Prefeito do Egito
Prefeito do Egito (em latim: Praefectus Aegypti), também conhecido como prefeito de Alexandria e Egito (em latim: Praefectus Alexandreae et Aegypti), foi um oficial romano instituído pelo imperador Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.) como governador da província romana do Egito.[1] Foi o chefe da administração provincial egípcia, nomeado e chamado de volta pelo imperador, e desempenhou um papel único como o mais ligado à pessoa do imperador do que quaisquer outros governadores imperiais.[2] Foi auxiliado, em assuntos jurídicos, pelo legislador do Egito e Alexandria (iuridicus Aegypti et Alexandriae), e em assuntos financeiros, pelo idiólogo.[2]
Um prefeito do Egito geralmente manteve o ofício por três ou quatro anos. Membro da ordem equestre, não recebeu nenhum treinamento especializado e parece ter sido escolhido por sua experiência militar e conhecimento do direito e administração romana. Qualquer conhecimento que pudesse ter do Egito e suas tradições misteriosas de política e burocracia - que Filão de Alexandria descreve como "intrincado e diversificado, pesadamente apreendido mesmo por aqueles que tem feito uma empresa de estudá-los de seus mais precoces anos" - foi incidental para seu registro do serviço romano e o favor imperial.[3]
No início do reinado de Galba (r. 68–69), um decreto do prefeito Tibério Júlio Alexandre assegura as doutrinas legais próprias do Egito romano.[4] Em 292/293 e 297/298, durante as reformas territoriais da Tetrarquia, o Egito foi dividido em três províncias (Egito Hercúleo, Egito Joviano e Tebaida), interligadas à Diocese do Oriente e subordinas ao prefeito do Egito.[5] Em 297, durante as reformas fiscais de Diocleciano (r. 284–305), um decreto foi emitido pelo prefeito Aríscio Optato para adaptar as reformas à província.[6] No final do século IV, teve seu nome alterado para prefeito augustal (praefectus augustalis).[7]
Provavelmente em 538/539, sob Justiniano (r. 527–565), foi amalgamado com o duque egípcio, tornando-se duque e augustal (dux et Augustalis), que combinou autoridade civil e militar nas províncias de Egito I e Egito II. As demais províncias egípcias talvez seguiram o mesmo padrão, como no caso do duque da Tebaida, encarregado das províncias de Tebaida Inferior e Tebaida Superior, que igualmente foi chamado duque e augustal. Nesta época, o salário do duque e augustal era de ca. 18 quilos ou 2 880 soldos, um considerável incremento dos 400 soldos pagos ao prefeito augustal. O salários de seus assessores foi fixado em ca. 2 quilos ou 360 soldos, e seu ofício em 1 000 soldos ou algo em torno de 6 quilos.[8]
Prefeitos do Egito
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Eck 2003, p. 94.
- ↑ a b Berger 1968, p. 643.
- ↑ Bowman 1996, p. 66.
- ↑ Levick 1999, p. 54.
- ↑ Rémy 1998, p. 57; 59.
- ↑ Rees 2004, p. 38.
- ↑ Berger 1968, p. 644.
- ↑ Hendy 2008, p. 179.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Berger, Adolf (1968). Encyclopedic Dictionary of Roman Law, Volume 43. Filadélfia: American Philosophical Society. ISBN 0871694328
- Bowman, Alan K. (1996). Egypt After the Pharaohs 332 BC-AD 642: From Alexander to the Arab Conquest. Berkeley, Los Angeles e Londres: University of California Press
- Eck, Werner (2003). Deborah Lucas Schneider (tradutora); Sarolta A. Takács (mais conteúdo), ed. The Age of Augustus. Oxford: Blackwell Publishing. ISBN 978-0-631-22957-5
- Hendy, Michael F. (2008). Studies in the Byzantine Monetary Economy C.300-1450. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0521088526
- Levick, Barbara (1999). Vespasian. Londres: Routledge. ISBN 0-415-16618-7
- Rees, Roger (2004). Diocletian and the Tetrarchy. Edimburgo: Edinburgh University Press. ISBN 0748616616
- Remy, Bernard (1997). Dioclétien et la Tétrarchie. Paris: Presses Universitaires de France. ISBN 2130495451