Príncipe britânico
Príncipe do Reino Unido | |
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Pariato | Reino Unido |
Criação | Jorge I 1714 |
Ordem | Nobreza hereditária |
Tipo | Hereditário |
1.º Titular | Jorge Augusto (1714) |
Linhagem | Casa de Hanôver Casa de Saxe-Coburgo-Gota Casa de Windsor |
Actual Titular | Consultar lista |
Príncipe do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte é um título real historicamente concedido aos herdeiros diretos e indiretos de antigos ou atuais monarcas britânicos. Ao longo de sua existência, tal título também foi ostentado por demais membros da realeza britânica que não descendiam diretamente do monarca como foi o caso de Filipe da Grécia e Dinamarca (1921-2021), consorte real de Isabel II (1926-2022). O título de Príncipe britânico é concedido pelo monarca reinante, na condição de fons honorum, através da emissão de cartas-patente como expressão do desejo real. Aqueles agraciados com o título de Príncipe geralmente são referidos como Sua Alteza Real (His Royal Highness).
Quando um Príncipe britânico se casa, seu cônjuge torna-se também uma Princesa britânica; no entanto, esta é referida através da versão feminina do título nobiliárquico sênior de seu cônjuge, seja um título principesco ou um título de nobreza. Tradicionalmente, todas as cônjuges de membros da família real e da aristocracia britânica adotam tratamento e título de seus respectivos maridos. Um exemplo desse caso é de Princesa Miguel de Kent, que casou-se com o primo de primeiro grau de Carlos III, o Príncipe Miguel de Kent em 1978.[1]
Paralelamente quando uma princesa de sangue real se casa com um Príncipe britânico, esta também se torna uma princesa por casamento e será tratada da mesma forma. Tal fato ocorrou com a Princesa Alexandra, Duquesa de Fife que casou-se com o primo de sua mãe, Príncipe Arthur de Connaught e assumiu o título de "Princesa Arthur de Connaught, Duquesa de Fife".
Se um Príncipe britânico possui um título de nobreza, a princesa é tratada pela versão feminina do título de nobreza de seu marido. Um exemplo desse caso é a esposa do Príncipe Guilherme, que foi brevemente tratado como "Sua Alteza Real, o Duque da Cornualha e Cambridge" enquanto sua esposa Catarina tornou-se "Sua Alteza Real, a Duquesa da Cornualha e Cambridge", omitindo os títulos de "Príncipe" e "Princesa" e seus respectivos primeiros nomes. Em 2022, Guilherme assumiu o título de Príncipe de Gales e este figura desde então como seu título sênior detido em direito próprio.[2] Deste forma, Guilherme e Catarina são denominados "Sua Alteza Real, o Príncipe de Gales" e "Sua Alteza Real, a Princesa de Gales".[3][4]
História
[editar | editar código-fonte]Até 1714, o título de príncipe e o tratamento de "Sua Alteza Real" não eram costumeiramente utilizados. Filhos e filhas do soberano não eram automaticamente elevados à condição de príncipes. Uma exceção foi o Príncipe de Gales, título conferido ao filho primogênito do soberano inglês desde o reinado de Eduardo I de Inglaterra. No Reino da Escócia, mesmo após a criação de um principado honorífico por Jaime I, o herdeiro aparente do trono era referido somente como Duque de Rothesay. Alguns outros incluem João, irmão de Ricardo I e posteriormente monarca soberano, corriqueiramente denominado "Príncipe João".
Após a ascensão de Jorge I (o primeiro monarca da Casa de Hanôver), tornou-se comum denominar herdeiros em primeiro e segundo grau do soberano de linhagem masculina como 'Príncipe', acrescido do tratamento 'Sua Alteza Real'. Netos e bisnetos do soberano eram intitulados 'Sua Alteza'.
- Um bisneto de linhagem masculina do monarca britânico não foi conhecido até 1776. Visando as tradições, ele recebeu o título de Sua Alteza, o Príncipe Guilherme de Gloucester (posteriormente Guilherme Frederico, Duque de Gloucester e Edimburgo). Em 22 de julho de 1816, quando do seu casamento com a filha de Jorge III, Guilherme recebeu o tratamento de Sua Alteza Real. Sua única irmã viva à ocasião, Sofia Matilde de Gloucester também foi elevada a Sua Alteza Real. Príncipe Guilherme faleceu em 1834, antes da ascensão de Rainha Vitória.
- O segundo bisneto de linhagem masculina de um monarca britânico, o Príncipe Ernesto Augusto, nasceu em 21 de setembro de 1845. Recebeu o título de Sua Alteza Real por ser neto varão do Rei de Hanôver e herdeiro presuntivo daquele trono.
Apenas três semanas após o nascimento de seu quarto bisneto, a Rainha Vitória emitiu cartas-patente em 1864 que formalmente confirmaram a prática de nomear filhos e bisnetos por linhagem masculino como Sua Alteza Real enquanto os qualitativos de Príncipe ou Princesa serviriam como prefixo aos nomes de batismo. As cartas-patente não estabelecia o tratamento de bisnetos ou demais descendentes como Sua Alteza ou Príncipe/Princesa.
Após 1864, foram acrescidas algumas modificações na questão dos príncipes britânicos, com a emissão de específicas cartas-patente modificando o título e o tratamento dos seguintes grupos:
- Em 1898, os filhos de Jorge, Duque de Iorque, o filho mais velho do então Príncipe de Gales, eram denominados príncipes com o tratamento de Alteza por serem descendentes masculinos de Vitória. Com cartas-patente datadas de 28 de maio de 1989, a Coroa concedia o tratamento de Alteza Real a qualquer dos netos do Príncipe de Gales.
