetivo esposo, Henrique de Borgonha, primo daquele, diminuindo assim a desigualdade de poder entre ambos.[34]
Henrique 1066
Dijon
Filho de Henrique de Borgonha e Sibila da Borgonha
1096 24 de abril de 1112 c.1093
seis filhos
24 de abril de 1112
Astorga
45–46 anos
Sepultado na Sé de Braga
Sobrinho paterno de Eudo I, Duque da Borgonha. Apoiado pelos interesses políticos clunicenses, introduz-se ambiciosamente na política do Reino vizinho, conquistando poder junto das cortes. Vendo-se na condição de subordinados ao rei, os condes ou governadores tinham amplos poderes administrativos, judiciais e militares, e o seu pensamento orientava-se, naturalmente, para a aquisição de uma completa autonomia quando, no caso português, as condições lhe eram propícias.
Teresa 1080
Filha de Afonso VI de Leão e Castela e Ximena Moniz
24 de junho de 1128 11 de novembro de 1130
Mosteiro de Montederramo (Galiza) ou Póvoa de Lanhoso
45–46 anos
Sepultada na Sé de Braga
Lutou para lhe ver reconhecida uma maior autoridade, o que logra quando, por volta de 1116–17, se intitula Ego regina Taresia de Portugal regis Ildefonssis filia,[35][36] condição reconhecida pelo Papa Pascoal II. Foi forçada, contudo, a prestar vassalagem ao Reino de Leão.[37] O seu envolvimento político e pessoal com o magnate galego Fernão Peres de Trava causou um descontentamento geral no seio da nobreza e clero portugueses, que culminou na Batalha de São Mamede, que a opôs ao seu filho e logrou depô-la.
Afonso I
O Conquistador
[38]
O Fundador
O Grande
25 de julho de 1109
Guimarães, Coimbra ou Viseu[39]
Filho de Henrique e Teresa
24 de junho de 1128 26 de julho de 1139 Mafalda de Saboia
março ou abril de 1146[40]
sete filhos
6 de dezembro de 1185
Coimbra
76 anos
Sepultado no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra
Inicialmente líder da grande maioria da nobreza e clero portugueses, que via nele a esperança de uma continuação da independência do Condado Portucalense, o que contrariava a intenção da condessa-rainha, que pretendia o domínio de toda a Galiza. Afonso armou-se cavaleiro, venceu a mãe na Batalha de São Mamede (1128) e assumiu o governo do condado.[41]

Reino de Portugal

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Ver artigo principal: Reino de Portugal
Ver artigo principal: Dinastia afonsina
1139–1247 1247–1383
Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento (s) Morte Notas
Afonso I
O Conquistador
[38]
O Fundador
25 de julho de 1109
Guimarães, Coimbra ou Viseu[39]
Filho de Henrique de Borgonha, conde de Portucale e Teresa de Leão
26 de julho de 1139 maio de 1169
(de facto)

6 de dezembro de 1185
(de jure)
Mafalda de Saboia
março ou abril de 1146[40]
sete filhos
6 de dezembro de 1185
Coimbra
76 anos
Sepultado no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra
Após a vitoriosa Batalha de Ourique (1139) passa a utilizar o título de rei a partir do ano 1140.[42] A independência portuguesa foi reconhecida pelo Tratado de Zamora (1143) e otorgada pelo papa Alexandre III com a bula Manifestis Probatum (1179).
Regência conjunta dos infantes Sancho (maio de 1169 – 6 de dezembro de 1185) e Teresa de Portugal (maio de 1169 – agosto de 1183)
Incapacitado na sequência do falhado Cerco de Badajoz[41] Afonso encarregou os seus dois filhos sobreviventes do governo do Reino:
o rei legou em Teresa as funções administrativas, e em Sancho as militares.[43]
Sancho I
O Povoador
11 de novembro de 1154
Coimbra
(Paço Real da Alcáçova)
Filho de Afonso I e Mafalda de Saboia
6 de dezembro de 1185 26 de março de 1211 Dulce de Aragão-Barcelona
1174
onze filhos
26 de março de 1211
Coimbra
56 anos
Sepultado no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra
Manteve Coimbra como o centro do reino. Terminou com as investidas na Galiza e dedicou-se a guerrear os mouros a Sul. Aproveitou a passagem pelo porto de Lisboa dos cruzados da terceira cruzada, na primavera de 1189, para conquistar Silves,[44] sucedida, mas que durou pouco mais de um ano. Concedeu várias cartas de foral principalmente na Beira e em Trás-os-Montes.
Afonso II
O Gordo

O Gafo
23 de abril de 1185
Coimbra
(Paço Real da Alcáçova)
Filho de Sancho I e Dulce de Aragão-Barcelona
26 de março de 1211 25 de março de 1223 Urraca de Castela
1206
cinco filhos
25 de março de 1223
Coimbra
38 anos
Sepultado no Mosteiro de Alcobaça
Foram criadas as primeiras leis escritas (relacionadas com propriedade privada, direito civil e cunhagem de moeda), e pela primeira vez reunidas cortes com representantes do clero e nobreza, em 1211 em Coimbra. Visando reforçar e centralizar o poder régio, foram realizadas Inquirições em 1220, para determinar a situação jurídica das propriedades e em que se baseavam os privilégios e imunidades dos proprietários. Não contestou fronteiras, nem se dedicou a atividade externa de relevo, já que se viu envolvido, desde o início do reinado, numa guerra com suas irmãs pelo testamento paterno.
Sancho II
O Capelo

8 de setembro de 1209
Coimbra
(Paço Real da Alcáçova)
Filho de Afonso II e Urraca de Castela
25 de abril de 1223 4 de dezembro de 1247 Mécia Lopes de Haro
1246
sem filhos
4 de janeiro de 1248
Coimbra
38 anos
Sepultado, provavelmente, na catedral de Toledo
Um reinado caracterizado por uma incapacidade administrativa, que levou o reino a um novo conflito interno, e que causou por sua vez a deposição pelo Papa Inocêncio IV no I Concílio de Lyon, em julho de 1245, sob a acusação de rex inutilis, viria a abdicar em 1247, exilando-se em Toledo, e vindo a falecer pouco tempo depois, em inícios de 1248. O seu reinado foi no entanto frutífero a nível militar: foram conquistadas várias praças alentejanas.
Regência de Afonso, Conde de Bolonha (4 de dezembro de 1247 – 4 de janeiro de 1248)
Afonso III
O Bolonhês
5 de maio de 1210[45]
Coimbra
(Paço Real da Alcáçova)
Filho de Afonso II e Urraca de Castela
4 de janeiro de 1248 16 de fevereiro de 1279 Matilde II, Condessa de Bolonha
1239
sem filhos

