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Círculo do Livro

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Círculo do Livro
Círculo do Livro
Razão social Círculo do Livro Ltda
Atividade Editora
Gráfica
Fundação 1973
Encerramento 2000
Proprietário(s) Grupo Abril
Sucessora(s) Donnelley Cochrane Gráfica Editora do Brasil

Círculo do Livro foi uma editora brasileira estabelecida em março de 1973[1] através de um acordo firmado entre o Grupo Abril e a editora alemã Bertelsmann.[2] Vendia livros por um "sistema de clube", onde a pessoa era indicada por algum sócio e, a partir disso, recebia uma revista quinzenal com dezenas de títulos a serem escolhidos. O novo sócio teria então a obrigação de comprar ao menos um livro no período.

O empreendimento funcionou seus primeiros cinco anos com prejuízo, o que não representou problema para a Bertelsmann, dona de 49% da empresa e a segunda maior organização editorial do mundo na época. Não obstante, foram reunidos até 1975 duzentos e cinquenta mil sócios, número que dobrou em 1978. Em 1982, as vendas alcançaram cinco milhões de exemplares, totalizando dezessete milhões nos primeiros dez anos de existência da Círculo. Em 1983 a editora anunciou um quadro de oitocentos mil sócios espalhados por 2,850 municípios brasileiros, atendidos por uma cadeia de mais de dois mil vendedores e da distribuição através dos correios.[1]

O declínio nos lucros fez com que a Bertelsmann vendesse sua parte no negócio, levando a Círculo a encerrar suas atividades editoriais no final da década de 1990. A empresa, no entanto, continuou a funcionar como gráfica sob o comando do grupo CLC, até ser vendida em 2000 à multinacional RR Donnelley.

O catálogo da Círculo do Livro era divulgado quinzenalmente aos sócios através da distribuição gratuita da Revista do Livro, e entre os inúmeros títulos disponíveis encontravam-se inclusive alguns cedidos por meio de acordos com outras grandes editoras, como por exemplo as obras de Luis Fernando Veríssimo, bem como a coleção Primeiros Passos, versão capa dura, publicada originalmente pela Editora Brasiliense.

Os livros, cuja impressão e acabamento eram realizados na própria gráfica da editora, eram conhecidos pelo bom encadernamento, capa dura e preços competitivos. A título de exemplo, em 1988, enquanto a versão brochura da obra Fogueira de Vaidades, de Tom Wolfe (então publicada pela editora Rocco) custava cerca de Cz$ 12 mil, livros de arte, com capa dura, eram lançados pela Círculo do Livro por apenas Cz$ 2.900,00.[3] Isto devia-se principalmente ao mercado garantido, e também uma economia de escala, com tiragens que oscilavam entre seis e cinquenta mil, sendo vendidos em média dez mil exemplares por título.[1]

Parque gráfico

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Com a consolidação do negócio em 1976, a unidade gráfica da Editora Abril na rua do Curtume, em São Paulo, foi incorporada ao Círculo do Livro, e no ano seguinte deixou de trabalhar exclusivamente para o grupo, passando a atender outros clientes. Em 1989, a CLC – Comunicações, Lazer e Cultura (uma divisão da Abril controlada por Richard Civita), comprou a parte pertencente aos sócios alemães, tornando-se 100% proprietária da empresa e realizando uma ampliação em seu parque gráfico, com vistas em manter ali o foco do negócio.[4]

Em 2000, o parque gráfico foi vendido à Donnelley Cochrane Gráfica Editora do Brasil, subsidiária da Editorial Lord Cochrane S.A., sediada no Chile e controlada pela RR Donnelley, uma das maiores gráficas editoriais dos Estados Unidos.[5] No ano seguinte, a Círculo teve sua estrutura de comercialização, planejamento e produção fundida à da Gráfica Editora Hamburg de São Paulo, como parte de um plano de unificação da clientela e administração das duas gráficas brasileiras adquiridas pela Donnelley.[6]

Referências

  1. a b c O livro no Brasil: sua história, págs. 682 a 684 - Laurence Hallewell - EdUSP - ISBN 9788531408779 (2005)
  2. A noite da madrinha: e outros ensaios sobre o éter nacional, pág. 352 - Sérgio Miceli - Editora Companhia das Letras - ISBN 9788535906899 (2005)
  3. "Larousse chega com o Círculo do Livro" - Estado do Paraná , 8 de outubro de 1988 - citado no site tabloide digital
  4. "Círculo, independente aos 15 anos" - Revista ABIGRAF, edição n° 138 - Associação Brasileira da Indústria Gráfica/Regional do Estado de São Paulo (1992)
  5. "CÍRCULO DO LIVRO: Parque gráfico é vendido para Donnelley Cochrane" - Gazeta Mercantil, 17 de julho de 2000
  6. "Dinheiro não é tudo"[ligação inativa] - Exame, edição n° 750 (outubro de 2001)