Consuelo Leandro
Consuelo Leandro | |
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Nome completo | Maria Consuelo da Costa Ortiz Nogueira |
Nascimento | 27 de maio de 1932 Lorena, São Paulo |
Nacionalidade | brasileira |
Morte | 5 de julho de 1999 (67 anos) São Paulo |
Ocupação | Atriz, comediante, humorista |
Cônjuge | Agildo Ribeiro (c. 1969; div. 1976) |
Consuelo Leandro, nome artístico de Maria Consuelo da Costa Ortiz Nogueira (Lorena, 27 de maio de 1932 – São Paulo, 5 de julho de 1999), foi uma atriz e comediante brasileira.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Na década de 1950 ela deixou a casa dos pais no interior de São Paulo para ingressar na carreira de atriz, na cidade do Rio de Janeiro. Entrou para a escola de dança do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e seu primeiro papel nos palcos veio no Teatro do Estudante. Cinco anos depois perde seu pai assassinado, tendo sofrido muito nesse período.[1] Aos 17 anos inicia sua carreira artística como vedete.[1] Sua família era contra seu sonho de se tornar atriz, especialmente seu avô que a expulsou de casa, por conta disso, decide adicionar o nome "Leandro", de seu avô, ao seu para afrontá-lo.[2]
Consuelo Leandro se viu com duas opções para iniciar uma carreira profissional: o teatro de revista ou a comédia. Ela optou pela primeira e, em 1953, estreou, com a Companhia Zico Ribeiro, a peça “Carrossel de Mulheres”, em Copacabana. A profissão de artista era bastante mal vista pela sociedade da época e, como muitas artistas femininas, teve de usar uma carteira de censura semelhante as das prostitutas e era proibida de se hospedar em hotéis durante apresentações artísticas.[2]
Depois da estreia no teatro, Consuelo partiu para o rádio e sua voz ficou famosa no Brasil todo por meio da Rádio Nacional, onde ela fazia radioteatro e o humorístico “Balança Mas Não Cai”, mais tarde adaptado para televisão.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Seu primeiro filme foi "Três Recrutas", de Eurípedes Ramos. Ao todo fez 19 filmes, foi dirigida por grandes nomes do cinema nacional nas décadas de 1950 e 1960 e atuou ao lado de grandes humoristas como Walter D'Ávila, Zé Trindade e Grande Otelo,[2] mas sua participação mais comentada veio no final da década de 1970 quando fez "Bem dotado, o homem de Itu" de José Miziara ao lado de Nuno Leal Maia e grande elenco.[3] Seu último trabalho no cinema foi no filme Escorpião Escarlate de 1990.[2]
Conhecida pelo seu jeito debochado, pelas caretas e risadas altas, Consuelo se destacou na TV em humorísticos como Noites Cariocas, Praça da Alegria, A Praça é Nossa, onde fazia a Cremilda, a esnobe mulher do marido Oscar, A Escolinha do Golias, e Veja o Gordo, no SBT. Os últimos trabalhos de Consuelo foram na "A Praça é Nossa" interpretando as personagem Francis Layde e a repórter Lola.[1]
Participou de duas telenovelas, na TV Globo, Cambalacho (1986), Sílvio de Abreu, no qual viveu a inesquecível Lili Bolero uma cantora que nunca alcançou o sucesso que tanto almejava e colocava a culpa disso na cantora Angela Maria que, supostamente, a teria sabotado.[4][2] Essa foi a única novela da Globo em que trabalhou.[5]
A segunda foi Brasileiras e Brasileiros, transmitida pelo SBT entre 1990 e 1991, no qual interpretava a personagem "Tia Ju".[6]
Vida Pessoal
[editar | editar código-fonte]Ela foi casada duas vezes: a primeira com o também comediante Agildo Ribeiro e a segunda com Stephan Gardemann.
Apesar de ter feito tratamento para engravidar, não conseguiu ter filhos. Sobre o assunto declarou que achava que Deus havia lhe preparado para outras coisas, como cuidar de suas duas sobrinhas.[2]
Em 1987, Consuelo, que já sofria de insuficiência coronária, foi submetida a uma cirurgia de emergência para a implantação de três pontes de safena no coração.
