Ida Dalser
Ida Dalser | |
---|---|
Nascimento | Ida Irene Dalser 20 de agosto de 1880 Reino de Itália |
Morte | 3 de dezembro de 1937 Veneza |
Cidadania | Reino de Itália |
Cônjuge | Benito Mussolini |
Filho(a)(s) | Benito Albino Dalser |
Ocupação | cosmetologist |
Causa da morte | hemorragia intracerebral |
Ida Irene Dalser (20 de agosto de 1880 – 11 de dezembro de 1937) foi amante e possivelmente a primeira esposa do ditador fascista italiano Benito Mussolini.
História
[editar | editar código-fonte]Ida Dalser nasceu em Sopramonte, uma pequena vila próximo a Trento, naquela época pertencente ao Império Austro-Húngaro. Filha do prefeito da cidade, ela foi enviada a Paris para estudar e, formada como esteticista, retornou à Itália e foi morar em Milão onde abriu um salão de beleza.
Casamento e filho
[editar | editar código-fonte]Não está bem claro se Ida Dalser conheceu o jovem ativista Benito Mussolini em Trento, onde ele conseguiu seu primeiro emprego como jornalista em 1909 ou em Milão. Os dois começaram um relacionamento e quando Mussolini se recusou a trabalhar num jornal da base socialista, ela vendeu seu salão de beleza para financiar seu próprio jornal. De acordo com algumas fontes, eles se casaram em 1914 - fato jamais comprovado - e em 1915, nasceu seu primeiro filho, Benito Albino Mussolini.[1][2]
Casamento de Mussolini
[editar | editar código-fonte]As razões pelas quais Mussolini e Dalser se distanciaram, em algum momento entre o casamento presumido e do nascimento de seu filho, ainda não estão claros, embora o seu caso com Rachele Guidi certamente teve um importante papel.[1] Quando a Primeira Guerra Mundial começou, Mussolini decidiu se alistar e Ida passou a receber regularmente uma pensão de guerra enviada pelo então Reino de Itália. Ferido, ele foi para um hospital em Treviglio e, em 17 de dezembro de 1915, casou-se com Rachelle Guidi.[1] Ao saber disso, Ida passou a perseguir Mussolini exigindo que ele a reconhecesse como sua mulher legítima, bem como seu filho.
Internação e morte
[editar | editar código-fonte]Em 1917, Mussolini voltou da guerra e sua carreira política deslanchou e, 1919 ele fundou o Fascio Milanese di Combatimento que viria a ser o Partido Nacional Fascista em 1921. Nesse mesmo ano, Mussolini foi eleito deputado. Com a Marcha sobre Roma em 1922, Mussolini se tornou oficialmente o ditador da Itália, reconhecido inclusive pela Casa de Savoia.
Com Mussolini no poder, Ida Dalser e seu filho foram colocados sob vigilância pela polícia e qualquer traço de seu relacionamento foi destruído pelos agentes do governo.[2] Ela ainda gritava em voz alta afirmando ser a esposa do ditador e ainda denunciou publicamente Mussolini como um traidor, afirmando que, durante seus anos em Milão, ele havia aceitado um suborno do governo francês em troca de campanha política de apoio à participação da Itália na guerra ao lado da França. Ela foi internada à força no hospital psiquiátrico de Pergine Valsugana, e depois transferida para outro na ilha de San Clemente em Veneza, onde morreu em 1937. A causa da morte foi registrada como hemorragia cerebral.[2]
O destino de Benito Albino
[editar | editar código-fonte]Benito Albino Mussolini foi capturado por agentes do governo, que disseram que sua mãe estava morta. Ele foi adotado como um órfão pelo chefe de polícia ex-fascista de Sopramonte. Inicialmente educado numa faculdade em Moncalieri,[3] alistou-se depois na Marinha Real Italiana e sempre foi mantido sob estrita vigilância pelo governo fascista. Mesmo assim ele insistia em afirmar que Benito Mussolini era seu pai e, a exemplo da mãe, acabou sendo internado à força em um hospital psiquiátrico em Mombello, Província de Milão, onde morreu em 1942 com 26 anos.[2]
Redescoberta e a vida de Ida Dalser no cinema
[editar | editar código-fonte]- A história do primeiro casamento de Benito Mussolini foi reprimida durante o governo fascista e ficou esquecida por muitos anos. Ela foi redescoberta em 2005 por Marco Zeni, um jornalista italiano, que fez um documentário para a TV, transmitido pela TV RAI, além de dois livros.
- Vincere é um filme biográfico que mostra a vida de Ida Dalser dirigido por Marco Bellocchio, que foi mostrado em 2009 no "American Film Institute Festival" e competiu no Festival de Cannes.[4][5]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c Nick Squires. «Benito Mussolini's women». Telegraph
- ↑ a b c d Richard Owen. «Power-mad Mussolini sacrificed wife and son». Times Online
- ↑ (em italiano) MUSSOLINI, IDA DALSER, IL LORO FIGLIO BENITO ALBINO: STORIA DELL' ORRORE, PROTAGONISTA IL DUCE di Massimo Rendina
- ↑ «Filme italiano revira os esqueletos no armário de Mussolini». Globo.com. 18 de maio de 2009
- ↑ Mauricio Stycer (31 de outubro de 2009). «Amor nos tempos do fascismo: a saga da mulher de Mussolini». IG