Marcos da Cruz
Marcos da Cruz | |
---|---|
Nome completo | Marcos da Cruz |
Nascimento | 1610 (414 anos) Lisboa, Portugal |
Morte | 1683 (73 anos) Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | Portuguesa |
Área | Pintor |
Movimento(s) | Barroco |
Marcos da Cruz foi um pintor português nascido ainda durante o domínio filipino, cerca de 1610, provavelmente na cidade de Lisboa.
Foi juiz da Irmandade de São Lucas em 1637, cargo revelador da importância do seu estatuto e do seu labor artístico, sendo assessorado no múnus pelo escrivão António de Sousa Tavares, pelo procurador Manuel da Costa e pelos mordomos Manuel da Costa e Domingos Ferreira. Para a mesma Irmandade volta a surgir como membro da mesa em 1649. Em 1663 ocupa o lugar de escrivão e, finalmente, de eleitor em 1674.
A sua aprendizagem terá sido efectuada no meio tardo-maneirista e naturalista (Simão Rodrigues e André Reinoso respectivamente), evoluindo com rapidez para os valores proto-barrocos com citações ao tenebrismo caravagesco. Vítor Serrão propôs o aprendizado de Marcos da Cruz no atelier de Gabriel da Silva Paz (1623-1689), ou outro dos artistas da família dos Silva Paz, como seja o pai Luís da Silva Paz, “um dos maneiristas retardatários da geração de Simão Rodrigues (fal. 1629) e Domingos Vieira Serrão (fal. 1632)” activo no primeiro quartel de Seiscentos e cuja obra pictórica pereceu.[1]
Além de ter satisfeito encomendas para a Casa Ducal de Bragança, mais tarde Casa Real, executou obra para a alta aristocracia lisboeta, saída da Restauração, bem como para diversas instituições religiosas conventuais, confrarias e irmandades mais poderosas. Na sua oficina formaram-se importantes pintores a óleo da segunda metade do século XVIII (Bento Coelho da Silveira) e também de azulejo (Gabriel del Barco, António Pereira Ravasco e António de Oliveira Bernardes).
Da laboriosíssima actividade pictórica do pintor contam-se, entre muitos outros, os programas pictóricos para a Igreja de Nossa Senhora do Vencimento do Convento do Carmo (cerca de 1620-30), Igreja de Nossa Senhora dos Mártires (1639-1648), Igreja de São Nicolau (1652-1660), Igreja de São Bento da Saúde (1656), Igreja de São Paulo (cerca de 1660), Igreja de São Sebastião da Pedreira (cerca de 1670-71), Igreja de Santo Estêvão de Alfama (1674-75), Igreja do Loreto (1676), do Convento de São Francisco da Cidade (1677), da Capela Real e do Convento da Madre de Deus (1675-1680) na cidade de Lisboa. É também da sua autoria as telas das ilhargas da Capela do Senhor Jesus da Boa Sentença, bem como a Capela do Santíssimo, da Sé de Lisboa.[2] No Paço Ducal de Vila Viçosa, no oratório da Duquesa D. Catarina, existem dez quadros dos "Passos da Virgem", da sua autoria, assim assinados: Marcus a Croce fecit.[3]
A obra de Marcos da Cruz, pelo cromatismo luminoso que incorpora na sua pintura subsidiária ainda do naturalismo-tenebrista, acabou por ser decisiva na incorporação do classicismo barroco na produção pictórica de Bento Coelho da Silveira e de António de Oliveira Bernardes.
Veio a falecer em Lisboa em 1683, deixando uma herança pictórica devedora dos cânones do Barroco pleno.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- FLOR, Susana Varela, Marcos da Cruz e a Pintura Portuguesa do Século XVII: do seu tempo fazia parelha aos mais..., Tese mestr. , Arte, Património e Restauro , Univ. de Lisboa, 2002.
- SOBRAL, Luís de Moura, La redécouverte de Marcos da Cruz (vers 1610-1683), Separata de Revue de l'art. 133 (2003), 71-80.
Referências
- ↑ Vítor SERRÃO, A Cripto-História de Arte. Análise de obras de arte inexistentes, Lisboa, Livros Horizonte, 2001, pp.117 - 118.
- ↑ http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2196
- ↑ http://www.360portugal.com/Distritos.QTVR/Evora.VR/vilas.cidades/VilaVicosa/PalacioDucal/Java/Oratorio.html