Saltar para o conteúdo

Monsanto e Idanha-a-Velha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Portugal Portugal Monsanto e Idanha-a-Velha 
  Freguesia  
Vista geral da aldeia histórica de Monsanto
Vista geral da aldeia histórica de Monsanto
Vista geral da aldeia histórica de Monsanto
Localização
Monsanto e Idanha-a-Velha está localizado em: Portugal Continental
Monsanto e Idanha-a-Velha
Localização de Monsanto e Idanha-a-Velha em Portugal
Coordenadas 40° 01′ 06″ N, 7° 07′ 45″ O
Região Centro
Sub-região Beira Baixa
Província Beira Baixa
Distrito Castelo Branco
Município Idanha-a-Nova
Código 050520
História
Fundação 28 de janeiro de 2013
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 152,73 km²
População total (2021) 766 hab.
Densidade 5 hab./km²

Monsanto e Idanha-a-Velha (oficialmente: União das Freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha) é uma freguesia portuguesa do município de Idanha-a-Nova, com 152,73 km² de área[1] e 766 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 5 hab./km².

Mapa

Monsanto avista-se na encosta de uma grande derrapagem escarpada, designada de o Pelourinho de Monsanto (Mons Sanctus). Situa-se a nordeste de Guarda e irrompe repentinamente do campo. No ponto mais alto, o seu pico atinge os 100 metros. A presença humana neste local data desde a era de Dom Afonso Henriques. A arqueologia diz-nos que o local foi habitado pelos bárbaros, no sopé do monte. Também existem vestígios da passagem visigótica e árabe. Os mouros seriam derrotados por Dom Afonso Henriques.[3] Em 1165, o lugar de Monsanto foi doado ao rei de Portugal que, sob orientações de Gualdim Pais, mandou construir o Castelo de Monsanto. O foral foi concedido pela primeira vez em 1174 pelo Rei de Portugal e retificado, sucessivamente, por D. Sancho I (em 1190) e D. Afonso II (em 1217). “O castelo de robusta construção, foi mandado construir por D. Gualdim Paes de Marecos, Grão Mestre dos Templários em 1239” [4]

Vista da aldeia histórica com suas casas graníticas.
Monsanto e a vista sobre os arredores da aldeia histórica.

Foi D. Sancho I quem repovoou e reedificou a fortaleza que, entretanto, fora destruída nas lutas contra o Reino de Leão. Seriam novamente reparadas, um século mais tarde, pelos Cavaleiros Templários.

Em 1308, o rei D. Dinis deu Carta de Feira. Em 1510, seria o rei Dom Manuel I a entregar de novo foral e concedendo à aldeia a categoria de vila.

Em meados do século XVII, Luis de Haro y Guzmán (ministro de Filipe IV de Espanha), tenta cercar Monsanto, mas sem sucesso. No século XVIII, o Duque de Berwick também cerca Monsanto, mas o exército português, comandado pelo Marquês das Minas, derrota o invasor nas difíceis escarpas que se erguem até ao castelo. Monsanto foi sede de concelho no período 1758-1853. Em 1815 um grave acidente, provocado por um raio, destruiu o seu castelo medieval, pela explosão do paiol de munições.[5]

Em 1927 a localidade foi de novo elevada à categoria de vila.[6]

Em 1938, ganhou o título de "Aldeia mais portuguesa de Portugal", exibindo o Galo de Prata, troféu da autoria de Abel Pereira da Silva, cuja réplica permanece até hoje no cimo da Torre do Relógio ou de Lucano.[3] Um pouco por toda a parte, foram depois colocadas réplicas do Galo de Prata, quer em igrejas, torres ou outros monumentos de todo o país.

Idanha-a-Velha

[editar | editar código-fonte]

A povoação de Idanha-a-Velha foi fundada no período de Augusto (século I a.C.)[7] e a fundação deste núcleo populacional teve para Roma uma importância extrema entre Guarda (Lancia Oppidana) e Mérida (Augusta Emerita).[8] A ocupação romana desta zona está bem comprovada pela observação detalhada das muralhas edificadas entre os séculos III a IV, quando do início das Invasões Bárbaras. É possível identificar os inúmeros vestígios materiais de habitações e templos romanos existentes na povoação, com o reaproveitamento de pedra nas construções posteriores. De facto, esta muralha só cercava parte do que terá sido a magnífica cidade do Alto Império. Segundo algumas teorias, terá sido aqui que, em 305, terá nascido o Papa Dâmaso I.[9]

Os elementos romanos mais importantes foram destruídos no século V pelos Suevos, restando vestígios em condições muito diversas: a Ponte de Alcântara, que ligava Mérida (Augusta Emerita) a Astorga (Asturica), o Forum, o Podium de Vénus (sobre o qual foi construída a Torre dos Templários), e as Termas, a sul do Forum. No concílio de Lugo, em 569, participou também Idanha, ainda não apelidada de "a Velha". A prosperidade veio com a conquista visigótica, durante a qual foram construídos a Catedral, o Palácio dos Bispos, o Paço episcopal e a Ponte de São Dâmaso. Em 713, os mouros tomaram a cidade e destruíram-na. Reconquistada pelo Rei Afonso III de Leão, foi perdida novamente, só tendo sido definitivamente tomada por D. Sancho I.

Em 1319, D. Dinis doou-a à Ordem de Cristo e o foral só foi renovado no tempo de D. Manuel I em 1514.[7] Os seus marcos mais importantes são o Pelourinho, a Igreja Matriz, as Capelas de São Dâmaso, de São Sebastião e do Espírito Santo.

União de freguesias

[editar | editar código-fonte]

A atual união de freguesias foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha e tem a sede em Monsanto.[10]

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Monsanto[11]
AnoPop.±%
2001 1 160—    
2011 829−28.5%
População da freguesia de Idanha-a-Velha[11]
AnoPop.±%
2001 79—    
2011 63−20.3%
População da União das freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha[2]
AnoPop.±%
2021 766—    
Distribuição da População por Grupos Etários[11]
Antes da agregação
Ano 0-14 anos 15-24 anos 25-64 anos >= 65 anos Total
2001 68 50 419 702 1239
2011 32 45 277 538 892
Após a agregação
Ano 0-14 anos 15-24 anos 25-64 anos >= 65 anos Total
2021 50 27 275 414 766

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Monsanto e Idanha-a-Velha

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b c Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. a b «A chamada «Catedral» e a velha ponte a este, sobre o Ponsul». IGESPAR. Consultado em 2 de abril de 2014 
  4. Pinho Leal, Augusto Soares d’Azevedo Barbosa de (1875). Portugal Antigo e Moderno - Diccionario. [S.l.]: Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia. p. 413 
  5. «Castelo e Muralhas de Monsanto». SIPA. Consultado em 2 de abril de 2014 
  6. [1]
  7. a b «Idanha-a-Velha». Câmara Municipal de Idanha-a-Nova. Consultado em 2 de abril de 2014 
  8. «Pelourinho de Idanha-a-Velha». IGESPAR. Consultado em 2 de abril de 2014 
  9. https://www.dn.pt/lusa/idanha-a-nova-lanca-projeto-papa-sao-damaso-para-reforcar-turismo-religioso-10015226.html
  10. «Lei n.º 11-A/2013 (Reorganização administrativa do território das freguesias)» (PDF). Diário da República 1.ª Série, n.º 19, de 28 de janeiro. Consultado em 2 de fevereiro de 2013 
  11. a b c INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
Ícone de esboço Este artigo sobre freguesias portuguesas é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.