Inês de Faucigny
Inês | |
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Retrato não contemporâneo produzido no século XVIII, restaurado pela Fondazione Centro Conservazione e Restauro dei Beni Culturali La Venaria Reale. | |
Senhora de Faucigny | |
Reinado | 1253 – 11 de agosto de 1268 |
Antecessor(a) | Aimão II |
Sucessor(a) | Beatriz de Saboia |
Condessa Consorte de Saboia | |
Reinado | 1263 – 14 de maio de 1268 |
Predecessor(a) | Cecília de Baux |
Sucessor(a) | Adelaide I de Borgonha |
Nascimento | antes de 1215 |
Morte | 11 de agosto de 1268 |
Castelo de Pierre-Châtel, Virignin, França | |
Sepultado em | Convento de Contamine-sur-Arve |
Cônjuge | Pedro II de Saboia |
Descendência | Beatriz de Saboia, Senhora de Faucigny |
Casa | Faucigny Saboia (por casamento) |
Pai | Aimão II, Senhor de Faucigny |
Mãe | Beatriz d'Auxonne |
Religião | Igreja Católica |
Inês de Faucigny (em francês: Agnès; antes de 1215 – 11 de agosto de 1268)[1][2] foi suo jure senhora de Faucigny, e condessa de Saboia pelo seu casamento como Pedro II de Saboia.
Família
[editar | editar código-fonte]Inês foi a filha primogênita de Aimão II, Senhor de Faucigny e de Beatriz d'Auxonne, Senhora de Marnay.
Os seus avós paternos foram Henrique, Senhor de Faucigny e Comtensson de Genebra. Os seus avós maternos eram o conde Estêvão III de Auxonne e sua primeira esposa, Beatriz de Chalon.
Ela teve uma irmã mais nova, Beatriz, esposa de Estêvão II, Senhor de Thoire e Villars. Por parte de pai teve um irmão ilegítimo, também chamado Aimon.
Os seus pais se separaram em 1210. A sua mãe, Beatriz, casou-se novamente, desta vez com Simão, Senhor de Joinville, como sua segunda esposa, com quem teve mais seis filhos. Já seu pai se casou com Flota de Royans, de quem foi o segundo marido, mas não teve mais filhos.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Como era a filha legítima mais velha de seu pai, sendo o único filho que Aimão teve ilegítimo, o seu pai fez de Inês sua herdeira, conforme o seu testamento datado de fevereiro de 1234. [1]
Em fevereiro de 1234, Inês ficou nova de Pedro, filho do conde Tomás I de Saboia e de Margarida de Genebra. Os dois se casaram em alguma data posterior à 25 de junho de 1236,[1] no Castelo de Châtillon-sur-Cluses, com a benção do bispo Guilherme de Saboia, que tinha se aproximado de Aimão para planejar o casamento de sua filha.[3][4] Ela trouxe como dote as senhorias de Faucigny, Beaufort e diversas outras terras. Além disso, Aimão II estipulou que qualquer que fosse o filho do casamento, menina ou menino, a criança seria a herdeira do dote de sua mãe.[5] O casal teve apenas uma filha, Beatriz.
O pai de Inês também arranjou o casamento da neta.[6] Após negociações iniciadas pelo senhor de Faucigny, Beatriz ficou noiva em 4 de dezembro de 1241, quando tinha sete anos, de Guigues VII, Delfim de Veinnois, filho de Guigues VI de Viennois e de Beatriz de Monferrato. O casamento ocorreu em 1253.[7] No mesmo ano, morreu Aimon.
Inês herdou o título e os direitos do pai, em detrimento da irmã, Beatriz.
O sobrinho de Pedro, Bonifácio, que era conde de Saboia, morreu no início de junho de 1263. Embora Tomás, seu já falecido irmão mais velho, tivesse filhos, o costume da Saboia fazia com que ele herdasse como parente mais próximo, pois a lei da primogenitura em segundo grau ainda não tendo sido estabelecida. Ele então se tornou o décimo segundo conde de Saboia e Inês, a condessa consorte.
