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Jonathan Franzen

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Jonathan Franzen
Jonathan Franzen
Franzen na festa de gala Time 100 em 2011
Nascimento |17|8|1959
Western Springs, Illinois
Prémios National Book Award
2001
James Tait Black Memorial Prize
2002
Género literário Romance e Ensaio
Serviço militar
País Estados Unidos Estados Unidos
Website http://www.jonathanfranzen.com/

Jonathan Earl Franzen (Western Springs, 17 de agosto de 1959) é um romancista e ensaísta americano. Seu romance de 2001, As Correções, um drama familiar satírico, recebeu um grande reconhecimento da crítica e de público, dando a Franzen os prêmios do National Book Award e do James Tait Black Memorial Prize, e finalista dos prêmios Pulitzer e International IMPAC Dublin Literary Award. O lançamento do seu romance seguinte, Liberdade (2010), foi cercado de grande expectativa, ganhando uma grande cobertura da imprensa. Franzen foi capa da revista Time, que o chamou de o grande romancista americano.[1]

Franzen é conhecido também por seus ensaios e reportagens. Escreve para revistas como New Yorker e Harpers. Também é um observador de pássaros,[2][3] o que levou a se tornar militante por sua preservação.[2] Nos últimos anos, se tornou reconhecido por suas opiniões sobre uma ampla gama de assuntos que vão desde o Twitter (“A mídia irresponsável definitiva”), a proliferação dos “ebooks” (“Apenas não permanentes o bastante”), a desintegração da Europa (“As pessoas que tomam as decisões são banqueiros. Os Tecnocratas estão tomando as decisões lá. Há muito pouco a ver com democracia ou a vontade popular”) e a auto-destruição da América (“quase um estado vilão").[4][5][6]

Primeiros anos e educação

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Frazen nasceu em Western Springs, Illinois,[7] filho de de Irene e Earl T. Franzen.[8][9][10] Seu pai, que cresceu em Minessota, tinha ascendência sueca. Jonathan cresceu em Webster Groves, Missouri, um subúrbio de St. Louis, Missouri e se graduou em alemão pelo Swarthmore College em 1981.[11] Franzen casou-se com a escritora Valerie Cornell e se mudou para Boston com o objetivo de seguir carreira como escritor. Com o fracasso desse plano, eles se mudaram para Nova York em 1987.

Primeiras obras

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The Twenty-Seventh City (sem tradução em português), publicado em 1988, trata da decadência da cidade de St. Louis, que chegou a ser a “quarta cidade dos EUA” nos idos de 1870. O romance foi bem recebido pela crítica, o que ajudou a consolidar Franzen no cenário literário americano.[12] Em uma conversa com o escritor Donald Atrim para a “Bomb Magazine”, Franzen descreve o romance como um “um diálogo com as figuras literárias da geração dos meus pais[,] os grandes do anos 60 e os pósmodernos dos anos 70”.[13] Em uma outra entrevista ele afirma que “eu [Franzen] era um garoto magrinho e assustado tentando escrever um grande romance. Vesti uma máscara retórica irrepreensível, extremamente esperta, de um escritor de meia-idade extremamente erudito.”[14]

Tremor[15] (Strong Motion, 1992) se foca em uma família disfuncional, os “Hollands” e usa terremotos como metáforas para os seus traumas (nas palavras de Franzen, eu imaginei vidas estáticas sendo alteradas de fora para dentro - literalmente chacoalhadas. Eu imaginei cenas violentas que poderiam quebrar o verniz e fazer as pessoas gritarem furiosas verdades morais umas para os outras[14]). De acordo com o autor, o romance provoca o choque entre os sistemas da ciência e da religião, dois opostos que dão sentido ao mundo.[14] O livro não foi um grande sucesso crítico ou financeiro quando foi publicado e Franzen, o defendeu em uma entrevista à Paris Review. Para ele, o livro foi um pouco ignorado pelos críticos e leitores.[14]

