Cerastoderma edule
[1] Cerastoderma edule Berbigão | |||||||||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||||||
Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758)[2] | |||||||||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||||||||
A espécie C. edule (Linnaeus, 1758) está distribuída por grande parte do oeste europeu, incluindo o mar do Norte e o mar Mediterrâneo.[4][5]
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Sinónimos | |||||||||||||||||||||||||
Cardium edule Linnaeus, 1758 Cardium vulgare da Costa, 1778 Cardium crenulatum Lamarck, 1819 Cardium radula Deshayes, 1835 Cardium quadrarium Reeve, 1845 Cardium belgicum De Malzine, 1867 Cardium obtritum Locard, 1886 Cerastoderma nunninkae Lucas, 1984 (WoRMS)[2] |
Cerastoderma edule (nomeada, em inglêsː common European cockle[6][7], common cockle[5][6], common edible cockle[6][8] ou edible cockle[6][9]; em portuguêsː berbigão ou berbigão-comum-europeu[1][10][11]; em espanholː berberecho, verdigón ou morgueirolo; em catalãoː escopinya de gallet ou catxel[6][12]; em francêsː bucarde comestible[13], sourdon, rigadeau, coque ou coque commune; em alemãoː gemeine Herzmuschel ou essbare Herzmuschel[6] - Herzmuschelː cuja tradução, para o português, é "concha-coração", por lembrar um coração quando com suas valvas unidas e vistas de lado[14] - ; em neerlandêsː kokkel, gewone kokkel ou eetbare hartschelp; em dinamarquêsː Hjertemusling ou almindelig hjertemusling; em danonorueguêsː saueskjell; em neonorueguêsː saueskjel; em eslovenoː užitna srčanka ou srčanke; em croataː kapica; na Bélgicaː Coque ou Kokkel)[6][15] é uma espécie de molusco Bivalvia marinho litorâneo da família Cardiidae, classificada por Carolus Linnaeus em 1758; descrita como Cardium edule em seu Systema Naturae[2]; considerada a espécie-tipo do gênero Cerastoderma Poli, 1795[3], cujo nome é derivado do grego antigo, significando keras ("chifre") e derma ("pele").[16] Habita fundos de praias arenosas e lodosas do nordeste do oceano Atlântico, em águas da zona entremarés e zona nerítica de baixa profundidade, enterradas principalmente em àreas estuarinas[5][17][18] até os 5 metros, incluindo em prados de ervas marinhas Zostera noltii e Cymodocea nodosa[8]; mas suas necessidades de salinidade são específicas, não ocorrendo em lagoas salobras.[5][17] É espécie comestível e muito frequente nas costas marítimas de Portugal[9][14][19], com seu descritor específico derivado do adjetivo latino ĕdūlis ("que se come", "que é de comer").[16][20] Suas conchas vazias são utilizadas nas indústrias de construção e química como fonte de cal.[16]
Descrição da concha
[editar | editar código-fonte]Cerastoderma edule possui concha inflada e ovalada, de contorno subquadrado-arredondado e margem nitidamente crenulada, com valvas similares entre si e cobertas por um perióstraco castanho e reduzido, pouco persistente; esculpida com 22 a 28 costelas radiais e atingindo até 5.6 centímetros de comprimento quando bem desenvolvida; mas normalmente alcançando de 3.5 a 5 centímetros de comprimento. Tem um ligamento externo arqueado e proeminente que é tão longo quanto cerca de um terço da altura da concha. Sua coloração é branca, de um branco-acastanhado a amarelada ou castanha, e por vezes recoberta com manchas irregulares.[5][8][9][17][21]
Distribuição geográfica
[editar | editar código-fonte]Esta espécie está distribuída pelo hemisfério norte do Atlântico oriental, da Noruega e Rússia, na Lapônia, e pelo mar de Wadden, mar do Norte e canal da Mancha até o Senegal, ao sul, entrando pelo mar Mediterrâneo e mar Negro e indo da Irlanda ao Egito, ao leste.[4][5][8]
Referências
- ↑ a b da Silva, José Manuel Pedroso; Callapez, Pedro Miguel; Pimentel, Ricardo Jorge (2022). «Contribuição para um vocabulário vernáculo de nomes comuns e populares de moluscos portugueses: suas relações culturais, históricas e heráldicas» (PDF). Boletín de la Sociedad Española de Historia Natural, 116. p. 79. Consultado em 1 de dezembro de 2022. Arquivado do original (PDF) em 20 de junho de 2022
- ↑ a b c d e «Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ a b «Cerastoderma Poli, 1795» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ a b «Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ a b c d e f CAMPBELL, Andrew C.; NICHOLLS, James (1980). The Hamlyn Guide to the Seashore and Shallow Seas of Britain and Europe (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 178. 320 páginas. ISBN 0-600-34019-8
- ↑ a b c d e f g «Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758) vernacular names» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 332. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- ↑ a b c d «Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758) - Common edible cockle» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ a b c DANCE, S. Peter (2002). Smithsonian Handbooks: Shells. The Photographic Recognition Guide to Seashells of the World (em inglês) 2ª ed. London, England: Dorling Kindersley. p. 228. 256 páginas. ISBN 0-7894-8987-2
- ↑ Santos, Cátia Sofia Pedro Caetano (2019). «Estado atual das populações de berbigão (Cerastoderma spp.) no estuário do Sado» (PDF). Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 435. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X
- ↑ LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 230. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3
- ↑ «bucarde comestible» (em inglês). TechDico - English-French technical dictionary and translation. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ a b DAVIDSON, Alan (2014). The Oxford Companion to Food (em inglês) 3 ed. United Kingdom: Oxford University Press - Google Books. p. 201. 960 páginas. ISBN 978-0-19-967733-7. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ «Cerastoderma eduleː Denominações comerciais». Commercial designations of fishery and aquaculture products. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ a b c CHAMBERS, Paul (2009). British Seashells. A Guide for Collectors and Beachcombers (em inglês). Barnsley: Remember When - Google Books. p. 158. 233 páginas. ISBN 978-1-84468-051-1. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ a b c «Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758)» (em inglês). Marine Bivalve Shells of the British Isles. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ ANGELETTI, Sergio (1977). Conchiglie. Raccolta e Collezione (em italiano). Novara: Instituto Geografico de Agostini. p. 43. 92 páginas
- ↑ «berbigão». Meu Dicionário - Língua Portuguesa. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022.
1. ZOOLOGIA (Cerastoderma edule) molusco lamelibrânquio, da família dos Cardiídeos, de concha estriada, muito frequente nas costas marítimas de Portugal, utilizado na alimentação
- ↑ AZEVEDO, Fernando de (1950). Pequeno Dicionário Latino-Português 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional. p. 57. 212 páginas
- ↑ CONSIDINE, Douglas M.; CONSIDINE, Glenn D. (1995). Van Nostrand’s Scientific Encyclopedia (em inglês) 8 ed. New York: Springer Science+Business Media - Google Books. p. 2086. 3524 páginas. ISBN 978-1-4757-6920-3. Consultado em 1 de dezembro de 2022