Placa de reclamação a Ea-nasir
A placa de reclamação para Ea-nasir (UET V 81) [1] é uma tábua de argila que foi enviada para a antiga Ur, escrita c. 1750 AC. Trata-se de uma reclamação destinada a um comerciante chamado Ea-nasir enviada por um cliente chamado Nanni. Escrita em cuneiforme acadiano, ela é considerada a reclamação escrita mais antiga já descoberta. Atualmente, encontra-se mantida no Museu Britânico.[2][3]
Ea-nasir viajou para o Golfo Pérsico a fim de comprar cobre e voltou para revendê-lo na região da Mesopotâmia. Em certa ocasião, ele concordou em vender lingotes de cobre para Nanni. Nanni enviou seu servo com o dinheiro para completar a transação.[4] No entanto, o cobre estava abaixo do padrão desejado e não foi aceito. Em resposta, Nanni escreveu a carta em cuneiforme para ser entregue a Ea-nasir.
Nela, está inscrito:
"O que você acha que eu sou para me tratar com tamanho desprezo? Eu enviei mensageiros para coletar o saco com o meu dinheiro (guardado com você) mas você me tratou com desprezo ao enviá-los de volta a mim de mãos vazias várias vezes, e ainda por território inimigo. Há alguém dentre os mercantes que negociam com Telmun que me tratara desta maneira? Você é o único que trata meu mensageiro com desdém!"[5]
Além da reclamação para Ea-nasir sobre uma entrega de cobre de grau incorreto e problemas com outra entrega;[6] Nanni também reclamou que seu servo (que cuidou da transação) foi tratado com grosseria. Afirmou que, até o momento em que escrevia, não havia aceitado o cobre, mas havia pago o dinheiro por ele.
Descoberta
[editar | editar código-fonte]A placa foi descoberta por Sir Leonard Woolley, um arqueólogo britânico, enquanto liderava uma expedição em conjunto com a Universidade da Pensilvânia e o Museu Britânico realizadas entre 1922 e 1934 na cidade suméria de Ur.[6][7]
A pedra tem 11,6 cm de altura, 5 cm de largura e 2,6 cm de espessura e encontra-se ligeiramente danificada.
Mais tábuas
[editar | editar código-fonte]Outras placas semelhantes foram encontradas nas possíveis ruínas da residência de Ea-nasir. Isso inclui uma carta de um homem chamado Arbituram que reclamou que ainda não havia recebido seu cobre, enquanto outra traz o relato de um homem que se dizia cansado de receber cobre ruim.[8]
Referências
[editar | editar código-fonte]Notas de rodapé
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- ↑ Figulla; Martin, eds. (1953). Letters and Business Documents of the Old Babylonian Period. Col: Ur Excavations: Texts. V. London: British Museum Press
- ↑ Leafloor, Liz. «4,000-Year-Old Ancient Babylonian Tablet is Oldest Customer Service Complaint Ever Discovered». Ancient Origins (em inglês). Consultado em 7 de fevereiro de 2017
- ↑ Hyken, Shep. «Oldest Customer Service Complaint Discovered: A Lesson from Ancient Babylon». Forbes. Consultado em 7 de fevereiro de 2017
- ↑ Crawford, Harriet (julho de 2015). «Sir Leonard Woolley and Ur of the Chaldees». The Bible and Interpretation
- ↑ Nakata, Ichiro (1 de janeiro de 1970). «Mesopotamian Merchants and Their Ethos». Journal of the Ancient Near Eastern Society (em inglês) (2). 2185 páginas. Consultado em 10 de julho de 2021
- ↑ a b «British Museum – tablet». British Museum
- ↑ https://www.britishmuseum.org/collection/term/BIOG63157
- ↑ Killgrove, Kristina. «Meet The Worst Businessman Of The 18th Century BC». Forbes. Consultado em 22 de julho de 2020
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- M. Rice, a Arqueologia do Golfo Pérsico, p. 276.
- Oppenheim, A. Leo (1967). Letters From Mesopotamia: Official, Business, and Private Letters on Clay Tablets from Two Millennia. Chicago: University of Chicago Press. pp. 82–83, tradução de Leo Oppenheim
- Leemans, W. F. (1960). «Ur: Time of Rim-Sin». Foreign Trade in the Old Babylonian Period: As Revealed by Texts from Southern Mesopotamia. Col: Studia et Documenta ad Iura Orientis Antiqui Pertinentia. 4. Leiden: E. J. Brill. pp. 39–40, tradução de WF Leemans