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António Xavier Machado e Cerveira

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António Xavier Machado e Cerveira
Nascimento 1 de setembro de 1756
Anadia
Morte 14 de setembro de 1828
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação fabricante de instrumentos musicais
Instrumento órgão

António Xavier Machado e Cerveira (Tamengos, Anadia, 1 de Setembro de 1756Caxias, 14 de Setembro de 1828) foi um organeiro português.

É considerado um dos mais notáveis organeiros portugueses do período Barroco.

Era filho do também organeiro e escultor em madeira, Manuel Machado Teixeira ou Manuel Machado Teixeira de Miranda, e de sua segunda esposa, Josefa Cerveira. Era irmão consanguíneo do escultor Joaquim Machado de Castro. O pai, Manuel Machado, foi o construtor do grandioso órgão do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

De acordo com a tradição, Manuel Machado havia deixado um alentado manuscrito descrevendo a sua obra, hoje desaparecido. Acredita-se, entretanto, que dado o fôlego da obra nos Jerónimos, o artista tenha tido no seu filho mais novo precioso auxiliar, uma vez que, à época (1781), se encontrava em avançada idade. António Xavier contava então, com vinte e cinco anos de idade. Para esse raciocínio contribui a inscrição de outro órgão, contemporâneo que reza:

"O Ex.mo D. Fr. Diogo de Jesus Jordão sendo bispo de Pernambuco mandou fazer este órgão no ano de 1789. Foi construído por Machado filho, porque o pai já a esse tempo era falecido."
O órgão na Igreja dos Mártires.

O órgão da Igreja de São Roque, correspondente ao número 2, foi construído inicialmente para a Igreja do Convento de São Pedro de Alcântara, tendo sido transferido em 1848 para a Igreja de São Roque — para a capela do transepto do lado da Epístola — e mais tarde, na década de 90 do século XIX, para o coro alto onde actualmente se encontra.

Com o órgão dos Mártires, o número 3 da sua autoria, o artista obteve grande reputação, tendo sido incumbido de construir todos os órgãos que as igrejas de Lisboa tiveram que readquirir, na reedificação da cidade após o terramoto de 1755. A sua tarefa foi idêntica, no seu campo, à de Pedro Alexandrino no da pintura. Desse modo, com projetos semelhantes ao dos Mártires, embora com frontespícios diferentes, fabricou os órgãos das igrejas de São Roque, do Convento da Estrela, do Mosteiro de Odivelas (que nunca chegou a ser montado, encontrando-se ainda desmontado na Sala do Capítulo deste mosteiro), do Sacramento, de Santa Justa, os três de Mafra, o da Capela Real de Queluz, além de muitos outros menores, como os do Socorro, de Santa Isabel, da Boa Hora (em Belém), dos Anjos, de São Tiago, de São Lourenço, da Ermida da Vitória, da Encarnação, e outros. Fabricou ainda muitos instrumentos para diversas igrejas das proximidades de Lisboa, como o Barreiro, Lavradio, Coruche, Marvila, Santarém (onde há três, sendo o mais considerável o da Misericórdia), Santa Quitéria de Meca, e outros.

Muitos de seus órgãos, alguns deles de grandes dimensões, seguiram para o Brasil. Por motivo de ter construído os órgãos de Mafra e de Queluz, foi nomeado organeiro da casa real — "Organorum regalium Rector", como se intitulava — e condecorado com o hábito da Ordem de Cristo.

Um dos últimos instrumentos que construiu foi o órgão que existe na freguesia do Barreiro, com o número 103, datado de 1828, ano em que faleceu.

Machado e Cerveira entrou para a Irmandade de Santa Cecília em 22 de Novembro de 1808, onde exerceu durante os últimos anos, até poucos meses antes de falecer, o cargo de primeiro assistente, presidindo a todas as sessões da mesa.

Lista de órgãos construídos

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Número Data Igreja Cidade Fotografia Nº de registos Acessórios Estado
1 1781 Mosteiro dos Jerónimos Lisboa Desaparecido
2 1784 Igreja de São Roque Lisboa Operacional
3 1785 Igreja dos Mártires Lisboa 14 (ME) + 16 (MD) Operacional
16 1787 Igreja do Livramento Azueira, Mafra Operacional
22 1788 Igreja de Nossa Senhora da Guia - Museu de Angra (antigo convento de São Francisco) Angra do Heroísmo 11 (MD) + 11 (ME) Anulador de cheios (2 pisantes) Operacional
23 1789 Basílica da Estrela (Coro-alto) Lisboa Inoperacional
24 1790 Igreja Matriz da Calheta Calheta 5 (ME) + 5 (MD) Anulador de cheios (2 pisantes) Operacional
32 1791 Basílica da Estrela (Órgão de coro) Lisboa Operacional
36 1792 Igreja das Chagas Lisboa Inoperacional
38 1793 Igreja de São Mateus da Praia Santa Cruz 6 (ME) + 6 (MD) Anulador de cheios (2 pisantes) Operacional
40 1793 Igreja Matriz da Praia da Vitória Praia da Vitória 8 (ME) + 8 (MD) Anulador de cheios (2 pisantes) Operacional
46 1795 Igreja de Covões Covões
47 1795 Mosteiro de Lorvão Lorvão Operacional
53 Igreja da Misericórdia de Viseu Viseu 32 Operacional

(Reconstruído)

56 1798 Igreja de N. Sra. do Carmo (Colégio) Angra do Heroísmo 10 (ME) + 10 (MD) Anulador de cheios (2 pisantes) / Anulador de palhetas (2 pisantes) / Tambores em Dó e Fá
59 1801 Igreja de S. Silvestre Gradil, Mafra
72 1806 Igreja de Nossa Senhora do Socorro Lisboa Inoperacional
83 1817 Igreja Paroquial do Santíssimo Sacramento Lisboa Em restauro
84 1817 Igreja de Marvila Santarém 9 (ME) + 9 (MD) Anulador de cheios e palhetas (2 pisantes) Operacional
85 1818 Igreja de São Nicolau Santarém 7 (ME) + 7 (MD) Anulador de cheios e palhetas (2 pisantes) Operacional
87 1818 Igreja da Misericórdia Santarém 10 (ME) + 10 (MD) Anulador de cheios e palhetas (2 estribos) Operacional
96 1822 Igreja da Victória Lisboa Operacional
98 1826 Igreja de Nossa Senhora da Encarnação Lisboa
103 1828 Barreiro Operacional
Igreja de Nossa Senhora da Ajuda Lisboa 10 (ME) + 11 (MD) Operacional