Atentado de Marraquexe de 2011
Atentado de Marraquexe de 2011 Atentado do Café Argana | |
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O local do atentado no fim do dia em que ocorreu | |
Local | Marrocos, Café Argana, Praça Jemaa el-Fna, Marraquexe |
Coordenadas | |
Data | 28 de abril de 2011 11h50m (UTC+1) |
Tipo de ataque | Atentado bombista |
Arma(s) | bomba acionada remotamente |
Mortes | 17 |
Feridos | 25 |
Responsável(is) | Adil Othmani e 7 suspeitos |
O atentado de 28 de abril de 2011 em Marraquexe, também conhecido como atentado do Café Argana, foi um atentado terrorista da cidade de Marraquexe, Marrocos. A explosão de uma bomba colocada numa mala e acionada remotamente destruiu o Café Argana, na Praça Jemaa el-Fna, um local muito frequentado por turistas,[1] e provocou 17 mortos e 25 feridos de várias nacionalidades. A maioria dos mortos eram turistas, entre eles um grupo de estudantes franceses.
Mortos e feridos
[editar | editar código-fonte]A explosão ocorreu às 11h50m. Das 17 vítimas mortais, 14 morreram no local e as restantes no dia seguinte. Ficaram feridas 25 pessoas, 4 delas gravemente. Entre os mortos estavam 8 cidadãos franceses, incluindo uma menina de 10 anos do norte de França,[2] um israelo-canadiano,[3] um britânico,[4] um holandês, um suíço e um português emigrante na Suíça. O suíço e o português eram companheiros de outros dois suíços naturais de Ticino.[5] Além dos estrangeiros, morreram também duas pessoas de nacionalidade marroquina, uma delas o marido da canadiana morta.[6]
Entre os feridos, 14 ficaram hospitalizados em Marrocos e quatro foram repatriados no dia seguinte (dois suíços e dois russos). Um dos suíços morreu mais tarde enquanto estava num hospital de Zurique.[7]
Responsáveis
[editar | editar código-fonte]As autoridades marroquinas atribuíram a responsabilidade do atentado à Al Qaida no Magrebe Islâmico, um grupo salafista que está por detrás da chamada insurgência islâmica no Magrebe desde 2002. Contudo, a Al Qaida negou ser responsável.[8] Há rumores, que circularam em blogs da Internet, e que foram eliminados, segundo os quais o atentado não foi realizado por terroristas islâmicos. O modus operandi é incongruente com os métodos usados pela Al Qaida ou pelos seus ramos, nomeadamente o facto da bomba ter sido detonada remotamente, que segundo esses blogs faz pensar em grupos militantes a soldo de governos.[carece de fontes] Os rumores falavam de uma conspiração governamental para acalmar os protestos relacionados com a Primavera Árabe.[9]
Em 28 de outubro de 2011, um tribunal de Rabat condenou à morte Adel al-Othmani pela sua participação no atentado.[10] Hakim Dah foi condenado a prisão perpétua e outros três acusados a dois anos de prisão. Todos os réus alegaram inocência e após uma visita de um membro do governo francês a Marrocos, as sentenças foram aumentadas para 4 a 10 anos de prisão e de prisão perpétua para pena capital. A defesa dos acusados apontou que as condenações foram baseadas apenas em testemunhas interrogadas pela polícia, enquanto que nenhuma das testemunhas apresentadas pela defesa foi autorizada a depor.[11][12]
Reações internacionais
[editar | editar código-fonte]Alemanha — O governo insistiu em que o atentado "não deve parar o processo de reformas que foi iniciado em Marrocos", referindo-se a Primavera Árabe que decorria.
