Saltar para o conteúdo

Reino Zulu

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: "Rei Zulu" redireciona para este artigo. Para o lutador brasileiro, veja Rei Zulu (lutador).
   |- style="font-size: 85%;"
       | Erro::  valor não especificado para "continente"


Reino Zulu (KwaZulu)

Reino independente (1816-1879)
Parte da Colónia de Natal (1879-1897)


1816 – 1897

Bandeira de Zululândia

Bandeira
Localização de Zululândia
Localização de Zululândia
Extensão do Reino Zulu (em vermelho) em 1890
Capital Ulundi
Língua oficial Zulu
Religião Religião Tradicional Zulu
Governo Monarquia
Reis
 • 1816-1828 Shaka Zulu
 • 1828-1840 Dingane
 • 1840-1872 Mpande
 • 1872-1884 Cetshwayo
 • 1884-1897 Dinuzulu
Período histórico Neocolonialismo e Idade Contemporânea
 • 1816 Fundação
 • 1897 Dissolução
Moeda Gado

Reino Zulu ou Zululândia (também chamado de Império Zulu) foi um estado pré-colonial africano localizado na África Austral. O mesmo dominou grande parte da porção oriental da atual África do Sul, desde o sul do rio Tugela ao norte do rio Pongola. O extinto Reino Zulu seria atualmente o equivalente à chamada Nação Zulu, ou seja, o povo zulu, grupo que geograficamente vive em territórios correspondentes à África do Sul, Lesoto, Essuatíni, Zimbábue e Moçambique e que tem como líder um sub-monarca, sendo o atual o rei Misuzulu Zulu.[1]

Em meados do século XVIII começaram a culminar guerras entre tribos africanas, na região da atual África do Sul, pela posse de terras, principalmente entre a cordilheira do Drakensberg e o mar. Os rios que descem da cordilheira formavam fronteiras naturais, por conseguinte formaram-se três grandes grupos de tribos angunes: os suázis, comandados por Sobuza, os anduandués, comandados por Zwide, e os mtétuas, comandados por Cetshwayo. As lutas entre estas tribos eram muito frequentes e por essa razão começou-se aprimorar a organização militar.[2][3]

Por volta de 1787 nasce na tribo zulu Shaka, filho do Príncipe Senzangakhona e da Princesa Nandi da família real Mhlongo, fruto de uma gravidez antecedente ao casamento, algo proibido na tribo zulu. Por isto ele não foi considerado herdeiro do trono e acabou, na adolescência, sendo incorporado ao exército de Cetshwayo, onde tornou-se o guerreiro favorito do rei e passou a comandar um regimento do exército. A posição de Shaka no exército de Cetshwayo fez com que o grande chefe expansionista dos mtétuas o ajudasse a tomar o trono pela força, após morte de seu pai em 1816.[2][4]

Dois anos mais tarde, em 1818, houve uma grande batalha entre Cetshwayo e Zwide e o chefe dos mtétuas foi morto, levando Shaka a tomar conta do poder e dar início a reformas militares, incluindo novas táticas de guerra e o uso de novas ferramentas, como uso do escudo que protegia o corpo inteiro e implantou a substituição a lança que se atirava por uma lança mais curta, qual funcionava como uma espada. Shaka instituiu a técnica de combate "corpo-braço-cabeça" em que o corpo era a grande concentração de esquadrão central e a única que os inimigos podiam ver.[5][2][6][3]

Foi graças a esta organização militar de Shaka que os zulus conseguiram conquistar e derrotar numerosas outras tribos, levando o título de Grandes Guerreiros.[2]

A ascensão do reino Zulu deu-se pela vitória sobre o exército anduandué na chamada "batalha de Gokoli". Após conflitos envolvendo a tribo anduandué, sendo informado que Sikuniana planejava o atacar, Shaka ordena um um ataque aos anduandué, dando origem a um grande massacre no qual cerca de 40 mil anduandués morreram. Com isto, os anduandués deixaram de existir como uma tribo independente.[2]

O reino Zulu cresceu para dominar grande parte do que hoje é o Cuazulo-Natal e a África Austral.

Entretanto, quando o reino Zulu entrou em conflito com o Império Britânico na década de 1870 durante a Guerra Anglo-Zulu, foi derrotado e dominado pelo Império Britânico em 1879 e se tornou um protetorado do mesmo em 1883. Em 1897 o reino foi dissolvido e anexado à Colônia de Natal até 1910, quando a mesma se tornou parte da União Sul-Africana. Foi finalmente convertido em província da República da África do Sul em 1993 como a província de Cuazulo-Natal.

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
  1. Fibla, Carla (7 de maio de 2021). «A dura batalha pela sucessão no trono zulu». El País Brasil (em espanhol). Consultado em 15 de outubro de 2021 
  2. a b c d e «VII». www.macua.org. Consultado em 12 de junho de 2018 
  3. a b Santos, Marco Antonio Dos (21 de maio de 2005). «MARCO NEGRO: SHAKA ZULU - O GENERAL AFRICANO». MARCO NEGRO. Consultado em 12 de junho de 2018 
  4. Welle (www.dw.com), Deutsche. «Shaka Zulu: Pai fundador da nação zulu | DW | 30.06.2020». DW.COM. Consultado em 15 de outubro de 2021 
  5. Omer-Cooper, John D. (1966). The Zulu aftermath: a nineteenth-century revolution in Bantu Africa (em inglês). [S.l.]: Northwestern University Press 
  6. Morris, Donald R. (1994). The Washing of the Spears: A History of the Rise of the Zulu Nation Under Shaka and Its Fall in the Zulu War of 1879 (em inglês). [S.l.]: Pimlico. ISBN 9780712661058