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Agronegócio

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Agronegócio (em inglês: agribusiness), abreviado como "agro", é um termo que se refere ao conjunto de operações e atividades econômicas relacionadas à produção, processamento e comercialização de produtos agrícolas e pecuários. Esse conceito engloba desde o cultivo e a criação de animais até o processamento industrial, transporte, distribuição e venda final desses produtos. O agronegócio inclui setores como agricultura, pecuária, agroindústria, distribuição de insumos (fertilizantes, sementes, maquinário), transporte e logística.[1]

Evolução do conceito Agronegócio

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A origem do termo "agronegócio" remonta à década de 1950, nos Estados Unidos, quando os economistas John Davis e Ray Goldberg, da Universidade de Harvard, introduziram o conceito para descrever a integração dos diversos segmentos da cadeia produtiva agropecuária e seu impacto na economia global. O termo foi criado para demonstrar que o setor agrícola não opera de forma isolada, mas sim interligado a outros segmentos industriais e comerciais, formando uma cadeia produtiva que abrange desde o campo até o consumidor final. Com o tempo, o agronegócio ganhou relevância global, especialmente em países com economias baseadas na produção agrícola, como o Brasil, onde o setor é um dos principais motores da economia. [1].

Ciclo do agronegócio

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Cultivo mecanizado de arroz na Região Sul do Brasil

O agronegócio representa qualquer operação do ciclo da agricultura e da pecuária, o que engloba a produção, os serviços financeiros, de transporte, marketing, seguros, bolsas de mercadoria. O estudo do agronegócio é dividido em três partes.

A primeira é representada pela indústria e comércio que fornecem insumos para a produção rural, como, por exemplo, os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos, bancos e financeiras.

A segunda parte trata dos negócios agropecuários propriamente ditos, representados pelos produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes, constituídos na forma de pessoas físicas - fazendeiros ou camponeses - ou de pessoas jurídicas.

Na terceira parte encontram-se as atividades de compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários até o consumidor final. Enquadram-se, nesta definição, os frigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados e distribuidores de alimentos.[2][3]

Insumo é a combinação de fatores de produção diretos (matérias-primas) e indiretos (mão de obra, energia, tributos) e que entram na elaboração de certa quantidade de bens ou serviços. No agronegócio, os principais insumos são sementes, adubo, defensivos, maquinário, combustível, ração, mão de obra especializada.

A produção é o trabalho do agropecuarista por meio do cultivo do solo e/ou criação de animais, independentemente do tamanho da área ou método utilizado. É a transformação do produto agropecuário em subprodutos que podem ser bens de consumo ou insumos para outros processos, como o leite, queijos, carnes, embutidos, ração, fios, corantes.

Industrialização

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O processo de industrialização de produtos da agropecuária, conhecido como "agroindústria", que consiste na transformação de matérias-primas agropecuárias provenientes da agricultura, pecuária, aquicultura ou silvicultura, que são realizadas de forma sistemática em ambientes físicos equipados e preparados. Nesta fase, os produtos primários são transformados em subprodutos.[4][5]

Distribuição

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Caracteriza-se pelo transporte, processamento e distribuição dos bens agropecuários, para o consumidor ou para intermediários no processo.

Cliente final

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É o consumidor dos produtos agropecuários, que os recebe in natura ou processados.

Principais produtos

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Criação de gado leiteiro

Envolve toda a cadeia da produção alimentícia, como frigoríficos, usinas de beneficiamento de leite, indústria de óleo, rações, empacotadores, distribuidores de grãos e beneficiadores.

Biocombustíveis

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É o setor do agronegócio que cuida do cultivo de plantas que serão transformadas em combustíveis orgânicos, os chamados biocombustíveis.

Ramo industrial que transforma bens agropecuários em produtos têxteis, como vestuário, artigos de cama, mesa e banho, bens de decoração e insumos para as indústrias moveleira e calçadista.

São exemplos de matéria-prima produzidos pelo agronegócio o algodão, o linho e a .

Explora o solo pelo cultivo de árvores que serão transformadas em madeira, celulose ou produtos químicos para posterior utilização como matéria-prima de várias indústrias, a exemplo da moveleira, construção civil, papeleira, ou mesmo a obtenção de lenha para combustível.

Questão ambiental

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O aprimoramento do agronegócio barateou o custo dos alimentos e deu à população um maior poder de consumo e de escolha, mas também trouxe vários problemas, principalmente ligados às questões ambientais e sociais.[6]

O desafio é a produção no campo sem impactos ao meio ambiente, causados notadamente pelo uso de agrotóxicos, pelo desmatamento e empobrecimento do solo, queimadas, contaminação de mananciais e do lençol freático, desequilíbrio ecológico e proliferação de pragas.