Beatriz de Castela I
1253
sete filhos
16 de fevereiro de 1279
Alcobaça
68 anos
Sepultado no Mosteiro de Alcobaça
Conde de Bolonha até 1253. Não assumiu oficialmente o trono até à morte do irmão em 1248. Terminou a reconquista cristã em Portugal com a célebre Conquista do Algarve (1249), e dedicou-se ao governo do reino: Realizaram-se novas Inquirições Gerais em 1258, como forma de controlo do crescente poderio da Nobreza. Limitou os abusos desta e concedeu inúmeros privilégios à Igreja. Recordado como excelente administrador, Afonso III organizou a administração pública, fundou várias vilas e concedeu o privilégio de cidade através do édito de várias cartas de foral.
Dinis
O Lavrador

O Trovador
9 de outubro de 1261
Lisboa
(Paço da Alcáçova / Castelo São Jorge)
Filho de Afonso III e Beatriz de Castela (I)
16 de fevereiro de 1279 7 de janeiro de 1325 Isabel de Aragão A Rainha Santa
11 de fevereiro de 1282
Barcelona
(por procuração)
26 de junho de 1282
Trancoso
(em pessoa)
dois filhos
7 de janeiro de 1325
Santarém
63 anos
Sepultado no Mosteiro de São Dinis em Odivelas
Em 1297, após a conclusão da Reconquista pelo seu pai, definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes, prosseguiu relevantes reformas judiciais, instituiu a língua portuguesa como língua oficial da corte, criou a primeira Universidade portuguesa, libertou as Ordens Militares no território nacional de influências estrangeiras e prosseguiu um sistemático acréscimo do centralismo régio. Ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro e organizou a exportação da produção excedente para outros países europeus. Foi ainda grande amante das artes e letras.
Afonso IV
O Bravo
8 de fevereiro de 1291
Lisboa
(Paço da Alcáçova / Castelo São Jorge)
Filho de Dinis I e Isabel de Aragão
7 de janeiro de 1325 28 de maio de 1357 Beatriz de Castela II
12 de setembro de 1309
sete filhos
28 de maio de 1357
Lisboa
66 anos
Sepultado na Sé de Lisboa
Em 1347 ocorreu um sismo em Coimbra, e no ano seguinte a peste negra assola o país, vitimando grande parte da população e causando grande desordem. O rei reagiu, promulgando legislação a reprimir a mendicidade e a ociosidade. Foi ainda lembrado como um comandante militar corajoso. Desenvolveu a marinha portuguesa, subsidiando a construção de uma marinha mercante e financiando as primeiras viagens de exploração Atlântica. As Ilhas Canárias foram descobertas no seu reinado. A última parte do reinado foi marcada por intrigas e conflitos políticos devidos à presença de refugiados da guerra civil entre Pedro I de Castela e o seu meio-irmão Henrique da Trastâmara.
Pedro I
O Justiceiro

O Cruel
8 de abril de 1320
Coimbra
(Paço Real da Alcáçova)
Filho de Afonso IV e Beatriz de Castela (II)
28 de maio de 1357 18 de janeiro de 1367 Constança Manuel de Castela
24 de agosto de 1339
Lisboa
três filhos

Inês de Castro
1346
(secreto)
1354
(oficial)
quatro filhos
18 de janeiro de 1367
Estremoz
46 anos
Sepultado no Mosteiro de Alcobaça
Revelou-se bom administrador, corajoso na defesa do país contra a influência papal (foi ele que promulgou o famoso Beneplácito Régio, que impedia a livre circulação de documentos eclesiásticos no país sem a sua autorização expressa), e foi justo na defesa das camadas menos favorecidas da população.
Fernando I
O Formoso

O Inconstante
31 de outubro de 1345
Coimbra
(Paço Real da Alcáçova)
Filho de Pedro I e Constança Manuel de Castela
18 de janeiro de 1367 22 de outubro de 1383 Leonor Teles de Meneses A Aleivosa
15 de maio de 1372
Porto
três filhos
22 de outubro de 1383
Lisboa
37 anos
Sepultado no Convento de São Francisco em Santarém
(restos mortais profanados e perdidos. Túmulo transportado para o Convento do Carmo em Lisboa)
Entrou em conflito com Castela na guerra de sucessão castelhana na sequência da morte de Pedro I de Castela (1369). Sem grandes resultados, e após fazer a paz, dedicou-se à administração do reino, mandou reparar e construir vários castelos e muralhas. Com vista ao desenvolvimento da agricultura promulgou a Lei das Sesmarias, que impedia o pousio nas terras susceptíveis de aproveitamento e procurava-se aumentar o número de braços dedicados à agricultura. Alargaram-se, também, as relações mercantis com o estrangeiro, e apoiou o desenvolvimento da marinha. Sem descendentes masculinos, o reino entrou numa nova fase de conflito político.
Regência de Leonor Teles de Meneses (22 de outubro de 1383 – 1384)
Beatriz 7 ou 13 de fevereiro de 1373[46]
Coimbra
(Paço Real da Alcáçova)
Filha de Fernando I e Leonor Teles de Meneses
22 de outubro de 1383 14 de dezembro de 1385 João I, Rei de Castela
17 de maio de 1383
Badajoz
sem filhos
1420[47]
Toro
46 ou 47 anos
Sepultada no Mosteiro de Sancti Spiritus el Real em Toro
Reconhecida como herdeira do seu pai desde as Cortes de Leiria de 1376. Ainda menor aquando da morte do pai, vários historiadores defendem que Beatriz terá reinado efetivamente como Rainha de Portugal,[48][49][50][51][52][53] embora na sombra da sua mãe, que exerceu a regência até 1384. Uma das provas mais contundentes do seu curto, mas efetivo reinado é o facto de possuir moeda cunhada. Afastada de Portugal, o seu reinado terminou efetivamente aquando da aclamação do Mestre de Avis como novo Rei, em 1385. Viúva ainda jovem, dedicou o resto da vida a ajudar os portugueses que lutaram pelos seus direitos dinásticos e que se haviam refugiado em Castela.
Ver artigo principal: Crise de 1383–1385 em Portugal

Durante o reinado de Beatriz, que a historiografia portuguesa não reconhece como seguro e efetivo, deu-se a designada crise sucessória, um período em que o trono teria permanecido vago até à ascensão ao trono do meio-irmão bastardo de Fernando I de Portugal, o Mestre de Avis João de Portugal. O período compreende as Regências (governo) de Leonor Teles e do próprio Mestre de Avis.

