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Who's That Girl World Tour

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(Redirecionado de Who's That Girl Tour)
Who's That Girl Tour
Who's That Girl World Tour
Pôster promocional da turnê
Turnê mundial de Madonna
Locais
  • América do Norte
  • Ásia
  • Europa
Álbum associado True Blue
Who's That Girl
Data de início 14 de junho de 1987 (1987-06-14)
Data de fim 6 de setembro de 1987 (1987-09-06)
Partes 3
N.º de apresentações 22 na América do Norte
5 na Ásia
12 na Europa
39 no total
Receita US$ 25 milhões
Cronologia de turnês de Madonna
The Virgin Tour
(1985)
Blond Ambition World Tour
(1990)

Who's That Girl Tour foi a segunda turnê da artista musical estadunidense Madonna, em suporte de seu terceiro álbum de estúdio True Blue (1986) e a trilha sonora do filme Who's That Girl (1987). Foi a primeira turnê mundial da cantora, passando pela Ásia, pela América do Norte e pela Europa. O filme Who's That Girl (1987), protagonizado pela artista, foi um fracasso de bilheteria, mas sua trilha sonora provou ser um sucesso comercial. A Warner Bros. sentiram que poderiam aproveitar ainda mais o sucesso de Madonna e a enviaram em uma turnê mundial. Musicalmente e tecnicamente superior à sua turnê anterior Virgin (1985), a turnê Who's That Girl incorporou componentes multimídia para fazer o show ser mais atraente.

Madonna treinou-se fisicamente com aeróbica, corrida e levantamento de peso para lidar com a coreografia e as rotinas de dança da digressão. Para o figurino, ela colaborou com a estilista Marlene Stewart, expandindo a ideia de trazer as personagens de seus vídeos musicais mais populares para o palco, refazendo cenas dos vídeos de canções como "True Blue", "Open Your Heart", "Papa Don't Preach" e "La Isla Bonita". O palco era enorme, com quatro telões, projetores multimídia e um lance de escadas no meio. Patrick Leonard, que foi o diretor musical da excursão, incentivou Madonna a reorganizar suas canções mais antigas e apresentá-las em um novo formato. Madonna intitulou a turnê de Who's That Girl quando olhou para uma imagem gigantesca de si mesma, projetada em uma tela no palco durante um dos ensaios.

O show consistiu em sete trocas de roupa, com rotinas de música, de dança e teatro, e incluiu a abordagem de causas sociais durante "Papa Don't Preach", bem como um bis, formado por "La Isla Bonita", "Who's That Girl e "Holiday". A turnê recebeu análises positivas da mídia especializada, a qual prezou a natureza extravagante de concerto e as danças, as mudanças de figurino e o ritmo dinâmico de Madonna. Foi um sucesso comercial, arrecadando um total de US$ 25.000.000 (US$ 51.900.000 em 2014), com Madonna apresentando-se na frente de um total de 1.5 milhões de espectadores. De acordo com a Pollstar, foi a segunda turnê feminina com maior arrecadação em 1987, atrás da turnê Break Every Rule, de Tina Turner.

A turnê foi transmitida em diversos canais televisivos internacionais e foi lançada no VHS Ciao, Italia! - Live from Italy, que foi posteriormente lançado em DVD. O biógrafo J. Randy Taraborrelli comentou que "muitas artistas do sexo feminino se comportam como uma diva por um período quando atingem o estado de super estrela, e a turnê 'Who's That Girl' marcou o início da Madonna".[1] A digressão também é conhecida por dar origem ao termo "nova Madonna", uma imagem sexual mais forte e mais inteligente da antiga personalidade de Madonna, que tinha dado origem ao termo "Madonna wannabe". Uma estátua de Madonna, vestindo o sutiã cônico foi eleito em seu nome, no centro da cidade de Pacentro, na Itália, onde seus antepassados viviam.

"Eu acho que o filme foi mal na América porque eu o ofusquei com minha turnê. As pessoas estavam confusas entre o disco, a turnê e o filme, pois todos eles tinham o mesmo título.

