Manuel Jacinto Nunes
Manuel Jacinto Nunes | |
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Manuel Jacinto Nunes | |
Ministro(a) de Portugal | |
Período | IV Governo Constitucional
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Dados pessoais | |
Nascimento | 27 de janeiro de 1926 Lisboa, Portugal |
Morte | 14 de julho de 2014 (88 anos) Lisboa, Portugal |
Manuel Jacinto Nunes GOC • MPSD • GCIH • GCIP (Lisboa, 27 de janeiro de 1926 – 14 de julho de 2014) foi um político português. Ocupou diversos cargos em governos portugueses.
Ex-ministro das finanças ex-Governador do Banco de Portugal e ex-Presidente da Caixa Geral de Depósitos. Era considerado um homem de grande clarividência, sobre a atividade económica portuguesa.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Economista,[1] licenciou-se em Economia e Finanças no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa, iniciando a sua carreira de professor em 1948. No ano seguinte, teve um papel ativo na reforma curricular. Entre 1950 e 1952 assume a regência de cadeiras de Economia no Instituto Superior Técnico, voltando a essas funções entre 1954 e 1974, ao serviço do Instituto de Altos Estudos Militares. Em 1957, ano em que se doutora em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, com 19 valores, defendendo a tese “Rendimento Nacional e Equilíbrio Orçamental”, é promovido a primeiro-assistente, de onde passará a professor extraordinário, em 1961, e a professor catedrático,[1] em 1963, ambas as categorias obtidas por concurso, após aprovação por unanimidade até ser jubilado em 1996.
Diretor do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras no biénio 1968-1970, será, entre 1971 e 1974, vogal da Junta Nacional de Educação, vindo a ocupar semelhante posição em diversos organismos de acompanhamento e avaliação do ensino superior.
Depois de se jubilar no Instituto Superior de Economia e Gestão em 1996, a sua carreira académica – decisiva para a divulgação dos princípios económicos keynesianos em Portugal – é superiormente reconhecida pela Universidade de Coimbra em 2002, que lhe confere, então, o título de Doutor Honoris Causa em Economia.
Paralelamente à vida académica, desempenhou variadíssimos cargos e funções. Restabelece contacto com a OECE entre 1959 e 1965 – onde representa Portugal no Comité de Política Económica – e, durante esse período, participa em três negociações com objetivos diferentes: a adesão do País ao Fundo Monetário Internacional (de que será governador, por parte de Portugal, entre 1960 e 1975 e entre 1980 e 1985);[1] a obtenção do primeiro empréstimo externo do pós-guerra (1961) e o financiamento da Ponte sobre o Tejo (1961-1962). Nomeado, em 1960, vice-governador do Banco de Portugal, cujas funções abraça até 25 de Abril de 1974, tendo sido seu 7.º governador interino entre 1963 e 1966,[1] voltará ao palco das negociações no biénio de 1972-1973, por ocasião do financiamento de Cahora Bassa, mas não sem antes participar como vogal na Comissão da Reforma Administrativa e no Conselho Superior de Fomento Ultramarino.
A 25 de Abril de 1974 e até 1975, é nomeado 9.º governador do Banco de Portugal e passa a presidir à Câmara de Comércio Luso-Britânica.[1] Entre 1976 e 1980, encontra-se na Caixa Geral de Depósitos, como administrador-geral e presidente do Conselho de Administração,[1] cargo que acumula com o de presidente do Conselho Nacional de Rendimentos e Preços, entre 1976 e 1977, e com o de governador, por parte de Portugal, do Banco Mundial, entre 1978 e 1979.
Vogal da Comissão Revisora de Contas da Fundação Calouste Gulbenkian a partir de 1979, regressa, no ano seguinte, à governação do Banco de Portugal como 11.º governador, onde permanece até 1985.[1] Posteriormente e até à sua morte, foi membro do Conselho Consultivo do Banco de Portugal.[1]
A sua participação política traduziu-se, fundamentalmente, no exercício dos cargos de subsecretário de Estado do Tesouro (1955-1959), vice-primeiro-ministro para os Assuntos Económicos e Integração Europeia e ministro das Finanças e do Plano[1] (ambos, entre 22 de novembro de 1978 e 8 de agosto de 1979, na vigência do IV Governo Constitucional).
Sócio e membro de várias agremiações de âmbito cultural e económico, de que se destacam a Academia das Ciências de Lisboa, da qual foi Presidente da Classe de Letras entre 1980 e 1985 e presidente em 1980 e entre 1982 e 1984, a Sociedade de Geografia de Lisboa, da qual foi vice-presidente entre 1974 e 1979, a American Economic Association e a Econometric Society, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública de Portugal a 23 de janeiro de 1996, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul e a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco do Brasil a 23 de outubro de 1987, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal a 9 de junho de 1994 e Excelentíssimo Senhor Grã-Cruz da Ordem do Mérito Civil de Espanha. Foi ainda feito Oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra de França, Cavaleiro-Comendador Honorário da Excelentíssima Ordem do Império Britânico da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e Grande-Oficial da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo de Portugal a 5 de março de 1959, a que se junta, por fim, a Medalha de Prata de Serviços Distintos prestados ao Exército português.[2][3]
Autor de numerosos estudos económico-financeiros, com destaque para Estrutura da Economia Portuguesa (em parceria, 1954), Dívida Pública e Rendimento Nacional, Desenvolvimento Económico e Planeamento, Keynes e a Nova Política Económica e De Roma a Maastricht (1993), dirigiu, também, a coleção “Estudos de Economia Moderna” e foi consultor principal da coleção “História do Pensamento Económico Português”.
(fonte da Secretaria Geral do Ministério das Finanças e da Administração Pública)
Funções governamentais exercidas
[editar | editar código-fonte]- IV Governo Constitucional
- Ministro das Finanças e do Plano
- Vice-primeiro-ministro para os Assuntos Económicos e Integração Europeia
Referências
- ↑ a b c d e f g h i Banco de Portugal. «Antigos Governadores do Banco de Portugal». Consultado em 24 de Novembro de 2014. Arquivado do original em 23 de outubro de 2014
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Manuel Jacinto Nunes". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 20 de novembro de 2014
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "Manuel Jacinto Nunes". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 20 de novembro de 2014
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Na SIC Notícias (entrevista com José Gomes Ferreira)[ligação inativa]
- Dados Académicos de Manuel Jacinto Nunes
Precedido por Rafael da Silva Neves Duque |
Governador interino do Banco de Portugal 1963 – 1966 |
Sucedido por António Manuel Pinto Barbosa |
Precedido por António Manuel Pinto Barbosa |
Governador do Banco de Portugal julho de 1974 a maio de 1975 |
Sucedido por José da Silva Lopes |
Precedido por José da Silva Lopes |
Governador do Banco de Portugal 1980 – 1985 |
Sucedido por Vítor Constâncio |
- Nascidos em 1926
- Mortos em 2014
- Homens
- Naturais de Lisboa
- Alumni do Instituto Superior de Economia e Gestão
- Professores da Universidade Técnica de Lisboa
- Economistas de Portugal
- Governadores do Banco de Portugal
- Ministros das Finanças de Portugal
- Académicos de Portugal
- Medalhas de Prata de Serviços Distintos
- Grandes-Oficiais da Ordem Militar de Cristo
- Grã-Cruzes da Ordem do Infante D. Henrique
- Grã-Cruzes da Ordem da Instrução Pública