# Nome Início da regência Fim da regência Notas
D. Leonor Teles
22 de outubro de 1383 16 de dezembro de 1383 Exerce a regência nos termos do tratado de Salvaterra de Magos
D. João, Mestre de Avis
16 de dezembro de 1383 6 de abril de 1385
Ver artigo principal: Dinastia de Avis
Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento (s) Morte Notas
João I
O de Boa Memória
11 de abril de 1357
Lisboa
(Paço da Alcáçova / Castelo São Jorge)
Filho natural (ilegítimo) de Pedro I e Teresa Lourenço
6 de abril de 1385 14 de agosto de 1433 Filipa de Lencastre
14 de fevereiro de 1387
Porto
nove filhos
14 de agosto de 1433
Lisboa
76 anos
Sepultado no Mosteiro da Batalha
Venceu a Batalha de Aljubarrota (1385) e aliou-se à Inglaterra no Tratado de Windsor (1386). Iniciou a construção do Mosteiro da Batalha, comandou uma expedição a Ceuta e escreveu o Livro da Montaria.
Duarte I
O Eloquente

31 de outubro de 1391
Viseu
Filho de João I e Filipa de Lencastre
14 de agosto de 1433 9 de setembro de 1438 Leonor de Aragão
22 de setembro de 1428
Coimbra
nove filhos
9 de setembro de 1438
Tomar
46 anos
Sepultado no Mosteiro da Batalha
Participou na conquista de Ceuta (1415). Foi administrador meticuloso e governante de gabinete. O reinado breve foi ensombrado pelo desastre de Tânger, em 1437. Apesar disso, foi um rei culto e filósofo, escrevendo obras como Leal Conselheiro ou Arte de Bem Cavalgar toda a Sela.
Regências de Leonor de Aragão (9 de setembro de 1438 – dezembro de 1439) e Pedro, Duque de Coimbra (9 de setembro de 1438 – 20 de maio de 1449)
Exerceram esta função em conjunto, até 1439, quando uma reunião de Cortes, em Lisboa, depôs Leonor, e manteve Pedro, tio do monarca, na regência. Afonso revoltar-se-ia contra o tio na célebre Batalha de Alfarrobeira, em 1449, onde o derrotou e se proclamou oficialmente maior de idade.
Afonso V
O Africano
15 de janeiro de 1432
Sintra
(Palácio Real da Vila)
Filho de Duarte I e Leonor de Aragão
9 de setembro de 1438

15 de novembro de 1477
11 de novembro de 1477

28 de agosto de 1481
Isabel de Coimbra
6 de maio de 1447
Óbidos[54]
três filhos

Joana de Castela A Excelente Senhora
25 de maio de 1475
Plasencia
sem filhos
28 de agosto de 1481
Lisboa
49 anos
Sepultado no Mosteiro da Batalha
Vítima de uma conspiração cortesã, enfrenta o próprio regente na Batalha de Alfarrobeira (1449), onde o regente acaba por morrer. O seu cognome advém do interesse que sempre dedicou à exploração da costa africana. Conquista as praças de Alcácer Ceguer (1458), Arzila e Tânger (1471). Interveio na sucessão de Castela, para tentar uni-la, mas não logrou consegui-lo. Resignou da coroa para pedir ajuda a França, mas quando regressa, o filho, a quem entregara o poder real, devolve-lho (1477).
João II
O Príncipe Perfeito

3 de março de 1455
Lisboa
(Paço da Alcáçova / Castelo São Jorge)
Filho de Afonso V e Isabel de Coimbra
11 de novembro de 1477

28 de agosto de 1481
15 de novembro de 1477

25 de outubro de 1495
Leonor de Viseu
22 de janeiro de 1470
Setúbal
dois filhos
25 de outubro de 1495
Alvor
40 anos
Sepultado no Mosteiro da Batalha
Aclamado rei nas Cortes de Santarém de 1477; abdica ao regressar ao Reino o seu pai, quatro dias mais tarde. Reassume o poder após a morte deste em 1481. Reformou a centralização do poder régio e assinou o Tratado de Tordesilhas com Espanha (1494). Incentivou as letras, as artes e os estudos náuticos e reorganizou a assistência hospitalar. Não deixou descendência.
Manuel I
O Venturoso

31 de maio de 1469
Alcochete
Filho de Fernando de Portugal, Duque de Viseu e Beatriz de Portugal
25 de outubro de 1495[55] 13 de dezembro de 1521 Isabel de Aragão e Castela
30 de setembro de 1497
Valência de Alcântara
um filho

Maria de Aragão e Castela
30 de outubro de 1500
Alcácer do Sal
dez filhos

Leonor de Áustria
16 de julho de 1518
Saragoça
dois filhos
13 de dezembro de 1521
Lisboa
52 anos
Sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa
Neto de Duarte I e cunhado de João II. Dá-se o apogeu do Império Português com a descoberta do caminho marítimo para a Índia (1498),e do Brasil (1500), a conquista de Goa e Malaca (1510 e 1511), a tomada de Azamor (1513) e a embaixada ao Papa Leão X (1514). Publicou as Ordenações Manuelinas, e reformou os forais.
João III
O Piedoso

7 de junho de 1502
Lisboa
(Paço da Ribeira)
Filho de Manuel I e Maria de Aragão e Castela
13 de dezembro de 1521 11 de junho de 1557 Catarina de Áustria
10 de fevereiro de 1525
Tordesilhas
nove filhos
11 de junho de 1557
Lisboa
55 anos
Sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa
Presidiu ao apogeu da expansão marítima e ao declínio do Império. Estabeleceu contactos com a China e o Japão, intensificando ao mesmo tempo o comércio com a Índia e o Brasil. Introduziu a Companhia de Jesus, que evangelizou as colónias, e instituiu a Inquisição, assegurando a unidade da fé católica.
Regências de Catarina de Áustria (11 de junho de 1557 – 23 de dezembro de 1562) e Cardeal Henrique de Portugal
(23 de dezembro de 1562 – 20 de janeiro de 1568)

Regente em nome do neto menor, Catarina teve desavenças com ele, que a levaram a abdicar da regência em 1562, sendo substituída no cargo pelo Cardeal Henrique.
Sebastião
O Desejado