—Madonna comentando sobre o filme e a turnê com a revista Spin.[2]

Em 7 de agosto de 1987, foi lançado o filme Who's That Girl, que Madonna protagonizou. Foi um fracasso de bilheteria, devido ao Madonna tentar fazer muitas coisas diferentes no filme.[3] De acordo com Taraborrelli, Madonna se apropriou de uma voz de Judy Holliday, junto com o cabelo e a maquiagem de Marilyn Monroe para o filme, que, segundo os críticos — foi de alguma forma projetado para a atriz Carole Lombard, e por isso falhou.[3] No entanto, a trilha sonora do filme provou ser um grande sucesso. O álbum consiste em quatro canções de Madonna, junto com faixas de outros artistas da Warner Bros. Records, como Club Nouveau, Scritti Politti e Michael Davidson.[4] Três das canções de Madonna foram lançadas como singles, nomeadamente a faixa-título, "Causing a Commotion" e "The Look of Love", em que todas foram bem sucedidas comercialimente.[5]

O álbum, lançado três semanas antes do filme, vendeu um milhão de cópias nos Estados Unidos e cinco milhões de unidades mundialmente.[5] Taraborrelli analisou que, naquele momento, montar na aba de Madonna provou ser rentável para todos os envolvidos, incluindo a Warner Bros. Records, que notou que até grandes vendas com uma trilha sonora era basicamente uma vitrine para seus artistas marginais.[5] Mas, ainda assim eles queriam "aproveitar" o sucesso de Madonna, uma opinião partilhada por Peter Guber e Jon Peters, os produtores executivos do filme. A gravadora sentiu que uma turnê de concertos em todo o mundo era a coisa apropriada a fazer, uma vez que iria promover a trilha sonora e o filme, bem como o bem-sucedido terceiro álbum de estúdio de Madonna, True Blue, lançado no ano anterior.[5] Como a primeira turnê mundial de Madonna, Who's That Girl acabou sendo um sucesso retumbante, apesar de seu fim, Madonna declarou que ela não queria ouvir nenhuma de suas canções de novo e que ela não sabia se ela iria escrever outra: "Voltei me sentindo tão queimada e eu estava convencida de que eu não iria chegar perto da música por um bom tempo".[6]

Desenvolvimento

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A banda britânica de funk Level 42 serviu como o ato de abertura dos shows da turnê.

A turnê Who's That Girl foi musicalmente e tecnicamente superior à turnê anterior da cantora, Virgin, pois incorporou componentes multimídia para fazer o show ser mais atraente.[5] Quando a turnê foi confirmada, Madonna e sua equipe começaram a ensaiar para a digressão. Madonna queria um concerto que consistisse em teatro, dança e coreografia em "força total".[7] A assessora de Madonna Liz Rosenberg, comentou: "Ela quer um impacto visual que iria suprimir as pessoas. Ela estava muito determinado sobre isso. E ela é o tipo de pessoa que toma decisões rapidamente; se algo não funciona, ela começa de novo. Você vai ver um olhar diferente dela esse ano, mas ainda é Madonna, ainda maior que a vida".[8] A fim de envolver-se completamente e lidar com as esgotantes rotinas de dança, a artista começou a frequentar aulas de aeróbica no centro de saúde hollywoodiano The Sports Connection.[9] No momento em que a turnê se aproximava, ela contratou um personal trainer, e seus diários de rotina envolveu corrida, levantamento de peso, dança, ginástica, trampolim, natação e ciclismo. Ela começou a comer comida vegetariana com muita proteína e carboidratos e a evitar o sol.[9] A banda britânica de funk Level 42 foi o ato de abertura da turnê.[9] A imagem de Madonna usada na turnê consistiu em uma menina loira com cachos suaves, fazendo um impressionante contraste com a empresa, bem como bastante maquiagem e batom vermelho; essa ideia veio da atriz e amiga da cantora, Debi Mazar.[9]

Para os figurinos, Madonna colaborou com a estilista Marlene Stewart. Ela expandiu a ideia de trazer as personagens de seus vídeos musicais mais populares para o palco, refazendo cenas de "True Blue", "Open Your Heart", "Papa Don't Preach" e "La Isla Bonita". Para "Open Your Heart", Madonna reutilizou o bustier preto desenhado por Stewart e usado por ela no vídeo musical correspondente, com borlas, pontas de ouro e suportes com meias arrastão na perna.[9] Outros projetos desenhado por Stewart incluiu um vestido de estilo espanhol para "La Isla Bonita" e uma jaqueta de lamé dourado para "White Heat". O último vestido do show foi visualmente divertido e, de acordo com Madonna, foi para "qualquer um que me leva muito a sério, ou imaginou e eu mesma levo muito a sério".[9] Inspirado por Dame Edna Everage, o vestido consistia de um chapéu repleto de frutas falsas, flores e penas, joias pesadas, quadros pretos, uma saia de babados e um corpete coberto com objetos como relógios e bonecas e meias arrastão. As calcinhas continham a palavra "beijo". Continuando sua tradição de roupas com mensagens, ela soletrou a frase "You Can Dance" na sua jaqueta, usando a letra U, uma lata[nota 1] de sopa e a palavra "dançar"[nota 2] na parte de trás.[9]

