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O Sexo das Bonecas

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O Sexo das Bonecas
 Brasil
1974 •  cor •  90 min 
Género drama/pornochanchada
Direção Carlos Imperial
Produção CIPAL (Carlos Imperial Produções Artísticas Ltda.)
Roteiro Carlos Imperial
Fernando Melo (peça teatral)
Elenco Arlete Salles
Mário Gomes
Lançamento 28 de junho de 1976
Idioma português

O Sexo das Bonecas é um filme brasileiro de 1974, com direção de Carlos Imperial. O roteiro é do diretor que adaptou a peça teatral de Fernando Melo, Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá. [1]

O jovem ingênuo Renato chega ao Rio de Janeiro, vindo de Cachoeiro de Itapemirim, com o sonho de se formar médico. Sem conhecer ninguém ele vai a uma boate onde é confundido com um garoto de programa por Pedro, enfermeiro homossexual obcecado por Greta Garbo. Na mesma noite os dois vão ao apartamento de Pedro e depois de várias discussões, resolvem morar juntos. Três meses depois, Renato apresenta a namorada Gracinha ao amigo e que não sabe mas Pedro logo percebe tratar-se de uma prostituta.

Esse foi o primeiro filme da CIPAL a conseguir um financiamento da Embrafilme. Porém , o financiamento era para um filme infantil. Imperial inventou uma sinopse que se enquadrava nos critérios, e chamou de Guerra dos Heróis. Na realidade, produziu uma Pornochanchada. Para enganar a Embrafilme, as claquetes do filme tinham sido preenchidas com o nome "Guerra", em caso de algum fiscal resolvesse inspecionar o set de filmagens. [3]

A produção do filme foi conturbada, devido aos atritos entre Imperial e Mário Gomes. Inicialmente o filme se chamaria Ele, Ela e Etc mas Imperial o substituiu por O Sexo das Bonecas. Mário Gomes considerou o nome apelativo e o estilo de direção de Imperial anárquico. Eram previstos diversos cenários mas, no fim, a produção acabou concentrada a um único (composto por um apartamento), dando ao filme um ar de teleteatro. Imperial dirigiu e produziu o filme, porém decidiu engavetá-lo por um tempo para esperar Gomes se tornar um ator mais famoso. [3]

O cartaz do filme, produzido por Benício, causou uma grande controvérsia. Ao se ver retratado como um travesti, com maquiagem e enormes cílios postiços, Mário Gomes entrou na justiça alegando danos à sua imagem e conseguiu a apreensão dos cartazes do filme às vésperas do lançamento. Isso enfureceu Imperial, que havia tomado o empréstimo com a Embrafilme e colocado recursos próprios para completar o filme. Reza a lenda que Imperial, enfurecido, criou a estória da cenoura entalada no ânus do ator. Divulgada no jornal Luta Democrática, se tornou uma das maiores lendas urbanas nacionais dos anos 1970. Para incrementar o assunto, foi difundido na época que Gomes se demorou mais do que devia numa cena de beijo gay neste filme. [3][4]

Por conta da ação de Mário Gomes, o filme só foi lançado em 28 de junho de 1976. [1]

A bilheteria do filme foi fraca, ficando muito abaixo dos 500 mil espectadores, embora tenha ficado em cartaz até meados de 1978.[3]

Referências

  1. a b «O Sexo das Bonecas». Cinemateca Brasileira. Consultado em 16 de fevereiro de 2019 
  2. IMDb. «O Sexo das Bonecas (1974)». Consultado em 6 de maio de 2010. Arquivado do original em 25 de março de 2011 
  3. a b c d MONTEIRO, Denilson (2008). Dez! Nota Dez! Eu Sou Carlos Imperial. [S.l.]: Matrix. p. 276-277, 288-290 e 298-300. ISBN 9788577880690 
  4. Tony Góes (9 de março de 2017). «Da cenoura ao sanduíche: a curiosa trajetória de Mário Gomes». F5. Consultado em 16 de fevereiro de 2019