Região Autônoma de Bougainville
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Símbolos | |||
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Lema | Peace, Unity, Prosperity (português: Paz, União, Prosperidade) | ||
Localização | |||
Bougainville no mapa de Papua-Nova Guiné | |||
Coordenadas | 6° 00′ S, 155° 00′ L | ||
País | Papua-Nova Guiné | ||
História | |||
Estabilidade | 25 de junho de 2002 | ||
Administração | |||
Capital | Buca | ||
Presidente | John Momis[1] | ||
Vice-presidente | Raymond Masono | ||
Características geográficas | |||
Área total | 9 384 km² | ||
População total (2011[2]) | 249 358 hab. | ||
Fuso horário | AEST (UTC+10) | ||
Código de área | +675 |
A Região Autônoma de Bougainville, conhecida anteriormente como Província de Salomão do Norte, é uma região autônoma na Papua-Nova Guiné. Sua maior extensão territorial está situada na ilha de Bougainville (sendo esta a maior ilha do arquipélago das Ilhas Salomão). A ilha de Buca, além de outras vizinhas como os Carterets, fazem parte desta região. A cidade de Buca é temporariamente a sua capital, mas espera-se que retorne para Araua futuramente. Segundo o censo de 2011, a população desta província é de 249 358 habitantes.[2]
A ilha de Bougainville é, ecológica e geograficamente, parte do arquipélago das Ilhas Salomão (embora não pertença politicamente à nação das Ilhas Salomão). Buca, Bougainville e a maioria das Ilhas Salomão fazem parte da ecorregião das florestas tropicais das Ilhas Salomão. A biodiversidade da região é constantemente ameaçada pelas atividades de mineração, principalmente conduzidas por investidores estrangeiros.[3]
No final de 2019, foi realizado um referendo não vinculativo sobre a independência, com 98% dos votos a favor da independência, em vez da continuação da autonomia em Papua-Nova Guiné. Como resultado, as autoridades regionais pretendem se tornar independentes entre 2025 e 2027, enquanto se aguarda a ratificação pelo governo de Papua-Nova Guiné. Se ratificada, a capital poderá ser transferida de Buca para a localização anterior de Araua.
História
[editar | editar código-fonte]Governo e política
[editar | editar código-fonte]O histórico conflito de Bougainville terminou em 1997, após a finalização de negociações intermediadas pela Nova Zelândia. Um acordo de paz foi firmado em 2000 que, além do desarmamento, previa a criação de um Governo Autônomo de Bougainville. As partes concordaram em realizar um referendo no futuro, cuja temática era a independência política da região.[4]
Em maio e junho de 2005, foram realizadas as eleições para o primeiro governo autônomo. Joseph Kabui, um líder independista, foi eleito presidente. Ele morreu durante o seu cargo, em 6 de junho de 2008.[5] Eleições interinas foram realizadas e, como resultado, John Momis foi eleito presidente em 2010 (para um mandato que, inicialmente, seria de cinco anos).[1][6] Ele apoiava a autonomia dentro de um relacionamento com o governo nacional de Papua Nova Guiné.
Vitimado por uma breve doença, o líder rebelde Francis Ona acabou falecendo em 25 de julho de 2005.[7][8] Sendo um ex-agrimensor com Bougainville Copper, Ona teve grande importância no conflito secessionista, no qual recusou juntar-se formalmente ao processo de paz da ilha.[8]
A Austrália anunciou em 2015 que estabeleceria, pela primeira vez, um posto diplomático em Bougainville.[9]
Independência: o referendo de 2019
[editar | editar código-fonte]Em 2013, o presidente John Momis afirmou que Bougainville realizaria um referendo sobre a independência em algum momento anterior ao ano 2020 (desde que algumas questões remanescentes tenham se resolvido).[10] Os governos de Bougainville e Papua-Nova Guiné estabeleceram a data provisória de 15 de junho de 2019 para a votação, sendo esta a etapa final do Acordo de Paz de Bougainville.[11] Contudo, certos critérios da parte de Bougainville devem ser cumpridos antes que qualquer votação possa ocorrer, estando entre eles possuir uma economia viável e controlar o fluxo de armas ilegais na região.[12]
Em 27 de setembro de 2017, nenhum desses pré-requisitos foram cumpridos. O primeiro-ministro da Papua-Nova Guiné, Peter O'Neill, com isso, expressou dúvidas de que tais condições poderiam efetivamente serem atendidas antes da data prevista para o referendo.[13] Karl Claxton, analista do Instituto Estratégico de Política da Austrália (em inglês: Australian Strategic Policy Institute), havia dito que existe uma grande expectativa de que Bougainville votará a favor de sua independência.[14]
O referendo então foi realizado entre 23 de novembro e 7 de dezembro de 2019, com os resultados declarados em 11 de dezembro. A região de Bougainville votou quase unanimemente (com 98,31% dos votos) a favor da independência da Papua-Nova Guiné.[15]
Curiosidades
[editar | editar código-fonte]Bougainville se tornará independente de Papua Nova Guiné entre 2025 e 2027
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «Momis confirmed as new President of Bougainville». RNZ - Radio New Zealand International (salvo em archive.is). 8 de junho de 2010. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ a b «Census 2011 - Papua New Guinea 2011 National Report» (PDF). National Statistical Office Port Moresby. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ Davidson, Helen (10 de janeiro de 2018). «Bougainville imposes moratorium on Panguna mine over fears of civil unrest». the Guardian (em inglês). Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ Marshall, Will (23 de maio de 2001). «Papua New Guinea government obtains shaky weapons disposal pact in Bougainville». World Socialist Web Site (em inglês). Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ «Tributes after the death of Bougainville President, Joseph Kabui». Radio New Zealand (em inglês). 9 de junho de 2008. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ Laukai, Aloysius (10 de junho de 2018). «CARETAKER ANNOUNCED». NEW DAWN ON BOUGAINVILLE. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ «Bougainville Seccessionist leader Francis Ona dies». www.minesandcommunities.org. 25 de julho de 2005. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ a b «Francis Ona». The Telegraph (em inglês). 28 de julho de 2005. ISSN 0307-1235. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ Medhora, Shalailah (3 de junho de 2015). «Papua New Guinea not told of Australia's plans for new diplomatic post there». the Guardian (em inglês). Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ «Bougainville confirms independence referendum before 2020». ABC - Radio Australia (salvo em archive.is). 24 de janeiro de 2013. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ «Ball rolling on Bougainville referendum». RNZ - Radio New Zealand (em inglês). 23 de maio de 2016. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ «Bougainville MP confident of ongoing international help». RNZ - Radio New Zealand (em inglês). 30 de maio de 2016. Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ Tlozek, Eric (26 de setembro de 2017). «Bougainville independence referendum 'may not be possible': PNG PM». ABC News (em inglês). Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ Press, Australian Associated (29 de janeiro de 2014). «PNG leader apologises to Bougainville for bloody 1990s civil war». the Guardian (em inglês). Consultado em 5 de novembro de 2018
- ↑ «Bougainville referendum: PNG region votes overwhelmingly for independence» (em inglês). BBC News. 11 de dezembro de 2019. Consultado em 11 de dezembro de 2019