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Galgo da campanha

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Galgo da Campanha
Nome original Galgo da Campanha
Outros nomes Galgo Pampeano
País de origem  Brasil
Características

O galgo da campanha, também chamada galgo crioulo, é uma raça canina de caça e corrida do tipo galgo desenvolvida há mais de meio século no Brasil.[1] Ainda não foi reconhecida por nenhum kennel clube brasileiro.

Na década de 1950, criadores de cães de caça do Rio Grande do Sulperceberam que seus cães não possuíam todos os atributos necessários para a caça de lebres. Para esta função os cães necessariamente deveriam possuir velocidade aliada à resistência física, então decidiram importar cães de caça e de corrida para, cruzando-os, criarem um novo cão apto a esta tarefa.[1] As raças usadas neste processo foram o galgo espanhol, whippet, saluki, greyhound,[1] entre outras.

A raça ainda não é reconhecida pela Confederação Brasileira de Cinofilia porque o objetivo principal de seus criadores é apenas cultivar as qualidades deste excelente caçador de lebres.[1] Levá-los a exposições de beleza ficaria em segundo plano, apesar disto já ter ocorrido informalmente. Nenhum de seus criadores atualmente trabalha para levar a raça a ter reconhecimento oficial. O trabalho realizado ainda hoje é em prol da funcionalidade deste cão, mas não se opõem caso algum cinófilo deseje trabalhar em prol do reconhecimento da raça junto a CBKC.

Em 2003, na tentativa de trazer este cão para a cinofilia oficial, foi fundado o 1º Núcleo de Galgos de Santa Vitória do Palmar,[1] com boa adesão inicial, cerca de 30 criadores destes cães, esta foi a primeira entidade a trabalhar pelo desenvolvimento da raça, organizando frequentemente corridas destes cães, exposições de beleza e competições de caça. Porém esta entidade foi descontinuada devido aos custos dos registros oficiais e dos deslocamentos para cadastramento dos cães, por isso a criação organizada passou a ser desinteressante aos seus membros, que preferiam apenas a funcionalidade do cão, em detrimento a tentar fixar o fenótipo.[2]

Estima-se que atualmente existam cerca de cento e cinquenta criadores de galgo da campanha na região de fronteira entre Brasil e Uruguai, de ambos os lados da fronteira.[2]

Cão alto, de aparência esgalgada, mas bem forte se comparado a outros galgos, talvez seja o mais robusto entre estes, com músculos longos e marcados, dando grande impressão de força e potência. São de várias cores e combinações, sendo muitos pretos, brancos com marcações rajadas ou pretas, ou de cor baia em várias tonalidades, entre outras. As orelhas podem se voltarem para trás. A cabeça é pequena, mas proporcional, e em conjunto com o focinho, que afina em direção a trufa, e o pescoço musculoso, que vai engrossando em direção ao tronco, forma uma anatomia perfeita para velocistas.

Cães com boa convivência em matilha, são obedientes ao seu dono e precisam de boa carga diária de exercícios para se manterem saudáveis e equilibrados.

Geralmente são usados como cão de companhia e caça, estima-se que a maioria de seus proprietários são peões da campanha gaúcha, peões que utilizam cães pastores para cuidar dos rebanhos mas preferem a companhia de um galgo da campanha durante o serviço ou em períodos de folga.[2] Colocar seu galgo da campanha para disputar corridas com cães de outros peões também é uma atividade tradicional entre os proprietários desta raça.[2]

Na atividade de caça, os galgos da campanha fazem o serviço completo, perseguem a caça, capturam e trazem-na abatida a seu dono.[2] Podem perseguir durante as caçadas até dez ou mais lebres, uma após a outra sem parar para descansar,[2] a lebre é a especialidade do galgo da campanha em caçadas.

O galgo da campanha é de um grupo onde se encontram os cães mais velozes do planeta, os galgos,[2] no Rio Grande do Sul, é comum seu uso competições de corrida, e muito mais em corridas informais organizadas pelos proprietários destes cães, sendo o galgo da campanha especialista em corridas de 150 a 250 metros.[2]

Suas características temperamentais fizeram com que esta raça fosse muito apreciada para companhia no RS e no Uruguai, e com isto, mesmo sem criação oficial desta raça, hoje o número de galgos da campanha é relativamente grande, e conquistou até mesmo muitos peões que trabalham com rebanhos, não todos, mas muitos, que pela lógica deveriam ter para companhia os mesmos cães pastores que utilizam para a lida diária.[2]

Referências

  1. a b c d e * (em português) Marcos Pennacchi (diretor editorial), revista Cães & Cia nº 294, Editora Forix, 2003
  2. a b c d e f g h i * (em português) Marcos Pennacchi (diretor editorial), revista Cães & Cia nº 380, Editora Forix, reportagem raças brasileiras sem criação organizada, 2011
  • (em português) Marcos Pennacchi (diretor editorial), revista Cães & Cia nº 294, Editora Forix, 2003 (reportagem sobre a raça galgo da campanha na seção Animal in pág 6).
  • (em português) Marcos Pennacchi (diretor editorial), revista Cães & Cia nº 380, Editora Forix, 2011 (reportagem especial: Raças brasileiras sem criação organizada).

Ligações externas

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Cães galgos apreendidos pela Prefeitura em 2020 estão disponíveis para adoção (artigo com várias imagens de Galgos)

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