João António Ortigão Ramos
João António Ortigão Ramos | |
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Nascimento | 31 de dezembro de 1897 Lisboa, Portugal (ex-Reino de Portugal) |
Morte | 13 de junho de 1971 (73 anos) Lisboa, Portugal |
Cidadania | Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | jornalista, piloto, diretor de cinema, engenheiro |
Distinções |
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João António Ortigão Ramos OC (Lisboa, 31 de dezembro de 1897 - Lisboa, 13 de junho de 1971) foi um empresário, desportista e publicista português.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho de António Ferreira Ramos (? - Lisboa, Santa Catarina, 16 de Setembro de 1921) e de sua mulher Berta Ramalho Ortigão (Porto, Cedofeita, 13 de Janeiro de 1863 - Lisboa, Santa Catarina, 1 de Fevereiro de 1947) e neto materno do escritor José Duarte Ramalho Ortigão e de sua mulher Emília Isaura Vilaça de Araújo da Veiga.[1]
Cursou o Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa.[1]
Em 1934, assumiu a Gerência do São Luís Cine, construído e reconstruído por uma Sociedade de que seu pai foi o Sócio principal. À frente daquela casa de espectáculos, como Director comproprietário, desenvolveu acção notável, elevando-a ao nível e à categoria das mais belas de Portugal.[1]
Por sua iniciativa, construiu-se o Salão de Festas no local onde se ergueu o Jardim de Inverno. A respectiva inauguração foi integrada nas Comemorações do Cinquentenário do Teatro D. Amélia. Nessa data, promoveu a publicação duma plaquette, fora do mercado, intitulada As Bodas de Oiro do São Luís, e onde se reuniram os discursos pronunciados no acto inaugural do Salão de Festas e os artigos da Imprensa alusivos à data que se comemorava. O Cinquentenário do primeiro espectáculo realizado no D. Amélia (1896-1946) foi, também, assinalado com uma sessão especial, durante a qual, pela primeira vez numa casa de espectáculos, se projectaram sobre ecrã normal filmes de 16 mm com aparelhagem portátil.[1]
Como Director do São Luís, influenciou directamente os moldes da exploração cinematográfica em Portugal sob muitos aspectos, entre os quais se podem mencionar: a intensificação das matinées, a realização com carácter regular de espectáculos infantis, com o Uma Hora de Cinema para Crianças, a ressurreição dos velhos filmes, com o Filmes de Outros Tempos, etc.[1]
No que se refere à produção de filmes portugueses, teve, também, parte importante, mormente no período do advento do fonocinema em Portugal. Foi ele, com efeito, quem primeiro estudou em França a construção e equipamento dum estúdio cinematográfico, a erguer em Lisboa, com vista à organização de onde deveria sair a Tobis Portuguesa. Em período particularmente difícil da indústria cinematográfica nacional, assumiu o cargo de Director de Produção d' A Canção de Lisboa, de José Ângelo Cottinelli Telmo, o primeiro filme falado inteiramente produzido e realizado em Portugal.[1]
Durante muitos anos, pertenceu aos Corpos Gerentes da Tobis Portuguesa e, nessa qualidade, pôde afirmar o seu interesse pela indústria, que, aliás, nunca deixou de fomentar e acarinhar, associando muitas vezes o São Luís à produção de vários filmes.[1]
Foi Presidente da Assembleia Geral e da Direcção do Grémio Nacional dos Cinemas e pertenceu à Comissão Organizadora da Caixa de Previdência dos Profissionais de Espectáculos.[1]
Desde muito novo, dedicou-se ao automobilismo. Tomou parte em inúmeras provas desportivas, entre as quais o II Quilómetro de Arranque, em Lisboa, onde se classificou como vencedor absoluto. O conhecimento profundo do automobilismo e dos seus problemas fizeram dele uma autoridade na matéria, e publicou, no "Diário de Notícias", vários artigos sobre viação e trânsito, que atestam a competência do autor nessa especialidade. Era em 1949, e desde 1928, Director do Automóvel Club de Portugal, e Vogal da Junta Autónoma das Estradas.[2]
Foi condecorado pelo Governo Francês com o grau de Oficial da Ordem das Palmas Académicas.[3]
A 30 de Junho de 1961 foi feito Oficial da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.[4]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 19. 682
- ↑ Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 19. 682-3
- ↑ Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 19. 683
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João Ortigão Ramos". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 15 de março de 2016