20 de janeiro de 1554
Lisboa
(Paço da Ribeira)
Filho de João Manuel, Príncipe de Portugal e Joana de Áustria
11 de junho de 1557 4 de agosto de 1578 Não casou 4 de agosto de 1578
Alcácer-Quibir
24 anos
Sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa.
Neto de João III. Sem sucessão assegurada, empreendeu uma expedição ao Norte de África, que culminou na Batalha de Alcácer-Quibir (1578).
Henrique
O Casto

31 de janeiro de 1512
Lisboa
(Paço da Ribeira)
Filho de Manuel I e Maria de Aragão e Castela
4 de agosto de 1578 31 de janeiro de 1580 Não casou 31 de janeiro de 1580
Almeirim
68 anos
Sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa
Irmão de João III. Começa por exercer a função de regente de Sebastião, mas face à morte inesperada do sobrinho-neto, ocupou o trono. Tentou preparar a sucessão, mas a sua avançada idade não lhe concedeu tempo suficiente para refrear as aspirações de Filipe II de Espanha ao trono português.
Conselho de Governadores do Reino de Portugal
31 de janeiro — 17 de julho de 1580[56]
D. António, Prior do Crato foi aclamado rei de Portugal a 9 de Junho de 1580, em Santarém, pelos seus partidários, opondo-se durante todo o resto da sua vida ao domínio filipino, todavia sem êxito.[57]
Ver artigo principal: Dinastia filipina
Ver artigo principal: Casa de Habsburgo

Os soberanos desta dinastia foram também reis de Espanha, Países Baixos, Nápoles, Sicília,Valência, Granada , duques da Borgonha, etc., títulos genericamente reunidos sob a designação de Reis de Espanha.

Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento (s) Morte Notas
Filipe I O Prudente 21 de maio de 1527
Valladolid
Filho de Carlos I de Espanha e Isabel de Portugal
16 de abril de 1581 13 de setembro de 1598 Maria Manuela de Portugal
15 de novembro de 1543
Salamanca
um filho

Maria I, Rainha de Inglaterra
25 de julho de 1554
Catedral de Winchester
sem filhos

Isabel de França
22 de junho de 1559
Catedral de Notre-Dame de Paris(por procuração)
quatro filhos

Ana de Áustria
4 de maio de 1570
Castelo de Praga
(por procuração)
seis filhos
13 de setembro de 1598
Escorial
71 anos
Sepultado no Mosteiro do Escorial
Filipe II O Pio 14 de abril de 1578
Madrid
Filho de Filipe I e Ana de Áustria
13 de setembro de 1598 31 de março de 1621 Margarida da Áustria
18 de abril de 1599
Catedral de Valência
oito filhos
31 de março de 1621
Madrid
42 anos
Sepultado no Mosteiro do Escorial
Filipe III O Grande 8 de abril de 1605
Valladolid
Filho de Filipe II e Margarida da Áustria
31 de março de 1621 1 de dezembro de 1640 Isabel de França
25 de novembro de 1615
Catedral de Burgos
oito filhos

Mariana de Áustria
7 de outubro de 1649
Navalcarnero
cinco filhos
17 de setembro de 1665
Madrid
60 anos
Sepultado no Mosteiro do Escorial

Durante este período de sessenta anos, os reis fizeram-se representar em Portugal por um vice-rei ou um corpo de governadores — veja a lista de vice-reis de Portugal.

À revolta de 1 de Dezembro de 1640 seguiu-se a Guerra da Aclamação, depois chamada, pela historiografia romântica do século XIX, como Guerra da Restauração.

Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento (s) Morte Notas
João IV
O Restaurador

19 de março de 1604
Paço Ducal de Vila Viçosa, Vila Viçosa
Filho de Teodósio II, Duque de Bragança e Ana de Velasco e Girón
15 de dezembro de 1640 6 de novembro de 1656 Luísa de Gusmão
12 de dezembro de 1633
Elvas
sete filhos
6 de novembro de 1656
Palácio da Ribeira, Lisboa
52 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Descendente de Manuel I de Portugal, foi proclamado a 1 de dezembro, mas só tomou oficialmente o trono a 15 de dezembro.
Regência de Luísa de Gusmão (6 de novembro de 1656 – 26 de junho de 1662)
Afonso VI
O Vitorioso

21 de agosto de 1643
Palácio da Ribeira, Lisboa
Filho de João IV e Luísa de Gusmão
6 de novembro de 1656 12 de setembro de 1683 Maria Francisca de Saboia-Nemours
27 de junho de 1666
La Rochelle
(por procuração, anulado a 24 de março de 1668)
sem filhos
12 de setembro de 1683
Palácio Nacional de Sintra, Sintra
40 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Revelou-se incapaz de governar, sendo dominado por regentes (Luísa de Gusmão e o Infante D. Pedro). Ironicamente cognominado "Vitorioso", pois foi no seu reinado que Portugal termina com a Guerra da Restauração, com a assinatura do Tratado de Lisboa, a 13 de fevereiro de 1668.
Regência do Infante Pedro de Portugal (23 de novembro de 1667 – 12 de setembro de 1683)
Pedro II
O Pacífico
26 de abril de 1648
Palácio da Ribeira, Lisboa
Filho de João IV e Luísa de Gusmão
12 de setembro de 1683 9 de dezembro de 1706 Maria Francisca de Saboia-Nemours
2 de abril de 1668
Lisboa
um filho

Maria Sofia do Palatinado-Neuburgo
2 de julho de 1687
Heidelberg
(por procuração)
sete filhos
9 de dezembro de 1706
Palácio de Palhavã, Lisboa
58 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Envolveu-se na Guerra de Sucessão Espanhola, e promoveu a exploração do Brasil.
João V
O Magnânimo

(João Francisco António José Bento Bernardo)
22 de outubro de 1689
Palácio da Ribeira, Lisboa
Filho de Pedro II e Maria Sofia do Palatinado-Neuburgo
9 de dezembro de 1706 31 de julho de 1750 Maria Ana de Áustria
9 de julho de 1708
Viena
(por procuração)
seis filhos
31 de julho de 1750
Palácio da Ribeira, Lisboa
63 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Acudiu o Papa na guerra contra os Turcos e enriqueceu País com a descoberta de ouro e diamantes no Brasil. Fundou o Convento de Mafra. Também foi responsável pela criação da Academia Real de Historia.
Regência de Maria Ana de Áustria (1742 – 31 de julho de 1750)
José I
O Reformador