Chamando o show de uma "multimídia teatral espetacular", Madonna queria um palco enorme com uma plataforma central, que tinha um lance de escadas.[10] A plataforma central foi ladeada por duas plataformas mais baixas, que continha a banda e os músicos. O grande telão de vídeo foi suspenso acima das escadas, que desciam durante o espetáculo.[10] Dois projetores estavam situados na parte da frente do palco, que projetava imagens do Papa e do então presidente Ronald Reagan durante a apresentação.[11] Patrick Leonard, que havia produzido True Blue, passou a ser o diretor musical dos concertos.[8] Em vez de seguir as canções conforme estavam nos discos, Leonard encorajou os músicos a produzir novas ideias para as faixas. Assim, uma série de canções antigas foram reorganizadas, incluindo a introdução de uma mistura de "Dress You Up" , "Material Girl" e "Like a Virgin", sendo que a última continha uma amostra da canção "I Can't Help Myself (Sugar Pie Honey Bunch)", de Four Tops.[8] O coreógrafo estadunidense Shabba Doo foi chamado para coreografar o show.[12] Aos 13 anos de idade, Christopher Finch foi chamado para interpretar o menino do vídeo musical de "Open Your Heart", uma vez que Felix Howard, que fez originalmente esse papel, não tinha uma licença de trabalho, e, portanto, não poderia participar da turnê.[13][14] Madonna queria três vocalistas de apoio, uma equipe de dançarinos e uma sucessão de mudanças de figurino.[9] Ela deu entrada a partir de seu então marido, o ator Sean Penn, dizendo: "Eu realmente respeito a opinião de Sean. Ele tem muito bom gosto e é um homem muito brilhante. Quando eu estava planejando a minha turnê, eu sempre pensava nele: 'Eu me pergunto: o que Sean vai pensar disso?'. Ele é extremamente teimoso e tem padrões realmente elevados, e que, às vezes, me fazia tomar decisões que eu não teria de outra forma".[2] Madonna intitulou a turnê de Who's That Girl quando olhou para uma imagem gigantesca de si mesma, projetada em uma tela no palco, durante um dos ensaios. Ela comentou:

O concerto começou com uma performance de Level 42. Conforme a apresentação acabou, as luzes começaram a piscar em todo o local e Finch aparece no palco, olhando para Madonna.[16] Ele é seguido por outros dois dançarinos, que saltam ao redor do palco e desaparecem. Em seguida, a silhueta de Madonna é visível por trás de uma tela que tem pinturas de Tamara de Lempicka.[16] Ela executa movimentos de dança atrás da tela, que começa a subir lentamente. Ela usou um corset preto e meia arrastão pontudas, tal como o traje do vídeo musical correspondente a "Open Your Heart".[16] Depois de dançar na escada, usando uma cadeira como um adereço, Madonna desce e começa a cantar a faixa. Mais tarde, Finch se junta a ela novamente e eles dançam juntos até o final da canção.[16] Isto foi seguido pela apresentação de "Lucky Star", durante a qual uma bola de discoteca girou em cima do palco. Ao passo em que Madonna e seus dançarinos dançam ao redor da bola, sua luz começa a cintilar sobre eles como uma estrela, referenciando as letras da canção.[17] Para "True Blue", Madonna apareceu no palco vestindo um vestido de seda azul e um lenço azul, escondido em sua seio.[18] A performance teve um cenário azul, semelhante ao vídeo seu vídeo musical. Madonna é apoiada por suas vocalistas de apoio que interpretam as suas amigas. No final da canção, Madonna é questionada a dançar novamente pela bailarina, interpretando seu homem na apresentação.[19] Durante "Papa Don't Preach", Madonna usou um casaco de couro preto por cima do vestido e caminhou ao redor do palco enquanto cantava.[9] O telão mostrou fotos do Papa João Paulo II e do então presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan,[20] juntamente com cenas do curta-metragem de John Perry III, The Nightmare,[21] terminando com as palavras "Sexo Seguro",[nota 3] enquanto Madonna terminou a canção.[22] Ela dedicou a canção ao Papa, marcando seu primeiro conflito com o Vaticano, com o Papa João Paulo II pedindo aos seus fãs italianos a boicotar os shows da cantora.[23][24]