As Correções

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As Correções (The Corrections, 2001) [16] é um romance centrado em torno de uma família do meio-oeste americano. O livro ganhou uma efusiva aclamação da critica, vencendo o National Book Award de 2001 e no ano seguinte o James Tait Black Memorial Prize de ficção.[17] Foi finalista do “National Book Critics Circle Award for Fiction”,[17] do “PEN/Faulkner Award” de 2002,[18] e do Prêmio Pulitzer de Ficção de 2002, vencido por Richard Russo.[19]

Em setembro de 2001, Franzen se envolveu em uma polêmica com a apresentadora Oprah Winfrey, quando As Correções foi escolhido para o “Oprah’s Book Club”. No mercado americano, a escolha de um livro para o clube de leitura organizado por Oprah geralmente se traduz em grande impulso de vendas. Franzen manifestou desconforto com a escolha, ao ver o seu romance entre “livros sentimentais e unidimensionais”.[20] Suas declarações desagradaram Oprah, que retirou o convite para o seu programa de TV.[21] Esses acontecimentos deram a Franzen e ao romance grande atenção da imprensa. As Correções logo se tornou um dos livros mais vendidos da década no gênero de “ficção literária” nos Estados Unidos. Na cerimônia de premiação do “National Book Award” Frazen disse que “gostaria de agradecer à Oprah Winfrey por seu entusiasmo na defesa de As Correções.[22]

Em 2011, o livro chegou a ser cotado para ter uma adaptação pelo canal de TV a cabo HBO no formato de série.[23][24] Porém, a HBO abandonou o projeto devido à dificuldade de adaptar a narrativa de uma forma atraente para os telespectadores.[25]

Franzen na premiação do National Book Critics Circle de 2010

Liberdade (Freedom, 2010),[26] tem como protagonistas os membros da família “Berglund”, assim como amigos e relacionamentos amorosos, em seus complexos e problemáticos relacionamentos durante vários anos. O livro acompanha esses personagens durante as ultimas décadas do século XX e se conclui próximo ao inicio do governo Obama. Enquanto promovia o livro, Franzen se tornou o primeiro autor americano a aparecer na capa da revista Time desde Stephen King em 2000. Além disso, na chamada de capa a revista o intitulou de “O Grande Romancista Americano”.[27] O livro também foi escolhido por Oprah Winfrey para o seu Book Club, chamando o livro de “obra-prima”.[28] Em dezembro de 2010, ele participou do The Oprah Winfrey Show. Franzen e Oprah discutiram sobre o livro e a controvérsia em torno da escolha de As Correções.[29]

Franzen publicou dois volumes de coletânias de ensaios, já publicados anteriormente em revistas literárias principalmente: “How to Be Alone” (2002) e “Farther Away” (2012). Ensaios selecionados desses dois livros foram publicados em um único volume no Brasil, chamado “Como Ficar Sozinho” em 2012.[30] Também publicou um livro de memórias “A Zona do Desconforto” (The Discomfort Zone, 2006).[31] Nesse livro, Franzen discorre sobre a sua formação intelectual no meio-oeste americano durante a infância e adolescência.

Franzen casou-se com Valerie Cornell em 1982. O casamento foi desfeito em 1994. Atualmente, ele vive em Nova York e na Califórnia com a também escritora Kathryn Chetkovich.[32][33]