(José Francisco António Inácio Norberto Agostinho)
6 de junho de 1714
Palácio da Ribeira, Lisboa
Filho de João V e Maria Ana de Áustria
31 de julho de 1750 24 de fevereiro de 1777 Mariana Vitória de Espanha
19 de janeiro de 1729
Elvas
quatro filhos
24 de fevereiro de 1777
Palácio Nacional de Sintra, Sintra
62 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Reforçou o poder estatal. O Terramoto de 1755 fez sobressair Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), que concentrou em si todos os poderes do Estado e trouxe para Portugal os ideais iluministas.
Regência de Mariana Vitória de Espanha (29 de novembro de 1776 – 24 de fevereiro de 1777)
Maria I
A Louca

A Piedosa
(Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana)
17 de dezembro de 1734
Palácio da Ribeira, Lisboa
Filha de José I e Mariana Vitória de Espanha
24 de fevereiro de 1777 20 de março de 1816 6 de junho de 1760
Lisboa
sete filhos
20 de março de 1816
Rio de Janeiro
81 anos
Sepultada na Basílica da Estrela em Lisboa
Culta e devota, a administração da justiça foi a sua prioridade. Registou-se um bom crescimento económico. A morte do marido e do filho, e a Revolução Francesa abalaram-na muito, apresentando sinais de demência desde 1791.
Pedro III
O Edificador

(Pedro Clemente Francisco José António)
5 de julho de 1717
Palácio da Ribeira, Lisboa
Filho de João V e Maria Ana de Áustria
25 de maio de 1786 25 de maio de 1786
Palácio Nacional de Queluz, Queluz
68 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Primeiro rei-consorte de Portugal. Apoiou a construção do Palácio de Queluz, onde faleceu.
Regência do Infante João de Portugal (15 de julho de 1799 – 20 de março de 1816)
João VI
O Clemente


(João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael)
13 de maio de 1767
Paço de Madeira ou Real Barraca, Lisboa
Filho de Pedro III e Maria I
20 de março de 1816 10 de março de 1826 Carlota Joaquina de Espanha
9 de junho de 1785
Vila Viçosa
nove filhos
10 de março de 1826
Palácio da Bemposta, Lisboa
58 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Oficialmente regente em nome da mãe, por demência desta, a partir de 1799. Auxiliou Espanha na Campanha do Rossilhão, mas foi-lhe tirada Olivença. Não aderiu ao bloqueio continental napoleónico, na qualidade de aliado do Reino Unido, o que custou a invasão do reino e mudança da corte para o Brasil. Regressou com a Revolução liberal do Porto, onde jurou a constituição.
Pedro IV O Rei-Soldado
O Libertador

(Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim)

12 de outubro de 1798
Palácio Nacional de Queluz, Queluz
Filho de João VI e Carlota Joaquina de Espanha
10 de março de 1826 2 de maio de 1826 Maria Leopoldina de Áustria
13 de maio de 1817
Viena
(por procuração)
sete filhos

Amélia de Leuchtenberg
2 de agosto de 1829
Munique
(por procuração)
um filho
24 de setembro de 1834
Palácio Nacional de Queluz, Queluz
35 anos
Sepultado na cripta do Monumento à Independência do Brasil em São Paulo (sepultado inicialmente na Igreja de São Vicente de Fora). O seu coração encontra-se na Igreja da Lapa (Porto).
Também Imperador do Brasil, como D. Pedro I, herdou Portugal, mas para evitar unir as duas coroas, abdicou na filha, Maria II, que é colocada sob regência da irmã dele, Isabel Maria.
Regência dos Infantes Isabel Maria (6 de março de 1826 – 11 de julho de 1828) e Miguel de Portugal (2 de maio de 1826 – 11 de julho de 1828)
Regentes em Portugal em nome da rainha Maria II. Isabel Maria e Maria II acabaram depostas por Miguel, que assumiu o título régio, usurpando assim o trono à sobrinha.
Miguel
O Rei-Absoluto


(Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo)
26 de outubro de 1802
Palácio Nacional de Queluz, Queluz
Filho de João VI e Carlota Joaquina de Espanha
11 de julho de 1828 26 de maio de 1834 Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg
24 de setembro de 1851
Kleinheubach
sete filhos
14 de novembro de 1866
Wertheim
64 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Ocupa o trono em 1828, o que gerou uma guerra civil contra o irmão (1832–1834), que regressou a Portugal para defender os direitos da filha. Saiu derrotado e os liberais expulsaram-no do trono e de Portugal.
Maria II
A Educadora

(Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga)
4 de abril de 1819
Paço de São Cristóvão, Rio de Janeiro
Filha de Pedro IV e Maria Leopoldina de Áustria
6 de março de 1826 11 de julho de 1828 Augusto de Beauharnais
1 de dezembro de 1834
(por procuração)
26 de janeiro de 1835
Lisboa
sem filhos

Fernando (II) de Saxe-Coburgo-Gota
1 de janeiro de 1836
(por procuração)
9 de abril de 1836
Lisboa
onze filhos
15 de novembro de 1853
Palácio das Necessidades, Lisboa
34 anos
Sepultada na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Exerceu firmemente a chefia do reino. No seu conturba

do governo, mostrou coragem e dignidade na defesa da coroa e da legalidade constitucional. Faleceu no seu 11º parto.

26 de maio de 1834 15 de novembro de 1853
Fernando II
O Rei-Artista


(Ferdinand August Franz Anton)
29 de outubro de 1816
Viena
Filho de Fernando de Saxe-Coburgo-Gota e Maria Antónia de Koháry
16 de setembro de 1837 Maria II
1 de janeiro de 1836
(por procuração)
9 de abril de 1836
Lisboa
onze filhos
15 de dezembro de 1885
Lisboa
69 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Oriundo da Casa de Saxe-Coburgo-Gota.[58] Segundo rei-consorte de Portugal. Dedicou-se às artes. É da sua responsabilidade a construção do Palácio da Pena, em Sintra. A partir de 1853 rege em nome do filho menor.
Regência do Rei Consorte Fernando II (15 de novembro de 1853 – 16 de setembro de 1855)
Pedro V
O Esperançoso

(Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Víctor Francisco de Assis Júlio Amélio)
16 de setembro de 1837
Palácio das Necessidades, Lisboa
Filho de Fernando II e Maria II
15 de novembro de 1853 11 de novembro de 1861 Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen
29 de abril de 1858
Berlim
(por procuração)
18 de maio de 1858
Lisboa
sem filhos
11 de novembro de 1861
Palácio das Necessidades, Lisboa
24 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Assistiu as vítimas de cólera, aboliu os castigos corporais e inaugurou notáveis avanços tecnológicos. Não deixou descendência.
Luís
O Popular

(Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando)
31 de outubro de 1838
Palácio das Necessidades, Lisboa
Filho de Fernando II e Maria II
11 de novembro de 1861 19 de outubro de 1889 Maria Pia de Saboia
27 de setembro de 1862
Turim
(por procuração)
6 de outubro de 1862
Lisboa
dois filhos
19 de outubro de 1889
Palácio da Cidadela, Cascais
50 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Conciliador, poliglota e ainda com grande sensibilidade artística, foi modelo de monarca constitucional.
Carlos
O Diplomata

O Martirizado
(Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão)
28 de setembro de 1863
Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa
Filho de Luís e Maria Pia de Saboia
19 de outubro de 1889 1 de fevereiro de 1908 Amélia de Orleães
22 de maio de 1886
Lisboa
três filhos
1 de fevereiro de 1908
Praça do Comércio, Lisboa
44 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Portugal obteve novo prestígio na Europa. Carlos favoreceu o governo autoritário de João Franco (1907–1908) para combater a crescente corrente republicana. Foi alvo de um atentado mortal, em 1908.[59]
Manuel II
O Patriota

O Rei-Saudade
(Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio)
15 de novembro de 1889
Palácio Nacional de Belém, Lisboa
Filho de Carlos e Amélia de Orleães
1 de fevereiro de 1908 5 de outubro de 1910 Augusta Vitória de Hohenzollern-Sigmaringen
4 de setembro de 1913
Sigmaringen
sem filhos
2 de julho de 1932
Londres
42 anos
Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa
Não conseguiu conter a agitação social, as fações em luta e o descrédito das instituições, que causaram a queda da monarquia e a Implantação da República Portuguesa.

D. Luís Filipe de Bragança, legítimo sucessor de Dom Carlos I, aquando do regicídio sobreviveu a seu pai por vinte minutos, o que pela lei da ascensão automática ao trono prevista na Constituição, Luís Filipe teria sido um dos monarcas com um dos reinados mais curtos da história, que durou apenas vinte minutos.

(*) Todos estes reis foram também soberanos do reino do Algarve, a partir de D. Afonso III; antes dele, D. Sancho I usou esse título (ou o alternativo rei de Silves) entre 1189 e 1191.

Titulatura régia

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Ao longo da história, o título oficial dos Reis de Portugal foi sendo alterado. Os Reis de Portugal tiveram os seguintes títulos:

Período Título Usado por Motivo
1140–1189 Pela Graça de Deus, Rei dos Portugueses
(Dei Gratiae, Rex Portugalensium)
D. Afonso Henriques, D. Sancho I Afonso Henriques proclamado rei.
1189–1191 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e de Silves
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae & Silbis)
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal, de Silves e do Algarve
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae, Silbis & Algarbii; esta intitulação surge em dois documentos nos quais D. Sancho restaura a diocese de Silves em favor de D. Nicolau)
D. Sancho I Tomada de Silves (1189).
1191–1211 Pela Graça de Deus, Rei dos Portugueses
(Dei Gratiae, Rex Portugalensium)
D. Sancho I Perda de Silves, retomada pelos Almóadas (1191).
1211–1248 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae)
D. Afonso II, D. Sancho II
1248–1259 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e Conde de Bolonha
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae & Comes Boloniae)
D. Afonso III Afonso, casado com Matilde II, condessa de Bolonha, ascende ao trono por morte do irmão sem herdeiros.
1259–1267 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae)
D. Afonso III Pela morte de D. Matilde, Afonso III abandona o título de Conde de Bolonha (1259).
1267–1369 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae & Algarbii)
D. Afonso III, D. Dinis, D. Afonso IV, D. Pedro I, D. Fernando I D. Afonso III recebe o senhorio do Algarve pelo Tratado de Badajoz (1267).
1369–1371 Pela Graça de Deus, Rei de Castela, de Leão, de Portugal, de Toledo, da Galiza, de Sevilha, de Córdova, de Múrcia, de Jáen, do Algarve, de Algeciras e Senhor de Molina D. Fernando I Pretensão de D. Fernando à Coroa de Castela.
1371–1383 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve D. Fernando I Renúncia aos títulos castelhanos após a Paz de Alcoutim (1371).
1383–1385 Inexistência de título vacatura do trono Guerra civil e contra Castela.
1385–1415 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve D. João I
1415–1458 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta D. João I, D. Duarte, D. Afonso V Conquista de Ceuta (1415).
1458–1471 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta e de Alcácer em África D. Afonso V Conquista de Alcácer Ceguer (1458).
1471–1475 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África D. Afonso V Conquista de Arzila e Tânger (1471) e elevação do senhorio do Norte de África à condição de Reino d'Além-Mar.
1475–1479 Pela Graça de Deus, Rei de Castela, de Leão, de Portugal, de Toledo, de Galiza, de Sevilha, de Córdova, de Jáen, de Múrcia, dos Algarves d'Aquém e d'Além Mar em África, de Gibraltar, de Algeciras, e Senhor da Biscaia e de Molina D. Afonso V Pretensão de D. Afonso V à Coroa de Castela, pelo seu casamento com Joana, a Beltraneja.
1479–1485 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África D. Afonso V, D. João II Renúncia aos títulos castelhanos após a Paz das Alcáçovas-Toledo.
1485–1499 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, e Senhor da Guiné D. João II, D. Manuel I Criação do senhorio da Guiné abrangendo as possessões portuguesas que se estendiam pelo Golfo da Guiné.
1499–1580 Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Manuel I, D. João III, D. Sebastião, D. Henrique, D. António Após o regresso de Vasco da Gama da Índia, em 1499, o título régio é reformulado e atinge a sua plenitude.
1580–1640 Pela Graça de Deus, Rei de Castela, de Leão, de Aragão, das Duas Sicílias, de Jerusalém, de Portugal, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Sevilha, da Sardenha, de Córdova, da Córsega, de Múrcia, de Jáen, dos Algarves, de Algeciras, de Gibraltar, das Ilhas de Canária, das Índias Orientais e Ocidentais, Ilhas e Terra Firme do Mar-Oceano, Conde de Barcelona, Senhor da Biscaia e de Molina, Duque de Atenas e de Neopátria, Conde de Rossilhão e da Cerdanha, Marquês de Oristano e de Gociano, Arquiduque de Áustria, Duque da Borgonha, do Brabante e de Milão, Conde de Habsburgo, da Flandres e do Tirol, etc. D. Filipe I, D. Filipe II, D. Filipe III Com o domínio filipino, juntam-se os demais títulos dos Áustrias à titulatura portuguesa.
1640–1815 Pela Graça de Deus, Rei (ou Rainha) de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor(a) da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. João IV, D. Afonso VI, D. Pedro II, D. João V, D. José I, D. Maria I (com D. Pedro III) Com a Restauração da Independência (1640), regressa-se ao velho estilo adoptado por D. Manuel I.
1815–1825 Pela Graça de Deus, Rei (ou Rainha) do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor(a) da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Maria I, D. João VI O Brasil é elevado a Reino dentro do Império Português (1815).
1825–1826 Pela Graça de Deus, Imperador do Brasil, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. João VI Ao reconhecer a independência do Império do Brasil pelo Tratado do Rio de Janeiro, D. João VI passa a usar por carta de lei de 15 de novembro de 1825, o título de imperador do Brasil, que lhe fora deferido por seu filho D. Pedro I.
1826 Por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Pedro IV Durante o seu breve reinado de oito dias, embora mantendo a destrinça entre os dois Estados, o título reflectiu a união das duas coroas sobre a cabeça do mesmo dinasta.
1826–1910 Pela Graça de Deus, Rei (ou Rainha) de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor(a) da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Maria II, D. Miguel I, D. Maria II (com D. Fernando II), D. Pedro V, D. Luís I, D. Carlos I, D. Manuel II Após a abdicação de D. Pedro em favor da filha, retorna-se definitivamente à fórmula anteem vigor desde 1640, que vigorará agora até ao fim da Monarquia.

