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Drops do Diário

janeiro 22, 2025

 

 

OUTUBRO, 19

Chegaram as canetas do pai que mandei arrumar!! A que estou usando agora foi a que veio já com um cartucho de tinta novinho: FABER JOHANN 66. As outras duas são as Parker que recarrega-se com titna e eu ainda não tenho... mas acho que o mais caro desse mundo, desse lado da papelaria, são mesmo as canetas e, bom, elas eu já tenho. Agora posso me aventurar no mundo dos inks :)


OUTUBRO 20

Finalmente entregamos o kit de RPG pras gurias. A Laura estava lá com uma amiga e, em seguida, veio uma amiga da Isadora, mas foram ignoradas porque estavam muito curiosas com o jogo. A impressão que me deu foi de que ficaram um pouco decepcionadas por não ter tabuleiro nem bonequinhos, mas em seguida perceberam que seria necessário usarem a imaginação e a criatividade.

Vieram dois livretos e eu me desesperando pra entender as regras pra explicar como o jogo funciona, mas no fim achei melhor usar regras mais simples pra elas entenderem os turnos e a dinâmica dos dados. Até chegar a hora do almoço, jogamos o começo da campanha pronta que vem no kit, elas mataram os zumbis (nomeados de "Bô", "Cô" e "Bu") e acho que ficaram satisfeitas com essa primeira experiência.

Quero jogar mais com elas. Tenho essa missão agora! A primeira missão é transformá-las em loucas da papelaria e agora a segunda é fazê-las se interessar por jogos de RPG. Dragon Quest. Chrono Trigger! Octopath Travelers! Baldur's Gaaaate!!!

* * *

O "cartucho de tinta novinho" foi uma ilusão minha pela animação de ter recebido as canetas restauradas e aptas para o uso :P Independentemente da tinta que foi colocada no cartucho (que certamente foi recarregado com uma seringa), a cor é bonita, sóbria e a caneta escreve deslizando gostoso no papel.

O dia que mestrei RPG para as minhas sobrinhas comentei em outra postagem e, por enquanto, ainda não deu pra mestrar de novo. Por outro lado, joguei RPG de mesa nas férias e foi muito bom jogar com um mestre experiente, que usou um tabuleiro, bonecos e outros props para limitar lugares, estabelecer buffs ou debuffs e NPCs:

Tudo arrumadinho antes de começar

Explorando uma floresta de aranhas


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Um "rabbit hole" chamado canetas tinteiro

janeiro 08, 2025

Quando o meu pai faleceu e minha mãe saiu do apartamento onde morávamos, naturalmente fizemos uma limpa em coisas que estavam até então esquecidas. No meio dessas coisas estavam algumas canetas tinteiro do meu pai.
 
Eu nunca vi meu pai usar aquelas canetas, nunca percebi nenhuma delas num cantinho de uma foto nem nada. Como se meu pai tivesse ganhado ou comprado, usou (uma vez?) e guardou. E como eu sou a louca da papelaria da família, fiquei com as canetas sem qualquer pretensão e guardei junto com canetas que ganhei de lembrança de viagens.
 
Com a superveniência da pandemia, a imposição de cárcere privado, a necessidade de distrações e o meu gosto por papelaria, escrever e desenhar, juntei o útil ao agradável e comecei um diário. A partir de então, o algoritmo passou a me bombardear de coisas relacionadas: Hobonichis, Moleskines, Traveler's Notebooks e, claro, canetas.

No começo eu não dava muita bola para as canetas mas, com o passar dos anos, canetas tinteiro começaram a aparecer no meu feed do Instagram e em seguida do YouTube. Acho que um dos primeiros vídeos que despertou um... interesse curioso por canetas tinteiro foi da LindeyScribbles. Só que daí, claro, fui olhar o preço do negócio (a caneta era tipo essa) e o interesse passou.

