Saltar para o conteúdo

Escola de Atenas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de A Escola de Atenas)
 Nota: Se procura a escola filosófica fundada por Platão, em Atenas, veja Academia de Platão.
Escola de Atenas
'Scuola di Atene'
Escola de Atenas
Autor Rafael Sanzio
Data 1509–1510
Género Pintura
Técnica Afresco
Dimensões 500 cm × 700 cm 
Localização Palácio Apostólico, Vaticano

A Escola de Atenas (Scuola di Atene no original) é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Rafael e representa a Academia de Atenas. Foi pintada entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano. A pintura já foi descrita como "a obra-prima de Rafael e a personificação perfeita do espírito clássico da Renascença".[1]

A importância da obra também está em demonstrar como a filosofia e a vida intelectual da Grécia Antiga foram vistas ao final do Renascimento.[2]

Descrição e interpretações

[editar | editar código-fonte]

A "Escola de Atenas" é um dos painéis que compõem um grupo de quatro afrescos principais que retratam ramos distintos do conhecimento. Cada tema é identificado acima por um tondo em separado contendo uma figura feminina majestosa sentada nas nuvens, com putti carregando frases como: “Buscar o conhecimento das causas”, “Inspiração Divina”, “Conhecimento das coisas divinas” (Disputa), “Para cada um o que lhe é devido”. Assim, as figuras nas paredes abaixo exemplificam a Filosofia, a Poesia (incluindo a música), a Teologia e o Direito.[3][4]

Não se sabe o quanto o jovem Rafael sabia da filosofia antiga, qual a orientação que ele poderia ter tido de pessoas como Bramante, ou se um programa detalhado foi ditado por seu patrocinador, o Papa Júlio II. No entanto, o afresco foi até recentemente interpretado como uma exortação à filosofia e, de maneira mais profunda, como uma representação visual do papel do amor em elevar as pessoas para o conhecimento superior, em grande parte em dívida com as teorias contemporâneas de Marsilio Ficino e outros pensadores neoplatônicos ligados a Rafael.[5]

Uma interpretação do afresco relaciona as simetrias ocultas das figuras e a estrela construída por Bramante foi dada por Guerino Mazzola e colaboradores.[6]

A identidade de alguns dos filósofos como Platão ou Aristóteles, são inegáveis. Além disso, as identificações de figuras de Rafael tem sido sempre hipotéticas. Para complicar, além de Vasari alguns receberam múltiplas identificações, não só com antigos, mas também com figuras contemporâneas a Rafael.[7]

Luitpold Dussler conta entre aqueles que podem ser identificados com alguma certeza: Platão, Aristóteles, Sócrates, Pitágoras,[8] Euclides, Ptolomeu, Zoroastro, o próprio Rafael, Il Sodoma e Diógenes. Outras identificações ele assegura serem "mais ou menos especulativas".[9]

Uma lista mais abrangente de identificações propostas é dada abaixo:[10]

Os nomes entre parênteses são de personalidades contemporâneas de quem supostamente Raphael pensou ser fisicamente semelhantes.

Referências

  1. History of Art: The Western Tradition By Horst Woldemar Janson, Anthony F. Janson
  2. Carlos Antonio Leite Brandão (2000). Quid tum?: o combate da arte em Leon Battista Alberti. [S.l.]: Editora UFMG. pp. 267–. ISBN 978-85-7041-208-9 
  3. Giorgio Vasari, "Raphael of Urbino", em Lives of the Artists, vol. I: "Em cada um dos quatro círculos Rafael fez uma figura alegórica para apontar o significado da cena que está abaixo. Para a primeira, ele pintou a Filosofia, a Astrologia, a Geometria e a Poesia concordando com a Teologia, há uma mulher que representa o conhecimento, sentada em uma cadeira apoiada em ambos os lados por uma deusa Cibele, os inúmeros seios à mostra são atribuídos pelos antigos a Diana Polymastes. Seu vestuário tem quatro cores, que representam os quatro elementos, a cabeça é cor do fogo, seu busto a cor que representa o ar, as coxas a da Terra e suas pernas a água."
  4. Christiane L. Joost-Gaugier (6 de maio de 2002). Raphael's Stanza Della Segnatura: Meaning and Invention. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-80923-8 
  5. M. Smolizza, ‘’Rafael y el Amor. La Escuela de Atenas como protréptico a la filosofia’’, in ‘Idea y Sentimiento. Itinerarios por el dibujo de Rafael a Cézanne’, Barcelona, 2007, pp. 29-77.
  6. Guerino Mazzola; Detlef Krömker; Georg Rainer Hofmann (1987). Rasterbild - Bildraster. [S.l.]: Springer. ISBN 978-3-540-17267-3 
  7. Giorgio Vasari (20 de junho de 1991). The Lives of the Artists. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-160548-2 
  8. Jürg Meyer zur Capellen (março de 2010). Raffael. [S.l.]: C.H.Beck. ISBN 978-3-406-60091-3 
  9. Jürg Meyer zur Capellen (2001). Raphael: A Critical Catalogue of His Paintings. [S.l.]: Arcos. ISBN 978-3-935339-00-1 
  10. A escola de Atenas, "Quem é quem?" Arquivado em 15 de julho de 2006, no Wayback Machine. por Michael Lahanas (em inglês)
  11. Rafael reutilizou o motivo das duas mulheres de seu trabalho anterior "A visão de um cavaleiro". Taylor & Francis, "Chefs-d'oeuvre de l'art: Grands peintres", Edition 31, p. 215, 1966
  12. Lois Fichner-Rathus (2 de março de 2007). Intl Stdt Edition-Understanding Art: A Concise History. [S.l.]: Cengage Learning. p. 118. ISBN 978-0-495-10406-3 
  13. a b A interpretação desta figura como Hipátia parece ter se originado a partir da Internet. Fontes sérias não mencionam isto. H. J. Mozans (John Augustine Zahm) especificamente lamenta que Hipátia não aparece na pintura, em seu livro Women in Science p.141
  14. A amante de Rafael, Fornarina é retratada em uma pintura famosa na Galeria Nacional de Arte Antiga, em Roma. Esta identificação foi introduzida em 2002 por Matteo Smolizza durante sua cooperação com Lorenza Mochi Onori, ex-diretor do Museu, na ocasião da Exposição La Fornarina di Raffaello, Milão, Fondazione Arte e Civiltà, 14 de março-2 de junho 2, 2002. Mais tarde, foi investigado com base em 1) posição do retrato (especular a de Rafael), 2) a aparência em comparação com desenhos contemporâneo de Rafael, 3) textos estritamente contemporâneos de Rafael para a mulher, 4) significado geral do afresco. Cfr. Smolizza, pp. 68-74
  15. A interpretação desta figura como Sodoma é provavelmente um erro visto que Sodoma tinha 33 anos na altura em que o quadro foi pintado, enquanto que o mestre de Rafael, Perugio, era um pintor de renome com 60 anos nesta altura, coerente com a imagem. Timoteo Viti é outro candidato plausível.
  16. Garrigues, Gertrude (1879). «RAPHAEL'S "SCHOOL OF ATHENS"». The Journal of Speculative Philosophy. 13 (4): 406–420. ISSN 0891-625X 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]