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Matilde de Flandres

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Matilde
Matilde de Flandres
Rainha Consorte da Inglaterra
Reinado 25 de dezembro de 1066
a 2 de novembro de 1083
Coroação 11 de maio de 1068
Predecessora Edite de Mércia
Sucessora Edite da Escócia
Nascimento c. 1031
Morte 2 de novembro de 1083 (52 anos)
  Caen, Baixa Normandia, França
Sepultado em Abadia das Damas, Caen, Normandia
Marido Guilherme I de Inglaterra
Descendência Roberto II, Duque da Normandia
Ricardo da Normandia
Guilherme II de Inglaterra
Matilde da Normandia
Cecília da Normandia
Henrique I de Inglaterra
Adeliza da Normandia
Constança da Normandia
Adela da Normandia
Casa Flandres (por nascimento)
Normada (por casamento)
Pai Balduíno V de Flandres
Mãe Adela de França
Religião Catolicismo

Matilde de Flandres (c. 1031Caen, 2 de novembro de 1083) foi filha de Balduíno V, conde de Flandres, e de Adela de França. Era conhecida por ser muito baixa, mas sabe-se muito pouco a respeito de sua juventude.

O fato de ela ser descendente de Alfredo, o Grande, rei da Inglaterra, foi uma das razões que levou Guilherme da Normandia, a pedi-la em casamento. Aparentemente ela o rejeitou, uma vez que não queria casar com um bastardo. Furioso, Guilherme a abordou e a agrediu. Tal comportamento bastante inconvencional levou-a a mudar de ideia e eles casaram em 1051, embora tenham tido que esperar até 1059 antes de receber a permissão papal.

Guilherme confiava bastante nela e ela agia como regente sempre que ele estava ausente. Depois da conquista da Inglaterra, ela foi coroada rainha de Inglaterra em Winchester. Ela foi para o norte da Inglaterra com ele e, em Selby, deu à luz o futuro rei Henrique I, provavelmente o seu décimo ou décimo-primeiro filho. Em 1069, ela voltou para o Ducado da Normandia, onde permaneceu no governo.

Quando ela adoeceu em 1083, Guilherme viajou à Normandia para ficar a seu lado. Morreu em Caen, onde foi sepultada.

Matilde era a filha de Balduíno V, conde de Flandres e de Adela de França, que era a filha de Roberto II de França.[1]De acordo com uma lenda, quando Guilherme II da Normandia enviou um representante para pedir a sua mão em casamento, ela disse-lhe que era muito bem nascida para casar-se com um bastardo. Após ouvir sua resposta, Guilherme cavalgou da Normandia até Bruges, e ao encontrá-la cavalgando para a igreja, a agarrou pelas tranças, jogando-a na rua e foi embora deixando para trás os criados da princesa perplexos.

Há outra versão que diz que o Duque foi até a casa do pai dela em Lille, pelas suas tranças a jogou no chão de seu quarto, e bateu em Matilde antes de ir embora. Antes que o seu pai disputasse um duelo com o futuro rei da Inglaterra, Matilde informou-lhe que não aceitaria se casar com ninguém, a não ser Guilherme.[2][3]Nem mesmo o obstáculo imposto pelo papa Leão IX no Concílio de Reims com a argumentação de que os dois era relacionados consaguinamente, a fez mudar de ideia. Os dois se casaram em 1051/2.[4]Finalmente em 1059, eles receberam uma dispensa papal do papa Nicolau II.[5]

Havia rumores de que Matilde estava apaixonada pelo embaixador inglês em Flandres e também por um proprietário de terras chamado Brictric, que teria recusado o seu amor e cujas possessões foram confiscadas por Matilde enquanto regente.[6]Ela o jogou na prisão,onde ele morreu.[7] Após a morte da rainha, seu filho mais velho Guilherme II de Inglaterra, doou as terras para Roberto Fitzhamon[8], o conquistador de Glamorgan. Mais tarde, seu genro Roberto de Caen, 1.° conde de Gloucester, filho ilegítimo de Henrique I, que era filho de Matilde, recebeu as terras ao se casar com a filha de Roberto, Maud.