Nas cidades, a preocupação se dá com o lixo gerado após o consumo, mais precisamente com o descarte de embalagens.[7][8]

Questão social

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Nos países pobres, a modernização da agricultura deixou muitos produtores à margem do processo, principalmente famílias que viviam da agricultura de subsistência, ou agricultura familiar, em pequenas propriedades rurais.

Estes, privados de técnicas e métodos modernos, como irrigação, maquinários e insumos, perderam a competitividade, o que levou ao abandono do campo, num fenômeno conhecido como êxodo rural, aumentando, assim, nas grandes cidades, o acúmulo de pessoas vindas do campo.[9]

Tipos de produtores

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Os proprietários ou arrendatários de grandes extensões de terra são também conhecidos como latifundiários. Geralmente, os latifúndios são áreas onde ocorre a monocultura de produtos considerados commodities, principalmente a soja, o milho, o algodão e a pecuária leiteira e de corte.[10]

É o tipo de produção que ocorre em países de grande extensão territorial, onde o lucro se dá pelo ganho em escala e a redução dos custos de produção.

Colheitadeiras em um campo de cana-de-açúcar em Piracicaba, São Paulo.

O biocombustível é uma opção para substituição dos combustíveis fósseis, por ser renovável e menos poluente. Trata-se dos chamados combustíveis de biomassa, em especial o etanol e diversos tipos de óleos vegetais, com inúmeras fontes, como mamona, soja, milho, dendê, pequi, girassol.

O Brasil foi pioneiro no uso do biocombustível em escala, através do programa Pró-álcool, idealizado pelo Governo Federal na década de 1970, após a segunda fase da crise do petróleo.

Foi também o primeiro país a obrigar o seu uso, através da mistura do álcool na gasolina, bem como o primeiro a ter frota composta por automóveis flex, que rodam com os dois tipos de combustível, independente da quantidade de cada um.

O governo brasileiro a partir de 2004 passou a estimular a produção e uso do biodiesel com propostas de mistura no diesel convencional e ampliação do uso a longo prazo.[11] [12]

O mercado do agronegócio

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O valor bruto da produção (VBP) agropecuária alcançou R$ 1,188 trilhão em 2021, dos quais R$ 821,2 bilhões na produção agrícola e R$ 367,6 no segmento pecuário.[13]

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Referências

  1. a b Davis, John H.; Goldberg, Ray A. (1957). A Concept of Agribusiness. [S.l.]: Division of Research, Graduate School of Business Administration, Harvard University. ISBN 9781684225248 
  2. «Conceiro de Agronegócio». Gestão no Campo. Consultado em 27 de junho de 2019 
  3. «Agronegócio - O que é?». Portal do Agronegócio. Consultado em 27 de junho de 2019 
  4. «O QUE É AGROINDÚSTRIA?». Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Consultado em 1 de maio de 2022 
  5. «O que é agroindústria e quais seus impactos?». TOTVS. 9 de junho de 2020. Consultado em 1 de maio de 2022 
  6. «O Agronegócio Sustentável». Planeta Sustent�vel. Consultado em 3 de junho de 2016. Arquivado do original em 30 de Maio de 2016 
  7. «Agronegócio e meio ambiente - Opinião - Estadão». Estadão. Consultado em 3 de junho de 2016 
  8. «Impacto das embalagens no meio ambiente». www.mma.gov.br. Consultado em 3 de junho de 2016 
  9. «Agricultura - Inclusão pelo campo - Ambiente econômico gerado pelo agronegócio favorece avanço social de regiões carentes». www.ipea.gov.br. Consultado em 3 de junho de 2016 
  10. Torres, Mauricio; Branford, Sue (10 de janeiro de 2017). «Impêrio da soja: Logística e tecnologia sustentam modelo colonialista de agronegócio na Amazônia». The Intercept (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2019 
  11. «CEAB - Biocombustíveis». Arquivado do original em 14 de agosto de 2016 
  12. «Especial: 10 anos do Programa Nacional do Biodiesel». Repórter Brasil. 9 de outubro de 2014. Consultado em 28 de julho de 2021 
  13. Azevedo, Gabriel (11 de outubro de 2022). «VPB de 2022 do Brasil é estimado em R$ 1,1 trilhão». Canal Rural. Consultado em 12 de outubro de 2022