Prêmios e Reconhecimento

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  • 1981 Bolsa Fulbright na Alemanha[34]
  • 1988 Whiting Writers' Award
  • 1996 Selecionado para a edição da revista Granta de Melhores Jovens Autores Americanos (Granta's Best Of Young American Novelists)
  • 1996 Guggenheim Fellowship
  • 2000 Berlin Prize
  • 2001 National Book Award (Ficção) por As Correções[35]
  • 2001 The New York Times Book Review - Best Books of the Year
  • 2001 Salon Book Award (Fiction) por As Correções
  • 2001 New York Times Best Books of the Year por As Correções
  • 2001 National Book Critics Circle Award finalista por As Correções
  • 2002 Prêmio Pulitzer finalista[19]
  • 2002 James Tait Black Memorial Prize por As Correções
  • 2002 PEN/Faulkner Award finalista
  • 2003 International IMPAC Dublin Literary Award - finalista
  • 2009 Richard C. Holbrooke Distinguished Visitor American Academy in Berlin
  • 2010 National Book Critics Circle Award finalista por Liberdade
  • 2010 Salon Book Award (Fiction) por Liberdade
  • 2010 New York Times lista dos 100 Livros Notáveis de 2010 por Liberdade
  • 2010 International Author of the Year Award, U.K. National Book Awards[36]
  • 2012 Eleito para “American Academy of Arts and Letters” [37]
  • 2012 Medalha Carlos Fuentes.[38]
Ficção
  • 1988 The Twenty-Seventh City - Sem tradução para o português;
  • 2001 The Corrections - Publicado no Brasil como As Correções[16] pela editora Companhia das Letras em 2003; Publicado em Portugal como As Correcções[39] pela editora D. Quixote;
  • 2010 Freedom - Publicado no Brasil como Liberdade[40] pela editora Companhia das Letras em 2011; Publicado em Portugal também como Liberdade[41] pela editora D. Quixote;
  • 2015 Purity - Publicado no Brasil como Pureza pela editora Companhia das Letras. Publicado em Portugal como Purity[42]
  • 2021 Crossroads - Publicado no Brasil como Encruzilhadas pela editora Companhia das Letras em 2023.
Não-ficção
  • 2002 How to Be Alone (Ensaios) - Ensaios selecionados desse livro e de Farther Away (2012) foram publicados em um volume no Brasil, chamado Como Ficar Sozinho em 2012 pela editora Companhia das Letras.[30]
  • 2006 The Discomfort Zone (Memórias) - Publicado no Brasil como A Zona do Desconforto[43] pela editora Companhia das Letras em 2008; Publicado em Portugal também como “A Zona de Desconforto”;[44]
  • 2012 Farther Away (Ensaios) - Ensaios selecionados desse livro e de How to Be Alone (2002) foram publicados em um volume no Brasil, chamado Como Ficar Sozinho em 2012 pela editora Companhia das Letras.[30]