Pula uns três anos pra frente, estou eu organizando e separando lápis, canetas e cargas secas de canetas, quando então reencontro as canetas do meu pai anos depois de tê-las guardado. Abri cada uma delas pela primeira vez e, bom, foram usadas em algum momento, há pelo menos 35 anos. 

Tá mas fiquem comigo, não desistam do post.
 
Aqui em Porto Alegre, aparentemente, não existe ninguém que faça o restauro de canetas tinteiro. Mas tem uma loja na Galeria do Rosário que pareceu mais especializada e fiz contato. O dono da loja me indicou uma outra loja, de Campinas, que faria o restauro. O orçamento para o restauro das 3 canetas equivalia a uma caneta tinteiro nova, mas nada do outro mundo. Valeria mais ter 3 canetas restauradas aptas para uso do que 3 peças de recordação do meu pai.
 
As canetas são:
 
- Parker 51
- Parker 45
- Johann Faber 66

 Parker 51
 
Antes do restauro

A Parker 51 era a mais inteira de todas, incluindo o abastecedor de tinta (que teve que ser trocado). Mas no geral acho que era só estava precisando de uma limpeza e uma leve polida nos metais.
 
Depois do restauro
Parker 45

Protetor do saco de abastecimento antes do restauro





Outro ângulo

Depois do restauro. A DIFERENÇA!



A Parker 45 é igual à 51 por dentro. Esse é o abastecedor de tinta da Parker 45. Dentro dele tem um saco de silicone/PVC, abastecido de tinta pelo método "aerométrico", pelo qual se coloca o bico da pena da caneta dentro do pote de tinta e aperta a bolsa de silicone para expelir o ar, fazendo a tinta entrar.

Johann Faber 66
 
Essa caneta também estava mais ou menos intacta e, diferente das Parker, essa é abastecida por cartucho.

Tampa antes do restauro
 
 
Tampa depois do restauro

Um cartucho provavelmente mais velho que eu

O cartucho fora do suporte de metal

 Segundo as duas lojas (a da Galeria do Rosário e a de Campinas), esse formato de cartucho não existe mais. A única forma de abastecer a caneta seria achar um cartucho de outra marca que fosse compatível ou aproveitar que o cartucho de 40 anos aí está intacto e abastecê-lo usando uma seringa.

Traseira do bico antes do restauro

Traseira depois do restauro (e bastante usada por mim)
Bico restaurado

Quando recebi as canetas restauradas comecei imediatamente a usar a Johann Faber porque veio com o cartucho abastecido de tinta. Usei até acabar a tinta e...

Tá, vocês ainda não desistiram do post, né?

Até acabar a tinta do cartucho eu não quis acreditar que aquele formato de cartucho não "existia" mais. Mesmo pesquisando bastante, eu não tinha uma resposta definitiva. Apelei pro ChatGPT e ele disse que eu poderia usar cartuchos da marca Pelikan. Fui lá, comprei uma caixinha de cartuchos e... eram pequenos demais para engatar na caneta. Voltei na loja para devolver e pensei que era uma boa desculpa para comprar uma tinta para usar as Parker :P 

Bom mas daí resolvi ir até a Galeria do Rosário falar com o cara da loja de canetas e saber se ele não teria algo parecido. Aí que ele me disse que não fazem mais aquele formato de cartucho, mas que eu poderia tentar um cartucho da Pilot - que ele não tinha.

Voltei na loja onde devolvi os Pelikan e comprei uma caixinha de cartuchos Pilot. Daí aproveitei pra comprar outra cor de tinta para a outra Parker, hehehe Porque as doidas das canetas no Youtube têm canetas tinteiro saindo pelas gavetas e cada caneta tem uma cor de tinta diferente.

Cheguei em casa e o cartucho da Pilot também era pequeno. O que é "pequeno": a boquinha que engata na caneta para a tinta chegar no bico. Se essa boquinha for de circunferência menor, mesmo que rompa o lacre, não vai engatar e vai vazar tinta.

