Edmond Dantès
Edmond Dantès | |
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Personagem de O Conde de Monte Cristo | |
Ilustração de Edmond Dantès de O Conde de Monte Cristo. | |
Informações gerais | |
Criado por | Alexandre Dumas |
Interpretado por | John Gilbert (1922) Robert Donat (1934) Martin Kosleck (1946) Richard Chamberlain (1975) Jim Caviezel (2002) Craig Horner (2016) |
Informações pessoais | |
Pseudônimos | O Conde de Monte Cristo Simbad, o Marujo Abade Busoni Lorde Wilmore |
Origem | França |
Características físicas | |
Sexo | Masculino |
Informações profissionais | |
Ocupação | Marinheiro mercante Aristocrata |
Afiliações atuais | Mercèdès Mondego (ex-noiva) Haydèe Tabelin (ex-criada e novo par romântico). |
Aparições | |
Romance(s) | O Conde de Monte Cristo |
Gênero(s) | Romance |
Edmond Dantès (pronunciada(o) [ɛd.mɔ̃ dɑ̃.tɛs]) é o personagem titular e protagonista do romance de aventura O Conde de Monte Cristo, do romancista Alexandre Dumas. Sob o contexto narrativo da história, Dantès é um homem inteligente, honesto e amoroso que se torna amargo e vingativo depois de ser acusado por um crime que não cometeu. Enquanto desfruta de sua liberdade e riqueza, usa tais artifícios para recompensar aqueles que o ajudaram e para punir os responsáveis pelos seus anos de sofrimento. O personagem é conhecido pelos codinomes de O Conde de Monte Cristo (le Comte de Monte-Cristo, em francês), Simbad, o Marujo (Sinbad le Marin, em francês), Abade Busoni e Lorde Wilmore.
História
[editar | editar código-fonte]Dantès, o primeiro suboficial
[editar | editar código-fonte]No início da história, Edmond Dantès chega a Marselha como o primeiro dos marinheiros suboficiais do navio Le Pharaon. Com apenas 19 anos de idade, o jovem Dantès parece estar destinado ao sucesso. Embora a viagem tenha sido bem sucedida, Leclère, o ex-capitão do navio, adoeceu e morreu. Dantès informa esses eventos a M. Morrel, seu patrono, que propõe a Dantès uma tentativa de nomeá-lo capitão. Dantès apressa-se para ver seu pai e depois a sua amada, a jovem catalã Mercèdes. Ambos marcam um casório de imediato.[1]
O noivado e a prisão
[editar | editar código-fonte]Apesar da decisão tomada pelos personagens em relação ao casamento, a cerimônia nunca ocorre. Na própria noite de núpcias, Dantès é preso como um bonapartista suspeito e é levado ao promotor público. Edmond fora denunciado anonimamente e falsamente por Danglars, parceiro de Edmont, e por Fernand Mondego, um pretendente rival de Mercèdes. O procurador De Villefort conclui que Edmond é inocente e assegura-lhe sua liberdade. Logo depois, o promotor clama por evidências em uma carta em que denuncia Edmond às autoridades. A carta afirma que, na última viagem de Edmond, ele fez uma parada na ilha de Elba e recebeu uma carta de Napoleão. Edmond, portanto, entrega a carta que recebeu do Capitão Leclère e esclarece que o conteúdo do documento é desconhecido. De Villefort percebe que a carta é enviada ao seu próprio pai, Noirtier De Villefort, forte apoiador de Napoleão, e para proteger seu pai e sua própria carreira, decide continuar com a acusação de Edmond com o medo de perder a hierarquia concedida por Luís XVIII. Sob o mantimento das acusações, De Villefort condena Edmond e o detém na prisão do Castelo de If, uma fortaleza insular que nenhum prisioneiro jamais escapou e onde estão alocados os presos políticos mais perigosos.[2][3]
Desespero e tentativa de suicídio
[editar | editar código-fonte]Após seis anos em confinamento solitário nas masmorras do Castelo de If, Edmond decide cometer suicídio por greve de fome. Temendo que seja forçado a se alimentar, joga sua comida fora em segredo. Depois de quase seis meses, ouve um ruído contra a parede de sua cela. A curiosidade sobre a origem do ruído faz com que Edmond volte a comer. Ao bater quatro vezes na parede da cela, percebe que o ruído foi cessado e conclui que é um prisioneiro tentando escapar. Devido ao desespero, utiliza a panela na qual estava sua comida para cavar onde ouviu o ruído anteriormente, na esperança de que algum prisioneiro tivesse aberto um caminho para a fuga. Eventualmente, Dantès rompe espaço suficiente na parede e comunica-se com o Abade Faria, que realmente estava preparando sua fuga.[4]
