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Pétrus (vinho)

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Pétrus
Pétrus (vinho)
Garrafas do Pétrus
Designação Pétrus
Denominação
principal
AOC
Tipo de denominação AOC
País  França
Região principal Bordeaux
Cidade Pomerol
Superfície total 11,4 ha
Cepa dominante Merlot (100%)
Produção (hl) 30.000 garrafas/ano[1]

Pétrus é um vinho da região vinícola de Pomerol próximo a Bordeaux, França, o que representa também uma denominação de origem.

Embora os vinhos de Pomerol nunca sejam classificados, o Pétrus é considerado um dos grandes vinhos de Bordeaux assim como outros Grands Crus de Médoc como Château Latour, Château Lafite-Rothschild, Château Mouton Rothschild, Château Margaux, e os vinhos Saint-Émilion como o Château Ausone e o Château Cheval Blanc.

Château Petrus X Petrus Lambertini

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Em 2011 na França, os advogados do Château Petrus processaram o vinho Petrus Lambertini representado pelas empresas CGM Vins e da Direct Chais alegando que o vinho estaria prejudicando a reputação da marca Petrus por suposta prática comercial enganosa.

A CGM Vins, por sua vez, defende que o nome Petrus Lambertini foi legalmente registrado e faz referência ao primeiro prefeito de Bordeaux, Pierre Lambert (Petrus Lambertini, em latim), uma figura histórica de 1208. O diretor Stéphane Coureau destaca que a empresa comercializa a safra 2015 e já produziu milhares de garrafas sob esse rótulo.

Em 2018, a Corte de Apelação de Bordeaux absolveu a CGM Vins, e um recurso do Petrus foi rejeitado pela Corte de Cassação e autorizou a continuação da venda do vinho Petrus Lambertini No. 2.[2]

Em 2023, O tribunal considerou que as empresas cometeram atos "parasitários", explorando indevidamente o nome do famoso rótulo de Pomerol resultando na condenação das empresas CGM Vins e da Direct Chais ao pagamento de €1,18 milhão por prejudicar a reputação da marca Petrus. As empresas condenadas recorreram, suspendendo os efeitos da decisão até o julgamento do recurso.[3]

Château Petrus X Putos

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Em dezembro de 2024 no Brasil, a vinícola francesa Société Civile du Château Petrus processou as importadoras brasileiras Casa Flora e Porto a Porto, distribuidoras do vinho Putos (dos humoristas Danilo Gentili, Oscar Filho e Diogo Portugal), alegando que o nome e a identidade visual do vinho português causam confusão e concorrência desleal com o argumento que o produto imita, desabona e satiriza a prestigiada marca de renome mundial, associando-a a uma expressão obscena.

O processo tramitado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) foi acatado e a juíza Larissa Tunala solicitou a suspensão imediata das vendas e destruição do estoque.[4]

Mas em fevereiro de 2025, o mesmo TJSP anulou a retenção de 22.845 garrafas de vinho, realizada pela Receita Federal que havia sido feita sem autorização judicial e reverteu a decisão da destruição das garrafas.[5][6]

As importadoras brasileiras foram proibidas de comercializar os três vinhos (tinto, branco e rosé) após a decisão judicial. No entanto, as vendas no varejo foram mantidas, o que levou o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) a entender que houve descumprimento da determinação, aplicando uma multa de R$ 370 mil a cada uma das importadoras.

A defesa das distribuidoras do Putos alegou que a continuidade das vendas não foi promovida pelas próprias importadoras. Diante desse argumento, o tribunal decidiu anular as multas impostas ao rótulo “Putos”. Com essa decisão, a vinícola francesa envolvida na disputa judicial será responsável pelo pagamento de R$ 40 mil em honorários advocatícios.[7]

Ainda em fevereiro do mesmo ano, a batalha judicial dos vinhos ‘Putos’ e ‘Petrus’ chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) cujo pedido para a corte é decidir se houve censura na decisão do TJSP que proibiu venda do vinho lançado pelos humoristas Danilo Gentili, Oscar Filho e Diogo Portugal.[8]

Em conversa com o site OFuxico, Oscar Filho se defendeu:[9]

Em fevereiro de 2025, a reclamação ao STF aguarda a decisão do relator, o ministro André Mendonça.[10]

Referências

  1. «La Revue du Vin de France - Pétrus» (em francês). Consultado em 24 de julho de 2010 
  2. Redação (14 de outubro de 2018). «Château Petrus recorreu de decisão que autorizou vinho da Côtes de Bordeaux a manter o nome Petrus no rótulo». Revista ADEGA. Consultado em 24 de fevereiro de 2025 
  3. Mercer, Chris (18 de maio de 2023). «Petrus hails trademark ruling with nearly €1.2m compensation». Decanter (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2025 
  4. «Rogério Gentile: Justiça proíbe a comercialização do vinho de Danilo Gentili: 'Imitação'». UOL. Consultado em 21 de fevereiro de 2025. Cópia arquivada em 30 de janeiro de 2025 
  5. «A vitória de Gentili e seu vinho 'Putos' contra a Receita na Justiça | Radar». VEJA. Consultado em 21 de fevereiro de 2025 
  6. «Justiça suspende execução contra vinho "Putos" e anula apreensão». Migalhas. 17 de fevereiro de 2025. Consultado em 21 de fevereiro de 2025 
  7. «Defesa de Gentili vence gigante vinícola francesa em ação no TJSP | Radar». VEJA. Consultado em 21 de fevereiro de 2025 
  8. «Batalha judicial dos vinhos 'Putos' e 'Petrus' chega ao STF | Radar». VEJA. Consultado em 21 de fevereiro de 2025 
  9. Takano, Andreia (11 de fevereiro de 2025). «STF vai analisar se houve censura do TJSP em proibir a comercialização do vinho Putos». OFuxico. Consultado em 21 de fevereiro de 2025 
  10. PODER360 (19 de fevereiro de 2025). «TJ-SP suspende execução contra vinho de Danilo Gentili». Poder360. Consultado em 21 de fevereiro de 2025 
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