Achatar a curva
Achatar a curva é um conceito em saúde pública central para o gerenciamento da Pandemia de COVID-19. A curva é a curva epidemiológica, a representação visual do número de pessoas infectadas ao longo do tempo. Durante uma epidemia, o sistema de saúde pode colapsar quando o número de pessoas infectadas exceder a capacidade do sistema de saúde de cuidar delas. Um influente estudo do Imperial College, no Reino Unido, mostrou que uma resposta não mitigada ao COVID-19 poderia exigir até 46 vezes o número de leitos de Unidade de terapia intensiva (UTI) disponíveis. Achatar a curva significa retardar a propagação da epidemia, para reduzir o número máximo de pessoas afetadas ao mesmo tempo, e o sistema de saúde não ser sobrecarregado. O achatamento da curva se baseia em técnicas de mitigação, como o distanciamento social.[4]
Durante a pandemia de COVID-19 o conceito foi amplamente utilizado por diversos países (dentre eles Brasil, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão),[5][6] enquanto outros países, a exemplo da Itália e Índia tomaram medidas mais firmes como a quarentena.[7][8] Já outros, como Holanda, optaram em um primeiro momento pela "imunidade coletiva" para a COVID-19; partindo do conceito de que mais pessoas seriam contaminadas com a doença com objetivo de ficarem imunizadas.[9] No entanto, ao final de março o primeiro ministro holandês voltou atrás e impôs medidas de restrições sociais leves.[10]
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]Segundo uma revisão de 67 estudos, publicada pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos em 2011, pôs em xeque as estratégias de mitigação mais comuns para "achatar a curva" de contágio das doenças respiratórias. De acordo com a publicação , nove deles, concluíram os cientistas, justificavam as barreiras à transmissão e o isolamento dos doentes, além de medidas básicas de higiene, como lavar as mãos. A medida mais eficiente e mais consistente segundo os estudos era o uso de máscaras. Vigiar fronteiras teve resultado desprezível. "Há evidência limitada de que o distanciamento social é eficaz, especialmente se relacionado ao risco de exposição", escreveram os autores.[11]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Siouxsie Wiles. «After 'Flatten the Curve', we must now 'Stop the Spread'. Here's what that means» (em inglês). The Spinoof. Consultado em 11 de abril de 2020
- ↑ «How will country-based mitigation measures influence the course of the COVID-19 epidemic?» (em inglês). The Lancet. Consultado em 11 de abril de 2020
- ↑ «Para conter o avanço explosivo». FAPESP. Consultado em 11 de abril de 2020
- ↑ «Impact of non-pharmaceutical interventions (NPIs) to reduce COVID19 mortality and healthcare demand» (PDF) (em inglês). Consultado em 11 de abril de 2020
- ↑ «Coronavírus: por que é fundamental 'achatar a curva' da transmissão no Brasil». BBC. Consultado em 11 de abril de 2020
- ↑ «Como o distanciamento social ajuda a "achatar a curva" e conter a Covid-19». Revista Galileu. Globo. 15 de março de 2020. Consultado em 11 de abril de 2020
- ↑ «Covid-19: Itália decreta quarentena no país todo e limita entradas e saídas». Uol. Consultado em 11 de abril de 2020
- ↑ [1]
- ↑ «Holanda rejeita confinamento como estratégia contra o coronavírus». G1. Globo. 18 de março de 2020. Consultado em 11 de abril de 2020
- ↑ Cohen, Joshua. «Caught Between Herd Immunity And National Lockdown, The Netherlands Hit Hard By Covid-19 (Update)». Forbes (em inglês). Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ Helio Gurovitz (20 de março de 2020). «Como "achatar a curva" (parte 5)». G1. Globo. Consultado em 11 de abril de 2020