Quanto ao estilo usado, nas formas de adereço ao monarca, também este evoluiu, da seguinte maneira:

Período Estilo Usado por Motivo
1140–1433 Sua Mercê D. Afonso I, D. Sancho I, D. Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso III, D. Dinis, D. Afonso IV, D. Pedro I, D. Fernando I, D. João I
1433–1577 Sua Alteza Real (S.A.R.) D. Duarte, D. Afonso V, D. João II, D. Manuel I, D. João III, D. Sebastião Estilo introduzido em Portugal por influência inglesa, através da rainha D. Filipa de Lencastre.
1577–1578 Sua Majestade (S.M.) D. Sebastião Por ocasião da entrevista de Guadalupe (1577), concedida por Filipe II de Espanha a seu sobrinho D. Sebastião, e do tratamento majestático que lhe foi concedido pelo tio, D. Sebastião passa a usar a fórmula de adereço Sua Majestade, prenunciando o seu desejo imperial de conquista de África.
1578–1580 Sua Alteza Real (S.A.R.) D. Henrique, D. António Com a morte de D. Sebastião em Alcácer-Quibir, o Cardeal-Rei regressa à fórmula anterior, por considerar o tratamento majestático apenas adequado para o divino.
1580–1748 Sua Majestade (S.M.) Filipe I, Filipe II, Filipe III, D. João IV, D. Afonso VI, D. Pedro II, D. João V Com a incorporação de Portugal nos domínios dos Habsburgos da Espanha, onde, devido à influência de Carlos V, rei de Castela e imperador da Alemanha, se havia difundido o tratamento de Majestade, este passa também à órbita portuguesa, mantendo-se mesmo após a Restauração da Independência (1640).
1748–1825 Sua Majestade Fidelíssima (S.M.F.) D. João V, D. José I, D. Maria I (com D. Pedro III), D. João VI D. João V consegue da Santa Sé o reconhecimento do título de Majestade Fidelíssima para a Coroa Portuguesa, por contraponto ao uso de Sua Majestade Católica em Espanha e Sua Majestade Cristianíssima em França.
1825–1826 Sua Majestade Imperial e Fidelíssima (S.M.I.&F.) D. João VI, D. Pedro IV Com o reconhecimento da independência do Brasil, em 1825, D. João VI reserva também para si, ao abrigo das disposições do Tratado do Rio de Janeiro, o título de Sua Majestade Imperial; com a sua morte no ano seguinte, e a subida ao trono do filho mais velho, também ele imperador do Brasil (D. Pedro IV), mantém-se o uso da fórmula dúplice, até à sua abdicação em favor da filha D. Maria da Glória.
1826–1910 Sua Majestade Fidelíssima (S.M.F.) D. Maria II, D. Miguel I, D. Maria II (com D. Fernando II), D. Pedro V, D. Luís I, D. Carlos I, D. Manuel II Após a abdicação de D. Pedro IV, retorna-se ao anterior estilo.

