Igreja de Santa Maria do Castelo (Lourinhã)
Igreja do Castelo da Lourinhã | |
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Fachada principal da igreja | |
Informações gerais | |
Nomes alternativos | Igreja de Santa Maria; Antiga Igreja Paroquial da Lourinhã |
Estilo dominante | Gótico |
Início da construção | século XIV |
Restauro | século XX |
Função inicial | Igreja paroquial |
Proprietário atual | Estado Português |
Função atual | Religiosa (igreja paroquial) |
Religião | Igreja Católica Romana |
Diocese | Arquidiocese de Lisboa |
Património de Portugal | |
Classificação | Monumento Nacional |
Ano | 1922 |
DGPC | 70821 |
SIPA | 6326 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Lourinhã |
Coordenadas | 39° 14′ 35″ N, 9° 18′ 56″ O |
Localização em mapa dinâmico |
A Igreja de Santa Maria do Castelo (ou Igreja do Castelo ou ainda Antiga Igreja Matriz da Lourinhã) situa-se na freguesia de Lourinhã e Atalaia, no município da Lourinhã, no litoral da região Oeste, encontrando-se a 63 km de Lisboa e a 2,9 km da orla costeira.
O edifício actual foi construído nos finais do século XIV, em estilo gótico. Foi classificada Monumento Nacional no dia de 29 de junho de 1922.[1]
História
[editar | editar código-fonte]A Lourinhã localiza-se na Estremadura, território retomado aos mouros por D. Afonso Henriques em 1147.[2] A vila foi doada pelo rei a D. Jordão, um cavaleiro francês que provavelmente havia tomado parte da Conquista de Lisboa. Em 1160, D. Jordão construiu um castelo e povoou a vila com cristãos, havendo também construído uma primeira igreja na povoação, em estilo românico e precursora da actual, da qual porém não restam vestígios.[2][1]
Quanto ao actual edifício da igreja, em estilo gótico, acredita-se que tenha sido levantado por D. Lourenço Vicente, arcebispo de Braga e natural da Lourinhã. Lourenço Vicente era amigo de D. João I e recebeu do rei o senhorio da vila em 1384. Assim, a igreja teria sido erigida entre esta data e 1397, ano da morte do donatário.[2][1]
A igreja foi muito alterada em finais do século XVII, quando as fachadas foram emparedadas com pedras retiradas do antigo Castelo da localidade. Também foi modificada a rosácea da fachada principal e o interior foi rebocado, causando a perda de algumas janelas góticas. Uma torre sineira foi construída na fachada lateral sul da igreja, substituindo uma anterior.[1] Entre 1931 e 1935 o edifício foi restaurado, liberando as fachadas góticas das paredes acrescentadas no século XVII. Foram também restaurados os portais, a rosácea e o reboco das paredes interiores foi retirado.[1]
Arquitetura e arte
[editar | editar código-fonte]A Igreja de Santa Maria encontra-se numa posição elevada, próximo ao antigo castelo da Lourinhã. O edifício é um típico representante dos templos paroquiais portugueses dos séculos XIII e XIV, como a Igreja de Santo André de Mafra e a Igreja de Santa Maria de Sintra.[2] A planta é de três naves, com a central mais alta que as laterais e dotada de um clerestório. As naves estão separadas por arcos ogivais apoiados em colunas com capitéis esculpidos e estão cobertas por tectos de madeira. A abside possui uma capela-mor poligonal, com três janelões, coberta por uma abóbada pétrea de arcos ogivais com grossas nervuras, reforçada exteriormente por contrafortes.[1]
A fachada principal exibe um portal inserido em um alfiz saliente, dotado de cinco arquivoltas com arcos apontados. Os capitéis do portal mostram personagens e cenas do Antigo e do Novo Testamento, como anjos, a Crucifixão e as Santas Mulheres. A empena triangular da fachada possui uma rosácea rendilhada, semelhante a uma localizada no transepto da Sé de Évora.[1] Na fachada sul acha-se outro portal inserido em alfiz, de três arquivoltas com capitéis decorados com motivos vegetalistas e figuras humanas. No lado norte há outro portal gótico, mais simples.[1]
Do ponto de vista artístico, destacam-se os capitéis vegetalistas das oito colunas dos arcos das naves, todos diferentes entre si e de grande naturalismo, uma característica que se acentua ao longo do século XIV em Portugal.[2] Mário Chicó considerava que estes capitéis representavam a etapa de "maior perfeição" do naturalismo no gótico português.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Igreja de Santa Maria do Castelo no sítio da Câmara Municipal da Lourinhã
- Igreja do Castelo no sítio do Museu da Lourinhã