The Wild Robot

The Wild Robot

Uma das primeiras emoções que senti durante a sequência inicial de Robô Selvagem, além de um claro fascínio pelos belíssimos visuais, foi o choque ao observar a frontalidade com que a narrativa se apresentava. O longa não investe em uma introdução elaborada, algum tipo de narração que nos situe sobre o que está acontecendo, ou qualquer outro recurso que pudesse guiar o espectador sobre o caminho que a história iria tomar. Ela simplesmente começa. O som de trovões se faz presente, a costa de uma ilha surge no horizonte e um robô desperta naquele lugar.

Acredito que, na maioria dos casos — especialmente nas animações de hoje em dia — deparar-se com uma trama tão enxuta, no sentido de apresentar uma execução que transita rapidamente entre seus arcos e o desenvolvimento dos personagens, poderia ser visto como um reflexo da necessidade de manter o público mais jovem entretido. Afinal, a nova geração parece sofrer cada vez mais com problemas de concentração e foco. Contudo, em Robô Selvagem, esse não me parece o caso. Aqui, o roteiro opta por investir mais na jornada do que em cada um dos pequenos desdobramentos que ela poderia apresentar, acelerando a progressão de tempo para enfatizar pontos específicos do caráter dos personagens, sem enrolações. Com isso, exposições se fazem necessárias para que o grande público compreenda a narrativa, mas nunca ao ponto de soar excessivas ou diminuir seu impacto.

Dito isso, a experiência visual e sensorial proporcionada pela obra é algo que precisa ser exaltado. Se, em Os Caras Malvados, a DreamWorks se arriscou com as inovações abertas por Homem-Aranha no Aranhaverso, e em Gato de Botas 2 elevou esse estilo visual a um nível inesperado, é uma alegria dizer que aqui os aprimoramentos continuam ainda mais brilhantes. Cada frame da animação é um verdadeiro deleite, transformando uma premissa simples e relativamente previsível em algo mágico e memorável. Dos grandes planos gerais, que escancaram a magnitude do cenário, até os enquadramentos mais próximos, que enfatizam os olhares e expressões dos personagens, tudo é impecável.

Outra coisa que não dá para deixar de comentar é como a trilha sonora é um verdadeiro show à parte. Quando foi noticiado que o longa investiria em uma história que pudesse ser compreendida com o mínimo de diálogos possíveis, confesso que imaginei algo semelhante a Wall-E, da Pixar, onde o protagonista mal consegue formular palavras. No entanto, esse não foi o caso (talvez O Gigante de Ferro seja uma comparação mais adequada). Embora haja uma boa quantidade de diálogos ao longo de cada ato, eles são mais diretos e simplórios, pois a história realmente desejar brilhar nas sequências carregadas por suas fantásticas canções. É difícil não se emocionar nesses momentos, e não porque a trilha sonora tenta nos manipular, mas porque é impressionante testemunhar a quantidade de vida e humanidade que a trama consegue transmitir através das ações de um robô.

No que diz respeito ao enredo, Robô Selvagem certamente não é a obra mais inventiva que você já viu. Sua linguagem direta e acelerada pode, às vezes, deixar a sensação de que poderíamos ter passado mais tempo com os personagens, o que nos comoveria ainda mais. Especialmente considerando a mudança de tom em seu último ato, que abandona parte de suas pautas para tentar criticar os horrores da ganância das grandes corporações. Contudo, os tropeços são tão mínimos que mal chegam a completar os dedos de uma mão, e, por isso, não ferem o fervor dessa experiência.

Esse é um deslumbrante conto sobre amor, família, maternidade e a importância da compaixão, tecendo, através das delicadas interações de seus personagens, uma viagem calorosa e muito comovente que nos faz sair da sala de cinema em meio a lágrimas de felicidade e com uma indagação: Devemos viver a fim de cumprir com as expectativas de outros ou seguir o caminho que sentimos em nossos corações? Isso, só você pode responder.

P.S.: Assistir esse filme no cinema ao lado da minha mãe foi uma parada de estremecer o coração. Eu não esperava que o filme fosse falar tanto sobre o ato de cuidar, amar e, principalmente, sobre ser mãe. Como filho, só pela emoção que vi no olhar da minha mãe e pela maneira como nos abraçamos ao fim da sessão, posso dizer que o filme valeu cada segundo. Agora fico na torcida pela indicação ao Oscar, porque, até agora, é sem dúvida a melhor animação que assisti em 2024.

