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Pessoal do Ceará

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Pessoal do Ceará
Pessoal do Ceará
Belchior apresenta-se no IV Festival Universitário de Música Popular Brasileira, em 1971.
Origens estilísticas rock and roll, MPB, pop
Contexto cultural década de 1970, Brasil

Pessoal do Ceará foi o termo pelo qual ficou conhecida uma série de jovens artistas do Ceará que despontaram, no início dos anos 1970, no cenário cultural brasileiro, dando origem a um dos mais importantes movimentos da música contemporânea do Brasil. Influenciados pelo filósofo Augusto Pontes, participaram do Pessoal do Ceará artistas como Amelinha[1] Belchior, Fagner, Fausto Nilo, Ednardo, Rodger Rogério e Téti. [2][3] [4]

O movimento surgiu após se formar no Ceará um grupo de artistas e intelectuais que pensavam, criavam, recriavam todas as questões que inquietavam o país na época. Entre seus integrantes existiam filósofos, físicos, químicos, arquitetos, músicos, poetas, cantores e atores.[5]

O marco deste movimento aconteceu em 1972, quando a gravadora Continental lançou o disco Pessoal do Ceará – Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem, que introduziu novos compositores cearenses no mercado fonográfico.

Segundo o pesquisador Pedro Rogério, "a ideia de criar o "Pessoal do Ceará" partiu de Augusto Pontes, tendo como base os movimentos Tropicália e Clube da Esquina. Desta forma, o "Pessoal do Ceará" encontra-se inserido no contexto sociocultural dos movimentos musicais daquela época, marcado pela atmosfera dos festivais e pelo engajamento político".[2]

Conforme conta Rodger Rogério, cantor e compositor cearense, em 1971 houve o IV Festival Universitário, e o cantor Belchior ganhou o primeiro lugar do festival com a com a música "Hora do Almoço". A vitória do Belchior mostrou ao Brasil, e ao próprio Ceará, que a música cearense concorria com a nacional.[6]

Ainda segundo relata, anos depois, Rodger, ele e Belchior, se reencontraram em SP e foram convidados a fazer um programa de entrevistas na TV Cultura, chamado "Proposta", que contava ainda com Ednardo e Téti. Semanalmente, os quatro eram provocados a compor e apresentar durante as gravações canções que estivessem ligadas ao assunto abordado com o entrevistado.[7] Um dos entrevistados do programa foi o produtor musical Walter Silva, que quis produzir um disco com eles. Assim nasceu o LP Pessoal do Ceará – Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem. Belchior e Fagner não entraram no disco porque já tinham projetos solos encaminhados.[6]

Referências

  1. Vidigal, Raphael (21 de julho de 2021). «Amelinha revela a história por trás da canção 'Frevo Mulher', do ex-marido Zé Ramalho». Rádio Itatiaia (em inglês). Consultado em 24 de março de 2023 
  2. a b Integrantes do Pessoal do Ceará fazem releitura de disco clássico
  3. grupodiscuta.ufc.br/ A construção identitária regional nas canções do “Pessoal do Ceará”. Tese de mestrado, por: Maria das Dores Nogueira Mendes
  4. [1] "Bar do Anísio - casa de liberdades", Isabela Bosi
  5. Pessoal do Ceará: formação de um habitus e de um campo musical na década de 1970 por Pedro Rogério Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Educação.
  6. a b une.org.br/ Resistência e Reinvenção do “Pessoal do Ceará” na Bienal da UNE
  7. onordeste.com/ Pessoal do Ceará