Cerco de Silves (1190)
Cerco de Silves de 1190 | |||
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Reconquista | |||
Antiga porta da medina de Silves
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Data | 6 de Junho de 1190 a Julho 1190. | ||
Local | Silves | ||
Desfecho | Vitória portuguesa | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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O cerco de Silves de 1190 foi um episódio bélico da Reconquista, ocorrido durante a sexta invasão Almóada de Portugal. A cidade de Silves, conquistada pelo rei D. Sancho no ano anterior, foi sitiada por um exército muçulmano, porém os portugueses resistiram ao ataque.
Contexto
[editar | editar código-fonte]Em 1188, o califa Almóada Abu Yusuf Yacub Almançor concluiu a conquista de todo o Magrebe, mandou pregar a guerra santa e avisou os habitantes do al-Andalus que se preparava para atravessar o Estreito de Gibraltar e partir à conquista dos reinos cristãos da península.
Silves, erguida numa colina nas margens do rio Arade, era a mais importante cidade do Algarve e um reputado centro cultural. O rei D. Sancho conquistou Silves com a ajuda de uma frota de cruzados em 1189. O Califa Almóada atravessou então o Estreito de Gibraltar a 23 de Abril de 1190 com um exército e instalou-se em Tarifa.[2]
O califa enviou ao Algarve o governador de Sevilha sayyid Abu Hafs Yaqub b. Abi Hafs, seu primo, com um exército composto por tropas andaluzes de Sevilha e Granada, berberes da tribo dos Azenegues e Haskura e voluntários jihadistas.[2] Em Córdova, Almançor recebeu embaixadores do rei de Castela e firmou com ele uma trégua, deixando-o assim de mãos livres para se focar na conquista de Portugal.[2] Nesta cidade distribuiu estandartes ao seu exército em preparação para a campanha.[2]
As notícias da vinda dos Almóadas eram já conhecidas em Portugal quando, por acaso, aportou a Silves uma nau inglesa com 100 homens de armas.[3][4] Fazia parte da armada de Ricardo Coração de Leão, que se dispersara ao largo da Península Ibérica a caminho da Terra Santa devido ao mau tempo.[3][4] Outros navios da armada aportaram a Lisboa.[3][4] O bispo de Silves Nicolau convenceu os ingleses a ajudarem a defender a cidade e os cruzados até ofereceram o seu navio, que foi prontamente desmantelado para ajudar.[4][3]
O cerco
[editar | editar código-fonte]Os almóadas assentaram arraiais em torno de Silves a 6 de Junho, passados apenas oito meses desde a conquista da cidade pelos portugueses.[2] A 5 do mês seguinte juntou-se ao exército muçulmano uma frota chegada de Sevilha com equipamento de sítio.[2]
Entretanto, o califa invadiu Portugal pelo Alentejo, destruiu culturas à sua passagem, arrasou Torres Novas e sitiou Tomar, defendida pelos Templários, ao passo que outro destacamento foi enviado a sitiar Santarém também.[2][4]
Em Silves, os muçulmanos revelavam-se incapazes de vencer a resistência oposta pelos portugueses e ingleses.[2] Confrontado com falta de mantimentos, resistência tenaz em Tomar e Santarém, e um surto de disenteria entre o seu exército, o califa mandou todas as suas tropas retirar de Portugal.[2]
A 26 de Julho o Califa estava de regresso a Sevilha.[2]
Rescaldo
[editar | editar código-fonte]Embora Silves tenha resistido ao cerco de 1190, os almóadas voltariam a invadir Portugal no ano seguinte pela sétima e última vez. Silves foi recapturada pelos muçulmanos, que também reconquistaram aos portugueses todas as vilas e castelos no Alentejo e Algarve menos Évora.
Silves só seria definitivamente reconquistada em 1242, por Paio Peres Correia.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Herculano, 1847, p. 49.
- ↑ a b c d e f g h i j k Hugh Kennedy: Muslim Spain and Portugal: A Political History of al-Andalus, Routledge, 1996, pp. 241-242.
- ↑ a b c d Alexandre Herculano: História de Portugal, volume II, 1847, pp. 52-53.
- ↑ a b c d e H. V. Livermore: A History of Portugal, Cambridge University Press, 1947, p. 97.