Block or Report

Kenai liked this review

' ].join(''); if ( adsScript && adsScript === 'bandsintown' && adsPlatforms && ((window.isIOS && adsPlatforms.indexOf("iOS") >= 0) || (window.isAndroid && adsPlatforms.indexOf("Android") >= 0)) && adsLocations && adsMode && ( (adsMode === 'include' && adsLocations.indexOf(window.adsLocation) >= 0) || (adsMode === 'exclude' && adsLocations.indexOf(window.adsLocation) == -1) ) ) { var opts = { artist: "", song: "", adunit_id: 100005950, div_id: "cf_async_1930bbac-611f-4972-9627-54fd1d8e1678" }; adUnit.id = opts.div_id; if (target) { target.insertAdjacentElement('beforeend', adUnit); } else { tag.insertAdjacentElement('afterend', adUnit); } var c=function(){cf.showAsyncAd(opts)};if(typeof window.cf !== 'undefined')c();else{cf_async=!0;var r=document.createElement("script"),s=document.getElementsByTagName("script")[0];r.async=!0;r.src="//srv.tunefindforfans.com/fruits/apricots.js";r.readyState?r.onreadystatechange=function(){if("loaded"==r.readyState||"complete"==r.readyState)r.onreadystatechange=null,c()}:r.onload=c;s.parentNode.insertBefore(r,s)}; } else { adUnit.id = 'pw-1930bbac-611f-4972-9627-54fd1d8e1678'; adUnit.className = 'pw-div -tile300x250 -alignleft -bottommargin'; adUnit.setAttribute('data-pw-' + (renderMobile ? 'mobi' : 'desk'), 'med_rect_btf'); if (target) { target.insertAdjacentElement('beforeend', adUnit); } else { tag.insertAdjacentElement('afterend', adUnit); } window.addEventListener('DOMContentLoaded', (event) => { adUnit.insertAdjacentHTML('afterend', kicker); window.ramp.que.push(function () { window.ramp.addTag('pw-1930bbac-611f-4972-9627-54fd1d8e1678'); }); }, { once: true }); } } tag.remove(); })(document.getElementById('script-1930bbac-611f-4972-9627-54fd1d8e1678'));
' ].join(''); if ( adsScript && adsScript === 'bandsintown' && adsPlatforms && ((window.isIOS && adsPlatforms.indexOf("iOS") >= 0) || (window.isAndroid && adsPlatforms.indexOf("Android") >= 0)) && adsLocations && adsMode && ( (adsMode === 'include' && adsLocations.indexOf(window.adsLocation) >= 0) || (adsMode === 'exclude' && adsLocations.indexOf(window.adsLocation) == -1) ) ) { var opts = { artist: "", song: "", adunit_id: 100005950, div_id: "cf_async_c71a9098-c696-424d-86c0-77cf73e86577" }; adUnit.id = opts.div_id; if (target) { target.insertAdjacentElement('beforeend', adUnit); } else { tag.insertAdjacentElement('afterend', adUnit); } var c=function(){cf.showAsyncAd(opts)};if(typeof window.cf !== 'undefined')c();else{cf_async=!0;var r=document.createElement("script"),s=document.getElementsByTagName("script")[0];r.async=!0;r.src="//srv.tunefindforfans.com/fruits/apricots.js";r.readyState?r.onreadystatechange=function(){if("loaded"==r.readyState||"complete"==r.readyState)r.onreadystatechange=null,c()}:r.onload=c;s.parentNode.insertBefore(r,s)}; } else { adUnit.id = 'pw-c71a9098-c696-424d-86c0-77cf73e86577'; adUnit.className = 'pw-div'; adUnit.setAttribute('data-pw-' + (renderMobile ? 'mobi' : 'desk'), 'sky_btf'); if (target) { target.insertAdjacentElement('beforeend', adUnit); } else { tag.insertAdjacentElement('afterend', adUnit); } window.addEventListener('DOMContentLoaded', (event) => { adUnit.insertAdjacentHTML('afterend', kicker); window.ramp.que.push(function () { window.ramp.addTag('pw-c71a9098-c696-424d-86c0-77cf73e86577'); }); }, { once: true }); } } tag.remove(); })(document.getElementById('script-c71a9098-c696-424d-86c0-77cf73e86577'));