Edmond e o Abade Faria
[editar | editar código-fonte]Devido aos ensinamentos de Edmond sobre leitura, matemática, ciência, línguas, filosofia, história, luta de espadas e economia, os dois prisioneiros tornaram-se muito próximos. Juntos, determinaram quem traiu Edmond e, apesar da desaprovação de Faria, Edmond planejava vingança contra seus traidores. Os dois passaram anos cavando um túnel para a liberdade, mas Faria morre antes da fuga. Em suas últimas palavras, informou a Edmond um tesouro secreto localizado na ilha de Montecristo. Na mesma noite, Edmond escapa da prisão. Os carcereiros, ao invés de enterrarem os prisioneiros, jogam os corpos sobre a parede da fortaleza do mar, com uma bola de demolição acorrentada em torno das pernas. Utilizando uma faca feita de um crucifixo afiado, Edmond consegue a liberdade e chega à superfície do mar. Durante a noite, Edmond nada para uma pequena ilha próxima para se refugiar. No dia seguinte, ao ser encontrado nadando no mar, é resgatado sob a circunstância de ser uma vítima de naufrágio. Após isso, Edmond inicia um comércio de mercadorias na pequena ilha de Montecristo, durante o qual ele confirma a existência do tesouro relatado pelo Abade Faria. Devido ao êxito comercial e ao tesouro da ilha, Edmond torna-se rico.[5]
Lealdade e traição
[editar | editar código-fonte]Ao retornar a Marselha, Edmond descobre que seu pai faleceu de pobreza e que Mercèdes casou-se com Fernand dezoito meses depois que fora supostamente executado por traição. Ainda vivo, Gaspard é visitado por Edmond sob o disfarce de Abade Busoni para saber dos demais acontecimentos. Cadessoure diz a Edmond que Marrel tentou obter julgamento justo para Edmond e que Mercèdes pediu sua libertação. Edmond descobriu que os que permaneceram leais perante a sua decisão de prisão, haviam sofrido muito e, os que o traíram, prosperaram. Edmond agradece a Caderousse pela informação, pagando-lhe um grande diamante. Percebendo que apenas Morrel agiu com lealdade, Edmond cria mais três disfarces e os usa para salvar Morrel da falência. O primeiro é Lorde Wilmore, funcionário da empresa bancária Thomson and French, Simbad, o Marujo e O Conde de Monte Cristo, que perdurou nove anos.[6][7]
Paris e o Conde de Monte Cristo
[editar | editar código-fonte]Edmond emerge na sociedade de Paris como o misterioso e sofisticado Conde de Monte Cristo. Após a compra da escritura da ilha de onde obteve seu tesouro, Edmond consegue o feito de colocar-se nos níveis mais superiores da sociedade parisiense e assumir o papel de um dos homens mais influentes de toda a França. Como tal, é apresentado a vários outros homens poderosos, como Danglars, um rico banqueiro, Mondego, o Conde de Morcerf e herói militar, M. Villefort, procurador do rei e esposo de Mercèdes. Estabelecendo-se na sociedade de Paris, distanciou-se de Edmond Dantès, dando início ao plano de vingança contra aqueles que o traíram. No final do romance, Edmond exigiu vingança contra todos que o fizeram apodrecer na prisão. Expõe Villefort e Mondego como primordiais na conspiração, arruinando suas reputações e os denunciando para a polícia local. Villefort enlouquece e Mondego comete suicídio. Durante algum tempo, Danglars capturado pelo bandido italiano Luigi Vampa, com o intuito de entender o sofrimento de Edmond e de conhecer a sua riqueza. Ao findar o romance, Edmond parte com Haydée, com as palavras de "esperar e esperançar".[8][9]
Interpretações
