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Olympio Guilherme

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Olympio Guilherme
Olympio Guilherme
Olympio Guilherme em 1932
Nascimento 1902
Bragança, SP
Morte 1973
Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileira

Olympio Guilherme (Bragança Paulista, 13 de janeiro de 1902Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1973[1]) foi um ator, diretor de cinema, economista, escritor e jornalista brasileiro, considerado um dos primeiros do país a tentar carreira em Hollywood.

Década de 1920: carreira em Hollywood

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Olympio era considerado um homem bonito. Foi a primeira paixão de Pagu, musa do Modernismo no Brasil, e havia principiado no jornalismo junto a Cásper Líbero[2] e trabalhado na redação do jornal A Gazeta em São Paulo de 1924 a 1927.[3]

Em 1927, participou de um concurso realizado pelo estúdio Fox Films, que buscava no Brasil, Chile, Espanha e Itália jovens com traços latinos para atuação no cinema[4]. O prêmio era ir à capital cinematográfica dos Estados Unidos e participar em filmes daquele estúdio. Partiu como representante masculino junto a Lia Torá, a vencedora na categoria feminina.

O real objetivo das Fox Films era se promover no Brasil, e Olympio não recebeu papéis de destaque, atuando apenas como figurante em poucas produções do cinema mudo (e recebendo proporcionalmente por isso). Além disso, a transição para o cinema falado atrapalhou candidatos que não falavam inglês.

Ainda assim, com seus próprios recursos Olympio realizou em 1929 um filme em estilo realista - Fome - que denunciava a situação econômica de outros aspirantes em busca de uma carreira no cinema americano. O filme foi vetado para exibição por considerá-lo deprimente num momento de crise.[2]

Diante do cartaz de Fome.

Década de 1930 a 1970: atuação como jornalista e economista

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Créditos do nº 1 de "O Observador", Guilherme aparece como redator-chefe.

De volta ao Brasil em 1932, Olympio estudou Economia e foi trabalhar com Valentim Bouças na revista Observador Econômico; com a mudança de Bouças para os Estados Unidos, Olympio passou a dirigir a revista, onde teve início a carreira jornalística de Carlos Lacerda.[2]

Em 1955 tornou-se comentarista econômico em programa da Rede Globo, que mais tarde lhe rendeu um livro.[5]

Morreu em 1973. Em sua certidão de óbito, a causa da morte consta como aneurisma e problemas arteriais.[1] Olympio deixou esposa (Natalina Diniz Guilherme) e uma filha (Bonina Guilherme Moran), que foi conhecida pela sua família apenas após sua morte, quando o corpo era velado. [2]

O tiro de Chateaubriand

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O biógrafo de Assis Chateaubriand, Fernando Morais, narra que o empresário da mídia havia realizado ataques pesados ao empresário Clito Bockel em seus jornais pois este passara a viver com sua ex-amante, Corita Cunha e, no dia seguinte, 27 de junho de 1941, participou da entrega de mais um avião de sua campanha "Dê Asas à Juventude" que efetuou a doação de milhares de aviões às cidades brasileiras; em meio à solenidade "Chatô" foi abordado por um militar que se identificou como irmão de Bockel e dele recebeu um soco; ao cair o empresário sacou seu revólver, efetuando vários disparos.[6]

Ao ver a cena, Olympio Guilherme acudiu Chateaubriand, de quem era amigo, mas este viu apenas o vulto que se aproximava e disparou contra sua cabeça, atingindo-lhe os dentes e indo a bala alojar-se na garganta, a poucos milímetros da medula; Chateaubriand ficara arrasado ao pensar que havia inicialmente assassinado, depois mutilado "a cara mais bonita do Brasil" e, finalmente, acreditado haver destruído seus dentes — no que seu subalterno Dario de Almeida Magalhães teria acalmado o atirador: "Quanto a isso o senhor pode se tranquilizar, doutor Assis. Acabamos de descobrir que eram dentes falsos, iguais aos de qualquer velhinho."[6]

Apesar da forte censura à imprensa da época (Olympio Guilherme foi entre janeiro [7]e abril de 1940[8] diretor da Divisão de Imprensa do Departamento de Imprensa e Propaganda do governo Vargas), e dos esforços de Chateaubriand em acobertar o incidente, a notícia foi publicada por jornais concorrentes aos seus, causando grande escândalo.[6]

Guilherme participou dos seguintes filmes:

Dentre os livros de Guilherme estão:

  • Hollywood (1932)
  • Estudos Americanos (em 4 volumes):
    • À Margem da História e da Política Norte-Americana
    • A Realidade Americana
    • Homens e coisas Norte-Americanas
    • A Revolução Capitalista Norte Americana
  • URSS & USA
  • Roboré- a luta pelo petróleo boliviano
  • O Brasil e a Era Atômica
  • A questão do Oriente Médio

Referências

  1. a b «Certidão de Óbito / "Brasil, Rio de Janeiro, Registro Civil, 1829-2012"». Family Search. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  2. a b c d Luiz Nassif (27 de março de 2017). «Olympio Guilherme, um brasileiro em Hollywood». Jornal GGN. Consultado em 21 de maio de 2018. Cópia arquivada em 21 de maio de 2018 
  3. «Quem é Olympio Guilherme». Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. Cinearte (n.74): p.6. 27 de julho de 1927. Consultado em 18 de agosto de 2023 
  4. «Quem quer ser artista da Fox?» (PDF). Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. Cinearte (n.27): p.05. 1 de novembro de 1926. Consultado em 18 de agosto de 2023 
  5. institucional. «Olympio Guilherme, biografia». olympioguilherme.com. Consultado em 21 de maio de 2018. Cópia arquivada em 22 de maio de 2018 
  6. a b c Fernando Morais (1994). Chatô, o rei do Brasil 2ª ed. [S.l.]: Companhia das Letras. 735 páginas. ISBN 8571643962. Episódio narrado da pág. 400 à 404. 
  7. «Tomaram posse ontem os novos chefes de serviço do Departamento de Imprensa e Propaganda». A Batalha, ano XI, edição 4114, página 1/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. 7 de janeiro de 1940. Consultado em 28 de dezembro de 2023 
  8. «Exonerou-se o diretor da Divisão de Imprensa do D.I.P.». Correio da Tarde (SP), ano X, edição 3026, página 6/republicado pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. 13 de abril de 1940. Consultado em 28 de dezembro de 2023 

Ligações externas

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