Duquesa da Normandia

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Para a invasão de seu marido, Matilde equipou um navio chamado Mora com o seu próprio dinheiro e o deu de presente.[9]Durante a sua ausência, Guilherme a deixou regente do seu filho de 14 anos, tendo sido essa uma época pacífica.[10]

Após a Conquista normanda da Inglaterra, Matilde ainda passou mais de um ano sem conhecer seu novo reino.[11]Mesmo depois de ter sido coroada rainha, Matilde continuou vivendo na Normandia, governando o ducado, apoiando os interesses de seus irmãos em Flandres e patrocinando igrejas. Ela apenas deu à luz um filho na Inglaterra, Henrique, que nasceu em Yorkshire enquanto Matilde acompanhava o marido no Massacre do Norte. [12]

Rainha de Inglaterra

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Estátua de autoria de Jean-Jacques Elschoecht presente nos Jardim de Luxemburgo, em Paris.

Matilde foi coroada em 11 de maio de 1068 em Westminster durante a Pentecostes, em uma cerimônia presidida pelo Arcebispo de Iorque. Foi declarado que a rainha era escolhida por Deus, instituída de poder real, e que abençoava seu povo através de seu poder e virtude.[13]

Por muitos anos acreditou-se que ela esteve envolvida na criação da Tapeçaria de Bayeux, porém os historiadores não mais defendem isso. Aparentemente, a tapeçaria feita para celebrar a conquista normanda, foi ordenada por Odo, bispo de Bayeux, meio-irmão de Guilherme, para ser feita por artesãos em Kent.[14]

O casal teve nove ou dez filhos, e ao contrário do esperado para um rei, Guilherme parece ter sido fiel à esposa, não tendo filhos ilegítimos.[15]Matilde cuidou pessoalmente da educação de seus filhos. As filhas sabiam ler em latim tendo aprendido na Abadia de Sainte-Trinité em Caen, que foi fundada por Matilde e Guilherme em razão da legitimação de seu casamento.[16] Para a educação de seus filhos,foi encarregado Lanfranco de Cantuária, a quem os dois apoiavam em assuntos religiosos.[17]

Ela era a madrinha de Matilde da Escócia, a futura esposa de seu filho Henrique I de Inglaterra e sua sucessora. Durante o batismo, o bebê puxou a coroa da rainha a colocando sobre a sua cabeça, o que foi considerando um presságio de que Matilde seria rainha um dia.[18]

A monarca adoeceu no verão de 1083 e morreu em novembro do mesmo ano. Seu marido estava presente durante a sua confissão final.[19]Ele morreu em 1087.

Uma placa preta lustrosa do século XI com seu epitáfio marca sua tumba na Abadia das Damas. Já Guilherme, o Conquistador, foi enterrado na Abadia dos Homens, em Caen.

Com 1,27 cm de altura, ela é considera pelo Guinness World Records como a mais baixa rainha da Inglaterra. Em 1819 e 1959, o esqueleto incompleto de Matilda foi examinado e seus ossos foram medidos para determinar sua altura. A estimativa de 1819 era menos de cinco pés, enquanto a estimativa de 1959 era 5' (152 cm) de altura. Uma altura de renome de 4' 2 " (127 cm) apareceu em algum momento depois de 1959 na literatura não-científica, deturpando a medição de 1959.[20]

Matilde e Guilherme tiveram quatro filhos e no mínimo cinco filhas.[21]Ao contrário da ordem de nascimento dos meninos, não há certeza sobre a das garotas.[21]

  • Ricardo, duque de Bernay, morreu em um acidente de caça em New Forest
Matilde de Flandres
Casa de Flandres
c. 1031 – 2 de novembro de 1083
Precedida por
Edite de Mércia
Rainha Consorte da Inglaterra

