Manuel Tavares
Manuel Tavares | |
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Nascimento | 1585 Portalegre |
Morte | 14 de outubro de 1638 Cuenca |
Cidadania | Reino de Portugal |
Filho(a)(s) | Nicolás Tavares de Olivera |
Ocupação | compositor, mestre de capela |
Empregador(a) | Cathedral of Baeza, Catedral de Múrcia, Cathedral of Santa Ana, Catedral de Cuenca |
Manuel Tavares ou Manuel de Tavares (Portalegre (Portugal), c. 1585 — Cuenca (Espanha), 14 de outubro de 1638) foi um compositor português que trabalhou em Espanha como mestre de capela no período do Barroco inicial.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Manuel Tavares nasceu por volta de 1585 na cidade de Portalegre. Aprendeu na catedral da sua cidade natal com o mestre António Ferro (tal como Manuel Leitão de Avilez que teve uma carreira semelhante).[1] Terá contraído matrimónio com Ana Manuel e tido um filho chamado Nicolau Tavares (ou Nicolás Tavares de Olivera). Este aprendeu com o pai a arte da música.[2]
Eventualmente foi para Espanha conseguindo por volta de 1609 e com apenas 24 anos o cargo de mestre de capela da Catedral de Baeza. Em 1612 deixou Baeza para ocupar o cargo correspondente na Catedral de Múrcia, aí ficando até 1631, ano em que se torna mestre de capela da Catedral de As Palmas da Grã-Canária. O seu filho Nicolau colaborou com o mesmo nas suas funções catedralícias até conseguir emancipar-se como mestre de capela da Catedral de Cádis.[2]
Em 1638, Manuel Tavares deixou a catedral insular para buscar emprego numa das catedrais peninsulares, efetivamente conseguindo-o na Catedral de Cuenca, migrando com a sua esposa e filhos. Contudo, adoeceu e tornou-se incapaz de trabalhar e sustentar a sua família, tendo então as autoridades eclesiásticas chamado a substituí-lo o seu filho Nicolau Tavares que deixou então Cádis. A 14 de outubro de 1638, Manuel Tavares morreu, seguindo-o, poucos dias depois, a sua esposa Ana Manuel, pelo que Nicolau ficou responsável pela atividade da catedral, seus irmãos e a sua própria esposa e filhos, aparentemente vivendo em instabilidade económica.[2] Segundo Diogo Barbosa Machado, morreu jovem na mesma cidade, contando com apenas 25 anos.[1]
Obras
[editar | editar código-fonte]Manuel Tavares foi um dos mais distintos compositores do seu tempo e comprovando-o, sabe-se que a Biblioteca Real de Música reunia uma grande quantidade das suas obras até à sua destruição pelo sismo de Lisboa de 1755.[1][3] Pelo menos 28 obras sobrevivem em diversos arquivos de Espanha e América Latina que mostram um estilo tradicionalista (isto é, seguindo os cânones da música maneirista) mas com características bastante inovadoras que indiciam a emergência do estilo barroco.[2]
Gravações
[editar | editar código-fonte]- 2014 — La Creación Musical en Canarias 41 — Obras Policorales de Manuel de Tavares y de N. Tavares…. Grupo vocal Odhecaton. Piros.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c Machado, Diogo Barbosa (1741). Bibliotheca Lusitana. Lisboa: Oficina de António Isidoro da Fonseca
- ↑ a b c d Castilho, Maria (janeiro de 2009). «A Vida e Obra de Manuel de Tavares». Revista de Musicología. 32 (1): 145-153
- ↑ Vieira, Ernesto (1900). Diccionario Biographico de Musicos Portuguezes. Lisboa: Tipografia Matos Moreira & Pinheiro