Durante "White Heat" — que contou com diálogos do filme do mesmo nome lançado em 1949 e dirigido por James Cagney —, um telão exibiu uma cena do filme, com Cagney dizendo que o diálogo: "Cobre (...) Caras de cobre".[nota 4][25] O telão se move para cima e Madonna aparece, vestindo uma jaqueta de lamé dourado e segurando uma arma de plástico na mão direita. Um grande talho de Cagney aparece no meio e Madonna termina cantando a canção, enquanto aponta o revólver para seus dançarinos e fingindo atirar contra eles, com sons de tiros sendo ouvidos.[25] Ela seguiu com "Causing a Commotion", que terminou com Madonna apontando para seus dançarinos e músicos pelo palco e proferindo a linha "Ele / Ela tem os movimentos, baby"[nota 5] várias vezes.[25] Em "The Look of Love", as luzes estavam voltados para ela. A introdução da música começou e Madonna andou em volta do palco, fingindo que estava perdida. Ela queria retratar a sua personagem no filme Who's That Girl, Nikki Finn, em uma sequência semelhante à do filme em que ela estava perdida. Depois que ela terminou de cantar a faixa, Madonna pretendia andar para a frente, empurrando o ar, mas a esteira transportadora a levou para trás, levando-a para longe do palco.[26] Em seguida, uma cabine telefônica vermelha apareceu no palco, em que a silhueta de Madonna é projetada, que parece que ela está trocando de roupa. Ela surge a partir da cabine vestindo a fantasia inspirada por Edna Everage e começa a cantar "Dress You Up".[9] Em seguida, ela cantou "Material Girl", esticando as pernas no palco e mostrando sua calcinha, seguida de "Like a Virgin", durante a qual ela tirou a roupa peça por peça, até que ela estava de pé em um espartilho preto, e terminou a performance flertando um jovem bailarino que interpretou seu noivo.[8][27]

Um pano de fundo, em seguida, começou a mostrar reportagens de jornais sobre a edição de 1985 da revista Playboy em que Madonna posou nua. O pano de fundo move-se e Madonna aparece vestindo uma calça preta equipada e um top, com um óculos enfeitado, para cantar "Where's the Party".[28] Para "Into the Groove", Finch se juntou a cantora no palco para dançar ao seu lado. Madonna usou um bolero rosa que tinha a lata de sopa e as palavras "U" e "DANCE" em seu redor. No final, ela é acompanhada por suas vocalistas de apoio e seus dançarinos. Juntos, eles levaram um arco para a plateia e terminaram a performance.[29] Em seguida, Madonna cantou "La Isla Bonita" como parte do bis, usando o mesmo vestido flamenco vermelho que usou no vídeo musical correspondente.[9] Para "Who's That Girl", Madonna — ladeada por Finch e um dançarino — dançou ao redor do palco e fez o público se juntar a ela no refrão.[10] Por fim, Madonna executou uma versão enérgica de "Holiday", sinalizando a natureza de celebração saudável do tema da canção. A faixa contou com um novo arranjo, com um solo de guitarra na parte intermediária, adicionado por Leonard. Ela cantou o refrão final duas vezes e, em seguida, perguntou aos espectadores se eles tinham um pente para que ela pudesse arrumar o cabelo e terminou o show, depois de se despedir do público com seus dançarinos.[30]

Crítica profissional

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Madonna apresentando "Into the Groove" em Paris, França, no dia 29 de agosto de 1987.

Taraborrelli comentou que "Madonna tinha mais confiança em sua presença de palco, sua música estava mostrando uma maturidade mais profunda, sua voz estava mais cheia, e o concerto foi habilmente coreografado com números complexos".[5] J.D. Considine, do The Baltimore Sun, comentou: "Eu já vi a turnê de estádios de [Bruce] Springsteen, eu vi [Bob] Dylan e o [Grateful] Dead, e eu estava no Live Aid. Exceto esses shows, Madonna é a única que eu quero ver novamente. Você precisa de um show maior-que-a-vida, se você quer sair em um estádio, e Madonna faz isso. Ela não é tão grande fisicamente, mas ela mantém sua atenção".[8] Ann Ayers, editora de entretenimento do jornal USA Today, sentiu que o espetáculo tinha um alto brilho e um baixo quociente emocional, comentando que "Madonna faz um certo tipo de show: um espetáculo da Broadway, um show-biz e um espetáculo de música e dança. Nesse contexto, é difícil fazer uma conexão com o público, e eu tenho que dizer que ela não fez".[31] Peter Goddard, do Toronto Star, revisou o concerto no CNE Stadium, analisando que "Madonna provou que ela pode ser uma menina perdida nas estradas da vida, como o seu filme, mas ela não está perdida quando canta. Especialmente durante canções como 'Papa Don't Preach', seu talento vocal foi substancialmente notável".[32] Escrevendo para o periódico Chicago Tribune, Scott A Zamost e Elizabeth Snead, resenharam:

