🇧🇷 Em Português:

"Como você controla quem não acredita mais? Você cria algo a se temer."

"A Primeira Profecia" é o retorno para o universo criado no clássico "A Profecia" de 1976, mas não em uma continuação e sim numa prequela. Apesar de aparentar ser somente mais um caça níquel para lucrar em cima de uma franquia já consolidada, o filme na verdade se mostra muito competente no que se propõe.

Temos aqui um enredo que apresenta uma Roma no início da década de 1970 em caos, com multidões de jovens protestando contra grandes líderes, tanto político quanto religioso, e é a partir deste ponto que tudo se desenrola. Por conta desta "rebeldia" uma parte da Igreja Católica se radicalizou e acredita que apenas através de um mal comum todos se unirão e voltarão a acreditar em Deus.

Assim, seguimos uma jovem noviça vindo dos Estados Unidos que vai até um orfanato ajudar as outras irmãs a cuidar das crianças. A partir daí algumas bizarrices começam a acontecer, acompanhados de excelentes tomadas de câmera e uma trilha sonora que fecha o pacote.

Apesar de simples, a trama é muito envolvente e apresenta um argumento sólido para justificar a existência desta prequela, acertando um tom gótico e sombrio e atuações marcantes, destaques para a protagonista de Nell Tiger Free, que eu ainda não conhecia, o Padre Brennan, interpretado por Ralph Ineson, e para incrível Sônia Braga.

Ainda não tive oportunidade de assistir "A Profecia" original, mas aqui já virei fã e irei atrás da "continuação". Há também um final aparentemente em aberto, o qual a diretora Arkasha Stevenson já confirmou estar trabalhando em uma possivel sequência.

🇺🇸 In English:

"How do you control people who no longer believe? You create something to fear."

"The First Omen" marks a return to the universe created in the classic 1976 film "The Omen", but instead of being a sequel, it serves as a prequel. While it might initially appear to be just another cash grab riding on the coattails of an established franchise, the film proves to be highly competent in its execution.

The story unfolds in Rome at the beginning of the 1970s, a city in chaos, with crowds of young people protesting against major political and religious leaders. From this backdrop, the plot takes off. Due to this "rebellion," a faction of the Catholic Church radicalizes, believing that only through a common evil can humanity unite and return to faith in God.

We follow a young novice from the United States who travels to an orphanage to help the other nuns care for the children. From there, a series of bizarre events begin to unfold, accompanied by excellent camera work and a soundtrack that completes the package.

Though simple, the plot is highly engaging and offers a solid justification for the existence of this prequel. It strikes the right balance between gothic and dark tones, with standout performances. Special mentions go to Nell Tiger Free, whose lead performance was a revelation for me, Ralph Ineson as Father Brennan, and the incredible Sônia Braga.

I haven't yet had the chance to watch the original "The Omen", but this film has already made me a fan, and I’ll be seeking out the "sequel." There's also an apparently open ending, and director Arkasha Stevenson has already confirmed that she’s working on a possible follow-up.