[editar | editar código-fonte]Acredita-se que a história da prisão de Dantès no Castelo de If foi inspirada pela detenção do seu próprio pai, Thomas-Alexandre Dumas, general da Revolução Francesa. Num período de 1799 a 1801, o general ficou detido em uma fortaleza na cidade italiana de Taranto. James O'Neill, pai do dramaturgo Eugene O'Neill, atuou como Edmond Dantès mais de 6 mil vezes durante sua carreira.[10] No cinema, Edmond Dantès foi interpretado por atores como George Dolenz, Robert Donat, Jean Marais, Louis Jourdan, Gérard Depardieu, Richard Chamberlain e, mais recentemente, Jim Caviezel.[11]
Além de interpretações no cinema, Edmond foi protagonizado em uma adaptação musical do romance. Na série de televisão animada japonesa Gankutsuō: O Conde de Monte Cristo, Edmond é interpretado por Jouji Nakata e dublado por Jamieson Price na versão americana. No meio televisivo, existem três adaptações do romance, sendo a última Montecristo em 2006.[12] Em 2011, o canal ABC estreou a série de drama Revenge, como uma adaptação de O Conde do Monte Cristo. Na série, o personagem de Dantès é interpretado como uma protagonista feminina com o nome de Emily Thorne, retratada pela atriz Emily VanCamp.[13][14] O personagem de Edmond Dantès apareceu na sexta temporada da série Once Upon a Time, interpretado por Craig Horner.[15] Dantès é referenciado nas cenas finais do filme V de Vingança de 2005, em que a protagonista Every Hammond descreve o terrorista V como Edmond Dantês, após se tornar um mártir para declinar o governo tirânico de Norsefire.[16] No final de sua carreira, o ator John Hughes utilizou Edmond Dantès como pseudônimo.[17]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Chapter 1: Marseilles—The Arrival». Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Chapter 5: The Marriage-Feast». Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Chapter 8: The Chateau d'If». Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Chapter 14: The Two Prisoners». Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Chapter 17: The Abbe's Chamber». Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Chapter 13: The Hundred Days». Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Chapter 29: The House of Morrel & Son». Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Chapter 38: The Compact». Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Chapter 67: At The Office of the King's Attorney». Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Liebler and Co's tremendous production of Monte Cristo with Mr. James O'Neill as Edmond Dantes, a character he has made world famous.». Biblioteca do Congresso. 1990. Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ Interpretações no cinema:
- George Dolenz «The Count of Monte Cristo (TV Series 1956–)». IMDB. 1956. Consultado em 29 de novembro de 2017
- Robert Donat «The Count of Monte Cristo (1934)». IMDB. 1934. Consultado em 29 de novembro de 2017
- Jean Marais «The Count of Monte Cristo (1954)». IMDB. 1954. Consultado em 29 de novembro de 2017
- Louis Jourdan «The Story of the Count of Monte Cristo (1961)». IMDB. 1961. Consultado em 29 de novembro de 2017
- Gérard Depardieu «The Count of Monte Cristo (TV Mini-Series 1998–)». IMDB. 1998. Consultado em 29 de novembro de 2017
- Richard Chamberlain «The Count of Monte-Cristo (TV Movie 1975)». IMDB. 1975. Consultado em 29 de novembro de 2017
- Jim Caviezel «The Count of Monte Cristo (2002)». IMDB. 2002. Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Montecristo (2006)». IMDB. Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «Revenge é a Adaptação de O Conde de Monte Cristo». Veja. 20 de fevereiro de 2017. Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «'Revenge' on ABC Places Emily VanCamp in the Hamptons». The New York Times. 20 de setembro de 2011. Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «A Bitter Draught». IMDB. Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «V de Vingança». Telacrítica. 2006. Consultado em 29 de novembro de 2017
- ↑ «The films of John Hughes». The Guardian. 7 de agosto de 2009. Consultado em 29 de novembro de 2017