Bom, daí eu resolvi apelar: comprei uma seringa e abasteci a porra do cartucho com a tinta Pelikan. Só que eu ainda tinha os cartuchos Pilot e estava já me preparando para ir devolver quando meu marido, meu marido, disse que era só eu achar uma caneta competível para usar os Pilot. E comprei uma Pilot Kakuno na Amazon.

Acho que agora eu entendo um pouco essa... obsessão por canetas tinteiro. Um simples cartucho vazio me fez não apenas comprar dois vidros de tinta como também uma seringa, uma caixa de 12 cartuchos incompatíveis e uma caneta nova compatível com os cartuchos. Não quero nem ver mais cores de tinta diferentes para não acabar tendo que comprar outra caneta para aquela cor. 

Aliás, para quem ainda está aqui e quer ver uma doida das canetas tinteiro, gosto muito da Seaweed Kisses. Os vídeos dela são cachaça <3

Gjallarhorn zero impressionada com as canetas


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Drops de Diário V

novembro 18, 2024


AGOSTO 25

No fim, fomos na Feira Japonesa de Ivoti. O tempo firmou e, apesar do frio e do vento, foi bem proveitoso. O ponto alto foi comprar os quitutes japoneses, mas a maior parte do que comemos foi baseado em farináceo. Mas o nikuman estava delicioso. E karepan é muito bom!!! Matei a saudade de um bom mochi caseiro e comprei broto de bambu em conserva e kimchi caseiro. うわあ~
 
Na volta tomamos chá na mãe e fomos ver como estava a pequena obra na [rua do apartamento]. Está ficando joia. Quando as janelas forem ajeitada e tirarem o mofo das portas ficará perfeito e aí tomara que venda rápido.
 
Outro ponto alto do dia foi ver que apagaram a palavra "lavagem" do estacionamento do lado do prédio. Grande dia. Grandíssimo dia!
 
+++
 
Eu gostaria de ter tirado fotos da feira mas acabei não me animando porque tinha muita gente e porque o local não era muito fotogênico. O Memorial da Colônia Japonesa valeu a visita (gratuita) para olhar verdadeiras relíquias da imigração.

Mas acho que o forte mesmo da feira era a comida, mas eu esperava que fosse algo parecido com matsuri japonês (que nunca fui, só vi nos doramas), com bastante street food de dango e takoyaki feitos na hora. O que tinha de mais fresco era o yakisoba feito na hora e mesmo isso foi um pouco decepcionante. Outra decepção foram as gyozas recheadas de GRAMA: um exagero desnecessário de nirá pra compensar a pouca carne e enganar os trouxas que nem eu.

E outra decepção foi o japonês fazendo espetinho de peixe, "receita própria", "eu mesmo pesquei", contando história, mas tanta história que ficou se fazendo pra me dar o troco. Poxa, até fui simpática, falei pra ele oishii desu (está delicioso), e o velho sorriu e continuou assando os espetos. Fiquei plantada na frente dele por um minuto até que tive que cobrar do cara e ele achou ruim, fez cara feia. Cara feia é fome, amigo, tanomu kui.

A banquinha mais popular era a de salgados e doces japoneses, tipo Pocky, o biscoito do coala, a bala azeda, mas também de pães recheados. Nikuman recheado com carne de porco e pão recheado de curry e de pasta de feijão azuki são quitutes obrigatórios em qualquer evento japonês. Pena que não eram feitos na hora porque são muito melhores bem quentinhos.
 
[offtopic] Depois de terminar o kimchi que comprei da feira me inspirei e fiz o meu, com 30% dos ingredientes necessários/originais/tradicionais e um pacote inteiro de pimenta caiena (porque: ignorância + falta da pimenta chilli + a tal da gochugaru é cara). Ficou bom? Ficou. Fermentou? Espero que sim. Farei de novo? Farei, mas com ingredientes mais tradicionais possíveis. "Vamos fazer um... [pausa dramática] kimchi?" [/offtopic]


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