Referências

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  2. Mattoso 1970b, p. 11.
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  5. a b Sáez 1947, p. 25.
  6. a b c d Sáez 1947, p. 21.
  7. a b c
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  8. a b Mattoso 1983, p. 20.
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  17. Mattoso 1970a, p. 42.
  18. Segundo José Mattoso, …as duas linhas que podiam reivindicar a sucessão no condado unem-se, em virtude do casamento do conde Nuno Alvites (1017–1025) [descendente de Vimara Peres] com a condessa Ilduara Mendes, filha de Mendo II Gonçalves… Os destinos das duas famílias, uma procedente de Vímara Peres, o presor do Porto, e outra de Afonso Betote, o presor de Tuy, estão, portanto, intimamente vinculados pela sua participação no governo do condado portucalense.
  19. Mattoso 1981, p. 113.
  20. Sánchez Candeira 1999, pp. 128–129.
  21. Mattoso 1981, p. 114, 266.
  22. Mattoso 1981, p. 114.
  23. a b Correia 2008, p. 282.
  24. Costa 1956, p. 19.
  25. Mattoso 1970, p. 37.
  26. a b c Gonzalo Munoz (died 982)
  27. Ubieto Arteta 1980, p. 255.
  28. Isaac 2014, p. 76-77.
  29. Fernandes 2016, p. 209.
  30. Fernandes 2016, p. 288.
  31. Fernandes 2016, p. 217.
  32. a b c Serrano 1907, p. XLIV.
  33. Muito se especula acerca das razões que levaram Afonso VI de Leão a incluir Henrique de Borgonha nos seus planos: quiçá por ser sobrinho da falecida rainha D. Constança (mais poderoso, portanto, que Raimundo por pertencer à linhagem dos duques e não dos condes de Borgonha); por seu intermédio, era também sobrinho-neto de São Hugo de Cluny, o que introduz a hipótese de Henrique se tornar um caudilho militar para os interesses da Ordem de Cluny no território.
  34. a b c d Reilly 1988, p. 231-259.
  35. Las lenguas románicas estándar:historia de su formación y de su uso, p.138 [1]
  36. PINHO, António Brandão de (2017). A Cruz da Ordem de Malta nos Brasões Autárquicos Portugueses. Lisboa: Chiado Editora. 426 páginas. Consultado em 28 de agosto de 2017 
  37. «PT-TT-OCCT-A-5-1-1_m0001.TIF - Carta de doação de D. Teresa, rainha de Portugal, do Castelo de Soure concedida ao Templo de Salomão - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.dgarq.gov.pt. Consultado em 7 de dezembro de 2015. Arquivado do original em 24 de novembro de 2015 
  38. a b Também chamado Afonso Henriques (Afonso, filho de D. Henrique; aqui radica a designação que os muçulmanos lhe atribuíram, ibne Arrique — «filho de Henrique»).
  39. a b Ainda hoje se mantém o debate, pois as três cidades têm argumentos válidos para reivindicarem para si o "berço" do primeiro rei de Portugal. Em Guimarães aponta-se o Castelo de Guimarães como lugar possível, o Paço Real da Alcáçova em Coimbra.
  40. a b Mattoso 2014, p. 220.
  41. a b «D. Afonso Henriques». Porto Editora. Infopédia. Consultado em 24 de outubro de 2012 
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  43. Sancho e Teresa entre seus irmãos e na política de Afonso Henriques após o Desastre de Badajoz
  44. Álvarez Palenzuela 2013, p. 66.
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  50. Bartlett, Robert (9 de julho de 2020). Blood Royal: Dynastic Politics in Medieval Europe. [S.l.: s.n.] p. 612. ISBN 978-1108490672 
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  54. D. Isabel de Coimbra, Insigne Rainha
  55. Por morte de D. João II sem filhos legítimos (o príncipe D. Afonso falecera em condições trágicas nunca completamente esclarecidas em 1491), nem irmãos sobrevivos (a infanta Santa Joana, sua irmã, falecera em 1490), não obstante haver tentado legitimar um seu filho natural, o infante D. Jorge de Lancastre, futuro Duque de Coimbra, a Coroa Portuguesa acabou por passar para o seu primo e cunhado D. Manuel, Duque de Beja, o qual era filho de D. Fernando, Duque de Viseu (irmão do rei D. Afonso V), e de D. Beatriz (filha do infante D. João, o penúltimo dos membros da Ínclita Geração). Assim, embora pelo lado do pai fosse neto do rei D. Duarte, e pelo lado da mãe, bisneto de D. João I, o facto de não ser herdeiro directo, mas sim colateral, leva a que surjam, por vezes, referências a uma pretensa quebra na casa reinante da dinastia de Avis, o que não faz qualquer sentido.
  56. Nesse dia 17 de Julho de 1580, em Castro Marim, três dos cinco governadores assinam o reconhecimento de Filipe II como rei de Portugal. Fonte: História de Portugal, sob a direcção de José Mattoso, Editorial Estampa, Terceiro Volume, páginas 561 e 562, ISBN 972-33-1084-8
  57. Segundo alguns historiadores portugueses, como Joaquim Veríssimo Serrão, D. António terá sido mesmo rei de Portugal, ao menos desde 19 de junho de 1580, data da sua formal aclamação ao trono pelos seus partidários, em Santarém, até à derrota na batalha de Alcântara, a 25 de agosto seguinte. Quem nunca o deixou de reconhecer como seu rei, até 1583, foram as populações da Terceira e das demais ilhas de Baixo açorianas, que prosseguiram a guerra e resistiram ao invasor. A maioria dos historiadores não o considera, todavia, um rei português, devido à existência na época de três centros de poder: o de D. António, em Lisboa, o de Filipe II, em Badajoz, e o dos governadores, em Setúbal, assim como pelo facto de quase todos os bispos, grandes e senhores se haverem então passado para Filipe II. Diversamente, o povo aclamou-o em não poucas cidades e vilas do reino, no entanto a resistência popular depressa se esvaeceria. Fontes: História de Portugal, sob a direcção de José Mattoso, Editorial Estampa, Terceiro Volume, páginas 561 a 563, ISBN 972-33-1084-8; Dicionário de História de Portugal, coordenado por Joel Serrão, Iniciativas Editoriais, Volume I, páginas 157 a 159.
  58. Esta alegada mudança de nome na Dinastia de Bragança, reinante em Portugal, por morte de D. Maria II, para Bragança-Saxe-Coburgo e Gota (ou, mais correctamente, Bragança-Wettin), não é de todo reconhecida pela historiografia portuguesa, sendo antes uma criação das historiografias estrangeiras (sobretudo a francesa, que não reconhece a sucessão por via feminina, fazendo assim aplicar à dinastia reinante em Portugal o nome dinástico do rei consorte). Assim, embora a linha de sucessão prossiga em linha recta, pelo casamento da Rainha D. Maria II com um príncipe estrangeiro (D. Fernando II de Saxe-Coburgo-Gota), teria cessado na Casa Real portuguesa a varonia de D. Afonso Henriques, mantida ao longo de sete séculos (note-se que a outra rainha portuguesa, D. Maria I, casara com o tio D. Pedro III, pelo que se manteve o sangue do primeiro rei de Portugal), tendo então passado a correr o sangue da casa de Wettin nas veias dos Bragança. Contudo, em Portugal sempre as mulheres puderam transmitir o nome, bem como o património, na falta de herdeiro varão na família. Isto leva a encontrar-se por vezes escrito, entre historiadores estrangeiros, a existência de uma quinta dinastia em Portugal — uma divisão aparentemente artificial dentro da última dinastia real portuguesa, governada pela suposta casa de Bragança-Wettin, a qual compreenderia os reis entre D. Pedro V e D. Manuel II. Para todos os efeitos, considera-se mais válida a divisão tradicional em quatro dinastias, face à legalidade da designação de dinastia de Bragança, única utilizada, e determinada pela Casa Real e pela generalidade das pessoas, até 1910 e depois dessa data.
  59. O herdeiro do trono, D. Luís Filipe, Príncipe Real de Portugal, ainda que tenha sobrevivido escassos minutos ao seu pai, não foi nunca considerado como rei de Portugal (embora tenha sido chamado, por alguns estrangeiros, de D. Luís II); nem o poderia ser, pois em Portugal só eram considerados reis "de jure" os príncipes depois de jurarem os foros, liberdades e garantias no acto da sua aclamação ao trono (até 1834), ou de jurarem a Constituição (depois daquela data), em sessão solene e plenária das Cortes. Desta forma, o trono recaiu de imediato no seu irmão mais novo, D. Manuel II, depois de juramentado.

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