Samuel Tenório’s review published on Letterboxd:
De certa forma, Chazelle consegue um universo intimista e, assim, transformando qualquer possibilidade imaginativa em algo concreto. Claro que, ao voltarmos aos primórdios de tal, devemos compreender que o filme compreende o seu limite, fazendo com que, mesmo havendo ali um musical, há também uma história a ser contada.
Identificar isso é o principal, pois diferente de alguns textos que li sobre, La La Land, não é superficial e nem uma ode para a desconstrução total de uma história, mas sim, um emparelhamento verdadeiro e que não quer abreviar o sensacionalismo pro "fã service" norte americano, o que torna aquela trama ainda mais capaz.
Esse encontro, torna toda aquela história em uma simples memória, que vai sendo construída não aos poucos, e, sim, ao redor dos sentimos de Mia e Sebastian, que de certa maneira, estavam totalmente perdidos diante de seus futuros. Mia e Sebastian, que já estavam apenas presentes na vida um do outro, agora, já estavam esgotados um do outro, o que leva à vida e a consideração para uma responsabilidade individual de cada um.
Entretanto, pode-se dizer que a ideia de que tudo aqui não é perfeito, faz com que haja sentido e, também, razão para cada fato ocorrido. O efeito nostálgico, por exemplo, se conduz minimamente diante da música e, claro, dos momentos finais da obra.
Tal como um retrato construtivo de nostalgias, imperfeições e citações artísticas, em forma de retrato cinematográfico, Chazelle estabelece uma nova visão para ser configurada nesse emparelhamento. Emparelhamento esse que, vai sendo desconstruído pouco a pouco.
Essa forma de se enxergar o filme, ou movimentos cinematográficos, mantém o mesmo estilo, do que na música, já que ambas expressões, imprimem o sentimento de alusão, ou seja, de uma não conquista diante de Mia e Sebastian.
Todo o "retrocesso" nostálgico, traduz o que podemos chamar de estado primitivo da coisa, mas que consegue certamente obter novas sensações para tais personagens, que apenas buscavam algum sentido, fazendo com que esse "estado primitivo", se torne um elemento na cena, um mote de vários e vários sentimentos a serem tratados sobre.
Diante da história, tanto do Jazz, como do Cinema, ambos possuem seu início, seu caloroso auge específico de época, e ambos morrem cada dia mais. Para Mia e Sebastian, tudo é possível. Tudo pode ser possível, real. Aqui, não há limites para serem estabelecidos, e nem métricas, a serem tomadas ou consideradas. O real, o irreal. Para que lidar? A dúvida se torna inútil diante de uma fantasia simples e moral. Antecedendo, qualquer estado primritvo para uma irreal alusão, ou seja; a não capacidade de não imaginar um novo, um real, uma constante evolução de sonhos.