25 de dezembro de 10662 de novembro de 1083
Sucedida por
Edite da Escócia

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Referências

  1. Detlev Schwennicke, Europäische Stammtafeln: Stammtafeln zur Geschichte der Europäischen Staaten, Neue Folge, Band II (Marburg, Germany: J. A. Stargardt, 1984), Tafeln 5, 11, 81. [S.l.: s.n.] 
  2. [Paul Hilliam, William the Conqueror: First Norman King of England (NY: Rosen Publishing Group, 2005), p. 20, ISBN 1-4042-0166-1 Paul Hilliam, William the Conqueror: First Norman King of England (NY: Rosen Publishing Group, 2005), p. 20, ISBN 1-4042-0166-1] Verifique valor |URL= (ajuda)  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  3. [Lisa Hilton, Queen Consort (NY: Pegasus Books, LLC, 2010), p. 17, ISBN 978-1-60598-105-5 Lisa Hilton, Queen Consort (NY: Pegasus Books, LLC, 2010), p. 17, ISBN 978-1-60598-105-5] Verifique valor |URL= (ajuda)  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  4. [K.S.B. Keats-Rohan, Domesday People, A Prosopography of Persons Occurring in English Documents 1066–1166, Volume I, Domesday Book (Woodbridge: The Boydell Press, 1999), p. 495 K.S.B. Keats-Rohan, Domesday People, A Prosopography of Persons Occurring in English Documents 1066–1166, Volume I, Domesday Book (Woodbridge: The Boydell Press, 1999), p. 495] Verifique valor |URL= (ajuda)  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. Lisa Hilton, Queen Consort (NY: Pegasus Books, LLC, 2010), p. 18, ISBN 978-1-60598-105-5. [S.l.: s.n.] 
  6. Thorn, Caroline & Frank, (eds.) Domesday Book, (Morris, John, gen.ed.) Vol. 9, Devon, Parts 1 & 2, Phillimore Press, Chichester, 1985, part 2 (notes), 24, 21, quoting "Freeman, E.A., The History of the Norman Conquest of England, 6 vols., Oxford, 1867-1879, vol. 4, Appendix, note 0". [S.l.: s.n.] 
  7. Edward Augustus Freeman, The History of the Norman Conquest of England, Vol. IV (Oxford: Clarendon Press, 1871), pp. 761–64. [S.l.: s.n.] 
  8. Round, J. Horace, Family Origins and Other Studies, London, 1930, The Granvilles and the Monks, pp.130-169, p.139. [S.l.: s.n.] 
  9. Elisabeth van Houts, 'The Ship List of William the Conqueror', Anglo-Norman Studies X; Proceedings of the Battle Conference 1987 (Boydell Press, Woodbridge, UK, 1988), p. 166. [S.l.: s.n.] 
  10. Lisa Hilton, Queen Consort (NY: Pegasus Books, LLC, 2010), pp. 31–32, ISBN 978-1-60598-105-5. [S.l.: s.n.] 
  11. Lois Honeycutt, Matilda of Scotland: a Study in Medieval Queenship (Woodbridge: The Boydell Press, 2003), p. 50. [S.l.: s.n.] 
  12. Lisa Hilton, Queen Consort (NY: Pegasus Books, LLC, 2010), p. 35, ISBN 978-1-60598-105-5. [S.l.: s.n.] 
  13. Lisa Hilton, Queen Consort (NY: Pegasus Books, LLC, 2010), p. 33, ISBN 978-1-60598-105-5. [S.l.: s.n.] 
  14. Christopher Norton, Archbishop Thomas of Bayeux and the Norman Cathedral at York (York: Borthwick Institute of Historical Research, University of York, 2001), p. 3. [S.l.: s.n.] 
  15. Chris Given-Wilson; Alice Curteis, The Royal Bastards of Medieval England (New York: Barnes & Noble, 1995), p. 59 ISBN 1-56619-962-X. [S.l.: s.n.] 
  16. Lisa Hilton, Queen Consort (NY: Pegasus Books, LLC, 2010), p. 29, ISBN 978-1-60598-105-5. [S.l.: s.n.] 
  17. Lisa Hilton, Queen Consort (NY: Pegasus Books, LLC, 2010), p. 37, ISBN 978-1-60598-105-5. [S.l.: s.n.] 
  18. Lois Honeycutt, Matilda of Scotland: a Study in Medieval Queenship (Woodbridge: The Boydell Press, 2003), p. 10. [S.l.: s.n.] 
  19. Lisa Hilton, Queen Consort (NY: Pegasus Books, LLC, 2010), p. 39, ISBN 978-1-60598-105-5. [S.l.: s.n.] 
  20. John Dewhurst, 'A historical obstetric enigma: how tall was Matilda?', Journal of Obstetrics & Gynecology, Vol. 1, No. 4 (1981), pp. 271–72
  21. a b David C. Douglas, William The Conqueror (Berkeley; Los Angeles: University of California Press, 1964), p. 393. [S.l.: s.n.] 
  22. David C. Douglas, William The Conqueror (Berkeley; Los Angeles: University of California Press, 1964), p. 395. [S.l.: s.n.] 
  23. Elisabeth van Houts, Adelida (Adeliza) (d. before 1113)" Oxford Dictionary of National Biography. [S.l.: s.n.] 
  24. E.F. Fryde; D.E. Greenway; S. Porter; I. Roy, Handbook of British Chronology, Third Edition (Cambridge, UK; New York: Cambridge University Press, 1996), p. 35 ISBN 0-521-56350-X. [S.l.: s.n.]