Referências

  1. Lev Grossman (12 de Agosto de 2010). «Jonathan Franzen: Great American Novelist». Time Magazine 
  2. a b Jonathan Franzen (21 de julho de 2012). «A dor não nos matará». Gizmodo.com.br. Consultado em 8 de Fevereiro de 2013 
  3. Cauê Muraro (6 de julho de 2012). «Aparentando cansaço, Jonathan Franzen faz mesa discreta na Flip». Consultado em 8 de Fevereiro de 2013 
  4. Flood, Alison (7 de março de 2012). «Jonathan Franzen: 'Twitter is the ultimate irresponsible medium'». The Guardian. London 
  5. Flood, Alison (30 de janeiro de 2012). «Jonathan Franzen warns ebooks are corroding values». The Guardian. London 
  6. Manzoor, Sarfraz; Healey, Alex; Tait, Michael (25 de outubro de 2010). «Jonathan Franzen: 'America is almost a rogue state'». The Guardian. London 
  7. «Jonathan Franzen Biography - Bio of Jonathan Franzen». Contemporary Literature 
  8. Matassa Flores, Michele (15 de setembro de 2010). «A sweaty-palmed night with Jonathan Franzen». Crosscut.com. Consultado em 20 de agosto de 2011 
  9. «Jonathan Franzen's struggle for 'Freedom'». Star Tribune 
  10. Burn, Stephen J. «JONATHAN FRANZEN (1959—)» (PDF). cengage.com 
  11. «Jonathan Franzen '81 First Living American Novelist on Time Cover in Decade». Swarthmore. Consultado em 2 de outubro de 2010. Arquivado do original em 5 de agosto de 2012 
  12. «Terra Not So Firma» 
  13. Donald Antrim. «Jonathan Franzen» 
  14. a b c d http://www.theparisreview.org/interviews/6054/the-art-of-fiction-no-207-jonathan-franzen
  15. a b «Tremor - Companhia das Letras» 
  16. a b «As Correções - Companhia das Letras» 
  17. a b «Book Prize Information – The Corrections». Bookprizeinfo.com. Consultado em 15 de março de 2010. Arquivado do original em 29 de novembro de 2010 
  18. «PEN / Faulkner Foundation Award For Fiction Previous». Penfaulkner.org. Consultado em 15 de março de 2010. Arquivado do original em 2 de março de 2010 
  19. a b "Fiction". Past winners & finalists by category. The Pulitzer Prizes. Retrieved 2012-03-27.
  20. «Jonathan Franzen Uncorrected». Consultado em 5 de outubro de 2007 
  21. Susan Schindehette (12 de Novembro de 2001). «Novel Approach». People Magazine 
  22. «National Book Awards Acceptance Speeches: Jonathan Franzen». National Book Foundation. 2001. Consultado em 4 de abril de 2007. Arquivado do original em 14 de junho de 2018 
  23. O'Neal, Sean (6 de setembro de 2011). «Noah Baumbach developing Jonathan Franzen's The Corrections as HBO series». A. V. Club 
  24. Rose, Lacey (2 de setembro de 2011). «Noah Baumbach to Take on Jonathan Franzen's 'The Corrections' for HBO». The Hollywood Reporter 
  25. Andreeva, Nellie (1 de maio de 2012). «HBO Drama Pilot 'The Corrections' Not Going Forward». Deadline 
  26. «Liberdade - Companhia das Letras» 
  27. Fehrman, Craig (16 de agosto de 2010). «The Franzen Cover and a Brief History of Time». The Millions 
  28. Carolyn Kellogg (18 de Setembro de 2010). «Oprah's book club christens Franzen's 'Freedom'». Los Angeles Times. Consultado em 8 de Fevereiro de 2013 
  29. «Author Jonathan Franzen Appears on 'Oprah' Show». ABC News 
  30. a b c «Como Ficar Sozinho - Companhia das Letras» 
  31. «A Zona do Desconforto - Companhia das Letras» 
  32. Tim Walker (28 de Agosto de 2010). «Jonathan Franzen: Greatness, one sentence at a time». Consultado em 14 de Fevereiro de 2013 
  33. Eakin, Emily (2 de setembro de 2001). «Jonathan Franzen's Big Book». The New York Times 
  34. http://eca.state.gov/fulbright/video/jonathan-franzen-fulbright-student-germany-1981/transcript
  35. «Book Prize Information – The Corrections». Bookprizeinfo.com. Consultado em 15 de março de 2010. Arquivado do original em 29 de novembro de 2010 
  36. «Cópia arquivada». Consultado em 20 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 16 de dezembro de 2012 
  37. http://artsbeat.blogs.nytimes.com/2012/03/09/franzen-chabon-and-lahiri-named-to-the-american-academy-of-arts-and-letters/
  38. Alejandro Alvarado (25 de novembro de 2012). «Dan medalla Carlos Fuentes a Franzen» [Carlos Fuentes medal given to Franzen]. Reforma.com (em espanhol). Grupo Reforma. Consultado em 25 de novembro de 2012 
  39. «Correções - D. Quixote» 
  40. «Liberdade - Companhia das Letras» 
  41. «Liberdade - D. Quixote» 
  42. Revista GPS n.º 32 [8 a 14 de Outubro de 2015), Purity A herdeira, pág. 39.
  43. «A Zona do Desconforto - Companhia das Letras» 
  44. «A Zona de Desconforto - D. Quixote» 

Ligações externas

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