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Forças Armadas Reais do Laos

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As Forças Armadas Reais do Laos (FARL) (em laociano: ກອງທັບຣາຊອານາຈັກລາວ; em francês: Forces Armées du Royaume), mais conhecidas pela sigla francesa FAR,[1] foram as forças armadas do Reino do Laos até 1975, quando o país foi tomado pelos comunistas do Pathet Lao e se tornou a República Democrática Popular do Laos. As FARL eram compostas por cinco ramos: o Exército Real do Laos,[2] a Marinha Real do Laos, a Força Aérea Real do Laos, a Guarda Nacional e a Polícia Nacional.

Lutaram contra os rebeldes comunistas do Pathet Lao e seus aliados vietnamitas do norte durante a Guerra Civil Laociana, que foi parte da Segunda Guerra da Indochina ou Guerra do Vietnã. As FARL receberam apoio dos Estados Unidos, França, Tailândia e outros países anticomunistas. No entanto, sofreram de problemas de corrupção, deserção, falta de treinamento e equipamento inadequado.[3]

Também enfrentaram dificuldades de comunicação e transporte dentro do país, que era um dos mais pobres e subdesenvolvidos do mundo. O Laos tinha poucas estradas pavimentadas e a maioria das viagens dependia de barcos pelo rio Mecom ou de aviões de pequeno porte. Por isso, o país foi dividido em cinco Regiões Militares (RM), que correspondiam aproximadamente às áreas das treze províncias.[4] Cada RM era comandada por um general que tinha grande autonomia e poder sobre sua zona. Alguns desses generais se tornaram senhores da guerra que administravam suas regiões como feudos privados.[5]

Participaram de várias batalhas e operações contra o Pathet Lao e o Vietnã do Norte, como a Batalha de Luang Namtha (1962), a Operação Millpond (1961-1963), a Operação Triângulo [en] (1964-1969), a Operação Lam Son 719 (1971) e a Operação Maeng Da (1972). As FARL também colaboraram com as forças especiais dos Estados Unidos e da Tailândia na formação e apoio aos grupos irregulares laocianos, como os Hmong, que lutavam contra os comunistas nas áreas montanhosas e remotas do país.[6]

Apesar dos esforços das FARL e de seus aliados, o Pathet Lao e o Vietnã do Norte gradualmente ganharam terreno e controle sobre o território laociano. Em 1973, foi assinado um acordo de paz que previa um governo de coalizão entre os monarquistas e os comunistas. No entanto, o acordo não foi respeitado e os combates continuaram até 1975, quando o Pathet Lao tomou a capital Vientiane e depôs o rei Savang Vatthana. As FARL foram dissolvidas e substituídas pelas Forças Armadas Populares do Laos, leais ao novo regime comunista.[7]

Referências

  1. Conboy and Greer, War in Laos 1954–1975 (1994), pp. 5–7; 13.
  2. Savada, Andrea Matles; Whitaker, Donald P. (1995). «Laos : a country study». Washington, DC: Federal Research Division, Library of Congress. LCCN 95017235. Consultado em 5 de fevereiro de 2022 
  3. Conboy and Greer, War in Laos 1954–1975 (1994), pp. 5–7; 13.
  4. Anthony and Sexton, The War in Northern Laos (1993), pp. 11–13.
  5. Conboy and McCouaig, The War in Laos 1960–75 (1989), p. 12.
  6. Anthony and Sexton, The War in Northern Laos (1993), p. 70, note 47.
  7. Conboy and McCouaig, The War in Laos 1960–75 (1989), p. 4.