- Em 1914, os filhos de Ernesto Augusto, Duque de Brunsvique, um tetraneto de Jorge III, foram declaradas Príncipes com o tratamento de Alteza por Jorge V, em cartas-patente datadas de 17 de junho.
- Em 1917, Jorge V emitiu uma proclamação real alterando o nome da casa real de Casa de Saxe-Coburgo-Gota para Casa de Windsor.
Tratamento de príncipes britânicos
[editar | editar código-fonte]-
Coroa de herdeiro aparente.
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Coroa de filho do Soberano.
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Coroa de filho do herdeiro aparente.
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Coroa de neto do Soberano.
- Herdeiro aparente do Soberano caso seja Príncipe de Gales: Sua Alteza Real, o Príncipe de Gales
- Filhos do Soberano (excetuando o Príncipe de Gales) com título de nobreza: Sua Alteza Real, o Príncipe (nome), Duque de (local). (sendo "local" a designação territorial de seu mais título de nobreza sênior). Como, por exemplo: Sua Alteza Real, o Príncipe Henrique, Duque de Sussex.
- Filhos do Soberano sem título de nobreza: Sua Alteza Real, o Príncipe (nome)
- Netos em linhagem masculina do Soberano com nobreza: Sua Alteza Real, o Príncipe (nome), Duque de (local)
- Netos em linha masculina do Soberano sem nobreza: Sua Alteza Real, o Príncipe (nome) de (local)
- Bisnetos do Soberano cujo pai é o filho primogênito do herdeiro aparente – Sua Alteza Real, o Príncipe (nome) de (título do pai).
Lista de Príncipes britânicos
[editar | editar código-fonte]Príncipes britânicos (1714-presente)
[editar | editar código-fonte]Os descendentes de Ernesto Augusto, Duque de Brunsvique, chefe da Casa de Hanôver e descendente sênior em linhagem masculina do Rei Jorge III, que portam o título de Príncipe ou Princesa do Reino Unido com o tratamento de Alteza Real como um título de pretensão secundário. Dos 58 Príncipes britânicos aqui listados, dois foram cônjuges de uma rainha reinante e oito perderam o título após a Primeira Guerra Mundial.
Príncipes britânicos atuais
[editar | editar código-fonte]Os membros atuais da Família real britânica que portam o título de Príncipe são:[11]
- Genealogia de atuais Principes britânicos
- Jorge V (1865-1936)
- Jorge VI (1895-1952)
- Isabel II (1926-2022)
- Carlos III (1948-)
- Guilherme, Príncipe de Gales (1982-)
- Jorge Alexandre (2013)
- Luís Artur (2018)
- Henrique, Duque de Sussex (1984-)
- Archie Harrison (2019-)
- Guilherme, Príncipe de Gales (1982-)
- André, Duque de Iorque (1960-)
- Eduardo, Duque de Edimburgo (1964-)
- Jaime Alexandre (2007-)
- Carlos III (1948-)
- Isabel II (1926-2022)
- Henrique, Duque de Gloucester (1900-1974)
- Ricardo, Duque de Gloucester (1944-)
- Jorge, Duque de Kent (1902-1942)
- Eduardo, Duque de Kent (1935-)
- Miguel de Kent (1942-)
- Jorge VI (1895-1952)
Notas e referências
Notas
- ↑ Nesta coluna é referida a relação do Príncipe com o monarca reinante quando de seu nascimento. A maioria dos Príncipes britânicos listados nesta seção tornaram-se os próprios monarcas sequencialmente.
- ↑ Filipe de Grécia e Dinamarca nasceu no Reino da Grécia durante o reinado de Constantino I em 1921, quando Jorge V reinava sobre a Grã-Bretanha.[6] Não sendo um Príncipe britânico por nascimento, Filipe foi criado Príncipe por ocasião de seu casamento com a então herdeira aparente ao trono, Princesa Isabel, em 1947.[7][8]
- ↑ Desde 8 de setembro de 2022, Carlos é o incumbente Soberano Britânico sob o nome régio de Carlos III do Reino Unido.
- ↑ Carlos Filipe Artur foi criado Príncipe de Gales em 1958 como primogênito da Soberana, Isabel II. Em 8 de setembro de 2022, após a morte de sua mãe e antecessora, Carlos foi proclamado novo Soberano Britânico e seus títulos anteriores foram absorvidos pela Coroa.[10]
Referências
- ↑ Hubbard, Lauren (30 de julho de 2019). «Who is Princess Michael of Kent». Town and Country
- ↑ «The Prince of Wales». Royal.uk. Consultado em 27 de janeiro de 2023
- ↑ Cruse, Beth (31 de maio de 2021). «Why Kate Middleton isn't known as Princess - but Diana was?». Bristol Post
- ↑ Cohen, Lin (10 de setembro de 2022). «William and Kate are the new Prince and Princess of Wales». CBS News
- ↑ «13097». The London Gazette. 19 de maio de 1789. p. 377
- ↑ Davies, Caroline (9 de abril de 2021). «How Philip the Greek was British all along». The Guardian
- ↑ «70 facts about the Queen and the Duke of Edinburgh's wedding». Royal.uk. 17 de novembro de 2017
- ↑ «Weddings: Elizabeth, Princess (later Queen Elizabeth II) & HRH the Duke of Edinburgh». Abadia de Westminster
- ↑ «HRH The Duke of Edinburgh». College of Arms. 9 de abril de 2021
- ↑ «Accession Council and Principal Proclamation». Royal.uk. 8 de setembro de 2022
- ↑ «Royal Family tree and line of succession». BBC News. 4 de setembro de 2017. Consultado em 11 de fevereiro de 2019