GAC
GAC - Grupo de Acção Cultural | |
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Informações gerais | |
Origem | Lisboa e Porto |
País | Portugal |
Gênero(s) | Música tradicional Música de intervenção |
Período em atividade | 1974 - 1978 |
Integrantes | José Mário Branco Afonso Dias Eduardo Paes Mamede João Lisboa Carlos Guerreiro Nuno Ribeiro da Silva Raul Vaz João Lóio Adriano Correia de Oliveira José Jorge Letria Francisco Fanhais Manuel Freire Luís Pedro Faro Manuel Alegre (letrista) António Duarte e outros |
O Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta (GAC) foi um colectivo de cantores e músicos politicamente empenhados, nascido do período revolucionário em Portugal, após o 25 de Abril de 1974. Foi fundado em Maio de 1974 por José Mário Branco, Fausto, Afonso Dias e Tino Flores que se encontraram numa sessão de canções revolucionárias em Almada. Foi em casa do Fausto que, nessa mesma noite resolveu criar-se o Grupo de Acção Cultural. Em Setembro de 1974 juntaram-se ao grupo o Luís Pedro Faro e inúmeros cantores dos coros de Almada e da Juventude Musical Portuguesa. Por esta altura Fausto abandona o projecto e Tino Flores regressa ao Porto. Fizeram-se nestes breves meses de 1974 dezenas de sessões de canto por todo o país. O GAC, que acabaria em 1978, fez história, influenciando musicalmente grupos como a Brigada Victor Jara, etc.
Em finais de 1975, Afonso Dias vai para a Assembleia Constituinte, substituindo Américo Duarte. Regressaria em Junho de 1976.
O GAC participou no Festival RTP da Canção de 1975 com Alerta, canção orquestrada por Luís Pedro Faro que foi responsável pela maioria das harmonizações e orquestrações do GAC com participações ocasionais de Eduardo Paes Mamede. Por esta altura , alguns membros iniciais (como interpretes e letristas) do GAC (incluindo Adriano Correia de Oliveira, José Jorge Letria, Francisco Fanhais, Manuel Freire e Manuel Alegre) já tinham saído por diferendos ideológicos com a linha maioritária do grupo, por serem vistos como «reformistas» (tendendo à social-democracia) ou «revisionistas» (do marxismo).[1]
Ao longo dos seus quase cinco anos de vida o GAC realizou centenas de sessões de canto por todo o país, em fábricas, no campo, nos quartéis.
Isabel Silvestre incluiu uma versão de "Ronda do Soldadinho no seu álbum "A Portuguesa".
Discografia
[editar | editar código-fonte]Os primeiros singles são editados em 1975 e reunidos no LP "A Cantiga É Uma Arma". Por essa altura é criada a Cooperativa de Acção Cultural como entidade jurídica responsável pelas edições. Em 1976 foi lançado o segundo álbum "Pois Canté!", com 3 canções compostas por José Mário Branco 2 por João Lóio, 2 por José Júlio Gonçalves, 2 temas tradicionais e 2 de outros autores. Estas canções eram baseadas na música e em instrumentação tradicional portuguesa (bombos, adufes), mas onde também há lugar para instrumentos clássicos (violinos, oboés). E sempre poemas de intervenção como "As Mãos dos Trabalhadores" ou "Casas Sim! Barracas Não!".[2]
José Mário Branco abandona o grupo.
O GAC editará ainda os álbuns "Vira Bom" e "Ronda da Alegria" e terminaria em 1978.
Os quatro álbuns gravados pelo Grupo de Acção Cultural (GAC) - Vozes na Luta foram remasterizados e editados em Abril de 2010.
- Álbuns
- A Cantiga É Uma arma - VLP 10001 - 1975 (compilação dos 4 primeiros singles)
- Pois Canté!! - VLP 10003 - 1976
- ...E Vira Bom - VLP 10004 - 1977
- ...Ronda De Alegria!! - VLP 10005 - 1978
- Singles/Eps
- Alerta/Em vermelho, Em multidão - VL 1001 - 1975
- Aos Soldados e Marinheiros/Ronda do Soldadinho - VL 1002 - 1975
- A Cantiga É Uma Arma/Viva a Guiné-Bissau - VL 1003 - 1975
- A Luta Dos Bairros Camarários/A Luta do Jornal do Comércio - VL 1004
- A Internacional/Classe Contra Classe - VL 1005 - 1975
- Até à Vitória Final/o exército do povo - VL 1006 - 1975
- O poder aos operários e camponeses/Povo Em Armas - VL 1007
- Soldados ao Lado do Povo/Zé Diogo - VL 1008 - 1975
- Hino da reconstrução do Partido/No Sistema Capitalista - VL 1009 (por editar?)
- Contra a Repressão no Brasil (sangue em flor/Brasil 77) - AL-101
- Marchas Populares (o povo canta na rua/o desfile/a festa é nossa/o circo de fachos) - GEP 101