Almutadide (abádida)
Almutadide | |
---|---|
Dinar de ouro de Almutadide | |
2.º emir da Taifa de Sevilha | |
Reinado | 1042-1069 |
Antecessor(a) | Abade I |
Sucessor(a) | Almutâmide |
Morte | 1069 |
Descendência | Almutâmide |
Dinastia | abádida |
Pai | Abade I |
Religião | Islamismo sunita |
Abu Anre Abade ibne Maomé ibne Abade (em árabe: Abū ʿAmr ʿAbbād b. Muḥammad b. ʿAbbād; m. 1069)[1], mais conhecido por seu nome régio Almutadide[2][3] ou Almutádide[4] Bilá (em árabe: المعتضد بالله; romaniz.: al-Muʿtaḍid bi- llāh; lit. "Buscando apoio em Deus"[5]) foi o segundo emir abádida que governou a Taifa de Sevilha no século XI, na época do domínio islâmico na Península Ibérica.[3][6]
Nascido "Abade ibne Abi Alcácime", o futuro rei Almutádide tornou-se o príncipe herdeiro em 1040, depois de o seu irmão mais velho morrer em Carmona a caminho de Sevilha, tendo subido ao trono dois anos depois, após a morte do seu pai, Abade I. Segundo o historiador ibne Haiane, Almutádide teria um harém de 700 mulheres e terá tido cerca de 40 filhos. Depois de o mais velho se revoltar contra Almutádide duas vezes, mandou-o matar, e o seu segundo filho Abi Alcácime tornou-se o seu novo herdeiro.[6]
Durante o seu reinado, conquistou a Taifa de Huelva e a Taifa de Silves,[7] tendo nomeado Abi Alcácime governador da última quando tinha apenas 12 anos.[6]
Foi em Silves que o seu filho conheceria o poeta Abenamar e a escrava Rumaiquia, que mais tarde se tornaria a sua esposa. A influência destes dois na vida do filho preocupava bastante Almutádide, que acabou por obrigar Abenamar a fugir do reino. Quanto a Rumaiquia, no entanto, tê-la-á aceitado como parte da família depois de a chamar e de a ver com o seu neto (primogénito de Abi Alcácime) ao colo.[6]
Segundo ibne Haiane, Almutádide acabou por morrer de desgosto depois da morte da sua filha preferida, em 1069, levando Abi Alcácime a assumir o controlo do reino e a adotar o nome "Almutâmide".[6]
Referências
- ↑ Lévi-Provençal 2009, cáp. al-Muʿtaḍid Bi-llāh.
- ↑ Mattoso 1992, p. 425.
- ↑ a b Coelho 1972, p. 365; 368.
- ↑ Lima 1988, p. 108.
- ↑ Bowen 1928, p. 25.
- ↑ a b c d e Mata, María (1987). Al Mutamid Ibn Abbad: Poesias (em espanhol). [S.l.: s.n.] ISBN 84-7472-075-3
- ↑ Rei 2012, p. 88-89; 153.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bowen, Harold (1928). The Life and Times of ʿAlí Ibn ʿÍsà, ‘The Good Vizier’. Cambridge: Cambridge University Press
- Coelho, António Borges (1972). Portugal Na Espanha Árabe: Organização, Prólogo E Notas de António Borges Coelho Vol. I. Lisboa: Seara Nova
- Lévi-Provençal, E. (2009). «al-Muʿtaḍid Bi-llāh». Encyclopédie de l'Islam en ligne. Leida: Brill
- Lima, José Fragoso de (1988). Monografia arqueológica do concelho de Moura. Moura: Edição da Câmara Municipal de Moura
- Mattoso, José; Brito, Raquel Soeiro de (1992). História de Portugal, Volume 1. Lisboa: Círculo de Leitores
- Rei, António (2012). O Gharb al-Andalus al-Aqsâ na Geografia Árabe (PDF). Lisboa: IEM - Instituto de Estudos Medievais. ISBN 978-989-97066-6-8