Transmissão e gravação

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Ver artigo principal: Ciao Italia: Live from Italy
Para "Papa Don't Preach", ela usava uma jaqueta de couro sobre um vestido de seda azul (à direita).

O concerto no Korakuen Stadium, em Tóquio, foi transmitido no dia 22 de junho de 1987 apenas no Japão. Mais tarde, foi lançado em VHS e Laserdisc sob o título Who's That Girl - Live in Japan.[34] Foi o primeiro programa televisivo a utilizar a técnica Dolby Surround e foi promovido pela Mitsubishi, cuja empresa havia contratado Madonna para estrelar comerciais para promover seus gravadores de vídeo.[34] Em 4 de setembro de 1987, o concerto especial de Madonna, Madonna in Concerto, filmado no Comunale Stadium, em Turim, Itália, foi televisionado ao vivo na Itália (RAI), na França (TF1), na Alemanha (SAT1), na Áustria (ORF) e na Espanha (TVE). Outros países, incluindo a Austrália e os Países Baixos, transmitiram esse 'show em 1987.[35] O concerto foi lançado comercialmente em 1988 intitulado Ciao, Italia! - Live from Italy, que foi posteriormente disponibilizado em VHS e DVD.[36] O vídeo contém o show completo da turnê, usando imagens de três shows diferentes: Tóquio, em 22 de junho de 1987, Turim, em 4 de setembro de 1987, e Florença, em 6 de setembro de 1987.[37] Heather Phares, do portal Allmusic, disse:

Mark Knopher, do jornal Los Angeles Daily News, comentou que "Ciao, Italia! mostra o brilho e o glamour que fez essa turnê ser tão notável".[39] O vídeo liderou a tabela Top Music Videos por seis semanas e foi o segundo vídeo mais bem sucedido em 1988 no periódico.[40][41] O DVD também alcançou a terceira posição na tabela Finnish DVD em 2009.[42]

O Papa João Paulo II (imagem) pediu aos seus fãs italianos que boicotassem os shows de Madonna na Itália.

De acordo com Taraborrelli, "muitas artistas do sexo feminino se comportam como uma diva por um período quando atingem o estado de super estrela, e a turnê 'Who's That Girl' marcou o início da Madonna".[1] Por exemplo, ela não permitiu que os membros de sua equipe falassem diretamente com ela; eles tinham que falar com seus representantes, para que não a distraísse do negócio na mão. Seus dançarinos também nunca falam diretamente com ela, e seus músicos não foram sequer autorizados a olhá-la, a menos que eles estivessem no palco com ela.[1] Além disso, quando chegava e saísse do palco, Madonna exigiu que os gestores rodoviários segurassem folhas ao seu redor, a fim de protegê-la dos olhos "daqueles que não podiam deixar de olhar".[1] DeMann comentou que "ela tem uma maneira de exigir que te obriga a lhe dar sua atenção", a qual Taraborrelli sentiu que tal comportamento, na verdade, era uma indicação de como Madonna era bem sucedida e forte, comentando: "Você não se comporta como uma vadia até que você esteja bem sucedida. A turnê com certeza a ajudou a consolidar seu estado de estrela".[1]

A turnê também foi notável por dar origem ao termo "nova Madonna", uma imagem sexual mais forte e mais inteligente de sua antiga personalidade, que tinha dado origem ao termo "Madonna wannabee".[8] Considine sentiu que "a coisa importante que Madonna fez na turnê foi demonstrar como a sexualidade feminina pode ser uma fonte de força. Tradicionalmente, na cultura pop, existem dois papéis que uma mulher pode fazer — a menina boa e a menina má, e a menina má nunca é levada a sério. Mas Madonna mostra as características de uma menina má, e pediu para ser levado a séria, porque ela simplesmente não acabou. Tenho mais senso de força e poder que estava sob a sua imagem o tempo todo".[8] Outro fato importante observado na turnê pelos acadêmicos é o uso extensivo da técnica de multimídia ao seu potencial máximo. Mark Bego, autor de Madonna: Blonde Ambition, disse que "Madonna transformou o conceito de uma turnê que está sendo focada nas canções. Ela fez a turnê Who's That Girl ter uma técnica multimídia onipresente, incluindo música, dança, coreografia, vídeos, telões e cenários — sem mencionar a pregação sutil e as mensagens — que fizeram cantar uma qualidade secundária para os frequentadores de concertos. É evidente que desde que as pessoas se aglomeravam para ver a turnê, elas estavam lá para ver o espetáculo, e não para ver Madonna em pé na frente do microfone e cantar.[43]

