Marighella

Marighella

Wagner Moura tem voos muitos altos em “Marighella” estreando como diretor, voos que remetem a algo á lá Roberto Farias nessa mistura de um cinema político e de thriller, mas sua aterrissagem acaba caindo do começo ao fim numa mesma vala viciada de “Olga”, “O Paciente – O Caso Tancredo Neves”, “Getúlio” com algum pouco de esmero maior e mais bem coreografado e produzido que esses exemplos mesmo que caia em outros caminhos pasteurizados e mecânicos diferentes mas igualmente assim e até algo meio José Padilha, antigo parceiro de Wagner. O texto do filme, didático e simplório na boca de figuras e situações tão fascinantes vai ao ponto do ridículo transformando falas em palestras, acompanha uma direção de criações de cena muito protocolares, meio comuns e especialmente convencionais, apesar de investirem pesado na coreografia e na escala delas, mas sem um senso mais próprio de encenação e um domínio maior de tensão e fisicalidade, é tudo um épico realista meio banal ao invés de forte, o que fica até ridículo quando se pensa que o protagonista do filme é um dos maiores – ou o maior – ícones da esquerda radical brasileira. Não tem muito espaço para esse radicalismo e para essa veemência do que representa um ideário político, o que existe de sobra é espaço para uma pasteurização de seriedade meio artificial que aponta um conflito ou uma intensidade, mas é bem burocrático ao se lidar com isso (que é a maior semelhança do filme com os “Tropa de Elite” de Padilha). A poesia do pai e seus filhos, o choque, a tristeza, o choro, a violência, os discursos, tudo parece meio fabricado, over e extremamente careta. É a burocracia do radicalismo em forma de filme. O período e o debate político tão complexo e rico de se analisar se divide apenas entre heróis com frase de efeito, entre arquétipos totais e vilões demoníacos e animalescos que babam, mijam na rua e praticamente viram o bigode, o que torna a tentativa de realismo do filme ainda mais barata, falsa e tira a força do horror que pessoas que lutaram por um mundo melhor sofreram além de banalizar os seus ideais. O mal é tão ridículo e o heroísmo é tão barato que a real gravidade de um Estado assassino e fascista e da luta de resistência de comunistas acaba sendo engolida por um teatrinho de escola que nem arranha o horror e a representação de uma ditadura e de quem lutou contra ela. No final das contas o efeito acaba melancólico, não pelo contexto, mas sim pela inabilidade de uma ambição que nunca chega nem perto de aparecer.

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