Línguas gbe
Línguas gbe | |
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Distribuição geográfica |
Sudeste de Gana, sul do Togo e de Benim, e sudoeste da Nigéria |
Classificação linguística | Nigero-congolesa |
Subdivisões | |
![]() Mapa que mostra a distribuição das principais áreas dialetais bês (segundo Capo 1988, 1991).
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As línguas gbe [1] (em jeje: ɡbè [2]) formam um subgrupo de cerca de vinte idiomas relacionados, distribuídos entre o leste de Gana e o oeste da Nigéria. Tradicionalmente eram classificados no grupo kwa das línguas níger-congo. Todavia, mais recentemente, foram reclassificados no grupo Volta-Níger.
Incluem cinco grandes grupos de dialetos: jeje (ewe), fon, aja, mina (gen), gun (gungbe) e phla–pherá.[3][4]
O número total de falantes desses idiomas é estimado entre quatro e oito milhões, sendo o jeje o mais difundido, com três milhões, que se distribuem entre Gana e o Togo, seguido do fon, com 1,7 milhões, localizados principalmente no Benim.[5][6]
A maioria dos povos de línguas gbe veio do leste, em várias migrações, entre os séculos X e XV. No entanto, acredita-se que, antes disso, grupos falantes de phla-pherá já habitassem a área e tenham então se miscigenado com imigrantes gbe. Quanto ao grupo falante de gen (mina), provavelmente seria originário do povo ga-adangbe, de Gana.
No final do século XVIII, muitos falantes de gbe foram escravizados e transportados para o Novo Mundo, razão pela qual se supõe que as línguas gbe tenham desempenhado algum papel na gênese de várias línguas crioulas do Caribe, especialmente o crioulo haitiano e o sranantongo (crioulo surinamês)
Por volta de 1840, missionários alemães iniciaram pesquisas linguísticas sobre as línguas gbe. Na primeira metade do século XX, o africanista Diedrich Hermann Westermann foi um dos colaboradores mais prolíficos desses estudos. A primeira classificação das línguas gbe foi publicada em 1988, por H.B. Capo, seguida por uma fonologia comparativa, publicada em 1991. As línguas gbe são tonais e isolantes, e a estrutura básica da oração é sujeito-verbo-objeto.
Referências
- ↑ Dicionário Houaiss: 'gbe'
- ↑ «Gbe». Ethnologue (em inglês). Consultado em 5 de setembro de 2019
- ↑ Kluge, Angela (dezembro de 2007). «The Gbe Language Continuum of West Africa» (PDF). Language Documentation and Conservation. pp. 183–184. Consultado em 5 de setembro de 2019
- ↑ Lima, Ivana Stolze. Língua e diversidade: imagens sobre africanos e escravidão, História da Historiografia. Ouro Preto, nº 25, dezembro de 2017, p. 55 doi: 10.15848/hh.v0i25.1182
- ↑ «Éwé». Ethnologue (em inglês). Consultado em 5 de setembro de 2019
- ↑ «Fon». Ethnologue (em inglês). Consultado em 5 de setembro de 2019