Enquanto estava na Itália, Madonna conheceu alguns de seus parentes de Pacentro, vila em que seus avós Gaetano e Michelina Ciccone haviam se casado.[29] No entanto, ela não recebeu uma acomodação boa; alguns de seus parentes deixaram muito claro que eles estavam escandalizados por sua aparência e seu comportamento.[29] Uma coisa boa que veio da visita foi que houve conversações de fazer dela uma cidadã honorária da cidade. Mais tarde, uma estátua de Madonna vestindo o sutiã cônico foi eleita em seu nome, no centro da cidade.[29] O Vaticano ficou indignado com os planos de erguer a estátua, com o porta-voz do Papa comentando: "A estátua seria muito sensual e pode corromper a moral dos jovens finos da Itália".[44]

Ato de abertura

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O repertório abaixo é constituído conforme o livro da turnê, não sendo representativo de todos os shows.

  1. "Open Your Heart"
  2. "Lucky Star"
  3. "True Blue"
  4. "Papa Don't Preach"
  5. "White Heat"
  6. "Causing a Commotion"
  7. "The Look of Love"
  8. Medley: "Dress You Up" / "Material Girl" / "Like A Virgin" (contém excertos de "I Can't Help Myself (Sugar Pie Honey Bunch)")
  9. "Where's the Party"
  10. "Live To Tell"
  11. "Into the Groove"
  12. "La Isla Bonita"
  13. "Who's That Girl"
  14. "Holiday"
Data Cidade País Local
Ásia[46]
14 de junho de 1987 Osaka Japão Osaka Stadium
15 de junho de 1987
20 de junho de 1987 Tóquio Estádio Korakuen
21 de junho de 1987
22 de junho de 1987
América do Norte[47]
27 de junho de 1987 Miami Estados Unidos Miami Orange Bowl
29 de junho de 1987 Atlanta Ommi Arena
2 de julho de 1987 Washington, D.C. Robert F. Kennedy Memorial Stadium
4 de julho de 1987 Toronto Canadá CNE Stadiun
6 de julho de 1987 Montreal Montreal Forum
7 de julho de 1987
9 de julho de 1987 Boston Estados Unidos Sullivan Stadium
11 de julho de 1987 Filadélfia Veterans Stadium
13 de julho de 1987 Nova Iorque Madison Square Garden
15 de julho de 1987 Seattle Kingdome
18 de julho de 1987 Anaheim Angel Stadium of Anaheim
20 de julho de 1987 Mountain View Anfiteatro Sharoline
21 de julho de 1987
24 de julho de 1987 Houston Astrodome
26 de julho de 1987 Irving Texas Stadium
29 de julho de 1987 Saint Paul Civic Center
31 de julho de 1987 Chicago Soldier Field
2 de agosto de 1987 East Troy Alpine Valley Music Theatre
4 de agosto de 1987 Richfield Richfield Coliseum
5 de agosto de 1987
7 de agosto de 1987 Pontiac Pontiac Silverdome
9 de agosto de 1987 East Rutherford Giants Stadium
Europa[48]
15 de agosto de 1987 Leeds Reino Unido Roundhay Park
18 de agosto de 1987 Londres Wembley Stadium
19 de agosto de 1987
20 de agosto de 1987
22 de agosto de 1987 Frankfurt Alemanha Waldstadion
25 de agosto de 1987 Roterdã Países Baixos Feijenoord Stadium
26 de agosto de 1987
29 de agosto de 1987 Paris França Parc de Sceaux
31 de agosto de 1987 Nice Stade de I'Ouest
4 de setembro de 1987 Turim Itália Stadio Comunale
6 de setembro de 1987 Florença Stadio Artemio Franchi

Notas

  1. Em inglês: "can".
  2. Em inglês: "dance".
  3. No original: "Safe Sex".
  4. No original: "A copper (...) A copper fellas".
  5. No original: "He / She got the moves, baby".

Referências

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