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Fogo Morto

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 Nota: Para outros significados, veja Fogo Morto (desambiguação).
Fogo Morto
Autor(es) José Lins do Rego
Idioma Português
País  Brasil
Gênero Romance, ficção brasileira
Localização espacial Município de Pilar
Arte de capa Santa Rosa
Editora J. Olympio
Lançamento 1943
Páginas 386 (69ª edição)
Cronologia
Usina

Fogo Morto é a obra-prima do escritor José Lins do Rego[1], livro que mostra com linguagem forte e poética a decadência dos engenhos de cana-de-açúcar. É inserido pela crítica literária como parte da 2.ª fase do modernismo brasileiro.

Publicado em 1943, é a última obra do mais expressivo dos ciclos de José Lins do Rego: o da cana-de-açúcar. Apesar de marcar o término da série, com a decadência dos senhores de engenho, o romance também assinala seu auge, seu momento de superação, constituindo uma obra-prima da literatura regionalista, de caráter neorrealista.

A expressão fogo morto se refere ao engenho improdutivo, que não mói mais.

"Fogo Morto" de José Lins do Rego é um romance que narra a decadência dos engenhos de açúcar no Nordeste brasileiro, articulado em três partes, cada uma focada em um personagem central: o mestre José Amaro, o senhor de engenho Lula de Holanda e o capitão Vitorino Carneiro da Cunha. Cada um dos protagonistas representa uma perspectiva diferente da sociedade decadente da época.

Na primeira parte, acompanhamos a história de José Amaro, um artesão seleiro orgulhoso e resistente à modernização e à submissão aos senhores de engenho. Ele luta para manter sua dignidade em meio à crescente desvalorização de seu ofício artesanal, em contraste com a industrialização que já se fazia presente.

Na segunda parte, o foco se volta para Lula de Holanda, um senhor de engenho que tenta manter sua posição e poder na sociedade, mesmo com o fim da escravidão e as mudanças econômicas que minavam a sustentabilidade dos engenhos tradicionais. Lula representa o orgulho e a tentativa desesperada de se manter relevante em um contexto social e econômico que já não se encaixava mais nos antigos moldes.

Na terceira e última parte, somos apresentados ao capitão Vitorino, uma figura excêntrica que se vê como um defensor da justiça. Vitorino luta por ideais que não encontram lugar na realidade que o cerca, frequentemente se opondo aos poderosos em nome dos oprimidos, mesmo que isso o faça parecer fora de lugar e até mesmo louco.

"Fogo Morto" é, assim, uma narrativa sobre resistência, orgulho e a inevitável decadência de um sistema social baseado na exploração e na manutenção de privilégios. Cada personagem, à sua maneira, resiste ao tempo e às mudanças, mas todos acabam por enfrentar as consequências trágicas de suas próprias lutas internas e externas.

Edição em braile

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Em junho de 2023, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC), em associação com a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), lançou uma edição em braile da obra, em homenagem ao 122.º aniversário de nascimento do escritor.[1]

Referências

  1. a b Lucilene Meireles (1 de junho de 2023). «Um clássico para todos». A União. Consultado em 30 de outubro de 2023 
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