Morte
[editar | editar código-fonte]Consuelo Leandro morreu vítima de câncer de bexiga em 5 de julho de 1999, pouco depois de completar 67 anos.
Está sepultada no Cemitério do Morumbi, em São Paulo. No mesmo ano morreram mais dois grandes humoristas, Rony Cócegas e Maria Teresa Fróes, todos os três com menos de dois meses de diferença.[7]
Filmografia
[editar | editar código-fonte]Cinema
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Personagem |
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1953 | Três Recrutas[8] | Moça |
1954 | Carnaval em Caxias | Filha do Prefeito |
O Petróleo é Nosso | Chica Bagunça | |
1955 | Angu de Caroço | Jovem |
1956 | Tira a Mão Daí! | Mocinha |
1957 | Espírito de Porco | Maria |
1958 | Com a Mão na Massa [9] | Benedita |
No Mundo da Lua | Carolina | |
1959 | Mulheres à Vista | Boca de Caçapa |
1960 | Sai Dessa, Recruta | Emengarda |
Pistoleiro Bossa Nova | Pequenina[10] | |
1970 | A Arte de Amar Bem | Cremilda |
1971 | Lua-de-Mel e Amendoim | Assunta |
1979 | Gugu, O Bom de Cama | Mãe de Gugu |
O Bem Dotado, o Homem de Itu | Nair | |
1981 | Como Faturar a Mulher do Próximo | Elza [11] |
1982 | Ousadia | Senhora |
1983 | O Menino Arco-Íris [12] | Primeira Lavadeira |
1985 | Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez | Nena |
1990 | O Escorpião Escarlate | Mãe |
Televisão
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Personagem | Notas |
---|---|---|---|
1961 | Praça da Alegria | Cremilda | |
1977-1978 | Praça da Alegria | Cremilda | |
1965 | Ceará contra 007 | Lamparina | |
1968-71/1982-1983 | Balança Mas Não Cai | Vários personagens | |
1972 | Uau, a Companhia | Vários personagens | |
1986 | Cambalacho | Lili Bolero | |
1987 | Praça Brasil | Várias personagens | |
1987-1999 | A Praça é Nossa | Vários Papéis | Vários quadros |
1990 | Brasileiras e Brasileiros | Tia Ju | |
1994/1995 | Hot Hot Hot | Vários personagens | |
1995-1996 | Escolinha do Golias | Severina |
Referências
- ↑ a b c Suzuki, Mércia (6 de julho de 1999). «Sepultada a atriz Consuelo Leandro». Diário do Grande ABC. Consultado em 4 de março de 2022
- ↑ a b c d e f «Consuelo Leandro é homenageada no "Memória Nacional"». Globoplay. Vídeo. 1 de fevereiro de 2018. Consultado em 4 de março de 2022
- ↑ «Consuelo Leandro». Mulheres do Cinema Brasileiro. Consultado em 16 de março de 2022
- ↑ «Cambalacho». Memória Globo. Consultado em 8 de março de 2022
- ↑ Marckezini, Fabio (10 de fevereiro de 2022). «Primeira e única: 10 nomes que fizeram somente uma novela na Globo». TV história. Consultado em 9 de março de 2022
- ↑ Xavier, Nilson. «Brasileiras e Brasileiros». Teledramaturgia. Consultado em 9 de março de 2022
- ↑ Castro, Thell de (6 de março de 2021). «Em 1999, Brasil perdeu três grandes humoristas em menos de dois meses». TV Historia. Consultado em 6 de março de 2022
- ↑ Cinemateca Brasileira Três Recrutas [em linha]
- ↑ Cinemateca Brasileira Com a Mão na Massa [em linha]
- ↑ «Pistoleiro Bossa Nova». Cinemateca Brasileira. Consultado em 28 de fevereiro de 2017
- ↑ «Como Faturar a Mulher do Próximo». Cinemateca Brasileira. Consultado em 19 de junho de 2018
- ↑ Cinemateca Brasileira O Menino Arco-Íris - A Infância de Jesus Cristo [em linha]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Consuelo Leandro. no IMDb.