O marido de Inês veio a falecer no Castelo de Pierre-Châtel, na comuna de Virignin, em 14 de maio de 1268. Em seu testamento de 7 de maio de 1268, legou à sua esposa os castelos de Versoix (em Genebra), Allinges-Neuf e Féternes (ambos em Chablais), Charousse (em Passy) e Aubonne (em Vaud).[8] Além disso, ele nomeou o rei Henrique III de Inglaterra como o executor do testamento, e também incluiu a sua sobrinha, Leonor da Provença, consorte de Henrique, como herdeira. [1]
A condessa morreu alguns meses depois, em 11 de agosto, também no Castelo de Pierre-Châtel.[9] No seu testamento de 17 de outubro de 1262 nomeia o marido Pedro, e a filha, Beatriz, como seus herdeiros.[1]Segundo a lei recolhida pelo Regeste de Genebra, “ela compromete-se por juramento a não tomar, durante a vida do marido, disposições contrárias a esta vontade”. [10] Já no segundo testamento, datado de 16 de novembro de 1262, designa 2/3 de suas propriedades para Pedro, e 1/3, para Beatriz.[1]
Após a morte de seu marido, a condessa Inês fez acréscimos ao seu testamento em 9 de agosto de 1268, sem alterar o nome de sua herdeira. Ela estabelece como herdeira universal sua filha Beatriz, Condessa de Viennois e Albon. Ela lega à sua irmã Beatriz, senhora de Thoire e Villars, e aos filhos da dita senhora, os seus castelos de Crédoz e Cosimieu (Bresse), com a condição de os manter como feudo da sua herdeira. Ela deixa para o seu cunhado, Simão de Joinville, senhor de Gex, ou o castelo de Versoix, do qual ela exclui a vila de Commugny, ou tudo o que possui desde a dita Commugny até o Cluse, perto de Collonges, entre o Ródano e o Jura, com a condição de que tudo permaneça no feudo de Faucigny, e que o referido Simão de Joinville, construa perto do Versoix e dote uma casa religiosa). Ela escolheu a igreja de Contamine em Faucigny como local de sepultamento, cedendo-lhe certas vinhas e terrenos para que ali pudesse ser celebrada uma missa diária. Também deixou 30 libras ao capítulo de Genebra para comemorar o aniversário de sua morte; são atribuídos aos dízimos da igreja de Mieussy, e destinam-se a distribuir 30 soldos a cada um dos cônegos que intervieram nesta celebração.[11]
O primeiro marido de Beatriz, Guigues VII, tomou posse total de Faucigny. No dia seguinte à morte de Inês, a sua irmã, Beatriz, e o irmão de Pedro II, Filipe, reclamaram a sua parte na herança.[12] Uma guerra de sucessão irrompe entre os diferentes poderes.
Ela foi sepultada na igreja do convento de Contamine-sur-Arve, conforme o seu desejo. [1]
Descendência
[editar | editar código-fonte]- Beatriz de Saboia (1237 – 21 de abril de 1310), sucessora da mãe. Foi primeiro casada com Guigues VII de Viennois, com quem teve quatro filhos. Após a morte dele, foi esposa do visconde Gastão VII de Béarn, mas não teve mais filhos.
Referências
- ↑ a b c d e f g «BURGUNDY KINGDOM GENEVOIS». fmg.ac
- ↑ «Agnes of Faucigny». thepeerage.com
- ↑ Cox, Eugene L. The Eagles of Savoy: The House of Savoy in Thirteenth-Century Europe. [S.l.]: Princeton University Press. p. 299. 512 páginas
- ↑ Demotz, Bernard. Le comté de Savoie du XIe au XVe siècle pouvoir, château et Etat au Moyen Age. [S.l.]: Slatkine. 496 páginas
- ↑ Raemy; Andenmatten, Daniel de; Bernard (1990). La Maison de Savoie en Pays de Vaud. [S.l.]: Payot. 284 páginas
- ↑ Baud; Mariotte; Guerrier, Henri; Jean-Yves; Alain (1980). Histoire des communes savoyardes: Le Faucigny. [S.l.]: Éditions Horvath. 619 páginas
- ↑ «Savoy». fmg.ac
- ↑ Dessaix, Joseph. La Savoie historique, pittoresque, statistique et biographique. [S.l.]: Slatkine. p. 284. 781 páginas
- ↑ Germain, Michel (2007). Personnages illustres des Savoie,. [S.l.]: Autre Vue. 619 páginas
- ↑ «REG 0/0/1/943». digi-archives.org
- ↑ «REG 0/0/1/1034». digi-archives.org
- ↑ Feige, Hilaire (1898). Histoire de Mélan. [S.l.]: Mémoires et documents. p. 518
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Agnès de Faucigny».