Armênia — O presidente Serj Sargsyan enviou as suas condolências ao rei de Marrocos e expressou o seu apoio "em encontrar os culpados e levâ-los à justiça".[13]
Brasil — Numa nota do Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro expressou "solidariedade ao governo do Reino do Marrocos e às famílias das vítimas" e reiterou o "seu repúdio a todas as formas de terrorismo, praticado sob qualquer pretexto".[14]
Estados Unidos — A secretária de estado Hillary Clinton disse que "os Estados Unidos condenam o muito veementemente o ataque terrorista de hoje que matou e feriu pessoas inocentes num café em Marraquexe, Marrocos. Transmitimos as nossas mais profundas condolências às vítimas deste ataque cobarde e estamos com o povo de Marrocos neste tempo difícil".[15]
França — O presidente Nicolas Sarkozy declarou-se "consternado com o ataque terrorista" e o primeiro-ministro Alain Juppé referiu-se ao atentado como "este ataque terrorista bárbaro que nada pode justificar" e apelou a que "tudo seja esclarecido sobre este crime revoltante, que os responsáveis sejam encontrados, julgados e punidos". Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional, declarou que o anúncio da execução de Osama bin Laden, ocorrida 4 dias depois do atentado, tinha sio "uma resposta justa e propriada à morte das vítimas de Marraquexe que o povo francês tinha chorado durante alguns dias"[16]
Portugal — O presidente Aníbal Cavaco Silva enviou uma mensagem de condolências ao rei de Marrocos declarando que o atentado "merece a nossa mais enérgica condenação e repúdio".[17][18]
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «2011 Marrakesh bombing», especificamente desta versão.
- ↑ «Marrakesh blast: 'It was a scene of carnage'» (em inglês). BBC New. www.bbc.com. 28 de abril de 2011. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ AFP (3 de maio de 2011). «Morocco bombing will not go unpunished: France» (em inglês). www.expatica.com. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ «Pregnant Canadian, husband killed in Morocco blast» (em inglês). CBC News. www.cbc.ca. 29 de abril de 2011. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ Lipman, Jennifer (4 de maio de 2011). «Moroccan ambassador writes of 'sorrow' over Peter Moss death» (em inglês). The Jewish Chronicle. www.thejc.com. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ Aislinn Laing,; Rayment, Sean; Meddeb, Rayment (30 de abril de 2011). «Al-Qaeda explosive used in Marrakesh bomb, investigators reveal, as family mourns slain Briton» (em inglês). www.telegraph.co.uk. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ Anteby, Roi (29 de abril de 2011). «Israeli woman, husband killed in Morocco bombing» (em inglês). www.ynetnews.com. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ «Il servizio di Francesca Torrani» (em italiano). RSI News. info.rsi.ch. 6 de maio de 2011. Arquivado do original em 8 de maio de 2012
- ↑ Boudlal, Youssef (7 de maio de 2011). «Qaeda denies involvement in Morocco cafe bomb attack» (em inglês). www.reuters.co. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ «Atentado de Marraquexe: a versão do Makhzen cada vez mais frágil». Blog da Associação de Amizade Portugal - Sahara Ocidental. aapsocidental.blogspot.pt. 2 de junho de 2011. Consultado em 24 de junho de 2015
- ↑ «Marrakesh cafe bomber Adel Othmani given death sentence» (em inglês). BBC New. www.bbc.com. 28 de outubro de 2011. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ France-Presse (30 de outubro de 2011). «Chief suspect given death penalty in Morocco case» (em inglês). gulftoday.ae. Arquivado do original em 1 de outubro de 2013
- ↑ Schemm, Paul; Associated Press (28 de outubro de 2011). «Morocco court issues death sentence in cafe attack» (em inglês). Boston Globe. www.boston.com. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ «Armenian President sends condolences to King of Morocco» (em inglês). Armenia News. news.am. 2 de maio de 2011. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ «Nota 167. Atentado no Marrocos». www.itamaraty.gov.br. 28 de abril de 2011. Consultado em 24 de junho de 2015
- ↑ AFP (29 de abril de 2011). «Moroccan Cafe Blast Kills 14, Injures 23» (em inglês). www.myfoxtampabay.com. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ «Mort d'un terroriste» (em francês). www.frontnational.com. 2 de maio de 2011. Arquivado do original em 25 de agosto de 2011
- ↑ «Presidente da República enviou condolências ao Rei de Marrocos pelas vítimas do atentado de Marraquexe». Site oficial da . www.presidencia.pt. 29 de abril de 2011. Consultado em 24 de junho de 2015
- ↑ «Marrocos: Presidente da República diz que atentado foi ato que merece "a mais enérgica condenação e repúdio"». noticias.sapo.pt. 29 de abril de 2011. Consultado em 24 de junho de 2015
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Atentado mata 15 em café de Marrakesh». O Estado de S. Paulo. internacional.estadao.com.br. 29 de abril de 2011. Consultado em 24 de junho de 2015