Maria Teresa Eugénio de Almeida
Maria Teresa Eugénio de Almeida | |
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Nome completo | Maria Teresa Ortigão Burnay de Almeida Bello Eugénio de Almeida |
Nascimento | 16 de Setembro de 1921 Caxias, Oeiras |
Morte | 14 de Julho de 2017 Lisboa |
Nacionalidade | Portugal |
Cônjuge | Vasco Maria Eugénio de Almeida |
Ocupação | Benemérita |
Prémios | Ordem do Mérito |
Título | Condessa de Vilalva |
Maria Teresa Ortigão Burnay de Almeida Bello Eugénio de Almeida ComB (Caxias, Oeiras, 16 de Setembro de 1921 - Lisboa, 14 de Julho de 2017) foi uma benemérita portuguesa.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascimento
[editar | editar código-fonte]Nasceu em 16 de Setembro de 1921, na Casa de Massarelos, em Caxias, no concelho de Oeiras.[1] Era filha de Manuel de Almeida Bello e de Maria Isabel Ortigão Burnay, neta do escritor Ramalho Ortigão.[1]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em 1948 casou-se com Vasco Maria Eugénio de Almeida, Conde de Vilalva.[1] Desde esse ano até ao falecimento do seu marido em 1975, colaborou com Vasco de Almeida em várias obras de cariz social, cultural e educativo em Évora, como a formação do Instituto Superior Económico e Social, a instalação do Hospital do Patrocínio, e as obras de conservação do Paço de São Miguel, no antigo Castelo de Évora.[1]
Em 1963, Vasco de Almeida criou a Fundação Eugénio de Almeida em Évora,[1] que se tornou numa importante proprietária em Évora, tendo a posse de vários monumentos naquela cidade, como o Convento da Cartuxa, onde é produzido o vinho com o mesmo nome.[2] A partir da morte do seu marido, em 1975, continuou a obra de beneficiência.[1] Na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974, a Fundação Eugénio de Almeida passou por dificuldades, uma vez que alguns dos terrenos e prédios foram ocupados, como parte da reforma agrária.[2] A situação só se normalizou no princípio da década de 1980, tendo a presidência da instituição sido entregue à Arquidiocese de Évora, enquanto que Maria Eugénia de Almeida passou a ser a administradora, função que ocupou durante cerca de vinte anos, até 2000.[2]
Durante a década de 1990 ocorreram algumas disputas no interior da fundação, tendo Maria Eugénia de Almeida chegado a recorrer ao tribunal, mas depois verificou-se uma melhoria nas relações.[2] Uma das suas obras mais conhecidas foi o restauro do Convento da Cartuxa, de forma a permitir o regresso dos monges, que tinham sido expulsos durante o Século XIX.[2]
Na Década de 2000, foi assinado um acordo com a Fundação Calouste Gulbenkian, no qual os jardins da Casa de Santa Gertrudes, em Lisboa, seriam vendidos àquela instituição, que em retorno criaria o Prémio Vasco Vilalva, consagrado ao restauro do património.[2]
Nos finais da sua vida, dedicou-se à investigação sobre a história do seu marido, tendo publicado a biografia Vasco Vill’Alva, uma presença no Alentejo.[1]
Falecimento
[editar | editar código-fonte]Faleceu em 14 de Julho de 2017, aos 95 anos de idade, na Casa de Santa Gertrudes, em Lisboa.[2]
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Rui Vilar, que era presidente da Fundação Calouste Gulbenkian durante o acordo com a Fundação Eugénio de Almeida, classificou Maria Teresa de Almeida como «uma grande figura da sociedade portuguesa, [...] uma pessoa culta e viajada, sempre atenta ao que estava a acontecer. Era elegante consigo própria e elegante nas relações que tinha com os outros.».[2] Na sequência do seu falecimento, a Fundação Eugénio de Almeida decretou uma semana de luto.[2]
Recebeu diversas homenagens e condecorações, incluindo o grau de Comendadora na Ordem de Benemerência em 2 de Julho de 1969,[3] a Medalha de ouro da Cidade de Évora e a Cruz de Mérito da Ordem Soberana e Militar de Malta.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h CARRETEIRO, Rui. «Maria Teresa Eugénio de Almeida». Fundação Eugénio de Almeida. Consultado em 15 de Fevereiro de 2020
- ↑ a b c d e f g h i SALEMA, Isabel (15 de Julho de 2017). «Morreu Maria Teresa Eugénio de Almeida, uma mecenas apaixonada pelo Alentejo». Público. Consultado em 15 de Fevereiro de 2020
- ↑ «Entidades nacionais agraciadas com ordens portugueses». Presidência da República Portuguesa. Consultado em 15 de Fevereiro de 2020